Panorama do AT

Por Reinaldo Bui | 13/04/2013 | Apostilas

PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO

 

 

 

I.  Introdução

 

 

A.  Como o Antigo Testamento chegou até nós

O Antigo Testamento relata o início da revelação divina e progressiva de quem Deus é e o que Ele quer do homem para que este esteja num relacionamento correto com o seu Deus Criador.

Alguns fatos sobre o Antigo Testamento que nos ajudarão a compreendê-lo melhor:

- Foi escrito durante um período de 1.000 anos.

- Escrito por cerca de 30 autores (homens) diferentes.

- Contém 39 livros.

- Escrito primordialmente em hebraico, com pequenas porções em aramaico.

- Os escritos originais foram cuidadosa e meticulosamente copiados à mão por escribas hebreus e passados de geração a geração.

- Na época de Cristo, os o Antigo Testamento já havia sido completado como um só livro, contendo nele os livros que temos hoje.

- A primeira tradução importante do Antigo Testamento hebraico foi a Septuaginta (LXX), para o grego, que foi terminada por volta do ano 250 a.C.

- A segunda tradução importante foi a Vulgata Latina (383-405 d.C.), que se tornou a Bíblia oficial da cristandade durante cerca de 1.000 anos.

- Nascido em 1628, João Ferreira de Almeida foi quem iniciou a primeira tradução do Antigo Testamento para o português, a partir das línguas originais. Por ter falecido em 1641, deixou seu trabalho incompleto (traduziu até o livro de Ezequiel), o qual foi concluído por Jacobus Op den Akkes, da Batávia, em 1748. Somente cinco anos mais tarde, em 1753, foi impressa a primeira Bíblia em português.

- Os Manuscritos do Mar Morto, encontrados em Qumram, em 1947, confirmam conclusivamente a precisão e a unidade do Antigo Testamento como nós o temos hoje.

- O Antigo Testamento foi miraculosamente preservado por Deus por mais de 3.000 anos.

B. A Estrutura do Antigo Testamento

Divisão do Antigo Testamento no Hebraico

O Tanahk hebraico (correspondente ao nosso Antigo Testamento) foi ordenado de forma ligeiramente diferente do que nós temos hoje na Bíblia, mas contém os mesmos livros, embora considerados como sendo 24, em lugar de 39, porque certos livros eram contados juntos, como um só. Eles foram ordenados sob três divisões principais:

Lei (Torah)

- Gênesis

- Êxodo

- Levítico

- Números

- Deuteronômio

Profetas (Naviyth )

Anteriores:

- Josué

- Juízes

- Samuel (2 livros)

- Reis (2 livros)

Posteriores:

- Isaías

- Jeremias

- Ezequiel

- Profetas menores

Escritos (Kathab)

Poesia:

- Salmos

- Provérbios

- Jó

Cinco Rolos:

- Cântico dos cânticos

- Rute

- Lamentações

- Eclesiastes

- Ester

História:

- Daniel

- Esdras-Neemias

- Crônicas (2 livros)

Os trinta e nove livros do Antigo Testamento

Em nossa Bíblia atual, o AT é dividido entre livros Históricos, Poéticos e Proféticos

Históricos:

Lei (5 livros)

- Gênesis

- Êxodo

- Levítico

- Números

- Deuteronômio

História (12 livros)

- Josué

- Juízes

- Rute

- I Samuel

- II Samuel

- I Reis

- II Reis

- I Crônicas

- II Crônicas

- Esdras

- Neemias

- Ester

           

Poéticos (5 livros)

- Jó

- Salmos

- Provérbios

- Eclesiastes

- Cantares de Salomão

Proféticos

Profetas Maiores (5 livros)

- Isaías

- Jeremias

- Lamentações

- Ezequiel

- Daniel

Menores (12 livros)

- Oséias

- Joel

- Amós

- Obadias

- Jonas

- Miquéias

- Naum

- Habacuque

- Sofonias

- Ageu

- Zacarias

- Malaquias

Total: 39 livros         

C.   Os Períodos da História do Antigo Testamento  

1. Origens                   ? a.C. a 2165 a.C.                              

             

•          Criação do mundo e do homem                    Gn1 e 2

•          Pecado e a queda do homem                         Gn 3

•          Noé e o dilúvio                                              Gn 6 a 9

•          A Torre de Babel e a dispersão das nações  Gn 10 e 11

2. Patriarcas               2166 a.C a 1804 a.C.             (400 anos)

                       

•          Chamada e aliança com Abraão                   Gn 12 a 15

•          Nascimento do filho prometido (Isaque)      Gn 25 e 26

•          Escolha e troca do nome de Jacó                  Gn27 a 36

•          Libertação através de José no Egito             Gn 37 a 50

3. Êxodo                    1804 a.C a 1406 a.C.              (400 anos)     

           

•          400 anos no Egito                                          Ex 1 a 12

•          Êxodo e travessia do Mar Vermelho            Ex 13 a 18

•          No Monte Sinai – a Lei dada                        Ex 19-24; Lv 1-27

•          Tenda do Encontro construída                      Nm 1 a 9

•          Fracasso da fé e vagar pelo deserto              Nm 10 a 21

•          Instruções finais – Terra Prometida             Nm 22-36; Dt 1-24

ENCERRA-SE O PENTATEUCO

4. Conquistas               1410 a.C a 1350 a.C.                       (50 anos)       

           

•          Travessia do Rio Jordão                                Js 1 a 5

•          Conquista da terra                                         Js 6 a 12

•          Divisão da terra entre as 12 tribos                Js 13 a 21

5. Juízes                     1350 a.C. a 1050 a.C.             (300 anos)

•          Ciclo de pecado/juízo/libertação                  Jz 1 a 21

•          Casamento de Rute e Boaz                            Rt 1 a 4

•          Nascimento de Samuel                                 I Sm 1 a 7

6. Reino Unido           1051 a.C.a 931 a.C.                        (120 anos)

•          Israel pede um rei                                         I Sm 8

•          Saul, o primeiro rei de Israel                                    I Sm 9 a 31

•          Davi, o rei escolhido por Deus                     I Sm 16 – II Sm

•          Jerusalém torna-se capital de Israel                         II Sm 5                       

•          Salomão constrói o Templo                                      I Rs 1-11

7. Reino Dividido      931 a.C. a  586 a.C.         (345 anos)

•          A morte de Salomão e a divisão do reino     I Rs 11-12

•          A história das 10 tribos do reino do norte (Israel)

•          Queda de Israel diante da Assíria em 722 a.C.

•          A história das duas tribos do reino do sul  (Judá e Benjamim)

•          Queda de Judá diante da Babilônia em 586 a.C.

8. Reino Cativo          586 a.C. – 516 a.C.                (70 anos)

•          Destruição de Jerusalém em 586 a.C.

•          Judá no cativeiro babilônico por 70 anos

•          Três exílios – 605 a.C / 597 a.C. / 586 a.C.

•          Glória de Deus deixa Israel

9. Retorno                   538 a.C. – 430 a.C.                (108 anos)

•          Decreto de Ciro para reconstruir o Templo em 538 a.C.

•          Decreto de Artaxerxes para reconstruir Jerusalém em 444 a.C.

•          Três retornos:

Zorobabel - reconstrução do Templo (536 a.C.)

Esdras – reconstrução da nação (457 a.C.)

Neemias – reconstrução dos muros (444 a.C.)

ENCERRA-SE O ANTIGO TESTAMENTO

10. Silêncio                430 a.C - +30 d.C.                  (400 anos)

•          400 anos de silêncio entre o Antigo e o Novo Testamento

•          Domínio Persa (539 - 331 a.C.)

•          Domínio Grego (335 - 323 a.C.)

•          Era dos Ptolomeus (323 - 204 a.C.)

•          O Período Sírio (204 – 166 a.C.)

•          A Era dos Macabeus (166 – 37 a.C.)

•          Domínio Romano (37 a.C. – 170 d.C.)

•          Criação dos partidos religiosos em Israel (Fariseus, Saduceus)

•          Nascimento de Cristo (+4 a.C.)

II.  Por que Estudar o Antigo Testamento?

A. O Antigo Testamento (também) foi escrito para nós.

Enquanto o Antigo Testamento foi escrito primordialmente para Israel, o povo escolhido de Deus, ele também foi escrito para o nosso benefício. Israel foi escolhido como instrumento através do qual Deus se revelaria, assim como revelaria o seu plano de redenção para toda a humanidade.

O Novo Testamento contém bom número de referências demonstrando porque o Antigo Testamento (as Sagradas Escrituras) é tão importante para nós.

Ele foi escrito para...

... nos conduzir à salvação em Cristo (II Tm 3:15; Lc 24:25-27, 44, 45; Rm 4:23, 24)

... nos ensinar, treinar na justiça e equipar para todo trabalho de Deus (II Tm 3:16, 17)

É importante notar que quando Paulo escreveu "toda Escritura é inspirada por Deus e útil...", ele estava se referindo, naquela época, ao Antigo Testamento, embora o Novo Testamento, que estava sendo escrito, veio a tornar-se parte das Escrituras.

... nos instruir e encorajar, dando-nos esperança. (Rm 15:4)

... para criar uma perspectiva ou cosmovisão bíblica (Lv 18:1-5; 2 Co 10:2-6; Rm 12:1, 2)

O desenvolvimento de uma cosmovisão bíblica adequada.

