PEDAGOGIA HOSPITALAR UM NOVO CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO
Por simone santos | 13/09/2013 | Educação
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FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA.
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
UM NOVO CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO
SIMONE PEREIRA DOS SANTOS.
Barra do Garças - MT, dezembro de 2010.
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FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA.
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
UM NOVO CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO
SIMONE PEREIRA DOS SANTOS.
Trabalho apresentado pela acadêmica Simone Pereira dos Santos das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia - UNIVAR, como requisito de aprovação parcial na disciplina de Pesquisa em Educação – TCC e se graduar em Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação metodológica da Profª Mestranda Josiani Alves Moreira e orientação conteudística da Profª. Josiani Alves Moreira.
Barra do Garças - MT, novembro de 2010.
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FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA.
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
UM NOVO CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO
SIMONE PEREIRA DOS SANTOS
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
Profª. Esp. Josiani Alves Moreira
Orientador
Prof. Ms. Tânia Mara
Prof. Esp.
Profº Josemar Antônio Limberger
Julgado em: ____/____/______.
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Dedico com muito amor e carinho, este trabalho a Deus primeiramente o qual me guiou e iluminou durante todo o meu caminho.
Simone
A minha família, especialmente minha mãe Sizaltina e meu pai Hélio Mário por ter ajudado e orientado na construção do alicerce da minha educação.
Simone
Ao meu esposo João Balbino ao qual muito me ajudou, dando-me o apoio devido e incentivo.
Simone
Aos meus filhos Roger e Guilherme pela paciência e saber entender o motivo da minha ausência.
Simone
A minha cunhada Mara Reis pelo carinho, paciência e dedicação que me ofereceu durante todos esses anos.
Simone
Minhas amigas de curso que esteve comigo durante toda aminha caminhada especialmente a Gislaine, Alexandra, Renata e Rosiley.
Simone
Não esquecendo ao meu pai biológico Zilto o qual não se faz mais presente em nosso meio mas está presente em meu coração.
Simone
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AGRADECIMENTOS
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Senhor, tu me sondas e me conheces,
Sabes quando me assento e quando me levanto,
De longe penetras os meus pensamentos.
Porém, agradeço somente a te Senhor,
Por estar presente em cada momento de minha vida,
Em cada passo que dou,
Fortalecendo-me e sempre me levando a diante,
Em busca e na realização de meus sonhos,
Essa é mais uma conquista em minha vida,
Pois, muitas ainda virão,
E a ti, Senhor agradeço e sei que estará presente em cada conquista que virá,
Me ajudando, me fortalecendo e me guiando,
Para que todos os obstáculos sejam quebrados.
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“Determinação coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”
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RESUMO
A Pedagogia é um campo de atuação da educação que lida com o processo de construção do conhecimento, e que o profissional dessa área é o mais apto a mediar e nortear a educação. Por outro lado sabemos que o ambiente hospitalar, é um centro de referência e tratamento de saúde, que acaba por gerar um ambiente muitas vezes de dor, sofrimento e morte, causando uma forma de ruptura dessas crianças e adolescentes com os laços que mantém com seu cotidiano e produção da existência da construção de sua própria aprendizagem. O atendimento pedagógico em ambiente hospitalar é reconhecido pela legislação brasileira como direito da continuidade de escolarização aquelas crianças e adolescentes que se encontrem hospitalizados (CNDCA 1995). O atendimento Pedagógico Hospitalar teve seu inicio na década de 50, na Cidade do Rio de Janeiro no Hospital Escola Menino Jesus, serviço esse que se mantêm até atualidade; servindo como um resgate da criança e ou adolescente, fazendo um elo entre sua realidade atual, como interno, e a vida cotidiana. O Profissional que atua na Pedagogia Hospitalar tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervêm no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença e da morte, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. A Pedagogia Hospitalar dividiu-se, basicamente em três modalidades: Classe Hospitalar; Brinquedoteca e Recreação Hospitalar.
PALAVRAS - CHAVES – Educação; conhecimento; profissional; saúde; recreação; oportunidade e classe hospitalar.
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ABSTRACT
That pedagogy is a level playing field of education that deals with the process of knowledge construction, and the these professionals is best suited to mediate and guide education. On the other hand we know that hospital is a referral center and health care, which ultimately generate an environment often in pain, suffering and death, causing a how to break these children and adolescents with ties it has with your daily life and production existence of building their own learning. The pedagogic approach is in hospital recognized by Brazilian law as law continuity of schooling and those children adolescents who are hospitalized (CNDCA 1995). The attendance Teaching Hospital had its beginning in 50s, the city ofRio de JaneiroHospital Infant Jesus School, the service that will persist until today, serving as a rescue of the child and / or teenager, making a link between your current reality, and domestic, and everyday life. The professionals in Pedagogy Hospital, trained as an educator and through various educational activities, monitors and involved in the learning process of the student, and provide tools for understanding the process of development of disease and death, to explain procedures doctors and help the child and adolescent adaptation hospital, giving opportunity for them to exercise their rights as citizens. Pedagogy Hospital, divided basically into three ways: Hospital Class; Toy and Recreation Hospital.
KEY - WORDS – Education; knowledge; professional health; recreation; opportunity and hospital class.
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SUMÁRIO
SUMÁRIO.. 9
INTRODUÇÃO.. 10
CAPÍTULO I. 12
COMO SURGIU A PEDAGOGIA HOSPITALAR.. 12
1.1 PEDAGOGIA HOSPITALAR NO BRASIL.. 13
1.2 AS LEIS EDUCACIONAIS NO BRASIL.. 20
1.3 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL.. 21
CAPÍTULO II. 24
FORMAÇÃO DO PEDAGOGO HOSPITALAR.. 24
2.1 A INCLUSÃO DO PEDAGOGO NA ÁREA HOSPITALAR.. 27
2.2 METODOLOGIAS UTILIZADAS PELO PEDAGOGO HOSPITALAR.. 29
CAPÍTULO III. 33
A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NA ÁREA DA SAÚDE.. 33
EM BARRA DO GARÇAS- MT. 33
3.1 A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NA RELAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA HOSPITALAR 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 40
ANEXOS. 43
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INTRODUÇÃO
A Pedagogia vem se expandindo em várias áreas de conhecimento e novas profissões a favor da criança hospitalizada, no qual vem se apresentando como um novo caminho no processo educativo vem se desenvolvendo de forma satisfatória na conquista de suas idéias.
Esse novo processo educativo vem de encontro a vários desafios aos educadores no qual possibilitam a construção de novos conhecimentos e atitudes. Observa-se hoje, que a presença do pedagogo dentro das Instituições hospitalares é de grande importância, por isso o pedagogo deve estar sempre em constantes mudanças em busca de novos conhecimentos de acordo com a necessidade de cada aluno enfermo. Essa iniciativa se estabelece em um processo educacional específico para um espaço diferenciado, considerando o tempo de ensinar e o tempo de aprender, contribuindo para a política da humanização das instituições de saúde que envolve a família, a escola, os professores e a equipe que movimenta a construção de estratégia pedagógica educacional e assim considerando os elementos relacionados às condições de vida dos alunos e seus familiares, no seu contexto social, cultural e econômico, possibilitando-os a se aproximar da realidade da escola de sua origem e a relação com o ambiente hospitalar. O bom profissional deve estar apto para encarar os vários desafios que surgirão no seu dia-a-dia.
A pedagogia hospitalar exige muita atenção e preocupação dos profissionais com o aluno, no qual deve objetivar o bem estar social de todas as crianças enferma, preparando-os a exercer o papel de um bom cidadão e enfrentar os desafios que a vida lhe sugere.
Essa nova mudança exige ações e comprometimento no qual configurem novas responsabilidades que imponham novo fazer e agir. Fazer e agir que evidenciam as resistências, o que significa sair da permanência, local de conforto em que descansa a visão obtusa. Portanto, é muito importante que os profissionais sejam capazes de enfrentar os desafios internos e externos, fazendo do ato de viver a grande oportunidade para a ampliação na investigação da própria realidade, pois, a criança hospitalizada precisa continuar sua vida escolar, e seu desenvolvimento cognitivo impossibilitando de fica neutro sobre os cuidados dos médicos, sem expectativa no âmbito escolar.
Porem o estudo feito vem nos proporcionar um melhor entendimento da inclusão do pedagógico no ambiente hospitalar.
É necessário saber, conhecer o assunto para sabe transmitir ou discutir sobre o profissional que atua nesta área. É uma temática complexa que exige interesse, comprometimento e tempo.
É um processo educativo que sugere desafios aos educadores e possibilitam a construção de novos conhecimentos atitudes.
Portanto a criança hospitalizada precisa continuar sua vida escolar, e seus desenvolvimentos cognitivos não podem fica neutro sobre os cuidados dos médicos, sem expectativa no âmbito escolar. Porem o estudo feito vem nos proporcionar um melhor entendimento da inclusão do pedagógico no meio hospitalar.
Desta forma já sabemos que há varias formas de ensinar, pois a área hospitalar transformar estes conhecimentos mais interessantes para as crianças e os jovens. Cabe ao professor tornar estes momentos mais satisfatórios e concretizados.
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CAPÍTULO I
COMO SURGIU A PEDAGOGIA HOSPITALAR
Em 1935 deu inicio a classe hospitalar, quando Henri Sellier inaugura a primeira escola para criança inadaptada, nos arredores de paris. Seus exemplos foram seguidos na Alemanha, em toda a França na Europa e nos Estados Unidos com objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças com tuberculose.
Foi na segunda guerra mundial que pode considerar como marco decisório das escolas em hospitais onde havia um grande número de crianças e adolescentes atingidas, mutilados e impossibilitados de freqüentar a escola, e o mais importante é que os médicos até os dias de hoje são defensores da escola em seu serviço.
Em 1939 é criado Centro Nacional de Estudos e de Formação para a infância inadaptada de Surene, tendo como objetivo principal a formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais, também em 1939 é criado o cargo de professor hospitalar junto ao ministério da educação na França. O C.N.E.F.E.I. tem como missão até hoje mostrar que a escola não é um espaço fechado. O centro promove estagias em regime de internato dirigido a professores e diretores de escolas, os médicos de saúde escolar e a assistentes sociais. Fonseca, Ceccim, 1990 diz que “Essas falhas no atendimento infantil traziam riscos de seqüelas que na vida adulta poderiam evoluir para doenças psiquiátricas”.
A criança passava por várias perturbações, dores, medo e longe de sua vida normal, enfrentando outra realidade de vida, e sem um apoio psicológico teria que encarar tudo sozinha, no qual correria o risco de futuramente evoluir doenças psiquiátricas.
Foi de grande importância o surgimento da implantação de experiências educativas para crianças e adolescentes internados em hospitais, e foi com a ajuda de voluntários e religiosos que essa nova escola ganhou espaço na sociedade, sendo que este novo trabalho foi conhecido e difundido por toda Europa. Portanto o maior objetivo ao atendimento pedagógico as crianças e adolescentes hospitalizados seria de oferecer recursos para a aprendizagem e para o desenvolvimento cognitivo e social, minimizando as suas condições adversas potencializadas pela doença ou pelo tratamento, medindo as relações entre a escola e a criança ou adolescente enfermo, ensinado e dando continuidade aos conteúdos, a aprendizagem, ao conhecimento e a vida familiar e social.
De acordo com Salomam, (1847):
“A ciência médica é intrínseca e essencialmente social, e, enquanto isso não for reconhecida na prática, não seremos capazes de desfrutar os seus benefícios e teremos que nos satisfazer com um vazio e uma satisfação”.
(SALOMAM NEUMAM, 1847)
O mais importante seria que a criança ou adolescente hospitalizado recebesse bons atendimentos, nesta tão importante fase de sua vida, no qual o auxiliava na sua futura estrutura, enquanto pessoa e cidadão.
1.1 PEDAGOGIA HOSPITALAR NO BRASIL
A pedagogia é um campo de atuação da educação que envolve o processo da construção do conhecimento, e o profissional da educação é o responsável para medir e nortear esses conhecimentos educacionais.
O atendimento pedagógico hospitalar teve seu início na década de 50, na cidade do Rio de Janeiro, no hospital Escola Menino Jesus, no qual se matem até na nossa atualidade, servindo como resgate da criança e adolescente, fazendo um elo entre sua realidade atual, como interno e a vida cotidiana, tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas acompanha e intervêm no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença e da morte. O pedagogo hospitalar explica procedimentos médicos e auxilia a criança e o adolescente enfermo na adaptação hospitalar, dando oportunidades para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. A pedagogia hospitalar se divide em três modalidades de ensino:
Classe Hospitalar – refere-se a escola no ambiente hospitalar, na circunstâncias de internação temporárias ou permanente, garantindo o vínculo com a escola favorecendo seu retorno ao seu grupo social escolar correspondente.
Brinquedoteca - brincara é muito importante para a criança, pois é meio desta ação que ela usufrua plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências sobre o mundo, sobre as pessoas e sobre a si mesmo. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata a brincadeira tradicional é o espaço onde esta assegurada à criança o direito de brincar.
Recreação Hospitalar – atividade que oferece a oportunidade da criança brincar, mas, porem não se limita somente ao construir a possibilidade de uma atividade que pode ser realizado em espaço interno ou externo.
Segundo a lei de Diretrizes e Bases da educação (9394/96) determina que o poder público ofereça oportunidade e escolarização aos alunos com necessidade especiais, e essas crianças hospitaladas são impedidas de freqüentar as escolas regularmente, porem, existem quase uma centena de classe hospitalar por varias partes do Brasil, possibilitando a esses alunos /enfermos a manter o curso normal da vida escolar.
As Diretrizes Curriculares aplicam-se para o curso de pedagogia à formação inicial para o exercício da docência na educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio de modalidade normal e um curso de Educação Profissional na área de serviço e apoio escolar, porem é obrigatório que cada Instituição de ensino tenha um apoio Pedagógico facilitando a elaboração, a execução, o acompanha, mento de programas e atividades educacionais.
O surgimento dessas Leis forma de grande importância na vida de muitas crianças brasileiras, facilitando seu retorno a vida normal sem deixar seqüelas. Veja abaixo um fato verídico citado pelo jornal Gazeta do Povo, no dia dois de dezembro do ano de um mil novecentos e noventa.
...Garoto de 13 anos que teve como Doadora a sua mãe, ao deixar o Hospital Pequenos Príncipe, disse estar se sentido bem e feliz à volta para casa. Esse mesmo garoto enquanto permaneceu no hospital concluiu a 4ª serie do ensino fundamental dentro do Programa de Hospitalização Escolarizada que atende obrigadas a permanecerem por longo período internadas. Ele passa para a 5ª serie e que a partir de agora ter sua vida normal.
(Gazeta do Povo, 02/12/1990)
Esse é apenas um dos acontecidos registrados, pois, no Brasil, muitos e muitos casos como esses acontecem, como intuito a alcançar os objetivos esperados. Para os Pedagogos é sempre uma conquista e uma satisfação alcançar os resultados de forma positiva. Com isso cabe a classe hospitalar buscar alternativas e métodos qualificados que possibilitam ao aluno/adolescente enfermo usufruir as abordagens educativas por um determinado espaço de tempo. É importante ressaltar-mos que o profissional hospitalar deve acionar propostas estimuladoras ao conhecimento e a aprendizagem, oferecendo abordagens específicas com atividades educativas - escolares e o lúdico, pois, essas atividades são restritamente praticadas por profissionais da área da educação escolar.
O novo trabalho pedagógico hospitalar serve como “ponte” entre o hospital e a escola, colaborando com a socialização da criança/adolescente, também auxilia nos transtornos emocionais causados pelo ato da internação, como por exemplo, a raiva, insegurança, incapacidade e frustrações que podem ser reagentes negativos no processo de cura. Biermann Apud Carvalho, Ceccim, 1997 diz que “A hospitalização, em determinada situação, constitui um risco igual ou maior que aqueles da própria doença que a originou”.
De acordo com a citação acima, observa-se que o trabalho pedagógico na área hospitalar é muito importante, principalmente no período em que a criança/adolescente se encontra em fase de ser motivada, amparada e bem instruída, ponderando que o enfermo entra num conflito provocado pelo próprio ambiente em si, sendo vítima de agressões ao seu próprio corpo.
No Brasil há vários tipos de atendimento pedagógico educacional especializado, vejamos a seguir:
Apoio pedagógico especializado – É realizado na rede regular de ensino, para possibilitar o acesso e a construção da aprendizagem, facilitando e qualificando aos educadores com necessidades especiais dentro das escolas.
Atividades de recursos: Está ligada ao ensino e interpretação de libras, sistema Braile, comunicação, alternativas, tecnologias visuais, educação física adaptada, enriquecimento e aprofundamento curricular, oficinas pedagógicas, entre outros.
