Paradigma da Complexidade em Edgar Morin e a Interdisciplinaridade.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 03/08/2013 | Educação Paradigma da complexidade Edgar Morin.
Morin grande filósofo, como também epistemólogo e construtor da educação, um pensador contemporâneo, que trabalhou o conceito de transdisciplinar aplicado à interdisciplinaridade, do mesmo modo a questão da multidisciplinaridade, considerando as multirreferencias.
Escreveu seu método de análise, aplicado a epistemologia, não dentro de um escritório, mas elaborou um grande trabalho heurístico, resultado de processos de sínteses, na vida prática sendo fundamental para o entendimento dos fatos fenomenológicos.
Por outro lado, como construtor do saber, vivendo a própria política, no interior da realidade de um modelo econômico e do desenvolvimento da sociedade liberal capitalista, entendendo suas contradições no interior dos mecanismos da aprendizagem. A extensão compreensiva da facticidade do velho paradigma.
Trata-se de uma exuberante análise epistemológica da sua obra composta basicamente de seis tomos, em que Morin procurou formular a destruição do modelo iluminista da realidade fracionada, para entendê-la na sua complexidade, esse esforço com certeza é o seu maior mérito.
Em seu método tentou elucidar a profundidade do pensamento pedagógico que por sua natureza é complexo, sem o procedimento da mimese, isso por um lado, por outro, a tentativa do desenvolvimento de um conhecimento polissêmico.
Ao que se refere a um composto, interdisciplinar e multidisciplinar na perspectiva da transdisciplinaridade, ao mesmo tempo, um projeto pedagógico em referência as possibilidades multirreferenciais.
A divisão em cada tomo, na totalidade, as análises específicas, o que Morin aborda na perspectiva do paradigma da complexidade, a relação da teoria e do método pedagógico, o que deve ser esclarecido de forma indelével à perspectiva do caminho múltiplo.
Morin procura entender o paradigma da complexidade à teoria e a sua relação com o método na construção do saber, na linha da evolução científica na eliminação pelo menos parcial de certas idiossincrasias não dialéticas ligadas à metafísica.
Em composição ao antigo paradigma, a Ciência está fechada, manipulada apenas pelo mundo tecnológico, não mais pela crítica do fundamento, em seus campos específicos, o que é da natureza das coisas, em sintonia anacronicamente com o tempo produto da relação do saber não complexo.
O que pensa Morin, de certo modo a teoria não é apenas o conhecimento elíptico, mas por meio do mesmo, permite necessariamente o saber relativo, ao que se refere ao velho paradigma, à perspectiva da superação do iluminismo anterior.
À teoria está contaminada, por ideologias degradantes, na simplificação do velho modelo, do ponto de vista da hermenêutica da análise e da mudança.
O que compreende Morin, o principal motivo da degradação, por algumas razões, o conceito utilitarista, aplicado ao aspecto operacional.
O que se determina aos fundamentos do velho iluminismo, a necessidade de uma nova polimorfia de acepção acadêmica.
Isto acontece por alguns motivos, percebe Morin, a teoria torna-se utilitarista, a utilidade da técnica ao uso do conceito aos fundamentos da verdade, que é essencialmente apenas em parte necessário ao fundamento heterônomo.
A teoria transforma-se em doutrina e protege-se contra qualquer epistemologia crítica, não aceitando outras possibilidades epistemológicas em defesa tão somente do velho paradigma, o que deve ser destruído, dado a certo modo agnóstico em função da construção do novo iluminismo.
O antigo conceito a respeito da improdutividade do método, sustenta-se pelo mecanismo da ideologia do consumo, como se na realidade representasse o modo epistemológico da análise da realidade pura dos fatos.
O que na prática é uma ilusão. O mundo não é o fragmento das velhas proposições, ao que se referem às pedagogias tradicionais.
É nesse aspecto, entre outros que reside o perigo, ao esvaziamento da teoria da complexidade,quando na realidade, nenhum fato ou objeto é em si mesmo sua objetividade, o que significa a teoria do falibilismo ou a aplicação do princípio da refutabilidade de Popper.