Cosmovisão é a maneira pela qual as pessoas vêem ou percebem o mundo, a forma como o conhecem.  Dentro de uma cultura, cosmovisão trata principalmente do modo pelo qual, em uma determinada sociedade, o homem vê a si mesmo em relação a tudo o mais. Em suma, é a idéia que o homem faz do universo que nos cerca.

Cosmovisão Bíblica

Palavra de Deus é mais importante 

Enxergamos o todo da vida através da Palavra de Deus, determinando o que cremos acerca do homem (história, ciência, filosofia, religião, sociedade, experiências), com base na verdade das Escrituras.         

Faz com que sua cosmovisão se encaixe na Bíblia:

"O que Deus diz está certo". 

Cosmovisão secular

Enfatiza o homem (história, ciência, filosofia, religião, sociedade, experiência pessoal, ...)

Interpretamos a Bíblia através do mundo (história, ciência, filosofia, religião, sociedade, experiência pessoal, ...)  determinando o que cremos acerca da Bíblia com base no raciocínio e observação humana.

Faz com que a Bíblia se encaixe na sua cosmovisão:

"O que eu (o homem) pensa está certo".

B. O Relacionamento entre o Antigo e o Novo Testamento

A designação dos nomes dos primeiros 39 livros da Bíblia de Antigo Testamento e os últimos 27 de Novo Testamento ocorreu durante o segundo século de nossa era (d.C.).

O termo "Antigo Testamento" refere-se à antiga aliança que Deus tinha com o homem baseada no cumprimento da Lei Mosaica, que Deus fez com Israel no Sinai, depois do êxodo e antes que eles entrassem na Terra Prometida. Esta aliança ou pacto dependia do cumprimento total da Torah (A Lei) por parte do homem (Ex 20-24; Dt 28-30; veja também Jr 31:32; Gl 3:6-23; Hb 9:15-22).

Foi a violação da antiga aliança que levou Israel a cair diante da Assíria em 730 a.C. e levou Judá a cair diante da Babilônia em 606 a.C.

Porém, o Antigo Testamento é mais do que "A Lei" e relata a história teológica do povo da aliança de Deus com relação a Seu plano de redenção, não apenas para os judeus, mas também para os gentios.

O termo Novo Testamento (nova aliança) concentra sua atenção no que Cristo disse nos evangelhos referindo-se à "nova aliança no seu sangue" (Lc 22:14-20; Hb 9:15; II Co 3:3-9). Esta nova aliança não depende do homem e nem de suas obras, mas inteiramente na graça de Deus e na suficiência do sacrifício de Cristo na cruz.

Encontramos evidências da nova aliança no Antigo Testamento quando:

- Vemos promessa de bênçãos espirituais a todas as nações através da Aliança Abraâmica (Gn 12:3; conf. Gl 3:6-17) onde a salvação de todos está ancorada (Rm 4:1-25).

- Vemos uma Nova Aliança prometida a Israel em Jr 31:31-37; Ez 36:22-36; conf. (Hb 8:6-13).

   Os contrastes entre a Antiga e a Nova Aliança são destacados no gráfico abaixo:

ANTIGA ALIANÇA          

- Lei externa  

- Dependia de mandamentos e ordenanças  

- Relacionamento com Deus somente através do sacerdote.

- Conhecimento de Deus através daqueles que ensinavam.

- Provisão temporária pelos pecados (sacrifícios de animais)       

- Capacitação temporária     

- Visa nos mostrar a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem   

- Obediência demonstra fé   

- Coletiva      

- Terminou com a morte de Cristo  

- Hebraico = beriyth  (acordo, aliança, compromisso)       

  NOVA ALIANÇA

- Fé

- Depende da graça

- Relacionamento íntimo e pessoal com Deus.

- Conhecimento de Deus através da habitação do Espírito e da Palavra.

- Provisão permanente pelos pecados (sacrifício de Cristo)

- Capacitação permanente (motivação e habilidade) pelo Espírito

- Visa nos salvar, mostrando a santidade de Deus em Cristo.

- Fé é demonstrada pela obediência

- Individual

- Começou com a morte de Cristo

- Grego = diatheke  (pacto, acordo, testamento)

C. Características Gerais das Alianças de Deus:

- Entre partes com poder de negociação desigual.

- Unilateral (inicial e feita apenas por Deus).

- Incondicional quanto às promessas.

- Irrevogável – Não pode ser modificada ou alterada, senão meramente aceita ou rejeitada.

- Aceitação gera relacionamento.

- Algumas bênçãos são condicionais, dependendo da obediência.

Nova Aliança: A graciosa iniciativa de Deus através do sangue derramado por Jesus Cristo, através do qual ele prometeu e proveu salvação de forma incondicional a todos os que aceitam os benefícios e as bênçãos da expiação pela fé.

D. A Teologia do Antigo Testamento

É útil termos em mente algumas idéias principais sobre teologia encontradas no Antigo Testamento:

- O Deus do Antigo Testamento é o mesmo que o Deus do Novo Testamento.                                                                                                (Ml 3:6; conf. Tg 1:17; Hb 13:8).

- Tanto o Antigo como o Novo Testamento revelam que a ira de Deus faz parte do caráter de Deus, tanto quanto o Seu amor.                                                      (Dt 4:37; Na 1:1-3; Sf 1:3; Ml 1:2; conf. Jo 3:16; Rm 1:18; 5:8; Ap 6:16-17)

- A natureza básica do homem, longe de Deus, é a mesma.                                

(Gn 6:5; conf. Ef 2:1-3)

- O pecado é visto da mesma forma, tanto no Antigo como no Novo Testamento.                                                                                                      (Gn 4:7; Is 59:2; conf. Rm 6:12; Cl 1:21)

- Salvação pela graça, através da fé, foi sempre a única maneira de se estar num relacionamento correto com Deus.                                                       

(Gn 15:6; conf. Rm 4:22-24; Ef 2:8-9)

- O andar pela fé sempre foi a única forma de agradar a Deus.                     

(Hc 2:4; conf. Rm 1:17; Hb 11:1-6)

- Os atributos de Deus são sempre expressos num equilíbrio perfeito:

Ele é poderoso e gracioso (Sl 62:11,12)

Ele é santo, justo e amoroso (Sl 99:9; 7:11; 11:7; Jo 4:8)

Lembre-se: A revelação progressiva de Deus, de Si mesmo, no Antigo Testamento, era parcial e incompleta, enquanto a revelação de Si mesmo no Novo Testamento é perfeita e completa.

E. O Tema do Antigo Testamento.

O tema do Antigo testamento pode ser expresso pelas seguintes palavras:

Revelação

Rei

Redenção

Restauração

Relacionamento

Em uma frase:

O Antigo Testamento é a revelação que Deus faz de Si mesmo como soberano Criador e Rei sustentador do universo, que escolheu Israel como seu povo da aliança, através do qual ele cumpriu o seu plano de redenção por meio do Messias, para trazer restauração e relacionamento entre Deus e o homem, que havia sido quebrado pelo pecado.

III. OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO

A.  OS CINCO LIVROS DA LEI

Os primeiros cinco livros da Bíblia são conhecidos como "Pentateuco" (penta = cinco) ou "livro de cinco volumes". Eles também são chamados de Livros da Lei ou Torah (instrução).

Sendo uma coletânea de livros, eles acabam sendo "A Constituição" dada por Deus para dirigir a nação de Israel (o povo Judeu) e também contém verdades fundamentais reveladas por Deus sob as quais se alicerça o Cristianismo.

O Pentateuco cobre o período de tempo que vai da criação até a preparação do povo para entrar na Terra Prometida de Canaã.

É impossível compreender plenamente o restante da Bíblia, sem primeiro compreender corretamente os ensinos do Pentateuco.

O Pentateuco ainda é considerado sagrado pela maioria dos judeus e constitui a primeira divisão principal da Bíblia hebraica – Torah, Naviyth, Kathab (Lei, Profetas, Escritos).  Na época de Jesus, o partido religioso dos Saduceus aceitava apenas o Pentateuco como Escritura.

Quando o termo "lei" é usado na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, torna-se necessário determinar, a partir do contexto da passagem, exatamente a que isto se refere.

A lei pode referir-se:

            à Torah ou Pentateuco

            à Lei Mosaica (Ex 19, Lv, Nm 10)

            à Lei, como princípio ou regra

O Pentateuco é extremamente importante porque nos apresenta:

            o próprio Deus

            a Sua natureza e seus atributos (santidade, justiça, retidão, ...)

            o que Deus requer para que haja um relacionamento com Ele

            o princípio do mundo e do homem

            o propósito de redenção de Deus na história humana

            a provisão de Deus a uma nação através da qual ele pudesse trazer Cristo ao mundo como nosso Salvador.

Conceitos teológicos básicos como:

            pecado (sua origem)

            salvação (insuficiência do homem para alcança-la)

            santificação (nossa dependência de Deus)

Em outras palavras, o Pentateuco nos dá a noção de quem Deus é, quem somos, porquê Deus nos criou e onde encontramos sentido e propósito para a vida.

GENESIS

A palavra Gênesis quer dizer "começo". Este livro conta como tudo o que existe começou e como surgiram os seres humanos, o pecado e o sofrimento. E conta como Deus, no começo, apareceu às pessoas e mostrou como deveriam ser obedientes a ele. O livro de Gênesis se divide em duas partes.

A primeira, do capítulo 1 ao 11, relata como Deus criou tudo o que existe, incluindo a raça humana. Encontram-se aqui as histórias de Adão e Eva, Caim e Abel, Noé e o dilúvio e a torre de Babel.