Atendimento Pedagógico domiciliar – Sua função é realizar os trabalhos curriculares em domicílio beneficiando os educadores com necessidades especiais transitoriais ou permanentes. Este é considerado um trabalho diferenciado, pois, são realizados devidos os traumas causados por doenças prolongadas, onde impossibilita o aluno de freqüentar a escola.
Classe Hospitalar – A função do profissional é levar o ensino até os hospitais, desenvolvendo atividades Curriculares, sendo que o aluno enfermo é impossibilitado de freqüentar a escola por motivo de doença prolongada ou não.
Estimulação Essencial – É direcionado a crianças com necessidades educacionais especiais do nascimento até os três anos e onze meses de idade cronológica, com objetivo de estimular o desenvolvimento Sócio-afetivo, Físico, Sensorial-perceptivo, Motor, Cognitivo e da Linguagem.
Esses atendimentos pedagógicos são essenciais para o desenvolvimento da criança, pois utilizam idéias que propicia aos alunos com necessidades especiais transitoriais, buscando alternativas para desenvolver suas habilidades em regime especial, tratando-se de uma nova realidade multi/inter/trasndisciplinar com características educacionais.
O atendimento Pedagógico Hospitalar é apontado como mais um recurso a ser adicionado, frente às inúmeras modernidades tecnológicas que circulam nos hospitais. Baseia-se nos indicadores de Ceccim Apud Ortiz e Fretas 2005: “Parece-me que, para a criança hospitalizada, o estudar emerge como um bem da criança sadia e um bem que ela pode resgatar para si mesmo como vetor de saúde no engendramento da vida, mesmo em fase do adoecimento e da hospitalização” (CECCIM APUD ORTIZ e FREITAS, 2005).
O educador deve desenvolver sua atuação de forma contributiva, transmitindo o conhecimento, aqueles que seriam prejudicados em sua escolarização decorrente da internação, em busca de conhecimentos, qualidade de vida e bem estar ao aluno enfermo.
No Brasil, existe ainda nos dias de hoje, muitos professores com uma visão tradicional em relação a pedagogia Hospitalar, pois, acredita que o ato de educar se estende apenas da escola a família, retirando de muitos alunos/adolescentes enfermos o direito a educação, restringindo-os somente as salas de aulas convencionais.Senso assim, Ronca, em uma entrevista para Ronca, Revista Nova Escola n° 148, Ed.2001 , diz que “A escola precisa atender a mover-se em outros espaços, sem fazer da sala de aula a única passarela em que desfila o conhecimento”.
Em muitos casos e para muitos educadores, a Pedagogia Hospitalar é vista como um grande desafio e para quem já atua na área é vista como grandes conquistas. Os profissionais da educação devem buscar novos conhecimentos de acordo com as necessidades do aluno. A Pedagogia Hospitalar tem como base o atendimento personalizado ao educando interno, onde o profissional desenvolve sua proposta pedagógica de acordo com as necessidade e possibilidades diárias de cada um.
“A prática docente é fortemente marcada pelas relações afetivas, servindo de esforços para que a criança não desista de lutar por saúde e se mantenha esperançosa em sua capacidade de esforço. O professor passa a ser um mediador de estímulos cautelosos, solicito e atento reivindicando formas para desafiar o enfermo quanto à continuidade dos trabalhos escolares, a vencer a doença e a engendrar projetos na vida emancipatória”.
(ORTIZ E FREITAS, 2005)
O Pedagogo Hospitalar deve buscar em si próprio o verdadeiro sentido de educar, devem ser um exemplo vivo dos seus ensinamentos, devem ser sábio e capazes de fortalecer a criança independentemente de qualquer situação, não só a criança, más também toda família, deve converter suas profissões numa atividade de cooperação do engrandecimento da vida. Para isso é fundamental que o profissional, pesquise, inova e incrementa seus conhecimentos expandindo sua cultura geral, procurando sempre desenvolver e conhecer novos espaços sócio-educacionais e não ficar preso em um ensino tradicional, achando que o aluno só deve ser educado dentro da escola, é importante se atualizar e ampliar seus conhecimentos, trabalhar e desenvolver seu trabalho pedagógico de acordo com a realidade do mundo e da criança, possibilitando-os procederem a seus estudos independentemente de qualquer situação ou problema. Dentro da escolarização hospitalar, o papel do educador é fundamental, pois ele propicia a criança ou adolescente o regresso à aprendizagem, uma vez que estaria estagnada, justificada pelo processo de internação (CECCIM, 1990).
Após avaliar o trabalho na classe hospitalar, observa-se que as crianças internadas com acompanhamento pedagógico melhoram seu estado clínico e reduz o tempo de internação, enquanto outras crianças que não tem oportunidades de adquirirem esse tipo de atendimento, prolongando o período de internação e em muitos casos levam seqüelas e traumas, comprometendo a saúde mental das crianças/adolescentes. A classe hospitalar, através da experiência do brincar, oferece aos enfermos sua maneira de viver situação de doenças, de forma criativa e positiva, facilitando seu regresso a escola e a sociedade, diminuindo também o período de internação.
O trabalho lúdico é fundamental no desenvolvimento e na estimulação das crianças/adolescentes enfermos, pois, as propostas lúdico-educativas é uma mistura do conhecer – brincar - reconhecer, onde o profissional deve utilizar jogos coletivos, contos, caça-palavras, teatros e músicas, assim colocando em prática seus objetivos através da ludicidade. Esse é um trabalho de companheirismo e relações afetivas entre o educador e o paciente, contribuindo formas e maneiras de incentivo para que o aluno não desista da lutar pela saúde e se mantenha forte e esperançoso em sua capacidade de recuperação.
É importante que o educador cresça em suas habilidades junto a seus alunos, especialmente, no desenvolvimento, da sensibilidade, da compreensão da força da vontade, sobre tudo em dimensões de resistência ao desânimo, agir com paciência e audácia em suas atitudes. Por isso que o educador não pode deixar abater-se em seus esforços no atingimento de suas metas formativas e, de sua tarefa de ajuda, por mais difícil que possam parecer.
(MATTOS, 1998)
Baseado nas idéias de Mattos é importante ressaltarmos que o profissional da educação deve sempre novos conhecimentos, com objetivo de ter crescimento em suas habilidades, sendo capaz de atuar e exercer sua profissão, podendo ser considerado um profissional de boa qualidade, ou seja, bem qualificado.
Sendo assim, Mattos diz que:
... Dentro deste atendimento o objetivo é claro e definido, manter e potencializar os hábitos próprios de educação intelectual e da aprendizagem que necessitam os enfermos em idade escolar mediante as atividades desenvolvidas por professores pedagogos em função docente.
(MATTOS, 1998)
Segundo as idéias de Mattos, 1998, dentro do processo educativo hospitalar, o processo de avaliação ocorre de acordo com prontuários, no qual, constam as atividades que o aluno concretiza até seu desempenho na realização das atividades propostas. O vínculo com a escola de origem é fundamental para que a aprendizagem decorra de forma contínua, pois, esse prontuário é enviado para a escola de origem, e serão anexadas todas as atividades e avaliações realizadas pelos alunos no período de sua internação, contendo um parecer do educador frente às observações feitas no decorrer das atividades, colaborando para que o aluno possa dar continuidade nos conteúdos escolares, possibilitando seu regresso na sala de aula, sem nenhum tipo de turbulência e nem conflito.
No Brasil, existem muitas cidades que não oferece esse tipo de apoio pedagógico a classe hospitalar, assim dificulta ainda mais o tratamento da criança, principalmente quando a criança/enferma lida com a realidade da morte, doenças crônico-degenerativas (câncer).
O câncer infantil quando detectado, pode ser curado mais rapidamente do que um adulto, porém é muito importante que os pais fiquem atentos nas mudanças de atitudes, hábitos ou disposição nos filhos. É então que o pedagogo hospitalar contribui para o desenvolvimento amenizando a dor e o sofrimento da criança.
De acordo com Fonseca, 2003, a rotina da vida também é alterada, as refeições são denominadas dietas, e pode não ser servida nos horários que estava habituado fora do hospital, a cama são chamadas de leito e as roupas não são como as de casas, o cheiro do ambiente é outro, as pessoas são diferentes, etc. Para que o processo de internação seja bem organizado o pedagogo pode colocar presente objetos que fazem parte da antiga rotina da criança, como o travesseiro, bichinhos de pelúcias, cobertor,livros entre outros. Essa é a maneira de diminuir a ansiedade gerada na criança diante de procedimentos tão agressivos na vida do paciente.
É importante o diálogo correto entre o paciente e a equipe hospitalar, no momento em que a criança será submetida ao centro cirúrgico, transmitir segurança e uma comunicação clara, não falsear dados, pois poderá aumentar o sentimento de angústia e desconfiança.
Todos os integrantes da equipe hospitalar podem contribuir para amenizar o sofrimento e os receios da criança, transmitindo segurança e confiança, estimulando e incentivando a criança a lutar pela vida, pois, quanto maior for o isolamento hospitalar, maiores serão os riscos de surgirem prejuízos ao livre desenvolvimento normal da criança.
Em muitos casos quando a doença é diagnosticada tardiamente, aumenta a intensidade do tratamento, podendo causar maiores seqüelas, como amputações e diminuição na qualidade de vida, além do óbito. Diante dessa realidade é necessário que a classe hospitalar esteja apta para fornecer apóio emocional tanto para os familiares quanto para o educando.
ORTIZ E FREITAS, 2002, diz que:
Ao ser prescrito a alta, aciona-se a confirmação do acerto do sonho da cura. Porém em meio a esta euforia do término de um desafio, surge a necessidade de enfrentamento da vida extra hospitalar. Uma das implicações do gerenciamento de dimensão social da cura está justamente neste cuidado de promover a inclusão do paciente no ambiente hospitalar. A criança passa a ser, neste instante concebida não mais como um ser doente, más alguém com aptidão para o desenvolvimento, sujeitam a programas que maximizam suas potencialidades num ato intencional de dirimir os danos causados pela hospitalização.
(ORTIZ E FREITAS, 2002).
A citação acima de Ortiz e Freitas, diz respeito a pós hospitalização. Durante as aulas o educador luta e tenta auxiliar na melhora integral do educando/paciente, porém os laços afetivos são inevitáveis entre os educadores, a classe hospitalar, o interno e os familiares. À volta para casa, o convívio dos amigos e a rotina diária tão esperada alta e a confirmação da cura, e para os educadores da classe hospitalar é um momento de vitória e a confirmação da liberdade, onde a criança deixa de ser um paciente e volta a ser criança, apto a enfrentar a realidade e adaptar-se novamente a rotina. Nos casos onde o tratamento ocorre efeitos colaterais, devido às fortes medicações, a auto-estima é afetada, os movimentos motores limitados fazem com que a criança/enferma não se sinta preparada a enfrentar a sociedade, esse momento é fundamental que a família não a pressione, deve respeitar seu momento e deixá-la livre para que esse momento chegue de forma tranqüila.
O aluno com atendimento domiciliar compõe-se por aqueles alunos matriculados nos sistemas de ensino, cuja condição clínica ou exigência de atenção integral a saúde, considerando os aspectos psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento, impedindo temporariamente a freqüência escolar. (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, 2002).
A educação domiciliar também é fundamental no aprendizado da criança que encontra impossibilitado de freqüentar a escola, más, porém, é necessário que exista um local apropriado e adaptado para o aluno, facilitando no desenvolvimento das atividades curriculares, onde o educando apóia-se em recurso didático pedagógico. A internação domiciliar, quando realizada com equipe multidisciplinar, resulta bons benefícios aos usuários e á sua família, onde a recuperação e a reabilitação são realizadas de forma segura e eficaz, proporcionado ao paciente uma relação próxima da realidade em que vive, adaptando o aluno a não se sentir desmotivado ou excluído da sociedade.
Por tanto é fundamental que o educador cresça no desenvolvimento de seu trabalho visando à diversidade que existe em um espaço educacional, como as formas de pensar, de agir, de limitações tanto motora como psíquica, cor, raça, etnia, classe social entre outras, e cabe ao educando proporcionar formas de alcançar o sentimento de cada um, valorizando a aprendizagem côo um direito a todos.
1.2 AS LEIS EDUCACIONAIS NO BRASIL
A legislação busca-se atender as maneiras adotadas na política educacional da S.E.E.D. defesa da educacional direito do cidadão o reconhecimento dos profissionais da educação; garantia da escola pública, gratuita e de qualidade o atendimento a diferença cultural e as gestões escolares democrática, participativas e colegiadas para garantir a sua efetivação categorizando a política em quatro eixos de ação que objetivam apoiar a prática pedagógica, a informação continuada permanente, as inovações tecnológicas, a reformulação curricular e a organização coletiva do trabalho.
As legislações vigentes que legitimam e amparam o direito à educação aos educando hospitalizados e impossibilitados de freqüentar a escola, como se que:
Constituição Federal de 1988, artigo 205;
Lei nº 6206 de 17 de abril de 1975, que atribui ao estudante em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares;
Lei nº 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
Lei nº 9.394/86 (Diretrizes e Base da Educação);
Decreto lei nº 1044/69, artigo 1º, que dispõe sobre tratamento excepcional para alunos portadores de afecção;
Resolução nº 41/95 (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente);
Resolução nº 02/01 – CNE/CEB (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica);
Deliberação nº 02/03 CEEC (Normas para Educação Especial);
Documento intitulado classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações, editada pelo MEC, em 2002.
1.3 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL
A legislação no Brasil reconheceu através do estatuto da criança e adolescentes hospitalizado, através da resolução nº 41 de outubro em 1995, no item nove, o “direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação a para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretária de Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações para o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação básica.
Por tanto o aluno que freqüenta a classe possui um cadastro com os dados pessoais da hospitalização e da escola de origem. No final de cada aula o professor faz registro, nesta ficha, apresentando os conteúdos que foram trabalhados e outras informações que se fazem necessárias.
Em santa Catarina, a SED (secretária do Estado de Educação do Paraná) baixou portaria que “dispõe sobre a implantação de atendimento educacional na classe hospitalar para crianças e adolescentes matriculados na pré-escola e no ensino fundamental, internados em hospitais”
(Portaria nº 30, ser, de 05/03/2001)
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A defesa da educação básica e da escola pública, gratuita e de qualidade, como direito fundamental do cidadão se consolida em mais uma ação da secretária de Estado da Educação do Paraná (SED), quando esta reconhece oficialmente a intervenção hospitalar aos educando, os impossibilitado de freqüentar a escola em situação de internamento hospitalar ou sob outras formas de tratamento de saúde, garantindo a continuidade de ensino no processo de escolarização, bem como sua inserção ou a recensão em seu ambiente escolar de origem.
Então a proposta da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) é a de que toda criança disponha das oportunidades possíveis para que o crescimento do desenvolvimento de aprendizagem não seja suspenso.
A saúde é um estado de equilíbrio decorrente da qualidade de vida e por isso estar relacionada como alimentação, trabalho, moradia, educação, transporte e lazer.
Destaca-se abaixo uma constatação pertinente de Bennet, 1999:
A primeira infância deve ser concebida não apenas como um período em que acriança necessita individualmente de certas condições no âmbito da saúde, da educação e do bem-estar, mas como um período protegido que deve receber o melhor que a sociedade é capaz de oferecer. Este é um período em que as crianças devem experimentar felicidades e bem-estar; em que elas podem desenvolver-se autonomamente, mas em relação às necessidades e aos direitos das outras crianças e dos adultos; em que lhe é permitido ter suas experiências educacionais, culturais e sociais no seu próprio passo na sociedade em que vivem.
(BENNET, 1999).
O Ministério da Saúde e da Educação proporciona muitos benefícios, principalmente na humanização da assistência hospitalar.
Segundo dados coletados no II Encontro Nacional sobre Atendimento escolar Hospitalizado 2003, existem hoje no Brasil mais de 70 hospitais oferecendo o atendimento escolar para crianças e adolescentes em tratamento de saúde.
Apesar de que a legislação oferece um modelo de atenção integral à saúde que inclui a prática de ações de promoção, proteção e reconquistas as políticas públicas e privadas para o setor ajudam, em muitos casos, a divulgação da idéia que a saúde se efetiva ou prioritariamente por intermédio o acesso ao serviço, em especial ao tratamento médico. Por isso a constituição afirma que a saúde junto com a previdência e a assistência social, um sistema de proteção ao cidadão, conhecido como Seguridade Social. Para garantir o financiamento para a SUS seria da Seguridade Social.
A saúde pública pode dar muitas discussões quanto a sua definição e como método eventual correspondências veiculadas de modo equivalente, a saúde coletiva, a saúde física e mental mediante os esforços organizados da com unidade, por isso a capacidade dos serviços de oferecer a uma determinada população todas as assistências e assim como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, e facilitando resolubilidade de seus problemas. O acesso da população à rede deve ser através dos serviços de nível primário de atenção, que devem ser qualificados para atender os principais problemas do serviço de saúde. O atendimento deve ser descentralizado, com direção única em cada esfera do poder. Isso é para toda e qualquer ação ou serviço de saúde realizado a qualquer pessoa deverá seguir rigorosamente as regras definidas na lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, tanto faz se essas ações forem prestadas por unidades púbicas de saúde ou particular (hospitais, clinicas, ambulatórias, laboratórios, escola creche etc.) ou por profissional liberal médicos, enfermeiras, psicólogos, entre outros.
