Para atuar é preciso conhecer
Por Maria Edmir Maranhão | 15/03/2010 | EducaçãoPara atuar é necessário conhecer
Especificações sobre o 4º estágio de desenvolvimento ( Piaget)
Sanções? Repressões?
As crianças dos 2 aos 4 anos possuem características específicas, relativamente a diferentes aspectos.
Sua inteligência é prática, suas estruturas formam-se através de experiências.
A capacidade de concentração, nesta faixa etária, não vai além de
Outra característica importante é que começam a pensar. A capacidade de pensar leva ao jogo simbólico. O jogo simbólico permite que a criança transforme a realidade de acordo com as suas necessidades. No adulto chamamos de “mecanismos de defesa”.Como exemplo temos como comum, a criança bater na boneca, após ter levado uns tapas da mãe..
Essa fase é caracterizada pelo auge do “negativismo infantil”. É idade da birra, da teimosia. Tais características são conseqüências do desenvolvimento da criança que já aprendeu a falar e a locomover-se, sozinha. Apresenta-se altamente egoísta.
É fundamental que se inicie a “educação da vontade”; os valores transmitidos nesta fase irão estruturar a personalidade. Educar a vontade é mostrar à criança que há limites; nem tudo que ela quer pode ser realizado.
O globo ocular, neste estágio, não está totalmente desenvolvido. Devem ser apresentadas às crianças, atividades em tamanho maior que o normal para que não sintam dificuldade em perceber o que pretendemos que perceba.
Quando estimulada adequadamente, o vocabulário é de mais ou menos 950 palavras.
Sua moral é heterônoma ( obediência aos valores dos pais), e têm o respeito como unilateral.
De
Quando bem trabalhado, na fase anterior, o “negativismo” já deve estar quase totalmente superado. Isto se já foi iniciada a educação da vontade.
Neste estágio o vocabulário cresce para, mais ou menos, 2200 palavras e a concentração aumenta para
A moral continua heterônoma. Surge aqui o “animismo infantil”, isto é, tudo que se movimenta tem vida. Exemplificando: a lâmpada acende, logo tem vida.
Quando a criança é alvo da superproteção e da permissividade terá o seu desenvolvimento bloqueado.
Superproteção: Tudo o que se faz pela criança, tira a oportunidade de que ela aprenda fazendo.
Permissividade: A criança que não conhece limites, terá o negativismo conservado e não interiorizará valores.
O mais importante:
“O exemplo não é a melhor forma de educar, é a única”
(Albert Schweitzer)
CONHECER? POR QUÊ ?
É necessário que sejam respeitadas as características cognitiva, emocional e social da criança. As etapas do desenvolvimento não devem ser queimadas nem adiadas. Tudo o que for proposto à criança que esteja além ou aquém da etapa em que se encontra, irá prejudicar o seu desenvolvimento..
Relativamente à “educação da vontade” ou a colocar limites à criança, as diferentes teorias existentes, normalmente, confundem os pais.
O certo é que: atitudes firmes e coerentes são fundamentais na educação ( lar e escola)
LIMITES: COMO TRABALHAR COM ELES
Estes são fáceis de estabelecer porém difíceis de manter.
Pais e educadores devem lembrar que viver em sociedade significa obedecer regras . Caso contrário seria impossível a conviver socialmente
A criança deve conhecer valores relacionados aos limites, desde pequena (respeitando a faixa etária), para habituar-se a destinar o seu tempo às diferentes atividades, como: hábitos de higiene, hora de dormir, hora de brincar, hora de comer, etc. Assim os pais educarão um filho “RICO”.
Para que limites sejam colocados há necessidade de que a criança entenda o significado do “NÃO”.
O dizer “não” deve ser sempre de forma positiva e coerente; assim será saudável ao desenvolvimento da criança, sem deixar “traumas”. A criança percebe que há alguém que se preocupa com ela e entende o significado do “não” embora os pais pensem ao contrário..
A ausência de limites ou “total liberdade” leva a criança sentir dificuldade para aceitar regras. Esta situação resulta da falta de firmeza dos pais. A criança habitua a impor a sua vontade; na adolescência será pior, só mudarão as reações. Os pais estarão educando um filho “DE RICO”. Observem a diferença entre filho”RICO” e filho “DE RICO””.
A birra e o choro fazem parte da socialização da criança. São características do “negativismo infantil”, quando a criança testa a sua força diante do adulto. Elas sentem até onde podem chegar. É preferível suporta-los na infância do que presenciar situações mais graves que ocorrerão mais tarde.
Muitos pais temem tomar certas atitudes com seus filhos, pensando em traumatiza-los, ou que os filhos sintam raiva deles. Por isso é necessário que se saibam diferenciar “sanções ou castigos” de “repressão, pois são totalmente diferentes.
A sanção ou o castigo são aplicados pela “ação” da criança por não obedecer limites; devem ser equivalentes à gravidade do ato cometido. A criança sentirá responsabilidade.
A repressão é aplicada na pessoa ( criança( e não pela ação cometida. Neste caso a criança sentirá “culpa”.
Culpa é na pessoa. Responsabilidade é na ação praticada.
As sanções têm como objetivo responsabilizar a criança pelas suas ações e decisões..
Antes de freqüentar a escola a criança necessita aprender a “SER”. Para construir a estrutura mental para aprender a SER é fundamental que a criança saiba: respeitar limites e entender a causa das sanções. O papel dos pais é de suma importância neste aspecto
A capacidade de SER servirá de base para a habilidade de “FAZER”
1º Eu sou
2º Eu faço
Aqui se inicia a implantação dos quatro pilares básicos à educação.
ATITUDES POSITIVAS PARA COLOCAR LIMITES
-Nunca autorize ou proíba conforme o seu estado de espírito, no momento.
-Demonstre que os adultos também têm limites a respeitar.
-Justifique os motivos dos limites.
-Não dê castigos físicos. Raramente surtem efeito.
-Quando prometer algo nunca deixe de cumprir.( nunca prometa absurdos, positivos ou negativos)
-Deixar claro que a punição é ao ato cometido, não à pessoa.
-Repetir “não” quantas vezes for necessário. Não deixe que se transforme em “talvez” ou “sim”
-Use autoridade sem humilhar
A CRIANÇA E A PLANTINHA
Regamos a plantinha desde o seu nascimento; caso contrário poderá não resistir ou tornar-se feia, dificultando a sua recuperação, ou às vezes, quase impedindo que a sua recuperação se realiza.
Com nossas crianças acontece o mesmo!
Maria Edmir A .A. Maranhão