A segunda parte, do capítulo 12 ao 50, conta a história dos patriarcas hebreus: Abraão, Isaque, Jacó e os seus doze filhos, que foram o começo das doze tribos de Israel. O livro termina com a história de José, um dos filhos de Jacó, que fez com que os seus irmãos e o seu pai fossem morar no Egito.

No livro de Gênesis Deus age. Ele cria o mundo, cuida das pessoas e mostra interesse pelo seu povo. Deus julga e castiga os que procedem mau e abençoa os que lhe obedecem.

 Conteúdo do livro

            A criação do Universo e da raça humana {1.1-2.25}

            O começo do pecado e do sofrimento {3.1-24}

            De Adão até Noé {4.1-5.32}

            Noé e o dilúvio {6.1-10.32}

            A torre de Babel {11.1-9}

            De Sem até Abrão {11.10-32}

            Os patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó {12.1-35.29}

            Os descendentes de Esaú {36.1-43}

            José e os seus irmãos {37.1-45.28}

            Os israelitas no Egito {46.1-50.26}

ÊXODO

Êxodo quer dizer "saída", e este livro trata do acontecimento mais importante da história do povo de Israel, isto é, a saída dos israelitas do Egito, onde eram escravos. O livro tem quatro partes principais:

1) A libertação dos israelitas;

2) A viagem até o monte Sinai;

3) A aliança de Deus feita com o seu povo no monte Sinai, onde Deus lhe deu as leis morais, civis e religiosas;

4) A construção de um lugar de adoração para o povo de Israel e as leis a respeito do sacerdócio e da adoração de Deus.

Acima de tudo, este livro descreve o que Deus fez, como ele libertou o seu povo e como, daquela gente, ele formou uma nação cheia de esperança no futuro.

A figura humana central do livro é Moisés, o homem a quem Deus escolheu para tirar o seu povo do Egito. No capítulo 3 lemos como Deus chamou Moisés e lhe revelou o seu nome sagrado hwhy "EU SOU QUEM SOU". O trecho mais conhecido do livro é a lista dos dez mandamentos, no capítulo 20.

Conteúdo do livro

Os israelitas são libertados da escravidão no Egito {1.1-15.21}

- A escravidão no Egito {1.1-22}

- O nascimento de Moisés e a primeira parte da sua vida {2.1-4.31}

- Moisés, e Arão, e o rei do Egito {5.1-11.10}

- A Páscoa e a saída do Egito {12.1-15.21}

- Do mar Vermelho ao monte Sinai {15.22-18.27}

- A lei e a aliança {19.1-24.18}

- A Tenda Sagrada e as instruções para a adoração {25.1-40.38}

LEVÍTICO

No livro de Levítico estão as leis e os mandamentos que Deus mandou Moisés dar ao povo de Israel, especialmente as leis a respeito das reuniões de adoração, dos sacrifícios que o povo devia oferecer a Deus e dos deveres dos sacerdotes. Todos os que serviam no Templo eram da tribo de Levi, tanto os sacerdotes como os seus ajudantes, os levitas.

A lição principal do livro é que o Deus do povo de Israel é santo. Portanto, esse povo que ele escolheu precisava ser santo também, isto é, precisava ser completamente fiel a Deus.

Neste livro encontra-se o mandamento que Jesus chamou de o segundo mais importante de todos: "Ame os outros como você ama a você mesmo." {Lv 19.18}

 Conteúdo do livro

- Leis a respeito de ofertas e sacrifícios {1.1-7.38}

- A ordenação de Arão e dos seus filhos para serem sacerdotes {8.1-10.20}

- Leis a respeito de pureza e impureza cerimoniais {11.1-15.32}

- O Dia do Perdão {16.1-34}

- Leis a respeito da vida santa e da adoração santa {17.1-27.34}

NÚMEROS

Este livro se chama Números porque nele há duas contagens do povo: a primeira, feita quando os israelitas saíram do Egito (cap. 1); e a outra, feita quarenta anos mais tarde, antes de entrarem na terra de Canaã (cap. 26). No período entre as duas contagens, os israelitas chegaram até Cades-Barnéia, no Sul de Canaã, porém não conseguiram entrar por ali na Terra Prometida. Eles passaram muitos anos nessa região e depois foram até a zona montanhosa que fica a leste do rio Jordão. Uma parte do povo ficou ali, e a outra se preparou para atravessar o rio Jordão e entrar na Terra Prometida.

O livro de Números é a história de um povo que muitas vezes ficou desanimado e com medo diante das dificuldades e que se revoltou contra Deus e contra Moisés, o homem que Deus escolheu para ser o líder deles. É também a história da fidelidade de Deus, do seu cuidado constante para com o seu povo, que muitas vezes era fraco e desobediente. Este livro fala da firmeza de Moisés, que às vezes perdia a paciência, mas sempre mostrava ter um espírito de dedicação a Deus e ao seu povo.

Conteúdo do livro

- Os israelitas se preparam para sair do monte Sinai {1.1-9.23}

1.         A primeira contagem do povo {1.1-4.49}

2.         Várias leis e regulamentos {5.1-8.26}

3.         A segunda Páscoa {9.1-23}

- Do monte Sinai até Moabe {10.1-21.35}

- O que aconteceu em Moabe {22.1-32.42}

- Resumo da viagem do Egito até Moabe {33.1-49}

- Deus prepara o povo antes da travessia do rio Jordão {33.50-36.13}

DEUTERONÔMIO

No livro de Deuteronômio estão os discursos que Moisés fez quando o povo de Israel estava na terra de Moabe, a leste do rio Jordão. Depois de terem caminhado quarenta anos pelo deserto, os israelitas estavam prontos para atravessar o Jordão e para tomar posse da terra de Canaã.

  Nos discursos, Moisés faz com que o povo lembre do que Deus havia feito nesses quarenta anos, como os havia livrado da escravidão do Egito e os havia levado, pelo deserto, para a Terra Prometida. Ele manda que o povo obedeça a Deus e cumpra a sua parte da aliança que Deus havia feito com eles e avisa que serão castigados se forem desobedientes. Moisés entrega novamente os dez mandamentos e fala da importância do primeiro mandamento, que ordena que o povo de Israel adore somente o SENHOR, o Deus dos seus antepassados. Moisés também chama a atenção do povo para as outras leis e ordens que devem governar a vida dos israelitas.

  Finalmente Moisés escolhe Josué para ficar no seu lugar e, obedecendo à ordem de Deus, sobe o monte Pisga, de onde vê a terra de Canaã, no outro lado do rio Jordão. Ali no monte morre Moisés, o maior de todos os profetas de Israel.

  Acima de tudo, o livro de Deuteronômio mostra o amor que Deus tem pelos israelitas. O SENHOR os escolheu para serem o seu povo. Portanto, eles devem amá-lo e obedecer aos seus mandamentos para que continuem a receber as bênçãos de Deus na terra onde vão morar.

  A passagem-chave do livro se encontra em {6.4-6}. Ali está o mandamento que Jesus chamou de o mais importante de todos: "Amem o SENHOR, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.".

  Conteúdo do livro

- O primeiro discurso de Moisés {1.1-4.43}

- O segundo discurso de Moisés {4.44-28.68}

- O terceiro discurso de Moisés {29.1-30.20}

- Os últimos conselhos de Moisés {31.1-32.52}

- A bênção de Moisés {33.1-29}

- A morte de Moisés {34.1-12}

B. OS DOZE LIVROS HISTÓRICOS

Os livros históricos traçam a história de Israel do ponto de vista de Deus, desde a conquista de Canaã, sob a liderança de Josué, em torno do ano de 1400 a.C., até a volta do cativeiro babilônico e o encerramento do Antigo Testamento, por volta do ano 430 a.C. Assim sendo, cerca de 1.000 anos da história de Israel são relatados nestes livros.

Os livros históricos se subdividem em duas categorias razoavelmente distintas:

Pré-exílio e exílio                              (9 livros)                    1400 –  590 a.C.

Época da conquista e dos juízes        (3 livros)                    1400 – 1051 a.C.

- Josué

- Juízes

- Rute

Época dos reis                                               (6 livros)                    1051 -  590 a.C.

- I Samuel

- II Samuel

- I Reis

- II Reis

- I Crônicas

- II Crônicas

Pós-exílio                                          (6 livros)                    536 -  430 a.C.

- Esdras

- Neemias

- Ester

Depois dos livros históricos encontramos os cinco livros poéticos. Com exceção do livro de Jó (que retrata a vida no período dos patriarcas), todos os outros quatro se encaixam na época dos reis, durante o reino unido (1051 – 931 a.C.), sob a regência de Saul, Davi e Salomão. Os livros poéticos nos mostram um pouco da vida emocional, espiritual e filosófica do período do reino unido.

Os dezessete livros proféticos se encaixam na época do reino dividido (931 – 430 a.C) e relatam as razões espirituais que levaram o povo de Deus para os cativeiros assírio e babilônico. Assim sendo, o desenvolvimento cronológico do Antigo Testamento se encerra juntamente com os livros históricos.

À medida que estudamos os livros históricos, é importante termos em mente a aliança de Deus com Israel sob a qual Ele prometeu bênçãos, no caso de obediência, e tribulação, no caso de desobediência.