Para os cuidados da saúde pública, entediar a idéia da arte de cuidar, com a finalidade se sensibilizar o profissional de saúde, para que ele possa:
Ser flexível e versátil;
Ter bom senso;
Ser capaz de trabalhar em grupo;
Ser capaz de comunicar;
Ser capaz de administrar seu crescimento intelectual;
Ser solidário e tolerante;
Ser um cidadão crítico, criativo que saiba fazer.
Devemos destacar que o respeito à cidadania, são de uma visão prospectiva de intento social, cada vez mais voltada para as necessidades de uma sociedade mais justa, mais humana e plural. Portanto cabe aos cidadãos repensar sobre esses novos incentivos ao bem-estar e à vida social dos seres humanos, surgindo sempre novas oportunidades subsidiárias de favorecimento e viabilização de novos cenários para o desenvolvimento educacional.
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CAPÍTULO II
FORMAÇÃO DO PEDAGOGO HOSPITALAR
O pedagogo exerce um excelente papel na área hospitalar. Observa-se que o trabalho pedagógico hospitalar exige formas criativas de realizar as atividades, no qual o educando consegue interagir de forma participativa ampliando assim seus conhecimentos.
Este será um novo desafio que levará a nossas práticas as quais, prometo,estaremos desenvolvendo em certo espaço de tempo. Para isso e conter com o trabalho de educadores especializados e competentes no plano psico-sócio-pedagógico.
(MATOS E MUGIATE, 2008, p.- 41).
O desafio que o pedagogo hospitalar encontrará no decorrer do seu trabalho levá-lo-á a novas práticas, novos conhecimentos novas atitudes, possibilitando mais competência nesta nova profissão e campo pedagógico, com isso ampliarão o desenvolvimento e o conhecimento tanto do educador como do educando.
As práticas pedagógicas são essenciais no desenvolvimento educacional da criança, é importante que o profissional educativo hospitalar contribua em suas práticas grandes desempenho para que a criança/enferma procure superar suas limitações orgânicas através das atividades pedagógicas sugeridas, com isso o aluno enfermo acredita que é capaz de melhorar a cada dia. As práticas pedagógicas facilitam na construção de uma nova pedagogia para as crianças para as crianças hospitalizadas, no qual enfatiza o direito de ser criança, poder brincar e viverem novas experiências com grandes significados de forma lúdica, informal, oferecendo a criança o direito de estudar e aprender de forma sistematizada.
... O profissional que atua na pedagogia hospitalar tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervêm no processo de elaboração da doença e da morte, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos.
(CECCIM, 1990, p. – 42).
Observa-se que de acordo com a citação de Ceccim, 1990, existe uma “estreita relação” entre saúde e educação ao se tratar da educação hospitalar. A criança interna em acompanhamento pedagógico melhora seu estado clínico e reduz o tempo de internação. Neste espaço hospitalar a atividade lúdica ganha um grande valor pedagógico, pois, o ambiente se torna mais acolhedor e menos frio para as crianças enfermas. As atividades propostas devem ser diversificadas, onde além de diversificar as atividades o pedagogo também deve diversificar o lugar, pois, o brincar deve aparecer em todos os momentos: no leito, na pracinha, no corredor, na hora da injeção, nos tratamentos médicos e antes de ir ao centro cirúrgico. O brincar é muito importante, pois transmite a criança enferma segurança, vontade de viver e oportunidades para conhecer e exercer seus direitos de cidadãos.
A educação em sua abrangência é uma operação, uma ação, não é algo que se impõe de fora, mas sim, inerente a todo ser humano e, como tal é um processo que termina quando cessa a existência. Este permanente auto-desenvolvimento pessoal tem como finalidade, a plena realização da pessoa considerada como um todo – em sua integridade – em todas e em cada uma de suas partes: singularidade, abertura e autonomia.
(GONSZÁLES – SIMANCAS & POLAINO – LORENTE, 1990, p.23)
A educação está sempre em auto-desenvolvimento pessoal, e para alcançar a plenitude da realização humana que é a finalidade da educação é muito importante e necessário a colaboração dos profissionais da educação, fazendo com que se torne cada vez mais prazerosa.
A ação pedagógica é importante para qualquer pessoa, também para crianças e adolescentes enfermos, pois, no momento em que sua vida é interrompida e voltada para outros procedimentos e realidades, e então que o pedagogo hospitalar realiza seu trabalho transmitindo energia positiva de maneira competente e habilidosa. O pedagogo deve desenvolver um trabalho multi/inter/trasndisciplinar, pois além de transmitir e construir conhecimento, assumindo um sentido terapêutico ao despertar no educando uma nova consciência que o leva além do seu próprio eu.
Cardoso, 1995,P.48 diz que: Educar significa utilizar práticas pedagógicas que permite ao homem transformar a realidade, se faz cada vez mais urgente. Na medida em que os homens, dentro de sua sociedade, vão respondendo aos desafios do mundo.
Educar é transformar a realidade de acordo com as necessidades do homem. O pedagogo hospitalar deve ter olhos voltados para todos, assegurando o aperfeiçoamento humano, construindo uma nova consciência onde a sensação, o sentimento, a integração e as razões culturais valorizem o indivíduo, envolvendo a compreensão de suas relações como contexto social no qual se realiza e dos propósitos transformados, de que deve se reverter em relações aos sujeitos do processo educativo e à realidade social no qual estão inseridos. As atividades realizadas envolvem uma dimensão de ética, na medida em que lida com valores, interesses e concepções do homem e do mundo que estão na base dos processos de formação realizados com crianças, jovens e adultos, tendo em vista a sua preparação para a vida social e a inserção no mundo do trabalho.
De acordo com Morin, 2003, a missão da educação para a era planetária é:
... Fortalecer as condições de possibilidades da emergência de uma sociedade – mundo, composto por Cidadãos protagonistas, conscientes e criticamente comprometidos com a construção de uma civilização planetária. A resposta à pergunta circular de Karl Marx, em suas teses sobre “Feuerbach: Quem educará os educadores?”, consiste em pensar que, em diferentes lugares do planeta, sempre existirá uma minoria de educadores, animados pela fé na necessidade de reformar o pensamento e em regenerar o ensino. São educadores que possuem um forte senso de sua missão.
(MORIN 2003, p. 98)
Podemos observar e refletir sobre a citação acima, que o profissional da educação está sempre em formação continuada, aprofundando ainda mais o ato de medir a proposta pedagogia ao trabalhar com crianças e adolescentes hospitalizados de forma lúdica, dinâmica, criativa e flexível, é importante que o educador não se esqueça das bases teóricas que sustentam esta construção e troca de conhecimentos. Portanto o profissional educativo deve estar sempre se reeducando e regenerando o ensino, pois o campo pedagógico vem se expandindo cada vez mais e apresentando novas descobertas, como por exemplo, suprir as necessidades educacionais pedagógicas de crianças hospitalizadas lhe assegurando um melhor desenvolvimento neuro-psicomotor e também no desenvolvimento da linguagem escrita e falada, nas aquisições cognitivas e o crescimento físico-corporal e na promoção das forças virtuais para a construção de suas relações como mundo.
A pedagogia hospitalar busca modificar situações e atitudes junto aos enfermos, as quais, não podem ser confundidas com o atendimento a sua enfermidade, portanto, exige cuidado especial na elaboração e no desenvolvimento das atividades.
2.1 A INCLUSÃO DO PEDAGOGO NA ÁREA HOSPITALAR
A pedagogia hospitalar vem cada vez mais se expandindo no atendimento a crianças/adolescentes hospitalizados. Em muitos lugares (cidades e hospitais) não oferecem esses cuidados as crianças e adolescentes, dificultando a aprendizagem e o desenvolvimento educacional dos mesmos.
Uma das principais funções do pedagogo hospitalar é estimular o crescimento intelectivo e sócio-iterativo da criança/adolescente enfermo favorecendo a continuidade da aprendizagem escolar e a volta à escola de origem, pois, mesmo doentes elas continuam se desenvolvendo e adquirindo novos conhecimentos e não fica impossibilitada de aprender e continuar participando do contexto escolar.
A inclusão do pedagogo na área hospitalar é fundamental e muito importante na vida da criança. Os PCN’s 1997, P. 46 asseguram que, a escola na perspectiva de construção da cidadania precisa assumir a valorização da cultura de sua própria comunidade e, ao mesmo tempo, busca ultrapassar os seus limites propiciando às crianças pertencentes acesso ao saber.
De acordo com a citação acima, o pedagogo hospitalar deve estar preparado para trabalhar a diversidade humana e diferentes tipos de culturas vivenciadas pelas crianças/adolescentes enfermos, identificando as necessidades educacionais do aluno que encontra impossibilitado de freqüentar a escola por um longo ou curto tempo, e também deve definir e programar estratégias de ensino diversificados e flexíveis que atendem as exigências curriculares.
Podemos observar que aprender implica investir na vida, uma maneira que usamos para encarar o mundo, a realidade, as diferenças e o trabalho, e o professor representa para a criança e seus familiares o lado saudável da vida. Ortiz e Freitas, 2005, alerta que:
As crianças e adolescentes hospitalizados, independentemente de suas patologias, são considerados alunos temporários de educação especial por acharem afastados da escola regular, privado da interação social propiciada na vida cotidiana e terem pouco acesso aos bens culturais como revistas, livros, atividades – artístico – culturais. Portanto, elas correm um risco maior de reprovação e evasão, podendo configurar um quadro de fracasso escolar.
(ORTIZ E FREITAS, 2005, p. 54)
É importante que o pedagogo hospitalar desenvolva seu trabalho mantendo vínculo com as escolas de origem e se integra ao grupo escolar correspondente, também é necessário se adequar o ambiente e os materiais que irá trabalhar ter um bom planejamento, registrar e avaliar cada passo que a criança dê e seu trabalho pedagógico desenvolvido, porém, devem estar aliados, mostrar muita dedicação, compromisso e afeto aos alunos/enfermos.
O pedagogo deve se incluir em seu trabalho e se adaptar cada vez mais procurando freqüentar a escola atual do aluno/enfermo, interagir com seus colegas que também trabalham no hospital, aprender e conhecer sentidos, denotar prazer advindo do espaço escolar, enquanto isso a criança anseia por esta normalidade, sente prazer ao realizar as atividades sugeridas, muitas delas levam para o leito seu trabalho, lápis e papel para desenhar o que passa em sua imaginação, muitas crianças reclamam quando chega o final de semana que não tem aula e quando recebe alta e volta para as consultas vão correndo para o ambiente escolar e se inserem espontaneamente, pois, se sentem parte desse lugar.
O bom profissional deve estar preparado para se incluir na realidade hospitalar, tendo base de suas rotinas, dinâmicas de funcionamento e especificidade dos quadros de adoecimento da criança, ou seja, o estado clínico da criança. Os professores são os responsáveis de suas próprias ações e mediadores de suas próprias propostas, devem estar em busca constante de atualizações e aperfeiçoamento teóricos e práticos, cursos de especialização e capacitação e m serviços, produções científicas trocam de conhecimento e experiências com outros profissionais da educação e da saúde, leituras da área de Educação Inclusiva quanto especial, e todo esse desempenho contribuirá para a realização do atendimento educacional pedagógico na área hospitalar.
Arroyo, 2000 p.44 diz que “O dever – ser que acompanha todo o ato educativo e todo educador exige reflexão, leitura, domínio de teoria e métodos”.
Observa-se que de acordo com a citação de Arroyo 2000 o atendimento pedagógico hospitalar exige do profissional teoria e diferentes métodos para exercer a sua prática.
É importante ressaltar que, o professor deve:
Traçar metas ambiciosas com os alunos;
Envolver alunos e famílias, a ponto de traçar com os pais planos de incentivo individualizado para as crianças/adolescentes enfermos.
Planejar com cuidado as aulas;
Dar as aulas com eficiência sempre;
Ampliar os conhecimentos em busca de facilitar o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, emocional e intelectual da criança/adolescente enfermo;
Procurar métodos diferenciados para prender a atenção da crianças/adolescente enfermo;
Trabalhar o lúdico com os alunos, como por exemplo, teatro, fantoches, entre outros.
Cabe ressaltar as idéias fundamentais de Lévy, 1993:
Novas maneiras de pensar e conviver estão sendo elaboradas no mundo. As relações entre os homens, o trabalho e a própria inteligência dependem na verdade da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, audição, criação, aprendizagem são capturados por uma informática cada vez mais avançada.
(LÉVY, 1993, p. 7)
A inclusão do pedagogo na área hospitalar exerce grandes benefícios na qualidade do ensino e na aprendizagem, contribuindo para o crescimento do aluno. Sabemos que a área da saúde é uma das que muito se beneficia com as tecnologias nos seus aparatos tecnológicos para salvar vidas e cabe também ao pedagogo hospitalar se integrar com esses recursos, andar junto com a realidade da Instituição do trabalho e do aluno, deve saber se incorporar ao uso das tecnologias de informações e comunicações. Os profissionais da educação devem ter grandes forças de ir a buscar de alguma coisa para alcançar seus objetivos, pois só se vai bem neste mundo as pessoas que saem à procura das circunstâncias que realmente desejam, e se não as encontram, criam-nas.
Fontes, 2003 considera que, “O ofício do professor no hospital apresenta diversas interfases (políticas, pedagógicas, psicológicas, sociais, ideológicas), mas nenhuma delas é constante quanto o da disponibilidade de se estar com o outro e para o outro”.
Para o aluno enfermo, é menos sofrido enfrentar a hospitalização quando tem alguém para compartilhar seus sentimentos, fragilidades, insegurança e dor, pois através da fala, do olhar, da sensibilidade, da solidariedade, da compreensão, do afeto e do carinho é que ambos conseguem enfrentar a enfermidade em busca de cura e renovação.
Entretanto, sabemos que hoje o curso de pedagogia, oferece grandes possibilidades de atuação para o pedagogo, porém, há um grande caminho a percorrer, e um desses caminhos é o espaço do pedagogo dentro dos hospitais, que vem abrangendo cada vez mais.
2.2 METODOLOGIAS UTILIZADAS PELO PEDAGOGO HOSPITALAR
O trabalho pedagógico deve exercer diferentes funções, estratégias e metodologias tanto nas escolas como em contextos não escolares.
Observamos democraticamente que a escola “não é capaz de assumir todos os seus mandatos”, é então que situa e amplia o trabalho do pedagogo.
O pedagogo hospitalar é o responsável pelo desenvolvimento das ações educativas no contexto hospitalar, para crianças/adolescentes que por determinadas circunstâncias encontram-se excluídos do contexto escolar. De acordo com Cunha, 2007, “Crianças que brincavam no hospital se recuperavam mais depressa”.
De acordo com a citação de Cunha podemos constatar e refletir que não é porque uma criança se encontra doente que ela tenha perdido a capacidade de aprender. O pedagogo hospitalar deve usar suas metodologias com objetivos de evitar que a criança sofra duplamente pelo seu estado de saúde e pelo seu distanciamento do seu mundo, sua rotina, suas atividades e seus amigos.
Esse novo trabalho pedagógico refere-se ao atendimento pedagógico–educacional, porém o profissional deve procurar aplicar atividades lúdicas no processo de recuperação da criança/adolescente enfermo.
O lúdico nas instituições hospitalares ajuda no desenvolvimento mental, social e emocional das crianças, no qual facilita o desenvolvimento e a recuperação desses alunos enfermos. É importante que dentro das instituições hospitalares haja um espaço para a realização das atividades lúdicas, como por exemplo, “a criação da brinquedoteca”.
A brinquedoteca é considerada o aconchego das crianças. Na realização das atividades é importante a presença de um pedagogo e um brinquedista para fortalecer a compreensão de que a prática educativa vai além dos muros da escola. O pedagogo pode trabalhar com fantoches, teatros, músicas entre outros, com objetivo de incentivar e levantar a auto-estima da criança.
De acordo com Fonseca, 2003, p. 22, diz que:
“A pedagogia hospitalar em sua prática pedagógico-educacional diária visa dar continuidade aos estudos das crianças em convalescença, com o objetivo de sanar dificuldades de aprendizagens e/ou oportunizar a aquisição de novos conteúdos. Atuando também como um acompanhamento do aluno fora do ambiente escolar, esta se propõe a desenvolver suas necessidades psíquicas e cognitivas utilizando programas lúdicos voltados à infância, entretanto sua ênfase recai em programas sócio-interativos, vinculando-se os sistemas educacionais como modalidade de ensino – Educação Especial – ou de sistema de saúde como modalidade de atenção integral – atendimento pedagógico educacional hospitalar.
