Pedagogia Crítica: sua politicidade, qualidade que tem a prática...
Por Patrícia Aparecida Trindade Vargas | 18/02/2017 | EducaçãoPedagogia Crítica: sua politicidade, qualidade que tem a prática educativa de ser política, de não poder ser neutra (FREIRE, 1996, p. 77-78).
Do ponto de vista da pedagogia crítica, para que o ensino se torne efetivo, é necessário que ele tenha significado para o aluno e seja motivador. Por isso, o professor, na sala de aula, precisa identificar as maneiras pelas quais cada aluno se apropria do conhecimento. Ser bom educador é conseguir manejar diferentes estratégias de ensino no atendimento individualizado ao aluno, no trabalho em grupo e/ou na aula para a classe toda, retirando o que cada um pode oferecer de melhor. Diante dos estudos empreendidos até agora, discuta, no Fórum, com seu tutor e colegas o fragmento a seguir: [...] toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o cunho gnosiológico; a existência de objetos, conteúdos a serem ensinados e aprendidos; envolve o uso de métodos, de técnicas, de materiais; implica, em função de seu caráter diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideais. Daí a sua politicidade, qualidade que tem a prática educativa de ser política, de não poder ser neutra (FREIRE, 1996, p. 77-78).
O procedimento de ensino-aprendizagem deve ser oportunizado pelo docente junto com educando, em todo o ambiente no qual ele está introduzido. Pilão (1998, p.15) esclarece que, quando ocorre a aprendizagem reflexiva, o educando articula o que aprendeu e reflete sobre os processos e as decisões que foram adotadas pelo processo, partindo daí um entendimento com mais capacidade de transferir aquele conhecimento que construiu. A aprendizagem é colaborativa, os alunos trabalham na construção do conhecimento, da comunidade, explorando as habilidades de cada um, enquanto fornecem apoio moral, modelam e observam as contribuições de cada membro envolvido no processo.
Toda prática educativa necessita da presença de sujeitos, um, que ensinando, aprende, outro, que aprendendo ensina. Isso denota que deve existir relação entre a aprendizagem e o ensino. A educação resulta do vínculo aluno e professor. Todo professor apresenta-se como uma referência para a formação dos alunos e, é muito significativo o modo como se familiariza-se com os mesmos. O modo de relacionamento é primordial para que se sintam competentes.
A relação professor-aluno é muito importante, se essa for positiva a probabilidade de um maior aprendizado aumenta. A força da relação professor-aluno é significativa e acaba produzindo resultados variados nos indivíduos. (Aquino 1996, p. 34)
O professor crítico conceitua a voz participante dos educando, dos quais as explicações e definições devem ser e estar no mundo, construídos no contexto histórico e social, no que se refere à sua aprendizagem, à escola e à sociedade. A utilização da expressão crítica, que instrui o procedimento reflexivo, torna-se significativo para a formação de educadores e educandos conscientes do seu agir na sociedade e no mundo.
Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática. (FREIRE, 1991, p.58).
Importante destacar, que os procedimentos de linguagem propõe que seus manifestos não se constituem apenas dos conteúdos programáticos, mas manifestam-se de um processo expansivo. A linguagem pode ajudar como instrumento para o docente sobre suas práticas educativas, mesmo modo que utiliza como objeto de suas ações em sala de aula.
Ensinar e aprender são procedimentos diferenciados que abrangem sujeitos também distintos, um professor e um aluno. Existem proporções de preparar o educando a aprender, motivar seu interesse através de uma aula atraente e provocadora, preservar sua atenção com práticas interessantes.
O docente tem que estar sempre livre a novos conhecimentos, as emoções e as dificuldades de seus educandos. É claro que a obrigação da aprendizagem está ligada ao aluno, mas essa deve ser possibilitada pelo docente conduzindo o aluno à realização. Utilizar de aulas diferenciadas, usando dos recursos acessíveis e sendo inovador para inventar materiais que levem a uma melhor percepção da disciplina por parte do educando. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
REFERÊNCIAS:
AQUINO, Julio Gropa. A relação professor-aluno: do pedagógico ao institucional. São Paulo: Summus, 1996.
FREIRE, Madalena. A Formação Permanente. In: Freire, Paulo: Trabalho, Comentário, Reflexão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991.
PILÃO, Jussara Moreira. O Construtivismo. São Paulo: Edições Loyola, 1998.