Os livros históricos mostram as conseqüências do pecado na vida da nação, culminando com os 70 anos de cativeiro babilônico (606 – 536 a.C.). Repare também como Deus cumpre continuamente cada uma das promessas que Ele fez a Abraão, pois Ele permaneceu fiel apesar de Israel ter sido infiel.

Os livros históricos pós-exílicos provam a fidelidade de Deus no sentido de trazer o remanescente fiel de volta para a terra, após haver exercido juízo sobre o pecado do povo.  

JOSUÉ

 

No livro de Josué, conta-se a história de como os israelitas invadiram a terra de Canaã e passaram a morar nela. A conquista de Canaã foi comandada por Josué, que ficou no lugar de Moisés como guia do povo de Deus.

Conteúdo do livro

- A conquista de Canaã {1.1-12.24}

- A divisão da terra de Canaã {13.1-21.45}

1.         As terras a leste do Jordão {13.1-33}

2.         As terras a oeste do Jordão {14.1-19.51}

3.         As cidades para fugitivos {20.1-9}

4.         As cidades dos levitas {21.1-45}

- As tribos do Leste voltam para as suas terras {22.1-34}

- A despedida de Josué {23.1-24.33}

JUÍZES

O livro de Juízes conta a história de Israel desde a conquista da terra de Canaã até o começo da monarquia. Nesse tempo surgiram os "juízes", que eram principalmente chefes militares, mas também resolviam as questões legais do povo.

Este livro ensina que o povo de Israel só continuaria a existir se fosse fiel a Deus, enquanto que a infidelidade sempre levaria à desgraça. Porém há mais do que isso. Mesmo quando a nação era infiel e a desgraça vinha Deus estava sempre pronto a salvar o seu povo quando eles se arrependiam e voltavam para ele.

Conteúdo do livro

- Acontecimentos depois da morte de Josué {1.1-2.10}

- Os juízes de Israel {2.11-16.31}

- Vários acontecimentos {17.1-21.25}

RUTE

 

A história de Rute passa-se no tempo em que o povo de Israel era governado por juízes. Rute, uma jovem do país de Moabe, casa com um israelita. Este morre, e então Rute se apega à sua sogra, demonstrando profunda devoção ao Deus de Israel. Depois de algum tempo, Rute casa de novo, agora com um parente do seu primeiro marido. E foi por causa desse segundo casamento que Rute veio a ser bisavó de Davi, o maior rei de Israel.

As histórias dos juízes mostram as desgraças que vieram quando o povo de Deus se afastou dele. Este livro conta as bênçãos que recebe uma estrangeira quando se volta para o Deus de Israel e assim passa a fazer parte do seu povo.

Conteúdo do livro

- Noemi volta com Rute para Belém {1.1-22}

- Rute conhece Boaz {2.1-3.18}

- Boaz casa com Rute {4.1-22}

I SAMUEL

 

O Primeiro Livro de Samuel registra a passagem do período dos juízes para o dos reis. Essa mudança na vida nacional de Israel gira principalmente em torno de três nomes: Samuel, Saul e Davi. Samuel foi o último dos juízes. Saul foi o primeiro rei de Israel, e Davi, o segundo.

  Da leitura deste livro, bem como da dos outros livros históricos do Antigo Testamento, aprendemos que a fé em Deus traz bênçãos enquanto que a desobediência leva à desgraça. Essa verdade foi dita pelo próprio Deus ao sacerdote Eli:

    -  "Respeitarei os que me respeitam, mas desprezarei os que me desprezam" (1Samuel 2.30).

  No princípio, o povo de Israel não entendeu bem o que queria dizer ter um rei.

Deus era considerado o verdadeiro rei de Israel, mas, em resposta ao pedido do povo, ele escolheu um rei para eles. Tanto o rei como o povo viviam debaixo da autoridade e do julgamento de Deus (1Samuel 2.7-10). Os direitos de todo o povo, ricos e pobres, eram garantidos pelas leis de Deus.

Conteúdo do livro

- Samuel como juiz de Israel {1.1-7.17}

- Saul se torna rei {8.1-10.22}

 -Os primeiros anos do reinado de Saul {11.1-15.35}

- Davi e Saul {16.1-30.31}

- A morte de Saul e dos seus filhos {31.1-13}

II SAMUEL

O Segundo Livro de Samuel é a continuação de 1Samuel. Neste livro se conta a história de Davi, que foi rei primeiro de Judá, no Sul (capítulos 1-4). Depois ele foi rei de toda a nação, incluindo Israel, no Norte (capítulos 5-24). 2Samuel narra as lutas de Davi contra os inimigos de dentro e de fora, para se firmar no poder e para estender o seu reino. Davi era homem de profunda fé e devoção a Deus e como líder foi capaz de conquistar a lealdade do seu povo. Mas ele também cometeu pecados de crueldade e violência, que a Bíblia não esconde. Porém, quando Natã, o profeta, apontou a Davi os seus pecados, ele os confessou e aceitou o castigo de Deus.

  A vida e as realizações de Davi impressionaram profundamente o povo de Israel. Tanto assim que, mais tarde, nos tempos de angústia, quando precisavam de outro rei, eles pediam "um filho de Davi". Desejavam um rei descendente de Davi, que fosse igual a ele.

Conteúdo do livro

- Davi governa Judá {1.1-4.12}

- Davi governa Judá e Israel {5.1-24.25}

    1. Os primeiros anos {5.1-10.19}

    2. Davi e Bate-Seba {11.1-12.25}

    3. Problemas e dificuldades {12.26-20.26}

    4. Os últimos anos {21.1-24.25}

I REIS

 

A história dos reis israelitas começa nos livros de Samuel e continua no Primeiro Livro dos Reis. Este livro pode ser dividido em três partes:

1. O começo do reinado de Salomão em Israel e em Judá e a morte do seu pai, Davi.

2. O reinado e as realizações de Salomão, especialmente a construção do Templo em Jerusalém.

3. A divisão da nação em dois reinos, o do Norte e o do Sul, e a história dos reis que os governaram até a metade do século nono antes de Cristo.

  Nos dois livros dos Reis, cada rei é julgado de acordo com a sua fidelidade a Deus: o progresso da nação depende da fidelidade do seu rei, ao passo que a idolatria e a desobediência levam à desgraça. Os reis do Reino do Norte falharam todos nessa prova, enquanto que em Judá alguns reis falharam, e outros não.

  No Primeiro Livro dos Reis aparecem os profetas de Deus, homens corajosos que falavam em nome dele e que diziam ao povo que não adorasse ídolos nem desobedecesse a Deus. Especialmente notáveis são Elias e a história da sua discussão com os profetas de Baal (cap. 18).

Conteúdo do livro

- O fim do reinado de Davi {1.1-2.12}

- Salomão torna-se rei {2.13-46}

- O reinado de Salomão {3.1-11.43}

    1. Os primeiros anos {3.1-4.34}

    2. A construção do Templo {5.1-8.66}

    3. Os últimos anos {9.1-11.43}

- Os dois reinos {12.1-22.53}

    1. A revolta das tribos do Norte {12.1-14.20}

    2. Os reis de Judá e de Israel {14.21-16.34}

    3. O profeta Elias {17.1-19.21}

    4. O rei Acabe {20.1-22.40}

    5. Josafá e Acazias {22.41-53}

II REIS

O Segundo Livro dos Reis é a continuação da história dos dois reinos israelitas. Este livro começa onde a história parou em 1Reis. O livro de 2Reis pode ser dividido em duas partes:

1. A história dos dois reinos, desde o ano 850 antes de Cristo até a queda de Samaria e o fim do Reino do Norte (Israel), em 721 antes de Cristo.

2. A história do Reino do Sul (Judá), desde a queda do Reino de Israel até a conquista e destruição de Jerusalém pelo rei Nabucodonosor, da Babilônia, em 586 antes de Cristo. O livro termina com a história de Gedalias como governador de Judá e conta como o rei Joaquim foi libertado da prisão na Babilônia.

  A queda dos reinos de Israel e de Judá acontece porque os reis e o povo foram infiéis ao SENHOR. A destruição de Jerusalém e a ida de grande parte do povo de Judá para o cativeiro marcam um momento decisivo na história israelita.

Conteúdo do livro

- O Reino dividido {1.1-17.41}

    1. O profeta Eliseu {1.1-8.15}

    2. Os reis de Judá e de Israel {8.16-17.4}

    3. A queda de Samaria {17.5-41}

- O Reino de Judá {18.1-24.20}

    1. De Ezequias a Josias {18.1-21.26}

    2. O reinado de Josias {22.1-23.30}

    3. Os últimos reis de Judá {23.31-24.20}

- A queda de Jerusalém {25.1-30}

I CRONICAS

Os livros de 1 e 2Crônicas contam novamente os acontecimentos já registrados nos livros de Samuel e de Reis, mas de um ponto de vista diferente. A história dos reis israelitas, como aparece nos livros das Crônicas, tem dois propósitos principais:

  1. Mostrar que, embora tivessem caído desgraças sobre os reinos de Israel e de Judá, Deus mantinha as promessas que havia feito à nação e continuava a realizar o seu plano para o seu povo através das pessoas que moravam em Judá. Como base para essa afirmação, o escritor conta as conquistas de Davi e Salomão, as reformas de Josafá, Ezequias e Josias e fala do povo que continuou fiel a Deus.

  2. Descrever o início da adoração a Deus no Templo de Jerusalém e especialmente a organização do trabalho dos sacerdotes e dos levitas, que eram os encarregados do culto. Davi é apresentado como aquele que planejou o Templo e o culto, embora tivesse sido Salomão quem veio a construir o Templo.