(FONSECA, 2003)
Observa-se que a instituição hospitalar tem a responsabilidade de garantir a criança/adolescente o acesso ao conhecimento e ao bem estar, oferecendo um amplo e agradável espaço objetivando o desenvolvimento a favor da cura da enfermidade para esses alunos enfermos, diminuindo o tempo de hospitalização. Os profissionais devem também procurar desenvolver projetos para se obter mais informações desta área, se evoluir cada vez mais, diversificando suas metodologias visando dar continuidade aos estudos das crianças em convalescença, com objetivo de oportunizar a continuidade escolar e seu regresso a sociedade e a vida normal. Segundo Fachin, 2001, p.10, “No processo do conhecimento quem conhece, de certo modo apropria-se do objeto que conheceu”.
De acordo com a citação acima, observa-se que os profissionais educativos busca conhecer cada vez mais a si próprio e o mundo que os profissionais educativos busca conhecer cada vez mais o mundo que o cerca, pois, hoje já é uma necessidade humana, onde devem procurar transformar seu conhecimento de acordo com a realidade do mundo e da vida, principalmente na área da educação.
Portanto a pedagogia hospitalar é vista como um novo caminho no processo educativo, que vem se expandindo pelo Brasil e conquistando seus ideais propondo novos desafios aos educadores e colaborando na construção de novos conhecimentos e novas atitudes, no qual busca oferecer assessoria e atendimento emocional tanto para o aluno/adolescente enfermo quanto para os pais.
Pimenta, 2001, ressalta que:
O pedagogo atue como gestor / pesquisador / coordenador de diversos projetos educativos, dentro e fora da escola: pressupondo sua atuação em atividades de lazer comunitária; em espaço pedagógico nos hospitais e presídios na formação de pessoas dentro das empresas; que saiba organizar atividades pedagógicas nos diversos meios de comunicação como TV, rádio, internet, quadrinhos, revistas editoriais, tornando mais pedagógico as campanhas sociais educativas sobre violência, drogas, AIDS, dengue; que esteja habilitados à criação e elaboração de brinquedos, materiais de auto-estudo, programas de educação a distância; que organiza, avalie e desenvolva pesquisas educacionais em diversos contextos sociais; que planeje projetos culturais e afins.
(PIMENTA, 2001).
Podemos constatar que, de acordo com a citação de Pimenta 2001, o pedagogo deve estar apto para desenvolver seu trabalho, a realização de projetos e pesquisas que possa favorecer desenvolvimento em seu conhecimento e na complementação pedagógica qualificando seu trabalho, pois o professor deve ser mais que um professor. Deve ser um cientista, psicólogo e médico. Portanto o pedagogo hospitalar tende a oferecer a criança hospitalizada a valorização de seus direitos à educação e à saúde, possibilitando um espaço na sociedade e na formação de um futuro cidadão. O pedagogo hospitalar dever ser um profissional bem criativo deve sair do mundo rotineiro por meio de brincadeiras que apreenda a atenção da criança/adolescente enfermo, no qual estimula a imaginação com o uso de imagens que reforça que reforça o poder de associação.
É importante usar metodologias que permite a criança imaginar e fantasiar, como ler e transformar a realidade em mundo encantado, se sentir parte da história, poder aguçar o sabor da leitura observando o poder que ela exerce em nossas mentes e em nossa formação, pois através da fantasia a criança constrói uma “ponte” no tempo voltando ao passado, experimenta o presente e projeta seu futuro.
O pedagogo hospitalar pode usar várias metodologias e brincadeiras ao trabalhar com os alunos como:
Brincar com fantasias, com baú de roupas velhas, com sapatos, colares etc.;
Confeccionar brinquedos com diversos materiais, sucatas, retalhos, madeiras, entre outros;
Criar ou inverter papel: se aluno fosse professor e o professor o aluno, o papai, um super-herói, entre outros;
Representar atrás de uma caixa perfurada de papelão, como se estivesse dentro da tv;
Imaginar o cenário: bruxas e lobos bons, principais e porquinhos maus, etc..
O pedagogo deve ir além da imaginação das crianças, pois, deve ser amigo, companheiro, atencioso e bem preparado para lidar com várias situações e saber improvisar alternativas para a realização de seu trabalho, alcançando os objetivos esperados.
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CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NA ÁREA DA SAÚDE
EM BARRA DO GARÇAS- MT
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações para o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação básica, no qual a presença do pedagogo nesse contexto é vista como um coparticipante do processo ensino/aprendizado.
A pedagogia hospitalar em Barra do Garças, deu inicio no ano de 2008, através do projeto “Educação”, de Lei de n° 005/2009, o qual foi elaborado pela Profª Cláudia Lacerda, onde no ano de 2009 a vereadora: Mírian Lacerda (Dentista), apresenta a Câmara Municipal o Projeto que foi aprovado com votação unânime e sancionado pelo Prefeito Municipal, Dr. Wanderlei Farias Santos.
O projeto “Educação”, dispõe sobre a assistência as crianças da rede municipal matriculados na pré escola e no ensino fundamental, internados no Pronto Socorro Municipal de Barra do Garças.
Vale ressaltar que o profissional educativo hospitalar deve freqüentar a escola de origem do aluno, interagir com seus colegas do hospital, aprender e conhecer sentidos e demonstrar prazer em realizar seus trabalhos e projetos, enquanto o aluno internado anseia por esta normalidade, vão a sala de aula prazerosamente, realizam as atividades sugeridas com interesse, muitos levam para os leitos suas obras, lápis e papel para desenhar o quem vem em sua imaginação.
Podemos observar que é raro os pedagogos que fazem parte da equipe multidisciplinar dos hospitais, por isso esses profissionais atuantes vem cada vez mais buscar o reconhecimento do seu papel e de sua atuação específica nesse espaço.
Segunda a autora Mary Warnock, no livro Meeting Special Educacional Needs, Londres, 1978:
(...) Sejam oferecidas atividades educacionais para criança hospitalizada, por mais grave que seja sua deficiência estas atividades tenham um espaço adequado dentro do hospital e seja considerado uma parte integrante do sistema educacional e que os professores de classe hospitalar tenham acesso aos treinamentos em serviços e outros cursos de capacitação.
(MARY WARNOCK, 1978)
De acordo com a citação acima, podemos ressaltar que o pedagogo hospitalar deve adquirir um amplo conhecimento específico alcançados pela busca constante de atualizações e aperfeiçoamento teórico e prático inerentes a práticas pedagógicas para este contexto, cursos de especialização e capacitação, produção científica troca de conhecimentos com outros profissionais da educação e da saúde e também é muito importante que apurem leituras e idéias de vários autores da sua área de atuação que é a Educação Hospitalar, Educação Inclusiva e Educação Especial, pois todo esse desempenho, dedicação e conhecimento contribuem para a realização do atendimento educacional pedagógico hospitalar.
Arroyo, 2000, p.44 diz que “O dever-se que acompanha todo o ato educativo e todo educador, exige reflexão, leitura, domínio de teoria e métodos”, todo educador deve construir todos esses itens no processo ensino/aprendizado, pois, dá o poder de transmitir segurança, tranqüilidade, incentivo e confiança do aluno enfermo para o docente.
O pedagogo hospitalar deve ter a obrigação e o interesse de preparar os alunos enfermos para a vida na comunidade, devem melhorar cada vez mais suas potencialidades, competências e habilidades tanto social como profissional, ajudando-os a ter um bom convívio na sociedade capazes de tomar decisões consciente, valorizando o ser humano e a igualdade para todos.
Podemos enfatizar que o ensino/aprendizagem está em constantes transformações e o profissional da educação hospitalar deve caminhar lado a lado com elas para suprir as necessidades dos alunos em pró de seu crescimento educacional. O educador de todos os níveis de ensino não pode mais se postar diante do conhecimento como “aquele que sabe de tudo”, mas sim “aqueles que pesquisa e que considera sempre ser um eterno aprendiz”. O professor deve trabalhar em equipe para as trocas de conhecimento, pois, mostra a ação de um professor bem-sucedido, bem informado e um excelente profissional. O educador hospitalar tem o papel fundamental permanente das inovações existentes, pois, para ser um bom profissional deve exercer várias competências como:
Teóricos: O profissional deve ter conhecimento científico, deve ser um pesquisador e investigador;
Pedagógico: O profissional várias transformações didáticas;
Prático: O profissional que utiliza diversas metodologias e recursos para realizar suas atividades;
Político: O profissional não é aquele que educa para que o conhecimento fique preso entre quatro paredes e sim aquele que educa e prepara o discente/enfermo para o mundo lá fora e expande seu trabalho com sucesso.
O pedagogo hospitalar também deve ser considerado como facilitador do ensino/aprendizado, sendo um mediador do aluno deixando que o aluno construa seu próprio conhecimento, fazendo com que as aulas e o ambiente fiquem prazerosos, proporcionando aos pequeninos a soltar a imaginação, esquecendo dos problemas e dificuldades que terão que enfrentar, seja ela qual for.
A construção do conhecimento é um processo interpessoal, no qual o ponto principal desse processo interativo é a relação entre educando e educador. Esta relação não é unilateral, pois não é só o aluno que constrói seu conhecimento, de certa forma o professor o professor também aprende com o aluno.
Através do processo interativo o aluno assimila e constrói conhecimentos, valores, crenças, adquire hábitos, formas de expressar, sentir e ver o mundo, formar idéias, conceitos, desenvolver e assumir suas próprias atitudes, modificando e ampliando estruturas mentais.
Em se tratando do ato educativo psicológico hospitalar, Simancas e Lorente, 1990, p.47, aludem que:
... a atenção pedagógica, por meio da comunicação e do diálogo, tão essenciais no ato educativo, se propõe a ajudar o enfermo - criança ou adulto – para que, imerso nessa situação negativa que atravessa, possa seguir desenvolvendo-se em todas as suas dimensões pessoais. Co a maior normalidade possível.
(SIMANCAS E LORENTE, 1990. P.47)
De acordo com a citação de Simancas e Lorente, 1990, a relação entre profissional educativo e o discentes enfermo, é muito importante e de grande valia no processo educacional de ensino, pois, o aluno/adolescentes enfermo se torna algo ativo capazes de desenvolver suas potencialidades e peculiaridades pessoais.
3.1 A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NA RELAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA HOSPITALAR
Para que o processo de intercâmbio propicie a construção coletiva do conhecimento, é essencial que a relação docente/discente tenha como base o diálogo, pois é por meio dele que juntos constroem o conhecimento.
A educação é um processo multidimensional, e o aluno deve progredir seus conhecimentos em qualquer lugar que ele for, e o educador deve estar preparado para manifestar atitudes positivas e confiança na recuperação da saúde ou na adaptação às limitações presentes, garantindo a qualidade de vida a esses alunos.
O docente deve também ter diálogo e parceria com os familiares, escola e professores de origem dos alunos enfermos, os quais desempenham relevante papel, como elemento de apoio e cooperação na preservação do equilíbrio possível entre os alunos.
São deveres importantes o vínculo e a ajuda obtidos junto aos familiares. Cumpre, portanto estimulá-los à valorização do tratamento e da escola com o fim de obter uma visão mais dinâmica do futuro da criança/adolescente. Cumpre, ainda, motivar esses familiares para o envolvimento crítico e consciente, na relação entre eles e a escola e entre esta e o hospital.
(MATOS, 2008)
É importante ressaltar que muitas vezes a relação e o diálogo dentro deste novo trabalho pedagógico, é um desafio a ser cumprido, com sentido desbloqueador e promotor do processo de todos que estão envolvidos neste processo ensino/aprendizado. O diálogo entre o psicopedagogo, a família, a professora de origem oferece incentivo, participação, dispêndio das melhores cuidados da criança e adolescente hospitalizado. São exatamente nas reuniões que podem melhores maneiras de lidar com a criança, pois, o profissional ganha possibilidades de aprofundar seus conhecimentos e conhecer melhor seus pacientes, procurando discernimento e estratégias para acompanhar a criança/adolescentes hospitalizada, lho transmitindo segurança no sentido que aceitem conscientemente a situação em que se depara, agindo de maneira positiva em busca do processo de cura em sua totalidade.
Na verdade queremos profissionais que buscam soluções que vão muito mais além, de uma simples necessidade de se ter um grau de estudo, que possa abrangir seu espaço profissional, que estão em busca de novas alternativas para exercer suas práticas, aquele que procura redefinir novas condições de vida, enfim, estamos em busca de profissionais que presa e ama seu trabalho e que tenha prazer de estar ali e em ajudar uma crianças/adolescente, aquele que saiba representar o verdadeiro elo para viver e reviver com dignidade que cada ser humano merece.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho refletiu-se sobre a Pedagogia Hospitalar no Brasil mostrando por meio de uma perspectiva histórica e globalizada, as mudanças nesta modalidade de ensino nos últimos anos no qual o processo de ensino-aprendizagem não exige um espaço/tempo definido, ele pode acontecer em qualquer ambiente em que haja vontade de aprender.
Ressalta-se que a Pedagogia Hospitalar vem abrindo um grande espaço nos hospitais de todo Brasil, já que o aluno enfermo tem, muitas vezes, dificuldade em retomar os estudos após o tratamento devido ao desânimo, à desmotivação no aprender, ao medo de não acompanhar a turma na volta à escola, pela fragilidade que se encontra sua auto-estima, decorrente das limitações que a doença ocasiona.
A inserção do ambiente escolar no período de internação é muito importante para a recuperação da criança, já que distrai, educa e reduz o medo de inferioridade em relação aos colegas. A pedagogia hospitalar é um tema de muita importância, pois percebo que há um déficit na questão da aprendizagem dentro do hospital. Crianças que necessitam de muitos períodos de internação acabam sofrendo uma carência em relação à aprendizagem, eu como futura profissional da educação vejo que há muito para fazer nesse "Novo Campo" da educação, pois por meio do acompanhamento educacional dentro do ambiente hospitalar iremos resgatar vários sentimentos nessas crianças como aceitação, auto estima, segurança, uma melhor qualidade de vida e a continuidade do desenvolvimento das potencialidades que elas apresentam.
O pedagogo será mediador para recuperar sentimentos de amor próprio entre outros e assegurando a valorização da vida do paciente.
A Pedagogia Hospitalar situa-se na modalidade da Educação Especial, definindo como suas principais ações as atividades de classes hospitalares e atendimento domiciliar para crianças e adolescentes em tratamento de saúde.
Os principais objetivos da Pedagogia Hospitalar podem ser apontados nos seguintes itens abaixo:
Promover a integração entre a criança, a família, a escola e o hospital, amenizando os traumas da internação e contribuindo para a interação social;
Dar oportunidade ao atendimento às crianças e adolescentes hospitalizados em busca da qualidade de vida intelectiva e sócio-interativa;
Aproximar a vivencia da criança no hospital à sua rotina diária anterior ao internamento, utilizando o conhecimento como forma de emancipação e formação humana;
Fortalecer o vinculo com a criança hospitalizada, possibilitando o fazer pedagógico na prática educacional dos ambientes hospitalares;
Proporcionar à criança hospitalizada a possibilidade de, mesmo estando em ambiente hospitalar, ter acesso à educação.
Nesse sentido o trabalho do pedagogo no hospital é propiciar uma prática educativa visando à formação integral do aluno enfermo numa proposta de amenizar a possível desmotivação e o estresse ocasionados pela internação. Portanto podemos refletir sobre esse Novo campo Pedagógico, como: quais os desafios encontrados? Se há um bom rendimento educacional? Se o profissional está realmente preparado para administrar esse novo conhecimento intelectual? Se o profissional é capaz de realizar trabalhos em grupos? Se há uma interação entre o docente e os discentes? Se o SUS presta atendimento na realização deste trabalho? Se há comunicação entre pais, alunos, professores e profissional hospitalar?. A educação deve contribuir para o enfrentamento do grande desafio histórico que dá condições individuo de se tornarem cidadãos conscientes, sujeitos de direitos, organizados e participativos do processo de construção política, social e cultural. Ele é um dos principais instrumentos de formação da cidadania e deve ser entendida como aquela que permite ao individuo, em especial aqueles excluídos sociais, na sua inserção na sociedade de modo que, possa projetar um futuro menos desigual, menos problemático e mais inclusivo. Porém reconhecemos que mesmo dentro de um ambiente hospitalar a criança precisa continuar a sua vida escolar, o seu desenvolvimento cognitivo não pode ficar estático ou simplesmente ou somente sobre os cuidados médicos, sem nenhuma expectativa no âmbito escolar. Nesse trabalho, pudermos verificar que o pedagogo no ambiente hospitalar contribuir no desenvolvimento, do potencial, fazendo as perceber que as diferenças existentes nas pessoas, não sejam para marcá-las, mas como uma possibilidade de troca de experiências, saberes, e conseqüentemente de promoção de vida
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SITES
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http://www.pedagobrasil.com.br/wforum/forum.asp?cod+58708&type=p
http://portales.educared.net/aulashospitalarias/por/sobreelproyecto_nuestrasaulas.jsp
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FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA.
