PANORAMA DOS TERMINAIS DE ÔNIBUS DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO EM MANAUS
Por Paulo Ricardo de Souza Rodrigues | 30/12/2021 | EngenhariaO presente artigo trata da questão do panorama dos terminais de ônibus do transporte público urbano em Manaus. Sob o olhar dos aspectos do transporte público por ônibus e dos conceitos sobre terminais de passageiros discutidos por especialistas, a metodologia utilizada para este trabalho partiu da análise documental e descritiva, considerando fatos centrais desta análise, como, a descrição da situação dos terminais de ônibus em Manaus através de visitas in loco e coleta e descrição baseada em perguntas fechadas divididas em categorias sobre segurança, comodidade, conforto e infraestrutura dos terminais de ônibus. Diante disso, a síntese dos resultados aponta que dois terminais (T1 e T6) passaram por uma revitalização em suas infraestruturas e os demais (Terminal da Matriz, T2, T3, T4, T5) encontram-se em uma situação de remanejamento de linhas na questão operacional e precisam passar por uma manutenção constante em sua infraestrutura como, por exemplo, a construção de bicicletários e pavimento rígido.
1. Introdução
A organização deste artigo está divido em três partes. A primeira trata-se de uma breve introdução. A segunda parte refere-se ao tema central deste trabalho sobre o entendimento do transporte público urbano de modo geral, os conceitos abordados sobre os terminais de ônibus de passageiros bem como os objetivos, materiais e métodos utilizados. Por fim, a terceira trata da análise e discussão dos resultados alcançados e considerações finais. Transporte público urbano A mobilidade urbana é caracterizada, basicamente, pelo movimento de pessoas e cargas a uma origem e destino dentro da cidade. Enésimos fatores correlacionam as pessoas a se deslocar de um ponto a outro utilizando os meios de transportes público, semipúblico ou privado disponíveis. Vasconcellos (2012) afirma que a necessidade de circulação está ligada ao desejo de realização das atividades sociais, culturais, políticas e econômicas consideradas necessárias a sociedade. Ferraz e Torres (2004) colocam que a facilidade de deslocamento de pessoas nas cidades depende do sistema de transporte público de passageiros, pois caracteriza a importância da qualidade de vida de uma sociedade e, por consequência, do seu grau de desenvolvimento econômico e social. Nessa ótica, os meios de transporte público urbano, coletivo ou de massa e suas determinadas características são essenciais para o funcionamento das cidades pois, de certa forma muitas pessoas são deslocadas por um mesmo corredor viário com maior eficiência e possivelmente com qualidade. Portanto, o transporte público urbano é o elemento empregado para designar os deslocamentos de pessoas realizados no interior das cidades (Ferraz e Torres, 2004). Entende-se que o transporte coletivo de passageiros nas grandes cidades é definido de que pessoas sejam transportadas juntas em um mesmo veículo em função da distância percorrida. Não ocorre o transporte de porta a porta e é necessário caminhar para chegar a uma estação ou parada. Os modos mais comuns de transporte coletivo ou de massa são o sistema Bus Rapid Transit (BRT), bonde, Veículo Leve Sobre Trilho (VLT), metrô, monotrilho e trem urbano. Do ponto de vista social, Andrade (1994) ratifica que os transportes urbanos são entendidos como um importante componente das funções urbanas, encerra em si, um conjunto de aspectos, cujos principais são gerenciamento, organização, operação e tarifa. Quando se adota a construção de canaletas, faixa exclusivas ou vias próprias para ônibus nos grandes corredores urbanos afim de proporcionar a velocidade e a capacidade dos ônibus e, consequentemente qualidade no transporte, inicia-se uma ideia de sistema que envolva outros elementos de estruturas estratégicas. Diante disso, os sistemas de transporte público são configurados por elementos de infraestrutura (vias, estações, corredores, terminais etc), recursos humanos (cobrador, motorista, administração, controle etc) e normas operacionais (operação, gerência, tarifa etc) Pensado de forma integrada, Levinson et al (2003, pag. 12) diz que sete características quantitativas principais podem ser elencadas para que um sistema convencional possa ter a capacidade e qualidade de um sistema integrado de transporte, a saber: (1) vias; (2) estações e terminais; (3) veículos; (4) serviços; (5) estrutura das linhas; (6) cobrança e (7) sistema de tráfego inteligente. Evidentemente que estas características precisam de intervenções físicas e operacionais ordenada e complementadas. A construção de um terminal de integração na região periférica em uma cidade, por exemplo, pode funcionar como estratégia para redução dos problemas de circulação quando conseguem atrair usuários de automóveis para o transporte público pois, as atividades de comércio, lazer, moradia influenciam a relação do controle das edificações e regime urbanístico como no entorno dos terminais de ônibus. Além de funcionar como estratégia para redução dos problemas de circulação, os terminais de ônibus, na ótica de rede integrada de transporte, são instalações localizadas nos extremos de corredores de transporte para que haja transbordo de passageiros em linhas troncais para linhas alimentadoras ou demais linhas circulares. Portanto, tais linhas de operação, podem ser configuradas de acordo com a necessidade de um bairro ou demanda de passageiros. [...]