Conteúdo do livro

- Genealogias e listas {1.1-9.44}

- A morte de Saul {10.1-14}

- O reinado de Davi {11.1-29.30}

    1. Problemas e conquistas {11.1-22.1}

    2. Preparativos para a construção do Templo {22.2-29.30}

II CRONICAS

O Segundo Livro das Crônicas, que é a continuação do Primeiro Livro das Crônicas, começa com a narração dos acontecimentos do reinado de Salomão em Israel e Judá. Depois da morte do rei Salomão, a nação se dividiu em dois reinos, o do Norte e o do Sul (cap. 10). Daí em diante, conta-se a história de Judá, o reino do Sul, até a queda de Jerusalém no ano 590 antes de Cristo, quando os judeus foram levados como prisioneiros para a Babilônia.

O livro termina falando do decreto de Ciro, rei da Pérsia, que deixou que os judeus voltassem para Jerusalém e reconstruíssem o Templo.

Conteúdo do livro

- O reinado de Salomão {1.1-9.31}

    1. Os primeiros anos {1.1-17}

    2. A construção do Templo {2.1-7.10}

    3. Os últimos anos {7.11-9.31}

- A revolta das tribos do Norte {10.1-19}

- Os reis de Judá {11.1-36.12}

- A tomada de Jerusalém {#36.13-23}

ESDRAS

 

O livro de Esdras é continuação do Segundo Livro das Crônicas. Ele descreve a volta de alguns dos israelitas que estavam prisioneiros na Babilônia, a vida deles em Jerusalém e a adoração no Templo. Esses acontecimentos são apresentados na seguinte ordem:

1. O primeiro grupo de israelitas volta da Babilônia, por ordem de Ciro, rei da Pérsia.

2. O Templo é reconstruído e inaugurado, e o SENHOR é adorado de novo em Jerusalém.

3. Anos depois, outro grupo volta para Jerusalém, dirigido por Esdras, um estudioso da Lei de Deus. Esdras ajuda o povo a reorganizar a sua vida religiosa e social a fim de que as tradições espirituais de Israel sejam conservadas.

Conteúdo do livro

- O primeiro grupo volta da Babilônia {1.1-2.70}

- O Templo é reconstruído e inaugurado {3.1-6.22}

- Esdras volta com outro grupo {7.1-10.44}

NEEMIAS

O livro de Neemias pode ser dividido em três partes:

1. A história da reconstrução das muralhas de Jerusalém, dirigida por Neemias, que foi mandado pelo rei da Pérsia para governar Judá. Neemias realizou também várias reformas sociais e religiosas.

2. A leitura, por Esdras, da Lei de Deus e a confissão de pecados pelo povo.

3. Outras atividades de Neemias como governador de Judá. Neemias sempre dependeu de Deus e foi um homem de oração.

Conteúdo do livro

- Neemias volta para Jerusalém {1.1-2.20}

- A reconstrução das muralhas de Jerusalém {3.1-7.73}

- A leitura da Lei e a renovação da aliança {8.1-10.39}

- Outras atividades de Neemias {11.1-13.31}

ESTER

Este livro conta a história de Ester, a moça judia que se torna rainha por causa do seu casamento com Xerxes, rei da Pérsia. Hamã, o primeiro ministro do reino, planeja acabar com todos os judeus do reino, mas Ester e o seu primo Mordecai conseguem fazer com que o plano perverso de Hamã fracasse, e ele acaba morrendo na forca que havia mandado construir para enforcar Mordecai. Para festejarem a sua vitória contra os seus inimigos, os judeus começaram a comemorar a Festa de Purim, o que fazem até hoje.

Conteúdo do livro

- Ester se torna rainha {1.1-2.23}

- Hamã planeja a morte dos judeus {3.1-5.14}

- Hamã é denunciado e morto {6.1-7.10}

- Os judeus acabam com os seus inimigos {8.1-9.19}

- A Festa de Purim {9.20-10.3}

 C. OS LIVROS DE POESIA HEBRAICA

Os cinco livros de poesia (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares) formam uma ponte entre os livros históricos e os livros proféticos. Estes livros não relatam a história de Israel de forma cronológica, mas nos mostram a respeito dos relacionamentos com o próximo e com Deus – culto e louvor.

Cada um dos cinco livros de poesia tem suas particularidades:

- Jó – lidando com o sofrimento injusto, à luz da soberania de Deus.

- Salmos – um hinário de louvor e adoração.

- Provérbios – princípios pelos quais a vida pode ser vivida de forma sábia.

- Eclesiastes – a falta de significado e propósito da vida sem Deus.

- Cantares – a glória do amor bíblico no casamento.

Para compreendermos os livros poéticos do Antigo Testamento, é preciso ter em mente que a poesia hebraica não rima palavras e não tem simetria, como a nossa. A poesia hebraica preocupa-se em alinhar imagens, pensamentos e conceitos através do uso de:

Paralelismo hebraico

A segunda linha do poema é paralela com a primeira e reforça a idéia ou conceito através de repetição, contraste ou ampliação da idéia inicial.

Figuras de linguagem

Envolve o uso de analogias ou comparações através de linguagem simbólica e figurativa para exemplificar, dar colorido à idéia, atrair a atenção, tornando concreta as idéias abstratas.

As figuras de linguagem, entretanto, ainda ensinam verdade literal.

À medida que você estuda os livros de poesia, procure pela estrutura paralela e pelas figuras de linguagem. Procure colocar-se na posição do autor e identificar-se com o escritor ou uma das pessoas acerca de quem aquilo está sendo escrito.

A poesia deve ser "percebida" e "sentida", assim como ser compreendida com relação à principal verdade a ser ensinada.

A poesia pode ser um meio muito eficaz de comunicação.

 

O livro de Jó trata do sofrimento humano. Jó era um homem bom, rico e feliz, mas Deus permitiu que, da noite para o dia, perdesse os filhos e tudo o que tinha e que fosse atacado por uma doença dolorosa e nojenta. Depois Jó e os seus amigos conversam, em diálogos poéticos, procurando achar explicação para tanta desgraça. No fim Deus aparece e dá a resposta.

  Pensava-se, naquele tempo, que o sofrimento é sempre resultado do pecado. Para os amigos de Jó, Deus sempre recompensa os bons e castiga os maus. Portanto, se Jó está sofrendo, é porque pecou, mesmo que tenha sido em segredo. Mas Jó reage contra essa explicação. Ele não entende como Deus deixou que tamanha desgraça caísse sobre ele, visto que sempre foi um homem bom e honesto. Neste estado de angústia e de dúvida, Jó chega a desafiar a Deus. Ele exige uma explicação para que finalmente possa ser aceito por Deus e considerado pelos outros como um homem bom e correto.

  E Deus tem a última palavra. Ele não responde às perguntas de Jó, mas fala do seu próprio poder e sabedoria. Humildemente Jó reconhece que ele não é nada diante de um Deus tão poderoso e sábio e se arrepende de haver usado palavras duras e violentas.

  No final fica provado que Jó tinha razão e que os seus amigos estavam errados. Ele tinha toda a razão de rejeitar o modo de pensar dos seus amigos. E para Jó tudo vai melhor ainda do que no começo da história. Deus repreende os amigos de Jó por não haverem entendido a razão do seu sofrimento e por haverem defendido idéias erradas a respeito de Deus. Jó, ao contrário, mesmo com a sua impaciência, as suas reclamações e os seus protestos, conservou a fé num Deus que é justo. Ele reconheceu que os seres humanos não podem compreender tudo, nem explicar bem a razão por que às vezes também os inocentes sofrem.

Conteúdo do livro

- Cena inicial {1.1-2.13}

    1. Jó e a sua família {1.1-5}

    2. Deus, Satanás e Jó {1.6-2.10}

    3. Jó e os seus amigos {2.11-13}

- Diálogos entre Jó e os seus amigos {3.1-31.40}

    1. Primeiro diálogo {3.1-14.22}

    2. Segundo diálogo {15.1-21.34}

    3. Terceiro diálogo {22.1-27.23}

    4. Elogio da sabedoria {28.1-28}

    5. Defesa final de Jó {29.1-31.40}

- As falas de Eliú {32.1-37.24}

- Diálogo final entre Deus e Jó {38.1-42.6}

    1. Primeira resposta de Deus a Jó {38.1-40.2}

    2. Primeira resposta de Jó a Deus {40.3-5}

    3. Segunda resposta de Deus a Jó {40.6-41.34}

    4. Última resposta de Jó a Deus {42.1-6}

- Cena final {42.7-17}

    1. Os três amigos de {Jó 42.7-9}

    2. Jó e a sua nova família {42.10-17}

SALMOS

Salmos é o livro de hinos e de orações da Bíblia. Os Salmos foram escritos por diferentes autores, durante um período de mais ou menos setecentos anos (de 1000 a 333 a.C.), e foram usados pelo povo de Israel nas suas reuniões de adoração a Deus.

  Há vários tipos de Salmos: hinos de louvor a Deus; orações pedindo ajuda, proteção e salvação; pedidos de perdão; canções de agradecimento pelas bênçãos de Deus; orações em favor do rei; canções para ensinar as pessoas a praticarem o bem; súplicas para que Deus castigue os inimigos; e outros. As orações são pessoais e nacionais: algumas mostram os sentimentos íntimos de uma pessoa, enquanto outras representam as necessidades e os sentimentos de todo o povo de Deus.