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
UM NOVO CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO
SIMONE PEREIRA DOS SANTOS.
Barra do Garças - MT, dezembro de 2010.
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FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA.
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
UM NOVO CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO
SIMONE PEREIRA DOS SANTOS.
Trabalho apresentado pela acadêmica Simone Pereira dos Santos das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia - UNIVAR, como requisito de aprovação parcial na disciplina de Pesquisa em Educação – TCC e se graduar em Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação metodológica da Profª Mestranda Josiani Alves Moreira e orientação conteudística da Profª. Josiani Alves Moreira.
Barra do Garças - MT, novembro de 2010.
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FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA.
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
UM NOVO CAMINHO PARA A EDUCAÇÃO
SIMONE PEREIRA DOS SANTOS
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
Profª. Esp. Josiani Alves Moreira
Orientador
Prof. Ms. Tânia Mara
Prof. Esp.
Profº Josemar Antônio Limberger
Julgado em: ____/____/______.
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Dedico com muito amor e carinho, este trabalho a Deus primeiramente o qual me guiou e iluminou durante todo o meu caminho.
Simone
A minha família, especialmente minha mãe Sizaltina e meu pai Hélio Mário por ter ajudado e orientado na construção do alicerce da minha educação.
Simone
Ao meu esposo João Balbino ao qual muito me ajudou, dando-me o apoio devido e incentivo.
Simone
Aos meus filhos Roger e Guilherme pela paciência e saber entender o motivo da minha ausência.
Simone
A minha cunhada Mara Reis pelo carinho, paciência e dedicação que me ofereceu durante todos esses anos.
Simone
Minhas amigas de curso que esteve comigo durante toda aminha caminhada especialmente a Gislaine, Alexandra, Renata e Rosiley.
Simone
Não esquecendo ao meu pai biológico Zilto o qual não se faz mais presente em nosso meio mas está presente em meu coração.
Simone
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AGRADECIMENTOS
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Senhor, tu me sondas e me conheces,
Sabes quando me assento e quando me levanto,
De longe penetras os meus pensamentos.
Porém, agradeço somente a te Senhor,
Por estar presente em cada momento de minha vida,
Em cada passo que dou,
Fortalecendo-me e sempre me levando a diante,
Em busca e na realização de meus sonhos,
Essa é mais uma conquista em minha vida,
Pois, muitas ainda virão,
E a ti, Senhor agradeço e sei que estará presente em cada conquista que virá,
Me ajudando, me fortalecendo e me guiando,
Para que todos os obstáculos sejam quebrados.
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“Determinação coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”
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RESUMO
A Pedagogia é um campo de atuação da educação que lida com o processo de construção do conhecimento, e que o profissional dessa área é o mais apto a mediar e nortear a educação. Por outro lado sabemos que o ambiente hospitalar, é um centro de referência e tratamento de saúde, que acaba por gerar um ambiente muitas vezes de dor, sofrimento e morte, causando uma forma de ruptura dessas crianças e adolescentes com os laços que mantém com seu cotidiano e produção da existência da construção de sua própria aprendizagem. O atendimento pedagógico em ambiente hospitalar é reconhecido pela legislação brasileira como direito da continuidade de escolarização aquelas crianças e adolescentes que se encontrem hospitalizados (CNDCA 1995). O atendimento Pedagógico Hospitalar teve seu inicio na década de 50, na Cidade do Rio de Janeiro no Hospital Escola Menino Jesus, serviço esse que se mantêm até atualidade; servindo como um resgate da criança e ou adolescente, fazendo um elo entre sua realidade atual, como interno, e a vida cotidiana. O Profissional que atua na Pedagogia Hospitalar tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervêm no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença e da morte, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. A Pedagogia Hospitalar dividiu-se, basicamente em três modalidades: Classe Hospitalar; Brinquedoteca e Recreação Hospitalar.
PALAVRAS - CHAVES – Educação; conhecimento; profissional; saúde; recreação; oportunidade e classe hospitalar.
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ABSTRACT
That pedagogy is a level playing field of education that deals with the process of knowledge construction, and the these professionals is best suited to mediate and guide education. On the other hand we know that hospital is a referral center and health care, which ultimately generate an environment often in pain, suffering and death, causing a how to break these children and adolescents with ties it has with your daily life and production existence of building their own learning. The pedagogic approach is in hospital recognized by Brazilian law as law continuity of schooling and those children adolescents who are hospitalized (CNDCA 1995). The attendance Teaching Hospital had its beginning in 50s, the city ofRio de JaneiroHospital Infant Jesus School, the service that will persist until today, serving as a rescue of the child and / or teenager, making a link between your current reality, and domestic, and everyday life. The professionals in Pedagogy Hospital, trained as an educator and through various educational activities, monitors and involved in the learning process of the student, and provide tools for understanding the process of development of disease and death, to explain procedures doctors and help the child and adolescent adaptation hospital, giving opportunity for them to exercise their rights as citizens. Pedagogy Hospital, divided basically into three ways: Hospital Class; Toy and Recreation Hospital.
KEY - WORDS – Education; knowledge; professional health; recreation; opportunity and hospital class.
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SUMÁRIO
SUMÁRIO.. 9
INTRODUÇÃO.. 10
CAPÍTULO I. 12
COMO SURGIU A PEDAGOGIA HOSPITALAR.. 12
1.1 PEDAGOGIA HOSPITALAR NO BRASIL.. 13
1.2 AS LEIS EDUCACIONAIS NO BRASIL.. 20
1.3 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL.. 21
CAPÍTULO II. 24
FORMAÇÃO DO PEDAGOGO HOSPITALAR.. 24
2.1 A INCLUSÃO DO PEDAGOGO NA ÁREA HOSPITALAR.. 27
2.2 METODOLOGIAS UTILIZADAS PELO PEDAGOGO HOSPITALAR.. 29
CAPÍTULO III. 33
A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NA ÁREA DA SAÚDE.. 33
EM BARRA DO GARÇAS- MT. 33
3.1 A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NA RELAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA HOSPITALAR 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 40
ANEXOS. 43
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INTRODUÇÃO
A Pedagogia vem se expandindo em várias áreas de conhecimento e novas profissões a favor da criança hospitalizada, no qual vem se apresentando como um novo caminho no processo educativo vem se desenvolvendo de forma satisfatória na conquista de suas idéias.
Esse novo processo educativo vem de encontro a vários desafios aos educadores no qual possibilitam a construção de novos conhecimentos e atitudes. Observa-se hoje, que a presença do pedagogo dentro das Instituições hospitalares é de grande importância, por isso o pedagogo deve estar sempre em constantes mudanças em busca de novos conhecimentos de acordo com a necessidade de cada aluno enfermo. Essa iniciativa se estabelece em um processo educacional específico para um espaço diferenciado, considerando o tempo de ensinar e o tempo de aprender, contribuindo para a política da humanização das instituições de saúde que envolve a família, a escola, os professores e a equipe que movimenta a construção de estratégia pedagógica educacional e assim considerando os elementos relacionados às condições de vida dos alunos e seus familiares, no seu contexto social, cultural e econômico, possibilitando-os a se aproximar da realidade da escola de sua origem e a relação com o ambiente hospitalar. O bom profissional deve estar apto para encarar os vários desafios que surgirão no seu dia-a-dia.
A pedagogia hospitalar exige muita atenção e preocupação dos profissionais com o aluno, no qual deve objetivar o bem estar social de todas as crianças enferma, preparando-os a exercer o papel de um bom cidadão e enfrentar os desafios que a vida lhe sugere.
Essa nova mudança exige ações e comprometimento no qual configurem novas responsabilidades que imponham novo fazer e agir. Fazer e agir que evidenciam as resistências, o que significa sair da permanência, local de conforto em que descansa a visão obtusa. Portanto, é muito importante que os profissionais sejam capazes de enfrentar os desafios internos e externos, fazendo do ato de viver a grande oportunidade para a ampliação na investigação da própria realidade, pois, a criança hospitalizada precisa continuar sua vida escolar, e seu desenvolvimento cognitivo impossibilitando de fica neutro sobre os cuidados dos médicos, sem expectativa no âmbito escolar.
Porem o estudo feito vem nos proporcionar um melhor entendimento da inclusão do pedagógico no ambiente hospitalar.
É necessário saber, conhecer o assunto para sabe transmitir ou discutir sobre o profissional que atua nesta área. É uma temática complexa que exige interesse, comprometimento e tempo.
É um processo educativo que sugere desafios aos educadores e possibilitam a construção de novos conhecimentos atitudes.
Portanto a criança hospitalizada precisa continuar sua vida escolar, e seus desenvolvimentos cognitivos não podem fica neutro sobre os cuidados dos médicos, sem expectativa no âmbito escolar. Porem o estudo feito vem nos proporcionar um melhor entendimento da inclusão do pedagógico no meio hospitalar.
Desta forma já sabemos que há varias formas de ensinar, pois a área hospitalar transformar estes conhecimentos mais interessantes para as crianças e os jovens. Cabe ao professor tornar estes momentos mais satisfatórios e concretizados.
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CAPÍTULO I
COMO SURGIU A PEDAGOGIA HOSPITALAR
Em 1935 deu inicio a classe hospitalar, quando Henri Sellier inaugura a primeira escola para criança inadaptada, nos arredores de paris. Seus exemplos foram seguidos na Alemanha, em toda a França na Europa e nos Estados Unidos com objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças com tuberculose.
Foi na segunda guerra mundial que pode considerar como marco decisório das escolas em hospitais onde havia um grande número de crianças e adolescentes atingidas, mutilados e impossibilitados de freqüentar a escola, e o mais importante é que os médicos até os dias de hoje são defensores da escola em seu serviço.
Em 1939 é criado Centro Nacional de Estudos e de Formação para a infância inadaptada de Surene, tendo como objetivo principal a formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais, também em 1939 é criado o cargo de professor hospitalar junto ao ministério da educação na França. O C.N.E.F.E.I. tem como missão até hoje mostrar que a escola não é um espaço fechado. O centro promove estagias em regime de internato dirigido a professores e diretores de escolas, os médicos de saúde escolar e a assistentes sociais. Fonseca, Ceccim, 1990 diz que “Essas falhas no atendimento infantil traziam riscos de seqüelas que na vida adulta poderiam evoluir para doenças psiquiátricas”.
A criança passava por várias perturbações, dores, medo e longe de sua vida normal, enfrentando outra realidade de vida, e sem um apoio psicológico teria que encarar tudo sozinha, no qual correria o risco de futuramente evoluir doenças psiquiátricas.
Foi de grande importância o surgimento da implantação de experiências educativas para crianças e adolescentes internados em hospitais, e foi com a ajuda de voluntários e religiosos que essa nova escola ganhou espaço na sociedade, sendo que este novo trabalho foi conhecido e difundido por toda Europa. Portanto o maior objetivo ao atendimento pedagógico as crianças e adolescentes hospitalizados seria de oferecer recursos para a aprendizagem e para o desenvolvimento cognitivo e social, minimizando as suas condições adversas potencializadas pela doença ou pelo tratamento, medindo as relações entre a escola e a criança ou adolescente enfermo, ensinado e dando continuidade aos conteúdos, a aprendizagem, ao conhecimento e a vida familiar e social.
De acordo com Salomam, (1847):
“A ciência médica é intrínseca e essencialmente social, e, enquanto isso não for reconhecida na prática, não seremos capazes de desfrutar os seus benefícios e teremos que nos satisfazer com um vazio e uma satisfação”.
(SALOMAM NEUMAM, 1847)
O mais importante seria que a criança ou adolescente hospitalizado recebesse bons atendimentos, nesta tão importante fase de sua vida, no qual o auxiliava na sua futura estrutura, enquanto pessoa e cidadão.
1.1 PEDAGOGIA HOSPITALAR NO BRASIL
A pedagogia é um campo de atuação da educação que envolve o processo da construção do conhecimento, e o profissional da educação é o responsável para medir e nortear esses conhecimentos educacionais.
O atendimento pedagógico hospitalar teve seu início na década de 50, na cidade do Rio de Janeiro, no hospital Escola Menino Jesus, no qual se matem até na nossa atualidade, servindo como resgate da criança e adolescente, fazendo um elo entre sua realidade atual, como interno e a vida cotidiana, tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas acompanha e intervêm no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença e da morte. O pedagogo hospitalar explica procedimentos médicos e auxilia a criança e o adolescente enfermo na adaptação hospitalar, dando oportunidades para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. A pedagogia hospitalar se divide em três modalidades de ensino:
Classe Hospitalar – refere-se a escola no ambiente hospitalar, na circunstâncias de internação temporárias ou permanente, garantindo o vínculo com a escola favorecendo seu retorno ao seu grupo social escolar correspondente.
Brinquedoteca - brincara é muito importante para a criança, pois é meio desta ação que ela usufrua plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências sobre o mundo, sobre as pessoas e sobre a si mesmo. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata a brincadeira tradicional é o espaço onde esta assegurada à criança o direito de brincar.
Recreação Hospitalar – atividade que oferece a oportunidade da criança brincar, mas, porem não se limita somente ao construir a possibilidade de uma atividade que pode ser realizado em espaço interno ou externo.
Segundo a lei de Diretrizes e Bases da educação (9394/96) determina que o poder público ofereça oportunidade e escolarização aos alunos com necessidade especiais, e essas crianças hospitaladas são impedidas de freqüentar as escolas regularmente, porem, existem quase uma centena de classe hospitalar por varias partes do Brasil, possibilitando a esses alunos /enfermos a manter o curso normal da vida escolar.
As Diretrizes Curriculares aplicam-se para o curso de pedagogia à formação inicial para o exercício da docência na educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio de modalidade normal e um curso de Educação Profissional na área de serviço e apoio escolar, porem é obrigatório que cada Instituição de ensino tenha um apoio Pedagógico facilitando a elaboração, a execução, o acompanha, mento de programas e atividades educacionais.
O surgimento dessas Leis forma de grande importância na vida de muitas crianças brasileiras, facilitando seu retorno a vida normal sem deixar seqüelas. Veja abaixo um fato verídico citado pelo jornal Gazeta do Povo, no dia dois de dezembro do ano de um mil novecentos e noventa.
...Garoto de 13 anos que teve como Doadora a sua mãe, ao deixar o Hospital Pequenos Príncipe, disse estar se sentido bem e feliz à volta para casa. Esse mesmo garoto enquanto permaneceu no hospital concluiu a 4ª serie do ensino fundamental dentro do Programa de Hospitalização Escolarizada que atende obrigadas a permanecerem por longo período internadas. Ele passa para a 5ª serie e que a partir de agora ter sua vida normal.
(Gazeta do Povo, 02/12/1990)
Esse é apenas um dos acontecidos registrados, pois, no Brasil, muitos e muitos casos como esses acontecem, como intuito a alcançar os objetivos esperados. Para os Pedagogos é sempre uma conquista e uma satisfação alcançar os resultados de forma positiva. Com isso cabe a classe hospitalar buscar alternativas e métodos qualificados que possibilitam ao aluno/adolescente enfermo usufruir as abordagens educativas por um determinado espaço de tempo. É importante ressaltar-mos que o profissional hospitalar deve acionar propostas estimuladoras ao conhecimento e a aprendizagem, oferecendo abordagens específicas com atividades educativas - escolares e o lúdico, pois, essas atividades são restritamente praticadas por profissionais da área da educação escolar.
O novo trabalho pedagógico hospitalar serve como “ponte” entre o hospital e a escola, colaborando com a socialização da criança/adolescente, também auxilia nos transtornos emocionais causados pelo ato da internação, como por exemplo, a raiva, insegurança, incapacidade e frustrações que podem ser reagentes negativos no processo de cura. Biermann Apud Carvalho, Ceccim, 1997 diz que “A hospitalização, em determinada situação, constitui um risco igual ou maior que aqueles da própria doença que a originou”.
De acordo com a citação acima, observa-se que o trabalho pedagógico na área hospitalar é muito importante, principalmente no período em que a criança/adolescente se encontra em fase de ser motivada, amparada e bem instruída, ponderando que o enfermo entra num conflito provocado pelo próprio ambiente em si, sendo vítima de agressões ao seu próprio corpo.
No Brasil há vários tipos de atendimento pedagógico educacional especializado, vejamos a seguir:
Apoio pedagógico especializado – É realizado na rede regular de ensino, para possibilitar o acesso e a construção da aprendizagem, facilitando e qualificando aos educadores com necessidades especiais dentro das escolas.
Atividades de recursos: Está ligada ao ensino e interpretação de libras, sistema Braile, comunicação, alternativas, tecnologias visuais, educação física adaptada, enriquecimento e aprofundamento curricular, oficinas pedagógicas, entre outros.
