Para Facilitar a Escrita
Por Hiago R. R. de Queirós | 16/02/2009 | LiteraturaExiste somente um poeta dentro de você. Não tente ser o que você não é
só porque este tal ser ideal é mais bem-sucedido do que você; lembre-se
de que o verdadeiro grande poeta já esta pronto, e apenas espera que
olhem para ele. Enquanto isso, aproveite para se fortalecer, ganhar
bagagem literária, para quando todos te olharem, terem a certeza, sem
pestanejar, de que você merece reconhecimento.
Se você for mesmo poeta, aprenda a ser um poeta e não somente a
versar... faça isso lendo biografias de poetas, seus textos sobre a
poesia e a literatura no geral, assim também como as críticas e os
estudos acerca deste e daquele seu poeta favorito? Não... leia sobre
todos eles... leia até sobre os piores, pois, quando você disser que
não gosta de um tal poeta, irão te perguntar por que... e a resposta
mais feia e ridícula é dizer; - Porque não gosto. Respostas como estas
são para leitores e não para poetas... poetas têm um motivo para não
gostar. Se não gostou, interrogue-se por quê... talvez seja inveja.
Acontecerá muito. Acredite.
Não se guie pela opinião dos outros... guie-se pela sua opinião da
opinião dos outros. Sabe, quando uma pessoa opina sobre a sua obra, ela
fez a conclusão dela de acordo com os sentimentos e os preconceitos
dela... saiba identificar somente o efeito do seu escrito sob aquela
pessoa, e não o que ela "acha que seria melhor você escrever".
Se você for prosador, pense que está conversando com uma pessoa cega,
muda, surda, sem paladar, sem sensibilidade nenhuma da realidade, e que
o único contacto que essa pessoa tem no mundo é você... ou seja: ela
terá a idéia que você descrever para ela deste tal mundo, portanto: não
economize em palavras com siginificados e aspectos diferentes... mas
corte todas as que querem dizer e rebuscar a mesma coisa. Imagine-se
pintando um quadro... e que muito detalhe ajuda somente se este
detalhamento for útil ao detalhamento das imagens... ou seja: se o
descrito for o detalhe das coisas... mas, se forem somente as coisas...
diga o que elas são, somente, sem dizer o que parecem ser. Isso é
diferença entre objetividade e subjetividade na descrição, que, mesmo
na literatura, tem de ser clara e objetiva, tendo somente uma descrição
de sentimentos como algo subjetivo.
Se quiser aprender na prática, ou seja: lendo, aprenda estilos
franceses, pois são mais rebuscados. Dou-te como exemplo: Balzac,
Baudelere, Victor Hugo e Proust, e todas as bi-traduções do Russo para
o Francês e do Francês para o Português, como: Dostoiéviski, Górki,
Tchecov, Tólstói E Gógol. Assim, como também indico uma leitura de
Kafka em Alemão... se puder, pois todas as traduções diretas para o
português são cheiras de travessões, que quebram o raciocínio de um
discurso contínuo.
Se quiser aprender lendo, leve em conta o estilo do escritor, que nada
mais é do que sua dificuldade de expressão, ou seja: as preposições, as
ligações de períosos, as entre-vírgulas... ou os entre-travessões, as
duplas reticêncas... e, acima de tudo: os inícios de capítulo. Isso te
ajudará a ter afinidade com uma personalização do narrador, aumentando
aquela vozinha que fala dentro de você enquanto você escreve.
Se você for escrever um conto... pense que a pessoa (o leitor) está
esperando um ônibus, e que, a qualquer momento este ônibus pode
chegar... portanto: saiba o fim do conto antes de pensar em contá-lo,
assim você controla a extensão de tempo de leitura.
Bem... por enquanto é só isso que eu acho que sei... depois eu darei
mais dicas. Espero ter te ajudado, ou ao menos contundido. Um abraço.