Pela Legalização Das Drogas (comentando Texto De Meira Penna)
Por Félix Maier | 07/03/2007 | PolíticaJosé Osvaldo de Meira Penna
Há alguns países europeus muito civilizados que não proíbem as drogas e nem por isso se sentem mal. Na Suíça, em certa época, reservou-se uma área "livre" mas não funcionou. Aldou Huxley foi quem sugeriu a solução em seu último romance, A ILHA, The Island. Ele gostava de mescalina e foi assim tratado por sua mulher italiana, quando estava morrendo de câncer.
Creio que a responsabilidade de usar drogas é individual e não há por que o Estado se ocupar do problema. Na França, todo mundo bebe vinho e a maior proporção de franceses morre de cirrose do fígado, mas nem por isso o vinho é proibido. Todo o mundo tem o direito de suicidar-se e aquele que falha na tentativa nem por isso é punido.
Ou se quiserem, podemos liberar, por exemplo, a Ilha Grande ou uma ilha no Tocantins livre da proibição, e com isso acabar com o desastre do tráfico e de sua repressão que contamina a policia e as autoridades responsáveis.
Seria também uma maneira de desenvolver esse estado, inventado por congressistas, à falta do que fazer de útil ao país, para dar emprego a seus amigos.
Cordial Abraço
Meira Penna
www.meirapenna.org
Comentário
Félix Maier
Na verdade, em recente lei aprovada pelo governo Lula, a droga já está liberada no Brasil, apenas para os drogados, não para os "empresários" do ramo, que ainda podem ser penalizados se forem pegos em flagrante. O que é uma babaquice sem tamanho. Liberar o uso e não legitimizar o fornecimento é um embuste, coisa muito natural nestes tempos petistas.
Com a liberação, obviamente o consumo de drogas vai aumentar no País, de forma exponencial, assim como aumentou na Holanda, depois da liberação dos "cafés com droga", passando o país, inclusive, a concorrer com o Marrocos na exportação da maconha para a União Européia. Lá, há "kits maconha" para venda em qualquer esquina, que inclui sementes geneticamente modificadas, que produzem maconha de alto THC, adubo e um "manual do proprietário", que ensina as artes do novo ofício. Qualquer fundo de quintal, garagem ou sala pode ser utilizado para desenvolver a planta mais querida do povo. Água e alguns spots de 1000 watts dão conta do rápido crescimento do negócio...
O que falta no Brasil é Lula se decidir por uma coisa muito simples: quem irá abastecer o mercado consumidor de drogas? O Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior irá fazer a importação do importante e valioso produto? Será feita licitação pública internacional?
Já que a questão das drogas parece ser um fato consumado, assim como a bandidagem nas grandes cidades brasileiras, não tem jeito mesmo, eu sugiro que o presidente crie uma nova estatal, a Maconhabrás. Seria interessante criar também a Cocainabrás: se não produzimos folha de coca, podemos importá-las para processamento em laboratório. Afinal, temos de sobra os importantes "precursores químicos", fabricados às toneladas em nossos laboratórios. Iremos fazer concorrência direta com a Colômbia, o Peru e a Bolívia (obviamente, vendendo o produto de exportação na encolha, para Tio Sam não bombardear nossas valiosas plantações...). E que as terras dos malditos fazendeiros capitalistas sejam cedidas aos sem-terra, para que comecem imediatamente a trabalhar no rendoso negócio, em vez de gastar tempo e dinheiro com passeatas, manifestos, invasões, que não levam a nada.
E, assim, passaremos todos a viver mais felizes, nas nuvens de baforadas de fumaça de maconha... Dizem que é muito bom... Gilberto Gil, p. ex., disse que criou a música "Eu quero falar com Deus" levitando nas nuvens da cannabis. Os Beatles só conseguiam fazer música depois de estarem devidamente "em alfa"...
Que tal? E aí, mermão, me dá um cigarrinho aí?