Atendimento Pedagógico domiciliar – Sua função é realizar os trabalhos curriculares em domicílio beneficiando os educadores com necessidades especiais transitoriais ou permanentes. Este é considerado um trabalho diferenciado, pois, são realizados devidos os traumas causados por doenças prolongadas, onde impossibilita o aluno de freqüentar a escola.
Classe Hospitalar – A função do profissional é levar o ensino até os hospitais, desenvolvendo atividades Curriculares, sendo que o aluno enfermo é impossibilitado de freqüentar a escola por motivo de doença prolongada ou não.
Estimulação Essencial – É direcionado a crianças com necessidades educacionais especiais do nascimento até os três anos e onze meses de idade cronológica, com objetivo de estimular o desenvolvimento Sócio-afetivo, Físico, Sensorial-perceptivo, Motor, Cognitivo e da Linguagem.
Esses atendimentos pedagógicos são essenciais para o desenvolvimento da criança, pois utilizam idéias que propicia aos alunos com necessidades especiais transitoriais, buscando alternativas para desenvolver suas habilidades em regime especial, tratando-se de uma nova realidade multi/inter/trasndisciplinar com características educacionais.
O atendimento Pedagógico Hospitalar é apontado como mais um recurso a ser adicionado, frente às inúmeras modernidades tecnológicas que circulam nos hospitais. Baseia-se nos indicadores de Ceccim Apud Ortiz e Fretas 2005: “Parece-me que, para a criança hospitalizada, o estudar emerge como um bem da criança sadia e um bem que ela pode resgatar para si mesmo como vetor de saúde no engendramento da vida, mesmo em fase do adoecimento e da hospitalização” (CECCIM APUD ORTIZ e FREITAS, 2005).
O educador deve desenvolver sua atuação de forma contributiva, transmitindo o conhecimento, aqueles que seriam prejudicados em sua escolarização decorrente da internação, em busca de conhecimentos, qualidade de vida e bem estar ao aluno enfermo.
No Brasil, existe ainda nos dias de hoje, muitos professores com uma visão tradicional em relação a pedagogia Hospitalar, pois, acredita que o ato de educar se estende apenas da escola a família, retirando de muitos alunos/adolescentes enfermos o direito a educação, restringindo-os somente as salas de aulas convencionais.Senso assim, Ronca, em uma entrevista para Ronca, Revista Nova Escola n° 148, Ed.2001 , diz que “A escola precisa atender a mover-se em outros espaços, sem fazer da sala de aula a única passarela em que desfila o conhecimento”.
Em muitos casos e para muitos educadores, a Pedagogia Hospitalar é vista como um grande desafio e para quem já atua na área é vista como grandes conquistas. Os profissionais da educação devem buscar novos conhecimentos de acordo com as necessidades do aluno. A Pedagogia Hospitalar tem como base o atendimento personalizado ao educando interno, onde o profissional desenvolve sua proposta pedagógica de acordo com as necessidade e possibilidades diárias de cada um.
“A prática docente é fortemente marcada pelas relações afetivas, servindo de esforços para que a criança não desista de lutar por saúde e se mantenha esperançosa em sua capacidade de esforço. O professor passa a ser um mediador de estímulos cautelosos, solicito e atento reivindicando formas para desafiar o enfermo quanto à continuidade dos trabalhos escolares, a vencer a doença e a engendrar projetos na vida emancipatória”.
(ORTIZ E FREITAS, 2005)
O Pedagogo Hospitalar deve buscar em si próprio o verdadeiro sentido de educar, devem ser um exemplo vivo dos seus ensinamentos, devem ser sábio e capazes de fortalecer a criança independentemente de qualquer situação, não só a criança, más também toda família, deve converter suas profissões numa atividade de cooperação do engrandecimento da vida. Para isso é fundamental que o profissional, pesquise, inova e incrementa seus conhecimentos expandindo sua cultura geral, procurando sempre desenvolver e conhecer novos espaços sócio-educacionais e não ficar preso em um ensino tradicional, achando que o aluno só deve ser educado dentro da escola, é importante se atualizar e ampliar seus conhecimentos, trabalhar e desenvolver seu trabalho pedagógico de acordo com a realidade do mundo e da criança, possibilitando-os procederem a seus estudos independentemente de qualquer situação ou problema. Dentro da escolarização hospitalar, o papel do educador é fundamental, pois ele propicia a criança ou adolescente o regresso à aprendizagem, uma vez que estaria estagnada, justificada pelo processo de internação (CECCIM, 1990).
Após avaliar o trabalho na classe hospitalar, observa-se que as crianças internadas com acompanhamento pedagógico melhoram seu estado clínico e reduz o tempo de internação, enquanto outras crianças que não tem oportunidades de adquirirem esse tipo de atendimento, prolongando o período de internação e em muitos casos levam seqüelas e traumas, comprometendo a saúde mental das crianças/adolescentes. A classe hospitalar, através da experiência do brincar, oferece aos enfermos sua maneira de viver situação de doenças, de forma criativa e positiva, facilitando seu regresso a escola e a sociedade, diminuindo também o período de internação.
O trabalho lúdico é fundamental no desenvolvimento e na estimulação das crianças/adolescentes enfermos, pois, as propostas lúdico-educativas é uma mistura do conhecer – brincar - reconhecer, onde o profissional deve utilizar jogos coletivos, contos, caça-palavras, teatros e músicas, assim colocando em prática seus objetivos através da ludicidade. Esse é um trabalho de companheirismo e relações afetivas entre o educador e o paciente, contribuindo formas e maneiras de incentivo para que o aluno não desista da lutar pela saúde e se mantenha forte e esperançoso em sua capacidade de recuperação.
É importante que o educador cresça em suas habilidades junto a seus alunos, especialmente, no desenvolvimento, da sensibilidade, da compreensão da força da vontade, sobre tudo em dimensões de resistência ao desânimo, agir com paciência e audácia em suas atitudes. Por isso que o educador não pode deixar abater-se em seus esforços no atingimento de suas metas formativas e, de sua tarefa de ajuda, por mais difícil que possam parecer.
(MATTOS, 1998)
Baseado nas idéias de Mattos é importante ressaltarmos que o profissional da educação deve sempre novos conhecimentos, com objetivo de ter crescimento em suas habilidades, sendo capaz de atuar e exercer sua profissão, podendo ser considerado um profissional de boa qualidade, ou seja, bem qualificado.
Sendo assim, Mattos diz que:
... Dentro deste atendimento o objetivo é claro e definido, manter e potencializar os hábitos próprios de educação intelectual e da aprendizagem que necessitam os enfermos em idade escolar mediante as atividades desenvolvidas por professores pedagogos em função docente.
(MATTOS, 1998)
Segundo as idéias de Mattos, 1998, dentro do processo educativo hospitalar, o processo de avaliação ocorre de acordo com prontuários, no qual, constam as atividades que o aluno concretiza até seu desempenho na realização das atividades propostas. O vínculo com a escola de origem é fundamental para que a aprendizagem decorra de forma contínua, pois, esse prontuário é enviado para a escola de origem, e serão anexadas todas as atividades e avaliações realizadas pelos alunos no período de sua internação, contendo um parecer do educador frente às observações feitas no decorrer das atividades, colaborando para que o aluno possa dar continuidade nos conteúdos escolares, possibilitando seu regresso na sala de aula, sem nenhum tipo de turbulência e nem conflito.
No Brasil, existem muitas cidades que não oferece esse tipo de apoio pedagógico a classe hospitalar, assim dificulta ainda mais o tratamento da criança, principalmente quando a criança/enferma lida com a realidade da morte, doenças crônico-degenerativas (câncer).
O câncer infantil quando detectado, pode ser curado mais rapidamente do que um adulto, porém é muito importante que os pais fiquem atentos nas mudanças de atitudes, hábitos ou disposição nos filhos. É então que o pedagogo hospitalar contribui para o desenvolvimento amenizando a dor e o sofrimento da criança.
De acordo com Fonseca, 2003, a rotina da vida também é alterada, as refeições são denominadas dietas, e pode não ser servida nos horários que estava habituado fora do hospital, a cama são chamadas de leito e as roupas não são como as de casas, o cheiro do ambiente é outro, as pessoas são diferentes, etc. Para que o processo de internação seja bem organizado o pedagogo pode colocar presente objetos que fazem parte da antiga rotina da criança, como o travesseiro, bichinhos de pelúcias, cobertor,livros entre outros. Essa é a maneira de diminuir a ansiedade gerada na criança diante de procedimentos tão agressivos na vida do paciente.
É importante o diálogo correto entre o paciente e a equipe hospitalar, no momento em que a criança será submetida ao centro cirúrgico, transmitir segurança e uma comunicação clara, não falsear dados, pois poderá aumentar o sentimento de angústia e desconfiança.
Todos os integrantes da equipe hospitalar podem contribuir para amenizar o sofrimento e os receios da criança, transmitindo segurança e confiança, estimulando e incentivando a criança a lutar pela vida, pois, quanto maior for o isolamento hospitalar, maiores serão os riscos de surgirem prejuízos ao livre desenvolvimento normal da criança.
Em muitos casos quando a doença é diagnosticada tardiamente, aumenta a intensidade do tratamento, podendo causar maiores seqüelas, como amputações e diminuição na qualidade de vida, além do óbito. Diante dessa realidade é necessário que a classe hospitalar esteja apta para fornecer apóio emocional tanto para os familiares quanto para o educando.
ORTIZ E FREITAS, 2002, diz que:
Ao ser prescrito a alta, aciona-se a confirmação do acerto do sonho da cura. Porém em meio a esta euforia do término de um desafio, surge a necessidade de enfrentamento da vida extra hospitalar. Uma das implicações do gerenciamento de dimensão social da cura está justamente neste cuidado de promover a inclusão do paciente no ambiente hospitalar. A criança passa a ser, neste instante concebida não mais como um ser doente, más alguém com aptidão para o desenvolvimento, sujeitam a programas que maximizam suas potencialidades num ato intencional de dirimir os danos causados pela hospitalização.
(ORTIZ E FREITAS, 2002).
A citação acima de Ortiz e Freitas, diz respeito a pós hospitalização. Durante as aulas o educador luta e tenta auxiliar na melhora integral do educando/paciente, porém os laços afetivos são inevitáveis entre os educadores, a classe hospitalar, o interno e os familiares. À volta para casa, o convívio dos amigos e a rotina diária tão esperada alta e a confirmação da cura, e para os educadores da classe hospitalar é um momento de vitória e a confirmação da liberdade, onde a criança deixa de ser um paciente e volta a ser criança, apto a enfrentar a realidade e adaptar-se novamente a rotina. Nos casos onde o tratamento ocorre efeitos colaterais, devido às fortes medicações, a auto-estima é afetada, os movimentos motores limitados fazem com que a criança/enferma não se sinta preparada a enfrentar a sociedade, esse momento é fundamental que a família não a pressione, deve respeitar seu momento e deixá-la livre para que esse momento chegue de forma tranqüila.
O aluno com atendimento domiciliar compõe-se por aqueles alunos matriculados nos sistemas de ensino, cuja condição clínica ou exigência de atenção integral a saúde, considerando os aspectos psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento, impedindo temporariamente a freqüência escolar. (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, 2002).
A educação domiciliar também é fundamental no aprendizado da criança que encontra impossibilitado de freqüentar a escola, más, porém, é necessário que exista um local apropriado e adaptado para o aluno, facilitando no desenvolvimento das atividades curriculares, onde o educando apóia-se em recurso didático pedagógico. A internação domiciliar, quando realizada com equipe multidisciplinar, resulta bons benefícios aos usuários e á sua família, onde a recuperação e a reabilitação são realizadas de forma segura e eficaz, proporcionado ao paciente uma relação próxima da realidade em que vive, adaptando o aluno a não se sentir desmotivado ou excluído da sociedade.
Por tanto é fundamental que o educador cresça no desenvolvimento de seu trabalho visando à diversidade que existe em um espaço educacional, como as formas de pensar, de agir, de limitações tanto motora como psíquica, cor, raça, etnia, classe social entre outras, e cabe ao educando proporcionar formas de alcançar o sentimento de cada um, valorizando a aprendizagem côo um direito a todos.
1.2 AS LEIS EDUCACIONAIS NO BRASIL
A legislação busca-se atender as maneiras adotadas na política educacional da S.E.E.D. defesa da educacional direito do cidadão o reconhecimento dos profissionais da educação; garantia da escola pública, gratuita e de qualidade o atendimento a diferença cultural e as gestões escolares democrática, participativas e colegiadas para garantir a sua efetivação categorizando a política em quatro eixos de ação que objetivam apoiar a prática pedagógica, a informação continuada permanente, as inovações tecnológicas, a reformulação curricular e a organização coletiva do trabalho.
As legislações vigentes que legitimam e amparam o direito à educação aos educando hospitalizados e impossibilitados de freqüentar a escola, como se que:
Constituição Federal de 1988, artigo 205;
Lei nº 6206 de 17 de abril de 1975, que atribui ao estudante em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares;
Lei nº 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
Lei nº 9.394/86 (Diretrizes e Base da Educação);
Decreto lei nº 1044/69, artigo 1º, que dispõe sobre tratamento excepcional para alunos portadores de afecção;
Resolução nº 41/95 (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente);
Resolução nº 02/01 – CNE/CEB (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica);
Deliberação nº 02/03 CEEC (Normas para Educação Especial);
Documento intitulado classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações, editada pelo MEC, em 2002.
1.3 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL
A legislação no Brasil reconheceu através do estatuto da criança e adolescentes hospitalizado, através da resolução nº 41 de outubro em 1995, no item nove, o “direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação a para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretária de Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações para o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação básica.
Por tanto o aluno que freqüenta a classe possui um cadastro com os dados pessoais da hospitalização e da escola de origem. No final de cada aula o professor faz registro, nesta ficha, apresentando os conteúdos que foram trabalhados e outras informações que se fazem necessárias.
Em santa Catarina, a SED (secretária do Estado de Educação do Paraná) baixou portaria que “dispõe sobre a implantação de atendimento educacional na classe hospitalar para crianças e adolescentes matriculados na pré-escola e no ensino fundamental, internados em hospitais”
(Portaria nº 30, ser, de 05/03/2001)
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A defesa da educação básica e da escola pública, gratuita e de qualidade, como direito fundamental do cidadão se consolida em mais uma ação da secretária de Estado da Educação do Paraná (SED), quando esta reconhece oficialmente a intervenção hospitalar aos educando, os impossibilitado de freqüentar a escola em situação de internamento hospitalar ou sob outras formas de tratamento de saúde, garantindo a continuidade de ensino no processo de escolarização, bem como sua inserção ou a recensão em seu ambiente escolar de origem.
Então a proposta da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) é a de que toda criança disponha das oportunidades possíveis para que o crescimento do desenvolvimento de aprendizagem não seja suspenso.
A saúde é um estado de equilíbrio decorrente da qualidade de vida e por isso estar relacionada como alimentação, trabalho, moradia, educação, transporte e lazer.
Destaca-se abaixo uma constatação pertinente de Bennet, 1999:
A primeira infância deve ser concebida não apenas como um período em que acriança necessita individualmente de certas condições no âmbito da saúde, da educação e do bem-estar, mas como um período protegido que deve receber o melhor que a sociedade é capaz de oferecer. Este é um período em que as crianças devem experimentar felicidades e bem-estar; em que elas podem desenvolver-se autonomamente, mas em relação às necessidades e aos direitos das outras crianças e dos adultos; em que lhe é permitido ter suas experiências educacionais, culturais e sociais no seu próprio passo na sociedade em que vivem.
(BENNET, 1999).
O Ministério da Saúde e da Educação proporciona muitos benefícios, principalmente na humanização da assistência hospitalar.
Segundo dados coletados no II Encontro Nacional sobre Atendimento escolar Hospitalizado 2003, existem hoje no Brasil mais de 70 hospitais oferecendo o atendimento escolar para crianças e adolescentes em tratamento de saúde.
Apesar de que a legislação oferece um modelo de atenção integral à saúde que inclui a prática de ações de promoção, proteção e reconquistas as políticas públicas e privadas para o setor ajudam, em muitos casos, a divulgação da idéia que a saúde se efetiva ou prioritariamente por intermédio o acesso ao serviço, em especial ao tratamento médico. Por isso a constituição afirma que a saúde junto com a previdência e a assistência social, um sistema de proteção ao cidadão, conhecido como Seguridade Social. Para garantir o financiamento para a SUS seria da Seguridade Social.
A saúde pública pode dar muitas discussões quanto a sua definição e como método eventual correspondências veiculadas de modo equivalente, a saúde coletiva, a saúde física e mental mediante os esforços organizados da com unidade, por isso a capacidade dos serviços de oferecer a uma determinada população todas as assistências e assim como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, e facilitando resolubilidade de seus problemas. O acesso da população à rede deve ser através dos serviços de nível primário de atenção, que devem ser qualificados para atender os principais problemas do serviço de saúde. O atendimento deve ser descentralizado, com direção única em cada esfera do poder. Isso é para toda e qualquer ação ou serviço de saúde realizado a qualquer pessoa deverá seguir rigorosamente as regras definidas na lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, tanto faz se essas ações forem prestadas por unidades púbicas de saúde ou particular (hospitais, clinicas, ambulatórias, laboratórios, escola creche etc.) ou por profissional liberal médicos, enfermeiras, psicólogos, entre outros.
