Pedaços de um esquecimento

Por Fernando Samuel Leite Monteiro | 06/05/2011 | Poesias

Pedaços de um esquecimento

A mesma carta, o mesmo sonho, a carta que eu sonhei.
Outro momento, outro encanto, o lugar onde fiquei.
O mesmo fim, mesmo começo, para recomeçar.
Tudo de novo, eu não mereço, não sei como amar.
Voei para longe, para bem longe, onde ninguém possa me alcançar.
Voltei na historia, caí no tempo, senti vontade de chorar.
O telefone que sempre toca, quando eu não quero te tocar.
O mesmo beijo da traição.
Te fez pedaços de um coração.
Aquele sonho me embebeceu, me deixou louco.
Aquele tempo me envelheceu, me fez te perder por tão pouco.
A ilusão toca no ar, ilusão no ar.
A cachoeira me faz chorar, mas ao me afogar...
...Ao me afogar ninguém se importa.
O mesmo barco já não comporta,
O peso que sempre carregou.
Aquela pedra que não pesou,
Caiu no barco e o furou,
Deixou fugir toda esperança,
Roubou meu escudo de criança,
O meu brinquedo, o meu trabalho.
O meu segredo caiu do galho,
Da árvore que segurou.
O mesmo êxtase, o mesmo olhar,
Não podem mais voltar a ser, vontade de ganhar.
Agora choro, desapareço, mesmo impaciente espero.
A mesma briga, a guerra inteira.
Outros amigos que brigam por tanta bobeira.
Eu já cansei não luto mais, olho para trás me desespero.
Quando será que vou voltar o momento que te vi?
Não mais amigos, não mais palavras, só pessoas frias a cantar.
O mesmo canto, os mesmos dias deixaram de existir, para dar espaço,
Aquele pássaro que voa, voa sem parar.
Amigos a voar, voar, voar... Não vão voltar jamais.