Pela livre opinião
Por Reinaldo Bui | 13/04/2013 | Sociedade“O homem é o único animal que tem opiniões divergentes.”
Opiniões se formam. Podemos ser levados ou influenciados pelo meio em que estamos inseridos. O principal influenciador de nossas opiniões é a cultura em que nascemos. A cultura é a soma dos costumes, tradições... É o senso comum que rege os padrões de comportamento de determinado grupo.
Alguns fatores podem mudar uma cultura, como o pensamento racional-lógico e a inserção de novos elementos e ou pensamentos/idéias àquela cultura. Quanto mais isolada, menos risco a cultura tem de sofrer mudanças.
Vivemos uma época sem precedentes na história da humanidade, onde todas as culturas se fundem, novas idéias surgem a cada dia, a cada momento. Tradições estão se diluindo. Porém, pelo menos dois elementos devem prevalecer: o pensamento lógico-racional e o (bom) senso comum. Baseado nestes dois elementos surgem a moral e a ética.
Fé é um assunto à parte. Existe a fé baseada em mitos e tradições (crendice) e a fé baseada em fatos (lógica e racional, ética e moral).
Fé não é praticada apenas por religiosos. Mas a verdadeira fé num verdadeiro Deus também estima uma ética e moral elevadas. Qualquer prática que se traveste de religião, mas não prima pela vida, não deve ser contemplada ou seguida.
Se uma pessoa expressa sua opinião sobre qualquer assunto que seja, baseada em princípios – seja religioso, ético, moral ou simplesmente racional, não se pode exigir que esta pessoa mude sua opinião porque um determinado segmento quer, mesmo porque sua opinião está baseada em princípios.
Qualquer pessoa de qualquer credo ou filosofia pode abrigar e expressar opiniões. Existem diversas opiniões no mundo para os mais variados assuntos. Opinamos até sobre combinação de cores! Ateus pode opinar, por exemplo, sobre assuntos fundamentais à vida como eutanásia, aborto, homossexualismo, infanticídio entre indígenas e o problema das drogas e alcoolismo; sendo desfavorável a todos estes temas, simplesmente por prezar a integridade da vida e a continuidade da raça humana. Devo lembrar aqui as palavras do falecido Dr. Enéas Carneiro: “Se o homossexualismo generalizasse, a raça humana se extinguiria”.
Se um ateu, que preza por valores terrenos sem se importar com valores eternos, pode expressar-se desfavorável a estes assuntos baseado apenas na razão, quanto mais um cristão que preza por valores eternos? Ou será que deveríamos nos desvencilhar da nossa fé para nos amoldarmos à opinião alheia?
Princípios regem a humanidade, independente de religião. Uma humanidade sem princípios sucumbiria, não sobreviveria.
Se pensarmos em termos criacionistas, Deus fez o homem e a mulher para encher e povoar a terra (perpetuar a nossa espécie). Por isso ele precisou criar macho e fêmea.
Se pensarmos em termos evolucionistas, fomos divididos em macho e fêmea para perpetuar a espécie (encher e povoar a terra). Por isso precisamos ser homem e mulher.
Desintegração deste modelo é a desintegração da própria sociedade.
O homosexual tem sua opinião formada sobre os mais diversos assuntos que nos cercam, inclusive sobre sexualidade. Por que o heterosexual não pode ter opinião formada sobre os mesmos assuntos sem ser taxado de homofóbico ou preconceituoso? Assim como absolutos cristãos não podem ser impostos sobre aqueles que não desejam se submeter a Cristo, absolutos não cristãos não podem ser impostos sobre aqueles que desejam viver baseado em princípios cristãos.
Amar o próximo é um absoluto cristão. Amar o próximo não significa que devo ser conivente com seu estilo de vida (p.ex. um ladrão ou um dependente químico). Amar significa que devo ajudá-lo na sua fraqueza. De novo, isto não é ser conivente com, mas estender a mão para tirá-lo do erro.
Bem, aqui entram em conflito as divergências de opiniões: nem todos os dependentes químicos pensam estar errados ou ser errado o que fazem.
Nem todos os ladrões querem deixar esta vida e alguns até racionalizam suas atitudes.
Nem todos os pró-aborto ou pró-eutanásia pensam que isto é um engano e um atentado contra a vida.
Nem todos os índios que praticam infanticídio pensam que estão errados agindo de acordo com uma prática cultural baseada em suas crendices.
Nem todos os homossexuais se sentem mal e sofrem sérios conflitos internos com sua decisão de vida. Mas alguns lutam contra sua homossexualidade!
Espere antes de me julgar. Não me chame de preconceituoso!
Trabalhei dentro de um presídio, onde a dita “escória da humanidade” se junta... e estava lá para auxiliar quem precisasse.
Trabalhei entre ribeirinhos, um povo esquecido e pouco conhecido, que afogam suas mazelas na cachaça... e estava lá para auxiliar quem precisasse.
Trabalhei com uma aldeia indígena, com diferenças e práticas culturais tão distintas das minhas... e estava lá para auxiliar quem precisasse.
Estou trabalhando no sertão, descobrindo as misérias que assolam este povo tão sofrido: alcoolismo, suicídio, drogas, pedofilia, idolatria cega... e estou aqui para auxiliar quem precisa.
Estou lutando pelo reconhecimento e levando dignidade a comunidades quilombolas esquecidas pela nossa sociedade.
Sempre estarei disposto a auxiliar a quem precisa, seja hetero ou homosexual... mas não me venha para pedir que eu concorde com uma prática que é contrária à nossa natureza.
Se me pedir para aceitar, direi não. Se me pedir para ajudar, direi sim.
Mas se quiser me obrigar a aceitar, julgue você mesmo se a sua atitude não ditadora.
Livre opinar ... é só opinar.