Parmênides de Eléia.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 27/10/2012 | FilosofiaParmênides de Eléia.
510-470 a. C.
Ele nasceu em Eléia, uma pequena cidade localizada, na Magna Grécia, que ficava no litoral oeste da Península Itálica, isso para se ter uma ideia do tamanho do império grego atingindo outras regiões da Europa.
Parmênides de certa forma não era grego, mas pelo fato de ter nascido numa região dominada pelo império foi considerado como um grande filósofo grego, isso pela literatura.
Apesar de ter nascido numa península Itálica, ele era grande conhecedor do pensamento grego em geral, particularmente da filosofia de Heráclito, e discordava plenamente de tudo que era ensinado na cidade de Éfeso.
Sempre foi contrário a dialética e o devir constante das coisas, negava a realidade do movimento, o ser apenas é, a realidade não pode ser o não ser. Era visto por Platão como o grande filósofo grego.
Ele formou duas epistemologias para o conhecimento, a realidade só poderia ser compreendida por intermédio da filosofia, essa seria aplicada essencialmente ao princípio da razão.
Sendo que a mesma era responsável pelo conhecimento da essência, e o que seria esse fundamento da natureza essencial de uma coisa.
A natureza de coisa só é verdadeira pelo principio da identidade, ou seja, o valor da não contradição. A coisa é o que é e não pode ser seu antagonismo.
A outra via para o entendimento das coisas é a crendice, o que ele chama de opinião, aquilo que não pode ser científico, o que é revelado pela aparência.
O que é determinado em última instância pela contradição, o suposto movimento do não ser, de algo que necessariamente teria que ser.
Para ele a metodologia do conhecimento só será possível pelo caminho de natureza da metodologia da essência, o que é esse caminho, como se define, a via da essência.
Existe o ser, e não pode sequer discutir a sua não existência, é absurdo imaginar essa possibilidade, não é concebível a sua não existência.
Portanto, o ser simplesmente é. O não ser não é do mesmo modo não se discute outra possibilidade para a explicação da não existência.
Qual é o valor de Parmênides, para filosofia e, sobretudo, para articulação da lógica formal, aquela que mais tarde foi desenvolvida por Aristóteles.
No uso da metodologia dedutiva e a não contradição entre a premissa primeira e a segunda, na articulação entre os raciocínios dedutivos.
Em razão dessa formulação Parmênides foi considerado, o primeiro grande filósofo a defender os princípios lógicos da identidade, com a finalidade de evitar o pensamento contraditório em uma argumentação formal.
O princípio do argumento não contraditório foi posteriormente elaborado por Aristóteles, no desenvolvimento da lógica formal.
Posteriormente na afirmação da metafísica, até ao reino posterior da teoria empírica, o novo método indutivo, já na era contemporânea.
Voltando a Parmênides, ao entender o ser na sua ótica, pelo caminho da essência e não ao contrário, pelo entendimento da crença. Ele concluiu que o ser simplesmente é, não existe o não ser.
Não apenas é, mas também eterno, como é eterno a natureza do mundo e do tempo, do mesmo modo o ser é único, imóvel, quer dizer não sofre mudança, não pode ser e não ser ao mesmo tempo.
Como se a existência fosse uma passagem como acreditava Heráclito, mas contemporaneamente, o ser é apenas a realização da mudança de estado, desse modo funciona a química, a física e a biologia, para não dizer as demais ciências.
Esse procedimento simplesmente é absurdo para Parmênides, assim como o ser é imóvel, também ilimitado, a passagem negaria o mundo da essência e formularia a lógica da aparência.
No entanto, diz Parmênides, provocando Heráclito se olharmos o ser pela a via da aparência, tudo fica obscuro pela ideologia do movimento, confunde se em função do mesmo, daquilo que é plural e sobretudo, devido o engano do devir.
Com efeito, na epistemologia de Parmênides precisamos ter cuidado com a filosofia de Heráclito, porque o referido, perseguiu o caminho da aparência, isso segundo o seu adversário, a via das aparências ilusórias.
Essas vias precisam ser evitadas de qualquer modo, porque não podemos concluir erradamente que o ser é e não é ao mesmo tempo.
Isso significa que o ser seria e não seria as mesmas coisas, o absurdo de afirmar que o mundo com a sua existência do princípio.
Afirmando como fundamento das contradições no dever de uma realidade em constante mutação, o que rechaça absolutamente Parmênides.
Edjar Dias de Vasconcelos.