Aquilo que apresenta quando na verdade não poderá efetivar-se, devido em primeiro lugar as multireferencialidades fundamentais ao entendimento, multifuncional de um projeto interdisciplinar, o que terá que realizar-se posteriormente entendido em dois campos referenciais, ao caminho da multiplicidade. Edjar.
Edgar Morin deixa evidente que não tem possibilidade da existência da teoria, sem que antes exista um método, para o funcionamento da mesma, a grande questão é que não poderá ser qualquer método, do mesmo modo a teoria em referência.
Entretanto, existem diversidades de métodos como por outro lado, complexidades de teorias.
No entanto, não se devem confundir os métodos com as teorias, ambos são elementos fundamentais para a realização do conhecimento complexo, o etnocentrismo das multireferencialidades.
O método torna-se indispensável a razão para poder organizar coerentemente o fundamento. A relação interdisciplinar em tempo especifico o que é do funcionamento de cada campo, o homem é o seu momento.
A produção inexorável do seu tempo histórico.
De modo que se evita o que é denominado da ação retroativa, ou seja, o aspecto simplificado do antigo paradigma.
O método desta maneira deve não possibilitar a retroação, ou seja, a simplificação da teoria, a razão como guia indispensável à lógica da análise do novo paradigma, o iluminismo da complexidade.
Com efeito, em qualquer prática complexa da construção do saber, é impossível desvencilhar o método da teoria. O mundo praxiológico da relação dialogal.
Pois toda teoria é teoria na medida em que na fenomenologia apresenta-se como mecanismo em que se coloca em ordem o pensamento, no caso em específico determina-se como método.
Existe na teoria da complexidade a racionalidade aberta, que reconhece que não há Ciência pura, no entanto, a possibilidade de uma teoria do sujeito no fundamento da Ciência, o que abre a perspectiva a crítica construtiva do sujeito, possibilitando o saber científico.
O Método em referência ao que Descartes propôs como metodologia, no entanto, o fundamento da questão é a certeza indubitável, ao que se refere ao velho iluminismo, o que não se tem essa garantia, dados seus erros e mecanismos ideológicos.
Morin contrariamente coloca as possibilidades no horizonte da incerteza, da diversidade, na defesa do princípio da complexidade na fiúza da relação à determinação do que o homem é.
O que significa no mundo praxiológico, o homem e o mundo não transcendem um ao outro, porém na diversidade se modificam, se transformam, mudando os caracteres do mundo, na construção da relevância.
Então, em síntese, O método se apresenta em seis tomos, abordando o significado da complexidade humana. O primeiro, a natureza da natureza, o que é especifico da relação do homem com o mundo natural em todos os aspectos e suas relações apofânticas.
Do ponto de vista formal, na aplicação da asseidade lógica indutiva apresenta uma epistemologia da complexidade, elaborando, a relação entre Ciência produzida pelo homem e a Ciência como fundamento da natureza, num contexto da teoria da complexidade.
Sendo que a complexidade é um processo de construção do saber que compreende o desconhecido, que de certo modo liberta o homem da racionalização ingênua apercepção na produção do entendimento global. Edjar.
Por meio da escrita desenvolve a mensagem que não é ainda entendida, procura destruir o homem como centro, no entendimento da vida antes do homem, sendo o mesmo compreendido como produtor da sua espécie.
Para Morin do mesmo modo para Filosofia crítica em combate ao antigo iluminismo, ninguém poder ter a pretensão do conhecimento, em sua lógica de evidência, do ponto de vista indubitável.
Não existe um saber definitivo, verificado, o que reflete a epistemologia de Bachelard, o mundo resulta-se da construção epistemológica presa aos tempos históricos e aos limites dos métodos distintos e a proximidade de suas interpretações, multirreferenciais. Edjar.
