PARA UMA PEDAGOGIA DO AFETO

Por ALINE MARIA TAVARES | 01/02/2017 | Educação

INTRODUÇÃO

 

Este artigo tem como objetivo geral ressaltar a importânciada afetividade na ação pedagógica.Este artigo é inspirado no livro ”Psicopedagogia Clínica-Manual de Aplicação Prática para Diagnóstico de Distúrbios do Aprendizado” de Márcia Siqueira de Andrade. Escolhido o capítulo citado no título acima, abordando a importância de uma pedagogia afetiva, onde o educando é mais que apenas um produto, mas é o epicentro da educação.

A escolha deste pequeno capítulo, deu-se devido a empatia pela pedagogia do amor inspirada por Paulo Freire,onde se trabalha afetividade na relação educando e educador, afinal, todo educador é um educando e todo educando é um educador. A importância de um pedagogo que tenha a afetividade como filosofia de trabalho pode pôr fim a proposta de uma educação bancária,onde o educando é tão somente um depósito de informações. “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

2.DESENVOLVIMENTO

Para trabalhar o capítulo PARA UMA PEDAGOGIA DO AFETO, necessariamente tem-se que incorporar a este, outros capítulos do livro são eles: A QUESTÃO DO CONHECIMENTO:DO OBJETIVO E DO SUBJETIVO, FAMÍLA: LEITURA DE UM SUB-TEXTO,O TEMPO DE CONHECER OU RE/CONHECENDO O TEMPO PARA SE CONHECER, além da própria introdução,    cada um dos capítulos acima citados se interligam na questão da necessidade da pedagogia do afeto. Educadores devem pensar as relações não apenas na aparência como se deixam aparecer, mas como são significativas para poderem se contar a partir do que não se conhece, mas se sabe. Relacionando assim as dificuldades de aprendizagem a questões concretas, considerando o educando como ser social, vendo-o através de sua história que antecede sua vivência escolar. Entra em pauta a afetividade, com suas contradições, conflitos e acima destes, suas superações.

A família tem grande fundamentação na educação do discente, é nela que se dá a leitura do subtexto, o simbólico que nem sempre é falado, apenas sentido. Esta é o primeiro núcleo social de todo e qualquer indivíduo, é nela que tem- se o modelo de aprender. Sejam aspectos materiais ou emocionais, objetivos ou subjetivos. Através da família o sujeito reaparece, surge daí seu consciente e inconsciente. A família surge como herói ou bandido. O aluno deve ser visto como sujeito pleno de desejos e conflitos, o pedagogo deve se despir de valores e teorias que não mais se encaixam nos espaços que se apresentam. O sintoma é muitas vezes a possibilidade de se encontrar a cura. Através dessa perspectiva tenta-se assim resgatar o “homem de corpo e alma”. Para toda essa nova postura pedagógica o docente tem que se disponibilizar ao afeto, buscar supor e suportar as indefinições, contradições, sem tentar explicá-las, mas relacioná-las como causa e efeito.Como pedagogo é fundamental olhar o outro e ver parte de si mesmo. Não se pode esquecer o aluno interior que existe em cada um de nós. Como a própria Marcia Siqueira de Andrade, escreveu “as rugas e dobras do rosto são inscrições deixadas pelas grandes paixões...que falaram sem que nada percebêssemos, porque nós, os proprietários, não estávamos em casa”. Como mediadores da educação tem-se que viver a paixão pela mesma, estando sempre em nossa razão sem deixar a emoção esquecida.

Cada um tem sua própria história que é contada como vaso de argila que traz no seu corpo a marca da mão que o modelou e é justamente esta marca que o torna possível e isso é como uma digital. Somos frutos de nossa história e das histórias que se misturaram a nossa como a dos familiares, amigos e também de nossos educadores que nos inspiram, nos edificam ou nos destroem ao longo de nossa jornada escolar.

O pedagogo é a base da estrutura social, pois é este o profissional do ensino e apender é condição característica e indispensável a sobrevivência da espécie humana. Portanto aprender é um ato de vida, e enquanto há vida, há aprendizagem. Aprender vai além da restrição a sala de aula, engloba casa, sociedade e escola. O alimento da aprendizagem do ser humano é o afeto. Sem este pode- se desenvolver neuroses e até morrermos fisicamente ou dentro e nós mesmos. O homem é um ser social que necessita de outros seres vivos para desenvolver-se como ser humano. A educação não pode ignorar esse fato, pois este é um aspecto fundamental ao papel do pedagogo que é antes de tudo um educador. Um dos grandes estudiosos da educação Jean Piaget, ignorou a afetividade em seus estudos, embora não tenha deixado de considerar a importância da mesma para a formação do caráter humano.

A emoção para os estudos da teoria Psicanalítica é de fundamenta importância para no desenvolvimento da razão. Essa é uma relação de somatória, fragmentar o homem em tantas partes como vem- se fazendo em nossa cultura ocidental, corre- se o risco de não o reconhecermos no que é sua característica específica: A humanidade.

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