PCC EAD (Plano de cargo e carreira encomendado, articulado e direcionado)
Por manuel pedro de campos | 18/03/2019 | CrônicasPCC EAD (Plano de cargo e carreira encomendado, articulado e direcionado)
Transcorria o ano de 2009, era uma quinta feira do mês de maio, uma data como outra qualquer, exceto pelo PCC da companhia que seria finalmente revelado eu podia observar os semblantes das pessoas que se aglomeravam no saguão, observava letrados e desletrados “disputando” lugares no plenário, visualizava semblantes preocupados oposto aos confiantes que estavam pressendindo ou tendo conhecimento do que viria a ser revelado, de onde estava ouvia murmúrios dos funcionários, observava os últimos preparativos do nosso sindicato que vinha se demonstrando verdadeiros demagogos em busca de otários nos meses que antecederam o plano, durante meses o PCC foi comentado, discutido, proposto e neste momento seria finalmente divulgado, estava apreensivo pois a sagacidade usada na formação da comissão do PCC me preocupava, usaram dois figurantes em e quatro cruciais “cabeças pensantes,” todos nada confiáveis, me aterrorizava a realidade de que o meu destino estava atrelado a essas pessoas , tudo indicava que não iria gostar do que estava preste a ser revelado.
Dezesseis horas e quinze minuto finalmente o PCC EAD iria ser revelado, o som dos murmurinhos foi substituídos pelo silêncio, o presidente do sindicato da companhia após alguns teste no microfone, iniciou o teor do novo PCC EAD.
Gratificações, representação de gabinete, gratificação de função triplicadas, quadruplicadas, quintuplicada, transformação e criação de cargos de confiança e chefia, criação de cargos de comissão, tabela de vencimentos sendo anunciadas com reajustes astronômico a euforia tomava conta do plenário mas como dizia minha finada avó “Nem tudo que reluz é ouro” e nada, absolutamente nada, “nadica” de nada foi concebido aos infelizes desletrados , reajuste ZERO foi o que foi imposto, raiva, tristeza, angustia era reinante entre os despossuídos, estávamos vencidos nada poderíamos fazer, concernente a nossa posição de desletrados e pelo fato da companhia ter na ocasião quatro donas que tiveram suas vontade inexorável apesar da companhia ter um acionista majoritário (Presidente) esse tinha um cargo puramente figurativo na época.
Sete anos se passaram do dia fatídico , hoje ainda é possível se notar reflexo do PCC da companhia , no poder aquisitivo dos letrados nos consignado dos desletrados, paradoxo ocasionado pelo conhecimento ou pelo favorecimento de um sistema que se é possível manipular, fato é que é imudável o ocorrido.
Hoje a companhia é outra foi toda reformada, mesas de mogno, piso de mármore, obras de arte do período medieval, barroco, renascentista embelezam o saguão da companhia, foi implantado um sistema de segurança avançado com segurança terceirizada, agentes de policia, escrivães, detetives, investigadores, assistentes, delegados, soldados, cabos, sargentos, tenentes, capitães, coronéis, generais, guardas de trânsito, centenas de cameras de vigilância, alarmes, cerca elétrica, temos na companhia cargos para assistentes sociais, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, psicologos, psiquiatras, nutricionistas, professores, arquitetos, engenheiros, arquivologos, contadores, jornalistas, engenheiros, arquitetos, veterinários, fonoaudiólogo.
Muitas mudanças ocorreram na companhia exceto o estado de indigência dos desletrados da companhia, indignos de respeito, vitimas de sua instrução ou do sistema esses funcionários passam incógnito se misturando aos novatos e letrados da companhia como parte da ralés do local, onde os letrados são tudo perante o nada e reciprocamente nada perante tudo.