Não se pesquisa com o pleno saber, aliás, nem existe essa possibilidade, tudo se desmancha com o tempo e com a substituição dos métodos, ontologia de Paul Feyerabend. O tempo é própria História acepção de Edjar.
O terceiro, grande aspecto do conhecimento a grande questão do reducionismo, a fragmentação do saber, o estudo particular de um fato, sua elevação ao absoluto, como fundamento universal, trata se simplesmente de um grande equívoco.
Para entender o homem num mundo globalizado, de diversas culturas e com interesses diferentes, mimeticamente a necessidade interdisciplinar as Ciências no campo da transdisciplinaridade, que deve ser levado em consideração, as Ciências da natureza e do espírito.
Os desenvolvimentos do conhecimento a respeito do paradoxo da separação, a comunicação que leva ao fechamento, quanto à organização cognitiva torna-se fragmentada no aspecto da individualidade.
Separando o fragmento do mundo, o que mais se perde na objetividade e entra no cognitivo ideológico, se salva apenas na relação especificamente ao mundo da natureza.
O que pode nesse caso ser em particular, dado a sua relação não direta com os fenômenos das produções culturais tanto dos objetos como dos sujeitos. Dilthey.
O que coloca Morin de forma construtiva, quanto mais o homem diferenciar sua forma operacional em relação à natureza, proporcionalmente aumenta as possibilidades do saber do conhecimento ao mundo especificamente nas epistemologias distintas, suas acepções, ao mundo do espírito e a lógica indutiva.
A quarta ideia, a valorização dos costumes, como mundo da construção ideológica, o lugar onde o homem vive a organização política, o equilíbrio entre as ideias do sujeito e o mundo cultural, o que apropria se por meio da ajuda no próprio entendimento, o mundo refletido epistemologicamente, como reflexo das existencialidades.
A noosfera na difusão dicotômica da autonomia epistemológica na formulação do pensamento a noologia, que determinam as relações lógicas, entre o fenômeno da linguagem e teoria da complexidade.
O quinto aspecto, a identidade do homem, no seu espaço tempo, a síntese de cada tempo histórico, dos processos anteriores referentes a outras epistemologias, a neologia sistematicamente na nova perspectiva de construção da superação do velho paradigma no entendimento da complexidade.
A importância de entender as condições naturais da identidade humana são construídas em suas interrelações sociais e políticas, na cultura do tempo histórico, na perspectiva do entendimento interdisciplinar, considerando as multireferencialidades, aos aspectos transdisciplinar.
Entender o homem na relação com os demais homens e consigo mesmo na inseparabilidade da vida concreta, de onde vem, qual o mundo anterior, para onde vai.
A construção da nova sociedade, conhecer o homem é colocá-lo dentro da História, no seu devido tempo e em suas contradições.
O que se deve romper com velhas tradições, a respeito dos fragmentos e do conhecimento das Ciências humanas a esse respeito, desenvolvendo a verdadeira reforma do pensamento.
O que se deve pensar a realidade política social com auxilio de todos os campos científicos, o que se entendem como interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
O sexto Tomo trabalha a questão noética da ética: um mundo mais equilibrado, mais justo socialmente, o grande problema da crise contemporânea, a dificuldade da ética em um mundo dos desiguais.
Uma Filosofia do espírito crítico, de inspiração Kantiana, na valoração da axiologia marxista, como exigência moral, mas o modelo em questão impossibilita a veemência da defesa do velho paradigma.
A necessidade de uma nova forma produtiva, novo Estado político, educar não é apenas uma questão técnica, a defesa não ingênua da cidadania.
Em síntese o que podemos dizer, a respeito do método da teoria do paradigma da complexidade, o magnífico trabalho epistemológico, para sanar as cegueiras, miopias, superar ideologias discriminatórias e abrir caminhos para novas perspectivas da construção crítica.
Em um trabalho dialético interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar com considerações multirreferencias as construções lógicas as análises aplicativas para uma consciência objetivamente crítica.
Edjar Dias de Vasconcelos.