  A forma geralmente usada na poesia dos Salmos se chama paralelismo, que é a repetição de uma idéia, com outras palavras, na linha ou nas linhas seguintes. O paralelismo, nas suas várias formas, e a riqueza de comparações dão graça e beleza à poesia hebraica.

  Jesus cantou Salmos e os citou várias vezes. Eles foram citados mais de cem vezes pelos escritores dos livros do Novo Testamento. Através dos séculos, os Salmos têm sido uma fonte de inspiração e devoção para os cristãos e para a Igreja, tanto nos seus cultos de adoração a Deus como no seu trabalho de evangelização.

Conteúdo do livro

- Os Salmos estão agrupados em cinco livros, assim:

1. Primeiro Livro Salmos 1-41

2. Segundo Livro Salmos 42-72

3. Terceiro Livro Salmos 73-89

4. Quarto Livro Salmos 90-106

5. Quinto Livro Salmos 107-150

PROVÉRBOS

Provérbios é um livro de sabedoria prática. Ensina que a religião está ligada aos problemas comuns da vida. Começa lembrando que, "para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o SENHOR". Trata também de assuntos de moral, de bom senso e de boas maneiras. Os provérbios revelam a sabedoria dos antigos mestres israelitas sobre o que a pessoa sábia deve fazer em certas situações. Alguns provérbios são a respeito das relações de família; outros, sobre o comportamento nos negócios. Alguns tratam de boa educação nas relações sociais; e outros, da necessidade de a pessoa saber se controlar. Entre outras coisas, eles ensinam a humildade, a paciência, o respeito pelos pobres e a lealdade para com os amigos.

Esquema do conteúdo

- Elogio da sabedoria {1.1-4.27}

- Conselhos contra o adultério e outros pecados {5.1-7.27}

- A Sabedoria e a falta de juízo {8.1-9.18}

- Primeira coleção de provérbios {10.1-22.16}

- Trinta provérbios dos sábios {22.17-24.34}

- Segunda coleção de provérbios {25.1-29.27}

- Provérbios variados {30.1-31.9}

- A esposa ideal {31.10-31}

ECLESIASTES

 

No livro de Eclesiastes estão registrados os pensamentos do "Sábio", um homem que meditou profundamente sobre a vida humana, com as suas injustiças e decepções, e concluiu que "tudo é ilusão". O Eclesiastes é o livro do homem sem Deus. Esse homem fala das suas vitórias e derrotas, do seu pessimismo e otimismo, da sua esperança e desespero.

  Mas esse homem não se esquece de Deus e descobre verdades consoladoras. O "Sábio" aconselha os jovens a lembrarem do seu Criador nos dias da sua mocidade, antes que o corpo volte para o pó da terra, e o espírito volte para Deus, que o deu {12.7}. E no final do livro o "Sábio" afirma: "De tudo o que foi dito, a conclusão é esta: tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos porque foi para isso que fomos criados. Nós teremos de prestar contas a Deus de tudo o que fizermos e até daquilo que fizermos em segredo, seja o bem ou o mal" {12.13-14}.

Conteúdo do livro

- Tudo é ilusão {1.1-2.26}

- Tempo para tudo {3.1-15}

- Lições da experiência {3.16-6.12}

- Pensamentos a respeito desta vida {7.1-12.8}

- Conclusão {12.9-14}

 

CANTARES

 

Cantares de Salomão (ou Cântico dos Cânticos) é uma coleção de poemas de amor, a maior parte em forma de canções próprias para festas de casamento {Jeremias 33.11}. Em algumas traduções, o livro é chamado de "O Cântico de Salomão".

 Essas canções de amor têm sido muitas vezes interpretadas pelos judeus como um retrato de Deus como esposo do seu povo {#Oséias 2.16-20}. Alguns cristãos entendem que se trata de uma figura do relacionamento entre Cristo e a Igreja {Apocalipse 21.2,9}. Na opinião de outros, este livro ensina a dignidade e a beleza do amor humano. Cântico dos Cânticos foi incluído entre os livros sagrados da Bíblia porque trata da pureza e da santidade do casamento, que foi instituído por Deus. O povo tende a considerar a infidelidade como coisa sem importância, mas o verdadeiro amor permanece fiel, apesar de todas as dificuldades e tentações.

Conteúdo do livro

- Primeira canção {1.1-2.7}

- Segunda canção {2.8-3.5}

- Terceira canção {3.6-5.1}

- Quarta canção {5.2-6.3}

- Quinta canção {6.4-8.4}

- Sexta canção {8.5-14}

D. OS PROFETAS MAIORES

Os profetas maiores estão colocados em ordem cronológica e cobrem um período de mais de 200 anos na história dos judeus, a começar com Isaías, cerca de 20 anos antes da queda de Israel, até Daniel, que ministrou a Judá durante o cativeiro babilônico, Três destes livros proféticos foram pré-exilicos (Isaías, Jeremias e Lamentações) e dois foram escritos durante o exílio (Ezequiel e Daniel).

Eles são chamados profetas maiores por causa do tamanho e por causa da importância de destaque de seus escritos. Os profetas maiores tiveram grande importância teológica e revelam porque Deus exerceu juízo sobre Seu povo com os cativeiros assírio e babilônico. Eles também revelam o propósito redentor de Deus, tanto para os judeus, como para os gentios, igualmente. Revelam o plano eterno de Deus que vem se desenrolando ao longo da história humana. Os livros proféticos relatam o que Deus deseja e o que Ele espera de Seu povo.

Profetas são pessoas comuns, homens semelhantes a nós, sujeito aos mesmos sentimentos (Tiago 5:17). O profeta é "aquele que anuncia", a pessoa designada por Deus para falar aos homens em favor de Deus como boca ou porta-voz de Deus.

Características do verdadeiro profeta (veja Dt 18:14-22)

Sempre houve profetas falsos e verdadeiros. As Escrituras nos mostram como avaliar se um profeta é verdadeiro ou falso. Um verdadeiro profeta:

- É chamado por Deus e fala as palavras de Deus-Yahweh (Jr 1:9,10)

- Sempre teve 100% de suas profecias cumpridas

- Jamais precisou de "uma força", porque sua profecia sempre se revelou em revelação divina

- Sempre teve sua palavra profética confirmada, muitas vezes por meio de milagres

- Sempre atuou no poder do Espírito (Is 61:1)

- O verdadeiro profeta é um homem de caráter consistente e piedoso

Mensagens proféticas na Bíblia têm dupla função em seu conteúdo: Condenação e consolação. O profeta, em sua função, comunicava a verdadeira condição espiritual presente entre o povo e as eventuais conseqüências vindouras (previsão), como também eventos vindouros importantes (presciência).

No processo, o profeta haveria de:

- Proclamar a verdade moral/ética e expor o pecado, normalmente em forma de advertência

- Condenando o pecado

- Convocando ao arrependimento

- Alertando contra a desobediência

- Proferir juízo enfatizando o princípio da semeadura/colheita e as conseqüências do pecado

- Predizer e prever o futuro da nação provendo bênçãos e esperança, visando consolo.

A função do dom de profecia hoje se relaciona essencialmente com a proclamação da verdade da Palavra de Deus e não mais com a previsão do futuro.

ISAÍAS

Isaías, um dos maiores profetas do Antigo Testamento, anunciou as suas mensagens ao povo do Reino de Judá e aos moradores da cidade de Jerusalém entre 760 e 670 antes de Cristo. Os temas principais das mensagens do profeta são o poder do Deus de Israel sobre todas as coisas e a sua santidade perfeita. O livro de Isaías pode ser dividido em três partes:

  1. Os capítulos 1-39 falam do tempo em que Judá, o Reino do Sul, está sendo ameaçado pela Assíria. O profeta insiste em que os maiores perigos que a nação corre e que podem levá-la ao desastre são o pecado, a desobediência e a falta de fé em Deus. Com palavras e por meio de atos simbólicos, o profeta faz um apelo ao povo e às autoridades do país para que vivam uma vida de honestidade e de justiça. Isaías anuncia a futura vinda de um descendente de Davi, que será o rei ideal, e fala de uma época de paz e de prosperidade para o mundo inteiro.

  2. Os capítulos 40-55 falam de um povo que tem sofrido a desgraça e que está fora do seu país, humilhado, explorado e sem esperança. É nessas condições que o profeta anuncia a libertação dos israelitas, garantindo que Deus os trará de volta do cativeiro para que possam começar uma vida nova na terra de Israel. Assim Deus se mostra o Deus da história, aquele que tem um plano para o seu povo, o qual terá a missão de ser uma bênção para todas as nações da terra. As passagens a respeito do "Servo do SENHOR" estão entre as mais conhecidas do Antigo Testamento.

  3. Os capítulos 56-66 trazem, na sua maior parte, conselhos para aqueles que já haviam voltado do cativeiro para Jerusalém. Deus aconselha que eles vivam uma vida de honestidade e de justiça e insiste em que respeitem o sábado, que se dediquem à oração e que lhe apresentem os sacrifícios que ele exige. Os versículos primeiro e segundo do capítulo sessenta e um foram usados por Jesus, no princípio do seu ministério, para anunciar a sua missão no mundo {ver Lucas 4.16-21}.

