Parede da memória
Por Edson Terto da Silva | 09/11/2012 | CrônicasDesculpe-me rei Roberto Carlos pelo plágio, mas dia 8 de novembro, “Eu voltei ao passado”, não pra reviver sonhos, mas para constatá-los na realidade ao rever amigos dos anos 80, todos jornalistas, que atuaram (ou atuam) no Diário do Povo de Campinas, jornal que dia 5 perdeu seu corpo físico de papel para sobreviver só no infinito mar virtual da Internet. Aliás, foi a extinção física do centenário Diário (1912/2012), que me possibilitou encontrar casualmente esses amigos. Como preza o mandamento do bom jornalista, eles estavam reunidos para contar boas histórias e tomar geladas (inclusive água, rs), afinal ninguém é de ferro, por isso não há risco de enferrujar.
E o encontro não podia ser, senão no City Bar (Cambuí / Campinas), bem na frente da Praça da Imprensa Fluminense, onde, infelizmente, hoje agoniza nosso Teatro de Arena. Se nos anos 80, o local era palco de nossas lutas pela democratização do país e mar onde desaguavam nossos rios de resistência em forma de passeatas, hoje, mais especificamente, o City, é lugar de reunião da animada classe de jornalistas de Campinas e região, que os estudantes da atualidade chamariam de “tiozinhos”, mas se vistos de pertos continuam rebeldes e sonhadores, mesmo que restem poucos e brancos cabelos ao vento.
Não cheguei trabalhar no Diário. Durante mais uma década trabalhei no Correio Popular (fundado em 1927), “irmão” mais novo do Diário, que se tornou rival (ou concorrente, sei lá) e que atualmente, com o grupo RAC, se tornou meio que extensão um do outro, sendo o Correio mais voltado as classes altas e o Diário mais para o chamado “povão”, papel este assumido por outro produto da RAC, o jornal Já, o que deve ter contribuído para a extinção do Diário impresso.
Deixando explicações técnicas de lado, o importante foi ver grandes amigos. Como disse no início, eu estava lá por acaso (um encontro com meus filhos Ney e Diego) e chegaram grandes profissionais com os quais tive a honra de conviver, trabalhar e compartilhar amizade. Enquanto estive no City, a “Festa de Arromba”, desculpa de novo Rei, tinha recebido Cristina Belluco, Vera Longuini, Marcelo do Canto, Milton Frungilo, Nilson Ribeiro, Marcus Vinicius Ozores, Paulo Barddal, Edmilson Siqueira, Carlos Bassam, Luiz Roberto Saviani Rey e muita gente boa estava para chegar... Muito legal!