Para os cuidados da saúde pública, entediar a idéia da arte de cuidar, com a finalidade se sensibilizar o profissional de saúde, para que ele possa:
Ser flexível e versátil;
Ter bom senso;
Ser capaz de trabalhar em grupo;
Ser capaz de comunicar;
Ser capaz de administrar seu crescimento intelectual;
Ser solidário e tolerante;
Ser um cidadão crítico, criativo que saiba fazer.
Devemos destacar que o respeito à cidadania, são de uma visão prospectiva de intento social, cada vez mais voltada para as necessidades de uma sociedade mais justa, mais humana e plural. Portanto cabe aos cidadãos repensar sobre esses novos incentivos ao bem-estar e à vida social dos seres humanos, surgindo sempre novas oportunidades subsidiárias de favorecimento e viabilização de novos cenários para o desenvolvimento educacional.
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CAPÍTULO II
FORMAÇÃO DO PEDAGOGO HOSPITALAR
O pedagogo exerce um excelente papel na área hospitalar. Observa-se que o trabalho pedagógico hospitalar exige formas criativas de realizar as atividades, no qual o educando consegue interagir de forma participativa ampliando assim seus conhecimentos.
Este será um novo desafio que levará a nossas práticas as quais, prometo,estaremos desenvolvendo em certo espaço de tempo. Para isso e conter com o trabalho de educadores especializados e competentes no plano psico-sócio-pedagógico.
(MATOS E MUGIATE, 2008, p.- 41).
O desafio que o pedagogo hospitalar encontrará no decorrer do seu trabalho levá-lo-á a novas práticas, novos conhecimentos novas atitudes, possibilitando mais competência nesta nova profissão e campo pedagógico, com isso ampliarão o desenvolvimento e o conhecimento tanto do educador como do educando.
As práticas pedagógicas são essenciais no desenvolvimento educacional da criança, é importante que o profissional educativo hospitalar contribua em suas práticas grandes desempenho para que a criança/enferma procure superar suas limitações orgânicas através das atividades pedagógicas sugeridas, com isso o aluno enfermo acredita que é capaz de melhorar a cada dia. As práticas pedagógicas facilitam na construção de uma nova pedagogia para as crianças para as crianças hospitalizadas, no qual enfatiza o direito de ser criança, poder brincar e viverem novas experiências com grandes significados de forma lúdica, informal, oferecendo a criança o direito de estudar e aprender de forma sistematizada.
... O profissional que atua na pedagogia hospitalar tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervêm no processo de elaboração da doença e da morte, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos.
(CECCIM, 1990, p. – 42).
Observa-se que de acordo com a citação de Ceccim, 1990, existe uma “estreita relação” entre saúde e educação ao se tratar da educação hospitalar. A criança interna em acompanhamento pedagógico melhora seu estado clínico e reduz o tempo de internação. Neste espaço hospitalar a atividade lúdica ganha um grande valor pedagógico, pois, o ambiente se torna mais acolhedor e menos frio para as crianças enfermas. As atividades propostas devem ser diversificadas, onde além de diversificar as atividades o pedagogo também deve diversificar o lugar, pois, o brincar deve aparecer em todos os momentos: no leito, na pracinha, no corredor, na hora da injeção, nos tratamentos médicos e antes de ir ao centro cirúrgico. O brincar é muito importante, pois transmite a criança enferma segurança, vontade de viver e oportunidades para conhecer e exercer seus direitos de cidadãos.
A educação em sua abrangência é uma operação, uma ação, não é algo que se impõe de fora, mas sim, inerente a todo ser humano e, como tal é um processo que termina quando cessa a existência. Este permanente auto-desenvolvimento pessoal tem como finalidade, a plena realização da pessoa considerada como um todo – em sua integridade – em todas e em cada uma de suas partes: singularidade, abertura e autonomia.
(GONSZÁLES – SIMANCAS & POLAINO – LORENTE, 1990, p.23)
A educação está sempre em auto-desenvolvimento pessoal, e para alcançar a plenitude da realização humana que é a finalidade da educação é muito importante e necessário a colaboração dos profissionais da educação, fazendo com que se torne cada vez mais prazerosa.
A ação pedagógica é importante para qualquer pessoa, também para crianças e adolescentes enfermos, pois, no momento em que sua vida é interrompida e voltada para outros procedimentos e realidades, e então que o pedagogo hospitalar realiza seu trabalho transmitindo energia positiva de maneira competente e habilidosa. O pedagogo deve desenvolver um trabalho multi/inter/trasndisciplinar, pois além de transmitir e construir conhecimento, assumindo um sentido terapêutico ao despertar no educando uma nova consciência que o leva além do seu próprio eu.
Cardoso, 1995,P.48 diz que: Educar significa utilizar práticas pedagógicas que permite ao homem transformar a realidade, se faz cada vez mais urgente. Na medida em que os homens, dentro de sua sociedade, vão respondendo aos desafios do mundo.
Educar é transformar a realidade de acordo com as necessidades do homem. O pedagogo hospitalar deve ter olhos voltados para todos, assegurando o aperfeiçoamento humano, construindo uma nova consciência onde a sensação, o sentimento, a integração e as razões culturais valorizem o indivíduo, envolvendo a compreensão de suas relações como contexto social no qual se realiza e dos propósitos transformados, de que deve se reverter em relações aos sujeitos do processo educativo e à realidade social no qual estão inseridos. As atividades realizadas envolvem uma dimensão de ética, na medida em que lida com valores, interesses e concepções do homem e do mundo que estão na base dos processos de formação realizados com crianças, jovens e adultos, tendo em vista a sua preparação para a vida social e a inserção no mundo do trabalho.
De acordo com Morin, 2003, a missão da educação para a era planetária é:
... Fortalecer as condições de possibilidades da emergência de uma sociedade – mundo, composto por Cidadãos protagonistas, conscientes e criticamente comprometidos com a construção de uma civilização planetária. A resposta à pergunta circular de Karl Marx, em suas teses sobre “Feuerbach: Quem educará os educadores?”, consiste em pensar que, em diferentes lugares do planeta, sempre existirá uma minoria de educadores, animados pela fé na necessidade de reformar o pensamento e em regenerar o ensino. São educadores que possuem um forte senso de sua missão.
(MORIN 2003, p. 98)
Podemos observar e refletir sobre a citação acima, que o profissional da educação está sempre em formação continuada, aprofundando ainda mais o ato de medir a proposta pedagogia ao trabalhar com crianças e adolescentes hospitalizados de forma lúdica, dinâmica, criativa e flexível, é importante que o educador não se esqueça das bases teóricas que sustentam esta construção e troca de conhecimentos. Portanto o profissional educativo deve estar sempre se reeducando e regenerando o ensino, pois o campo pedagógico vem se expandindo cada vez mais e apresentando novas descobertas, como por exemplo, suprir as necessidades educacionais pedagógicas de crianças hospitalizadas lhe assegurando um melhor desenvolvimento neuro-psicomotor e também no desenvolvimento da linguagem escrita e falada, nas aquisições cognitivas e o crescimento físico-corporal e na promoção das forças virtuais para a construção de suas relações como mundo.
A pedagogia hospitalar busca modificar situações e atitudes junto aos enfermos, as quais, não podem ser confundidas com o atendimento a sua enfermidade, portanto, exige cuidado especial na elaboração e no desenvolvimento das atividades.
2.1 A INCLUSÃO DO PEDAGOGO NA ÁREA HOSPITALAR
A pedagogia hospitalar vem cada vez mais se expandindo no atendimento a crianças/adolescentes hospitalizados. Em muitos lugares (cidades e hospitais) não oferecem esses cuidados as crianças e adolescentes, dificultando a aprendizagem e o desenvolvimento educacional dos mesmos.
Uma das principais funções do pedagogo hospitalar é estimular o crescimento intelectivo e sócio-iterativo da criança/adolescente enfermo favorecendo a continuidade da aprendizagem escolar e a volta à escola de origem, pois, mesmo doentes elas continuam se desenvolvendo e adquirindo novos conhecimentos e não fica impossibilitada de aprender e continuar participando do contexto escolar.
A inclusão do pedagogo na área hospitalar é fundamental e muito importante na vida da criança. Os PCN’s 1997, P. 46 asseguram que, a escola na perspectiva de construção da cidadania precisa assumir a valorização da cultura de sua própria comunidade e, ao mesmo tempo, busca ultrapassar os seus limites propiciando às crianças pertencentes acesso ao saber.
De acordo com a citação acima, o pedagogo hospitalar deve estar preparado para trabalhar a diversidade humana e diferentes tipos de culturas vivenciadas pelas crianças/adolescentes enfermos, identificando as necessidades educacionais do aluno que encontra impossibilitado de freqüentar a escola por um longo ou curto tempo, e também deve definir e programar estratégias de ensino diversificados e flexíveis que atendem as exigências curriculares.
Podemos observar que aprender implica investir na vida, uma maneira que usamos para encarar o mundo, a realidade, as diferenças e o trabalho, e o professor representa para a criança e seus familiares o lado saudável da vida. Ortiz e Freitas, 2005, alerta que:
As crianças e adolescentes hospitalizados, independentemente de suas patologias, são considerados alunos temporários de educação especial por acharem afastados da escola regular, privado da interação social propiciada na vida cotidiana e terem pouco acesso aos bens culturais como revistas, livros, atividades – artístico – culturais. Portanto, elas correm um risco maior de reprovação e evasão, podendo configurar um quadro de fracasso escolar.
(ORTIZ E FREITAS, 2005, p. 54)
É importante que o pedagogo hospitalar desenvolva seu trabalho mantendo vínculo com as escolas de origem e se integra ao grupo escolar correspondente, também é necessário se adequar o ambiente e os materiais que irá trabalhar ter um bom planejamento, registrar e avaliar cada passo que a criança dê e seu trabalho pedagógico desenvolvido, porém, devem estar aliados, mostrar muita dedicação, compromisso e afeto aos alunos/enfermos.
O pedagogo deve se incluir em seu trabalho e se adaptar cada vez mais procurando freqüentar a escola atual do aluno/enfermo, interagir com seus colegas que também trabalham no hospital, aprender e conhecer sentidos, denotar prazer advindo do espaço escolar, enquanto isso a criança anseia por esta normalidade, sente prazer ao realizar as atividades sugeridas, muitas delas levam para o leito seu trabalho, lápis e papel para desenhar o que passa em sua imaginação, muitas crianças reclamam quando chega o final de semana que não tem aula e quando recebe alta e volta para as consultas vão correndo para o ambiente escolar e se inserem espontaneamente, pois, se sentem parte desse lugar.
O bom profissional deve estar preparado para se incluir na realidade hospitalar, tendo base de suas rotinas, dinâmicas de funcionamento e especificidade dos quadros de adoecimento da criança, ou seja, o estado clínico da criança. Os professores são os responsáveis de suas próprias ações e mediadores de suas próprias propostas, devem estar em busca constante de atualizações e aperfeiçoamento teóricos e práticos, cursos de especialização e capacitação e m serviços, produções científicas trocam de conhecimento e experiências com outros profissionais da educação e da saúde, leituras da área de Educação Inclusiva quanto especial, e todo esse desempenho contribuirá para a realização do atendimento educacional pedagógico na área hospitalar.
Arroyo, 2000 p.44 diz que “O dever – ser que acompanha todo o ato educativo e todo educador exige reflexão, leitura, domínio de teoria e métodos”.
Observa-se que de acordo com a citação de Arroyo 2000 o atendimento pedagógico hospitalar exige do profissional teoria e diferentes métodos para exercer a sua prática.
É importante ressaltar que, o professor deve:
Traçar metas ambiciosas com os alunos;
Envolver alunos e famílias, a ponto de traçar com os pais planos de incentivo individualizado para as crianças/adolescentes enfermos.
Planejar com cuidado as aulas;
Dar as aulas com eficiência sempre;
Ampliar os conhecimentos em busca de facilitar o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, emocional e intelectual da criança/adolescente enfermo;
Procurar métodos diferenciados para prender a atenção da crianças/adolescente enfermo;
Trabalhar o lúdico com os alunos, como por exemplo, teatro, fantoches, entre outros.
Cabe ressaltar as idéias fundamentais de Lévy, 1993:
Novas maneiras de pensar e conviver estão sendo elaboradas no mundo. As relações entre os homens, o trabalho e a própria inteligência dependem na verdade da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, audição, criação, aprendizagem são capturados por uma informática cada vez mais avançada.
(LÉVY, 1993, p. 7)
A inclusão do pedagogo na área hospitalar exerce grandes benefícios na qualidade do ensino e na aprendizagem, contribuindo para o crescimento do aluno. Sabemos que a área da saúde é uma das que muito se beneficia com as tecnologias nos seus aparatos tecnológicos para salvar vidas e cabe também ao pedagogo hospitalar se integrar com esses recursos, andar junto com a realidade da Instituição do trabalho e do aluno, deve saber se incorporar ao uso das tecnologias de informações e comunicações. Os profissionais da educação devem ter grandes forças de ir a buscar de alguma coisa para alcançar seus objetivos, pois só se vai bem neste mundo as pessoas que saem à procura das circunstâncias que realmente desejam, e se não as encontram, criam-nas.
Fontes, 2003 considera que, “O ofício do professor no hospital apresenta diversas interfases (políticas, pedagógicas, psicológicas, sociais, ideológicas), mas nenhuma delas é constante quanto o da disponibilidade de se estar com o outro e para o outro”.
Para o aluno enfermo, é menos sofrido enfrentar a hospitalização quando tem alguém para compartilhar seus sentimentos, fragilidades, insegurança e dor, pois através da fala, do olhar, da sensibilidade, da solidariedade, da compreensão, do afeto e do carinho é que ambos conseguem enfrentar a enfermidade em busca de cura e renovação.
Entretanto, sabemos que hoje o curso de pedagogia, oferece grandes possibilidades de atuação para o pedagogo, porém, há um grande caminho a percorrer, e um desses caminhos é o espaço do pedagogo dentro dos hospitais, que vem abrangendo cada vez mais.
2.2 METODOLOGIAS UTILIZADAS PELO PEDAGOGO HOSPITALAR
O trabalho pedagógico deve exercer diferentes funções, estratégias e metodologias tanto nas escolas como em contextos não escolares.
Observamos democraticamente que a escola “não é capaz de assumir todos os seus mandatos”, é então que situa e amplia o trabalho do pedagogo.
O pedagogo hospitalar é o responsável pelo desenvolvimento das ações educativas no contexto hospitalar, para crianças/adolescentes que por determinadas circunstâncias encontram-se excluídos do contexto escolar. De acordo com Cunha, 2007, “Crianças que brincavam no hospital se recuperavam mais depressa”.
De acordo com a citação de Cunha podemos constatar e refletir que não é porque uma criança se encontra doente que ela tenha perdido a capacidade de aprender. O pedagogo hospitalar deve usar suas metodologias com objetivos de evitar que a criança sofra duplamente pelo seu estado de saúde e pelo seu distanciamento do seu mundo, sua rotina, suas atividades e seus amigos.
Esse novo trabalho pedagógico refere-se ao atendimento pedagógico–educacional, porém o profissional deve procurar aplicar atividades lúdicas no processo de recuperação da criança/adolescente enfermo.
O lúdico nas instituições hospitalares ajuda no desenvolvimento mental, social e emocional das crianças, no qual facilita o desenvolvimento e a recuperação desses alunos enfermos. É importante que dentro das instituições hospitalares haja um espaço para a realização das atividades lúdicas, como por exemplo, “a criação da brinquedoteca”.
A brinquedoteca é considerada o aconchego das crianças. Na realização das atividades é importante a presença de um pedagogo e um brinquedista para fortalecer a compreensão de que a prática educativa vai além dos muros da escola. O pedagogo pode trabalhar com fantoches, teatros, músicas entre outros, com objetivo de incentivar e levantar a auto-estima da criança.
De acordo com Fonseca, 2003, p. 22, diz que:
“A pedagogia hospitalar em sua prática pedagógico-educacional diária visa dar continuidade aos estudos das crianças em convalescença, com o objetivo de sanar dificuldades de aprendizagens e/ou oportunizar a aquisição de novos conteúdos. Atuando também como um acompanhamento do aluno fora do ambiente escolar, esta se propõe a desenvolver suas necessidades psíquicas e cognitivas utilizando programas lúdicos voltados à infância, entretanto sua ênfase recai em programas sócio-interativos, vinculando-se os sistemas educacionais como modalidade de ensino – Educação Especial – ou de sistema de saúde como modalidade de atenção integral – atendimento pedagógico educacional hospitalar.