Conteúdo do livro

- Avisos e promessas {1.1-12.6}

- O castigo das nações {13.1-23.18}

- Deus julga o mundo {24.1-27.13}

- Mais avisos e promessas {28.1-35.10}

- O rei Ezequias, de Judá, e os assírios {36.1-39.8}

- Mensagens de promessas e de esperança {40.1-55.13}

- Avisos e promessas {56.1-66.24}

JEREMIAS 

O profeta Jeremias, que era de uma família de sacerdotes, começou a anunciar mensagens de Deus no ano 627 antes de Cristo e morreu por volta de 580, provavelmente no Egito. Ele anunciou que Deus ia fazer cair uma terrível desgraça sobre os israelitas como castigo pelos seus pecados. Jeremias ainda vivia quando as suas profecias se cumpriram. Ele estava presente quando o rei Nabucodonosor destruiu a cidade de Jerusalém, incendiou o Templo e levou como prisioneiros para a Babilônia o rei de Judá e grande parte do povo. Mas Jeremias disse que um dia os israelitas iam voltar e que seriam de novo uma nação.

Jeremias amava profundamente o seu povo. Não era por prazer, mas por obrigação que ele anunciava que Deus ia castigar os israelitas. Mas a palavra de Deus era como um fogo no seu coração, e ele não podia ficar calado {20.9}. Por outro lado, as autoridades e o povo não recebiam bem as mensagens de Jeremias. Ele foi rejeitado, perseguido e preso.

O livro de Jeremias fala de um tempo, no futuro, em que Deus faria uma nova aliança com o seu povo. Essa aliança seria cumprida de livre e espontânea vontade, pois a lei de Deus estaria gravada no coração das pessoas {31.31-34}.

Conteúdo do livro

- A chamada de Jeremias {1.1-19}

- Mensagens dos tempos de vários reis {2.1-25.38}

- Episódios da vida de Jeremias {26.1-45.5}

- Mensagens contra as nações {46.1-51.64}

- A tomada de Jerusalém {52.1-34}

LAMENTAÇÕES

 

Lamentações (de Jeremias) é uma coleção de cinco poemas nos quais se chora a destruição da cidade de Jerusalém no ano 586 antes de Cristo. O país havia sido arrasado, e o povo havia sido levado prisioneiro. Embora neste livro se fale muito de coisas tristes, não deixa de haver nele uma nota de confiança em Deus e de esperança no futuro. Esses poemas são recitados pelos judeus, com jejum e orações, para lembrarem todos os anos a destruição de Jerusalém.

Conteúdo do livro

- As tristezas de Jerusalém {1.1-22}

- Deus castiga Jerusalém {2.1-22}

- Castigo, arrependimento e esperança {3.1-66}

- Jerusalém arrasada {4.1-22}

- Oração pedindo misericórdia {5.1-22}

EZEQUIEL

No tempo do profeta Ezequiel, no ano 586 antes de Cristo, a cidade de Jerusalém foi tomada pelos babilônios. O profeta viveu na Babilônia, para onde os israelitas tinham sido levados como prisioneiros. Ezequiel pregou mensagens de Deus dirigidas ao povo que estava ali na Babilônia e também aos moradores de Jerusalém.

  Deus falou a Ezequiel por meio de visões. O profeta falou ao povo a respeito dessas visões e também anunciou mensagens de Deus por meio de ações simbólicas. Ele ensinou que cada um é responsável pelos seus próprios pecados e que todos devem se renovar no seu íntimo, no coração. Ele também esperava que a própria nação de Israel começasse a viver uma vida nova na presença de Deus. Sendo ao mesmo tempo sacerdote e profeta, Ezequiel mostrou interesse pelo Templo de Jerusalém e também ensinou que Deus exige que os seus adoradores vivam uma vida dedicada a ele.

Conteúdo do livro

- Chamada de Ezequiel {1.1-3.27}

- Castigo de Jerusalém {4.1-24.27}

- Condenação das nações {25.1-32.32}

- Promessas de Deus ao seu povo {33.1-37.28}

- Condenação de Gogue {38.1-39.29}

- O futuro Templo e a futura terra de Israel {40.1-48.35}

DANIEL

 

O livro de Daniel foi escrito em tempos de perseguição e sofrimento para o povo judaico. Por meio de histórias e de visões, o autor procura explicar ao povo por que eles estão sendo perseguidos e também os anima a continuarem fiéis a Deus. Chegará o tempo em que Deus acabará com o domínio dos pagãos, e mais uma vez Israel será uma nação livre e independente. O livro se divide em duas partes:

  1. Histórias a respeito de Daniel e de alguns dos seus patrícios, que estão vivendo na Babilônia, para onde foram levados como prisioneiros. Eles continuam firmes na sua fé em Deus e obedecem às suas leis, e por isso ele os salva do sofrimento e da morte.

  2. As visões de Daniel, que tratam de vários impérios que aparecem e depois desaparecem. Essas visões deixam bem claro que os perseguidores serão derrotados e que a vitória final será do povo judaico.

Conteúdo do livro

- Histórias de Daniel e dos seus companheiros {1.1-6.28}

- As visões de Daniel {7.1-11.45}

    1. Os quatro monstros {7.1-28}

    2. O carneiro e o bode {8.1-9.27}

    3. O mensageiro do céu {10.1-11.45}

- O tempo do fim {12.1-13}

E. OS PROFETAS MENORES

Os doze livros dos profetas menores cobrem um período de aproximadamente 400 anos, começando por volta de 840 a.C., quase 120 anos antes da queda de Israel (norte) para a Assíria em 722 a.C. e terminando cerca de 430 a.C. no encerramento do Antigo Testamento, quase 120 anos depois do retorno do remanescente de Judá (sul) do cativeiro babilônico (536 a.C.). Os profetas maiores também estão incluídos dentro desta mesma faixa de tempo dos profetas menores.

Houve época em que os profetas menores fizeram parte de um mesmo rolo ou livro conhecido como "Os doze". Eles são "menores" apenas no sentido de que cada livro é bem curto em relação aos "maiores". Isaías, por exemplo, contêm sozinho tanto material quanto os doze profetas menores juntos. Entretanto, a mensagem e o significado dos profetas menores não tem valor menor que a dos profetas maiores.

A ordem dos profetas menores em nossa Bíblia em português é basicamente, mas não exatamente, cronológica. Obadias é provavelmente o primeiro dos livros pré-exílicos, enquanto Habacuque foi o último profeta menor a profetizar antes da queda de Judá, em 586 a.C. Os últimos três profetas menores – Ageu, Zacarias e Malaquias, são pós-exílicos e cobrem um período que começa em 538 a.C., quando Ciro fez o decreto permitindo aos judeus retornarem à terra e reconstruírem o Templo, até por volta de 430 a.C., no encerramento do Antigo Testamento.Então entre Sofonias e Ageu  há uma lacuna de tempo de aproximadamente 100 anos.

Estes três últimos profetas menores correspondem em tempo aos últimos três livros históricos: Esdras, Neemias e Ester.

OSÉIAS

 

O profeta Oséias anunciou a mensagem de Deus ao povo de Israel, o Reino do Norte, depois do tempo do profeta Amós e antes da conquista da cidade de Samaria pelos assírios em 730 antes de Cristo. Oséias avisa aos israelitas que Deus vai castigá-los por estarem adorando ídolos. Mas Deus não os abandonará e estará sempre pronto para salvá-los.

 A experiência dolorosa do profeta com a sua esposa levou-o a descrever o relacionamento de Deus com o povo de Israel como a de um marido fiel com a sua mulher infiel. Israel foi infiel a Deus quando começou a adorar ídolos, deuses falsos. Por isso, Deus está irado e castigará Israel, o seu povo. Mas o amor de Deus não tem fim, e ele não rejeitará para sempre o seu povo. Deus diz: "Israel, como poderia eu abandoná-lo? Como poderia desampará-lo?... O meu coração está comovido, e tenho muita compaixão de você" {11.8}.

Conteúdo do livro

- Oséias, a sua esposa e os seus filhos {1.1-3.5}

- Mensagens contra Israel {4.1-13.16}

- Apelo ao arrependimento e promessa de salvação {14.1-9}

JOEL

 

O ponto de partida da mensagem do profeta Joel é a terrível praga de gafanhotos e a seca que arrasaram a terra de Judá. Para o profeta, essas desgraças são sinais do dia em que Deus julgará os povos de todas as nações e castigará os pecadores. O profeta apela aos israelitas para que se arrependam e voltem para Deus, que assim os abençoará e lhes dará de novo tudo o que os gafanhotos e a seca destruíram. Mais uma vez o povo será próspero e feliz, e em Jerusalém o SENHOR habitará com eles.

 Não há no livro de Joel nenhuma indicação do tempo em que o profeta anunciou a sua mensagem. Alguns historiadores defendem que o livro foi escrito entre 450 e 350 antes de Cristo, durante o tempo em que a Pérsia dominava Israel.

 A promessa de Deus de que enviaria o seu Espírito sobre todo o seu povo {2.28-32} é citada pelo apóstolo Pedro no dia de Pentecostes {Atos 2.17-21}. Naquele dia, o Espírito Santo desceu sobre os seguidores de Jesus reunidos em Jerusalém.

Conteúdo do livro

- A praga de gafanhotos e a seca {1.1-2.17}

- Deus promete abençoar novamente a terra {2.18-27}

- O Dia do SENHOR {2.28-3.21}

AMÓS

 

Amós era pastor de ovelhas em Tecoa, pequena cidade de Judá, o Reino do Sul, mas foi chamado por Deus para anunciar a sua mensagem em Israel, o Reino do Norte. Isso foi lá pelo ano 770 antes de Cristo, durante o reinado próspero de Jeroboão II. A situação de Israel era muito boa, mas havia pecado também.