(FONSECA, 2003)
Observa-se que a instituição hospitalar tem a responsabilidade de garantir a criança/adolescente o acesso ao conhecimento e ao bem estar, oferecendo um amplo e agradável espaço objetivando o desenvolvimento a favor da cura da enfermidade para esses alunos enfermos, diminuindo o tempo de hospitalização. Os profissionais devem também procurar desenvolver projetos para se obter mais informações desta área, se evoluir cada vez mais, diversificando suas metodologias visando dar continuidade aos estudos das crianças em convalescença, com objetivo de oportunizar a continuidade escolar e seu regresso a sociedade e a vida normal. Segundo Fachin, 2001, p.10, “No processo do conhecimento quem conhece, de certo modo apropria-se do objeto que conheceu”.
De acordo com a citação acima, observa-se que os profissionais educativos busca conhecer cada vez mais a si próprio e o mundo que os profissionais educativos busca conhecer cada vez mais o mundo que o cerca, pois, hoje já é uma necessidade humana, onde devem procurar transformar seu conhecimento de acordo com a realidade do mundo e da vida, principalmente na área da educação.
Portanto a pedagogia hospitalar é vista como um novo caminho no processo educativo, que vem se expandindo pelo Brasil e conquistando seus ideais propondo novos desafios aos educadores e colaborando na construção de novos conhecimentos e novas atitudes, no qual busca oferecer assessoria e atendimento emocional tanto para o aluno/adolescente enfermo quanto para os pais.
Pimenta, 2001, ressalta que:
O pedagogo atue como gestor / pesquisador / coordenador de diversos projetos educativos, dentro e fora da escola: pressupondo sua atuação em atividades de lazer comunitária; em espaço pedagógico nos hospitais e presídios na formação de pessoas dentro das empresas; que saiba organizar atividades pedagógicas nos diversos meios de comunicação como TV, rádio, internet, quadrinhos, revistas editoriais, tornando mais pedagógico as campanhas sociais educativas sobre violência, drogas, AIDS, dengue; que esteja habilitados à criação e elaboração de brinquedos, materiais de auto-estudo, programas de educação a distância; que organiza, avalie e desenvolva pesquisas educacionais em diversos contextos sociais; que planeje projetos culturais e afins.
(PIMENTA, 2001).
Podemos constatar que, de acordo com a citação de Pimenta 2001, o pedagogo deve estar apto para desenvolver seu trabalho, a realização de projetos e pesquisas que possa favorecer desenvolvimento em seu conhecimento e na complementação pedagógica qualificando seu trabalho, pois o professor deve ser mais que um professor. Deve ser um cientista, psicólogo e médico. Portanto o pedagogo hospitalar tende a oferecer a criança hospitalizada a valorização de seus direitos à educação e à saúde, possibilitando um espaço na sociedade e na formação de um futuro cidadão. O pedagogo hospitalar dever ser um profissional bem criativo deve sair do mundo rotineiro por meio de brincadeiras que apreenda a atenção da criança/adolescente enfermo, no qual estimula a imaginação com o uso de imagens que reforça que reforça o poder de associação.
É importante usar metodologias que permite a criança imaginar e fantasiar, como ler e transformar a realidade em mundo encantado, se sentir parte da história, poder aguçar o sabor da leitura observando o poder que ela exerce em nossas mentes e em nossa formação, pois através da fantasia a criança constrói uma “ponte” no tempo voltando ao passado, experimenta o presente e projeta seu futuro.
O pedagogo hospitalar pode usar várias metodologias e brincadeiras ao trabalhar com os alunos como:
Brincar com fantasias, com baú de roupas velhas, com sapatos, colares etc.;
Confeccionar brinquedos com diversos materiais, sucatas, retalhos, madeiras, entre outros;
Criar ou inverter papel: se aluno fosse professor e o professor o aluno, o papai, um super-herói, entre outros;
Representar atrás de uma caixa perfurada de papelão, como se estivesse dentro da tv;
Imaginar o cenário: bruxas e lobos bons, principais e porquinhos maus, etc..
O pedagogo deve ir além da imaginação das crianças, pois, deve ser amigo, companheiro, atencioso e bem preparado para lidar com várias situações e saber improvisar alternativas para a realização de seu trabalho, alcançando os objetivos esperados.
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CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NA ÁREA DA SAÚDE
EM BARRA DO GARÇAS- MT
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações para o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação básica, no qual a presença do pedagogo nesse contexto é vista como um coparticipante do processo ensino/aprendizado.
A pedagogia hospitalar em Barra do Garças, deu inicio no ano de 2008, através do projeto “Educação”, de Lei de n° 005/2009, o qual foi elaborado pela Profª Cláudia Lacerda, onde no ano de 2009 a vereadora: Mírian Lacerda (Dentista), apresenta a Câmara Municipal o Projeto que foi aprovado com votação unânime e sancionado pelo Prefeito Municipal, Dr. Wanderlei Farias Santos.
O projeto “Educação”, dispõe sobre a assistência as crianças da rede municipal matriculados na pré escola e no ensino fundamental, internados no Pronto Socorro Municipal de Barra do Garças.
Vale ressaltar que o profissional educativo hospitalar deve freqüentar a escola de origem do aluno, interagir com seus colegas do hospital, aprender e conhecer sentidos e demonstrar prazer em realizar seus trabalhos e projetos, enquanto o aluno internado anseia por esta normalidade, vão a sala de aula prazerosamente, realizam as atividades sugeridas com interesse, muitos levam para os leitos suas obras, lápis e papel para desenhar o quem vem em sua imaginação.
Podemos observar que é raro os pedagogos que fazem parte da equipe multidisciplinar dos hospitais, por isso esses profissionais atuantes vem cada vez mais buscar o reconhecimento do seu papel e de sua atuação específica nesse espaço.
Segunda a autora Mary Warnock, no livro Meeting Special Educacional Needs, Londres, 1978:
(...) Sejam oferecidas atividades educacionais para criança hospitalizada, por mais grave que seja sua deficiência estas atividades tenham um espaço adequado dentro do hospital e seja considerado uma parte integrante do sistema educacional e que os professores de classe hospitalar tenham acesso aos treinamentos em serviços e outros cursos de capacitação.
(MARY WARNOCK, 1978)
De acordo com a citação acima, podemos ressaltar que o pedagogo hospitalar deve adquirir um amplo conhecimento específico alcançados pela busca constante de atualizações e aperfeiçoamento teórico e prático inerentes a práticas pedagógicas para este contexto, cursos de especialização e capacitação, produção científica troca de conhecimentos com outros profissionais da educação e da saúde e também é muito importante que apurem leituras e idéias de vários autores da sua área de atuação que é a Educação Hospitalar, Educação Inclusiva e Educação Especial, pois todo esse desempenho, dedicação e conhecimento contribuem para a realização do atendimento educacional pedagógico hospitalar.
Arroyo, 2000, p.44 diz que “O dever-se que acompanha todo o ato educativo e todo educador, exige reflexão, leitura, domínio de teoria e métodos”, todo educador deve construir todos esses itens no processo ensino/aprendizado, pois, dá o poder de transmitir segurança, tranqüilidade, incentivo e confiança do aluno enfermo para o docente.
O pedagogo hospitalar deve ter a obrigação e o interesse de preparar os alunos enfermos para a vida na comunidade, devem melhorar cada vez mais suas potencialidades, competências e habilidades tanto social como profissional, ajudando-os a ter um bom convívio na sociedade capazes de tomar decisões consciente, valorizando o ser humano e a igualdade para todos.
Podemos enfatizar que o ensino/aprendizagem está em constantes transformações e o profissional da educação hospitalar deve caminhar lado a lado com elas para suprir as necessidades dos alunos em pró de seu crescimento educacional. O educador de todos os níveis de ensino não pode mais se postar diante do conhecimento como “aquele que sabe de tudo”, mas sim “aqueles que pesquisa e que considera sempre ser um eterno aprendiz”. O professor deve trabalhar em equipe para as trocas de conhecimento, pois, mostra a ação de um professor bem-sucedido, bem informado e um excelente profissional. O educador hospitalar tem o papel fundamental permanente das inovações existentes, pois, para ser um bom profissional deve exercer várias competências como:
Teóricos: O profissional deve ter conhecimento científico, deve ser um pesquisador e investigador;
Pedagógico: O profissional várias transformações didáticas;
Prático: O profissional que utiliza diversas metodologias e recursos para realizar suas atividades;
Político: O profissional não é aquele que educa para que o conhecimento fique preso entre quatro paredes e sim aquele que educa e prepara o discente/enfermo para o mundo lá fora e expande seu trabalho com sucesso.
O pedagogo hospitalar também deve ser considerado como facilitador do ensino/aprendizado, sendo um mediador do aluno deixando que o aluno construa seu próprio conhecimento, fazendo com que as aulas e o ambiente fiquem prazerosos, proporcionando aos pequeninos a soltar a imaginação, esquecendo dos problemas e dificuldades que terão que enfrentar, seja ela qual for.
A construção do conhecimento é um processo interpessoal, no qual o ponto principal desse processo interativo é a relação entre educando e educador. Esta relação não é unilateral, pois não é só o aluno que constrói seu conhecimento, de certa forma o professor o professor também aprende com o aluno.
Através do processo interativo o aluno assimila e constrói conhecimentos, valores, crenças, adquire hábitos, formas de expressar, sentir e ver o mundo, formar idéias, conceitos, desenvolver e assumir suas próprias atitudes, modificando e ampliando estruturas mentais.
Em se tratando do ato educativo psicológico hospitalar, Simancas e Lorente, 1990, p.47, aludem que:
... a atenção pedagógica, por meio da comunicação e do diálogo, tão essenciais no ato educativo, se propõe a ajudar o enfermo - criança ou adulto – para que, imerso nessa situação negativa que atravessa, possa seguir desenvolvendo-se em todas as suas dimensões pessoais. Co a maior normalidade possível.
(SIMANCAS E LORENTE, 1990. P.47)
De acordo com a citação de Simancas e Lorente, 1990, a relação entre profissional educativo e o discentes enfermo, é muito importante e de grande valia no processo educacional de ensino, pois, o aluno/adolescentes enfermo se torna algo ativo capazes de desenvolver suas potencialidades e peculiaridades pessoais.
3.1 A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NA RELAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA HOSPITALAR
Para que o processo de intercâmbio propicie a construção coletiva do conhecimento, é essencial que a relação docente/discente tenha como base o diálogo, pois é por meio dele que juntos constroem o conhecimento.
A educação é um processo multidimensional, e o aluno deve progredir seus conhecimentos em qualquer lugar que ele for, e o educador deve estar preparado para manifestar atitudes positivas e confiança na recuperação da saúde ou na adaptação às limitações presentes, garantindo a qualidade de vida a esses alunos.
O docente deve também ter diálogo e parceria com os familiares, escola e professores de origem dos alunos enfermos, os quais desempenham relevante papel, como elemento de apoio e cooperação na preservação do equilíbrio possível entre os alunos.
São deveres importantes o vínculo e a ajuda obtidos junto aos familiares. Cumpre, portanto estimulá-los à valorização do tratamento e da escola com o fim de obter uma visão mais dinâmica do futuro da criança/adolescente. Cumpre, ainda, motivar esses familiares para o envolvimento crítico e consciente, na relação entre eles e a escola e entre esta e o hospital.
(MATOS, 2008)
É importante ressaltar que muitas vezes a relação e o diálogo dentro deste novo trabalho pedagógico, é um desafio a ser cumprido, com sentido desbloqueador e promotor do processo de todos que estão envolvidos neste processo ensino/aprendizado. O diálogo entre o psicopedagogo, a família, a professora de origem oferece incentivo, participação, dispêndio das melhores cuidados da criança e adolescente hospitalizado. São exatamente nas reuniões que podem melhores maneiras de lidar com a criança, pois, o profissional ganha possibilidades de aprofundar seus conhecimentos e conhecer melhor seus pacientes, procurando discernimento e estratégias para acompanhar a criança/adolescentes hospitalizada, lho transmitindo segurança no sentido que aceitem conscientemente a situação em que se depara, agindo de maneira positiva em busca do processo de cura em sua totalidade.
Na verdade queremos profissionais que buscam soluções que vão muito mais além, de uma simples necessidade de se ter um grau de estudo, que possa abrangir seu espaço profissional, que estão em busca de novas alternativas para exercer suas práticas, aquele que procura redefinir novas condições de vida, enfim, estamos em busca de profissionais que presa e ama seu trabalho e que tenha prazer de estar ali e em ajudar uma crianças/adolescente, aquele que saiba representar o verdadeiro elo para viver e reviver com dignidade que cada ser humano merece.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho refletiu-se sobre a Pedagogia Hospitalar no Brasil mostrando por meio de uma perspectiva histórica e globalizada, as mudanças nesta modalidade de ensino nos últimos anos no qual o processo de ensino-aprendizagem não exige um espaço/tempo definido, ele pode acontecer em qualquer ambiente em que haja vontade de aprender.
Ressalta-se que a Pedagogia Hospitalar vem abrindo um grande espaço nos hospitais de todo Brasil, já que o aluno enfermo tem, muitas vezes, dificuldade em retomar os estudos após o tratamento devido ao desânimo, à desmotivação no aprender, ao medo de não acompanhar a turma na volta à escola, pela fragilidade que se encontra sua auto-estima, decorrente das limitações que a doença ocasiona.
A inserção do ambiente escolar no período de internação é muito importante para a recuperação da criança, já que distrai, educa e reduz o medo de inferioridade em relação aos colegas. A pedagogia hospitalar é um tema de muita importância, pois percebo que há um déficit na questão da aprendizagem dentro do hospital. Crianças que necessitam de muitos períodos de internação acabam sofrendo uma carência em relação à aprendizagem, eu como futura profissional da educação vejo que há muito para fazer nesse "Novo Campo" da educação, pois por meio do acompanhamento educacional dentro do ambiente hospitalar iremos resgatar vários sentimentos nessas crianças como aceitação, auto estima, segurança, uma melhor qualidade de vida e a continuidade do desenvolvimento das potencialidades que elas apresentam.
O pedagogo será mediador para recuperar sentimentos de amor próprio entre outros e assegurando a valorização da vida do paciente.
A Pedagogia Hospitalar situa-se na modalidade da Educação Especial, definindo como suas principais ações as atividades de classes hospitalares e atendimento domiciliar para crianças e adolescentes em tratamento de saúde.
Os principais objetivos da Pedagogia Hospitalar podem ser apontados nos seguintes itens abaixo:
Promover a integração entre a criança, a família, a escola e o hospital, amenizando os traumas da internação e contribuindo para a interação social;
Dar oportunidade ao atendimento às crianças e adolescentes hospitalizados em busca da qualidade de vida intelectiva e sócio-interativa;
Aproximar a vivencia da criança no hospital à sua rotina diária anterior ao internamento, utilizando o conhecimento como forma de emancipação e formação humana;
Fortalecer o vinculo com a criança hospitalizada, possibilitando o fazer pedagógico na prática educacional dos ambientes hospitalares;
Proporcionar à criança hospitalizada a possibilidade de, mesmo estando em ambiente hospitalar, ter acesso à educação.
Nesse sentido o trabalho do pedagogo no hospital é propiciar uma prática educativa visando à formação integral do aluno enfermo numa proposta de amenizar a possível desmotivação e o estresse ocasionados pela internação. Portanto podemos refletir sobre esse Novo campo Pedagógico, como: quais os desafios encontrados? Se há um bom rendimento educacional? Se o profissional está realmente preparado para administrar esse novo conhecimento intelectual? Se o profissional é capaz de realizar trabalhos em grupos? Se há uma interação entre o docente e os discentes? Se o SUS presta atendimento na realização deste trabalho? Se há comunicação entre pais, alunos, professores e profissional hospitalar?. A educação deve contribuir para o enfrentamento do grande desafio histórico que dá condições individuo de se tornarem cidadãos conscientes, sujeitos de direitos, organizados e participativos do processo de construção política, social e cultural. Ele é um dos principais instrumentos de formação da cidadania e deve ser entendida como aquela que permite ao individuo, em especial aqueles excluídos sociais, na sua inserção na sociedade de modo que, possa projetar um futuro menos desigual, menos problemático e mais inclusivo. Porém reconhecemos que mesmo dentro de um ambiente hospitalar a criança precisa continuar a sua vida escolar, o seu desenvolvimento cognitivo não pode ficar estático ou simplesmente ou somente sobre os cuidados médicos, sem nenhuma expectativa no âmbito escolar. Nesse trabalho, pudermos verificar que o pedagogo no ambiente hospitalar contribuir no desenvolvimento, do potencial, fazendo as perceber que as diferenças existentes nas pessoas, não sejam para marcá-las, mas como uma possibilidade de troca de experiências, saberes, e conseqüentemente de promoção de vida
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http://portales.educared.net/aulashospitalarias/por/sobreelproyecto_nuestrasaulas.jsp