 Em nome de Deus, Amós denuncia a injustiça, a corrupção e a opressão que reinavam no país. O povo não era sincero na prática da religião, e por toda parte havia injustiça e desonestidade. O profeta apela ao povo para que se arrependa e que todos voltem para Deus, fazendo o que é bom e odiando o que é mau. Por meio de visões, Deus revela a Amós que castigará o seu povo, mas não o destruirá. Em tempos futuros, Deus fará com que a nação volte a gozar da paz e da prosperidade que tinha quando Davi era rei do povo de Deus.

Conteúdo do livro

- O castigo das nações vizinhas {1.1-2.5}

- O castigo de Israel {2.6-6.14}

- As visões de Amós {7.1-9.15}

OBADIAS

 

Jerusalém foi conquistada pelos babilônios no ano 586 antes de Cristo. Os edomitas, povo que morava no país de Edom, ao sul de Judá, não somente se alegraram com a derrota dos israelitas, mas também ajudaram o inimigo e aproveitaram a oportunidade para roubar e levar consigo os bens dos moradores de Jerusalém. O profeta Obadias denunciou o pecado dos edomitas e anunciou que seriam castigados e derrotados, junto com os outros povos que eram inimigos do povo de Deus. E Israel voltaria a ser próspero e poderoso novamente.

Conteúdo do livro

- O castigo de Edom {1.1-14}

- O dia do SENHOR  {1.15-21}

JONAS

No livro de Jonas, conta-se a história de um profeta desobediente e sem compaixão. Deus mandou que ele fosse pregar em Nínive, a capital do grande império da Assíria, nação inimiga mortal do povo de Israel. Mas Jonas não foi anunciar a mensagem de Deus naquela cidade. Ele sabia que os seus moradores poderiam se arrepender dos seus pecados, e assim Deus não cumpriria a promessa de destruir a cidade. Jonas desobedeceu, foi castigado e, finalmente, acabou obedecendo. E ficou profundamente desapontado quando viu que as suas ameaças de destruição não se cumpriram.

 Este livro mostra que Deus domina o mundo inteiro: o céu, o mar, a terra, os animais, os seres humanos. Ele é também Deus de amor e compaixão, sempre pronto a perdoar e a salvar tanto as pessoas que fazem parte do povo de Israel como as que são de outras nações.

Conteúdo do livro

- Jonas foge de Deus {1.1-17}

- A oração de Jonas {2.1-10}

- Jonas em Nínive {3.1-10}

- A raiva de Jonas e a misericórdia de Deus {4.1-11}

MIQUÉIAS

Miquéias, um dos grandes profetas do oitavo século antes de Cristo, viveu no tempo de Isaías. Natural de uma pequena cidade de Judá, o Reino do Sul, ele viu que Judá corria o perigo de sofrer o mesmo castigo que Israel, o Reino do Norte, havia sofrido. Miquéias fala contra os pecados do povo de Judá e de Israel. Mas ele também fala da bondade de Deus: o Deus que castiga o seu povo é o Deus que perdoa.

 Alguns textos notáveis deste livro são: o domínio universal da paz {4.1-4}, o futuro rei que ia nascer em Belém e que traria paz ao povo de Deus {5.2-4} e a definição clara e resumida daquilo que Deus exige do seu povo: "O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus" {6.8}.

Conteúdo do livro

- O julgamento de Israel e de Judá {1.1-3.12}

- Salvação e paz {4.1-5.15}

- Mensagens de condenação e de esperança {6.1-7.20}

NAUM

O profeta Naum viveu na mesma época em que viveram os profetas Habacuque e Sofonias. O livro de Naum é uma poesia sobre a queda de Nínive, a capital da Assíria. Durante cento e cinqüenta anos, a Assíria havia dominado os países do Oriente Médio, mas no ano 707 antes de Cristo os babilônios conquistaram Nínive. O profeta Naum vê a queda de Nínive como o castigo que Deus manda sobre um povo perseguidor e cruel. A linguagem do profeta é brilhante, e por meio de várias figuras ele descreve a queda da grande e poderosa capital da Assíria.

Conteúdo do livro

- O julgamento de Deus contra Nínive {1.1-15}

- A queda de Nínive {2.1-3.19}

HABACUQUE

O profeta Habacuque viveu na mesma época em que viveram os profetas Naum e Sofonias. Foi nesse tempo, no ano 722 antes de Cristo, que os babilônios derrotaram os assírios e se tornaram o império mais poderoso do mundo. O profeta vê o perigo que o seu povo corre e não entende como é que Deus pode tolerar os babilônios, um povo mau e cruel. Deus responde que virá o tempo em que ele castigará os inimigos do povo de Israel e que o profeta espere com paciência, confiando na justiça divina. Os maus serão castigados, e aqueles que são fiéis a Deus viverão.

 O livro termina com uma oração, em forma de Salmo, em que Habacuque louva a grandeza de Deus e ao mesmo tempo mostra a sua fé nele.

Conteúdo do livro

- As queixas de Habacuque e as respostas de Deus {1.1-2.4}

- Os babilônios serão castigados {2.5-20}

- Oração de louvor a Deus {3.1-19}

SOFONIAS

Sofonias viveu na mesma época em que viveram os profetas Naum e Habacuque. A sua mensagem parece ter sido anunciada antes da reforma religiosa feita por Josias, rei de Judá, no ano 640 antes de Cristo. O profeta fala do Dia do SENHOR, em que ele vai castigar o povo de Judá e os moradores de Jerusalém. Porém ele castigará também os outros povos, e as cidades dos filisteus serão destruídas. Mas a cidade de Jerusalém, depois de ser castigada, receberá de novo a graça e as bênçãos de Deus.

Conteúdo do livro

- O dia do juízo de Deus {1.1-2.3}

- O castigo das nações vizinhas {2.4-15}

- O castigo e a salvação de Jerusalém {3.1-20}

AGEU

No ano 536 antes de Cristo, os israelitas começaram a voltar da Babilônia, onde tinham vivido como prisioneiros. Eles construíram as suas casas em Jerusalém, porém não deram atenção ao Templo, que estava destruído. No ano 530 antes de Cristo, o profeta Ageu anunciou algumas mensagens de Deus, ordenando ao povo que construísse de novo o Templo. Os israelitas deviam voltar para Deus, e assim Deus os abençoaria, e eles viveriam em paz e prosperidade. Ageu foi companheiro do profeta Zacarias.

Conteúdo do livro

- A ordem para construir de novo o Templo {1.1-15}

- Mensagens de consolo e de condenação e promessas de bênçãos {2.1-23}

ZACARIAS

O livro de Zacarias se divide em duas partes:

 1. Os capítulos 1-8 dão as mensagens de Zacarias, um profeta que estava entre os israelitas que voltaram do cativeiro na Babilônia para Jerusalém. Zacarias foi companheiro do profeta Ageu. As mensagens do profeta, anunciadas entre 530 e 528 antes de Cristo, são uma série de visões que tratam da reconstrução de Jerusalém e do Templo, do perdão dos pecados do povo e do futuro, quando o Messias viria.

 2. Os capítulos 9-14 são uma coleção de mensagens a respeito do Messias e do Juízo Final. Zacarias 9.9 é citado em {Mateus 21.5 e João 12.15}, textos que falam da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

Conteúdo do livro

- Mensagens de condenação e de esperança {1.1-8.23}

- O castigo das nações vizinhas {9.1-8}

- Prosperidade e paz no futuro {9.9-14.21}

MALAQUIAS

 

Entre os anos 450 e 430 antes de Cristo, o profeta Malaquias anunciou as mensagens de Deus ao povo de Judá, depois de haver sido reconstruído o Templo de Jerusalém. O povo não estava obedecendo às leis de Deus, e era necessário que eles abandonassem os seus pecados e as suas maldades. Malaquias também falou contra os sacerdotes, pois eles não estavam cumprindo o seu dever de apresentar sacrifícios e ofertas que agradassem a Deus. Malaquias anunciou que o SENHOR viria purificar o seu povo, mas antes daquele dia enviaria o seu mensageiro para preparar o caminho. Aqueles que se arrependessem e voltassem para Deus seriam novamente o seu povo.

Conteúdo do livro

- Os pecados do povo e dos sacerdotes {1.1-2.16}

- O Deus que castiga e que salva {2.17-4.6}

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SINOPSE DO AT

Gênesis – A criação e a aliança de Deus

1          Criação de todas as coisas

2          Criação do homem (detalhada)

3          Satanás, pecado, queda do homem, castigo de Deus

6          Dilúvio universal

10,11   Torre de Babel, confusão de línguas, dispersão das nações

12        Chamado de Abraão e declaração da Aliança Abraâmica

27        Jacó e Esaú

32        O nome de Jacó é mudado para Israel

46        Jacó e sua família juntam-se a José no Egito          

Versículo chave 12:1-3        

Tema: Começos

Êxodo – A redenção e a revelação de Deus

3          O chamado de Moisés/sarça ardente

12        A instituição da Páscoa

14        A travessia do Mar Vermelho

20        A entrega da Lei e os Dez Mandamentos

25        A Tenda do Encontro

Versículo chave: 19:4 -6      

Tema: Saindo do Egito

Levítico – O código de santidade do Deus Santo

1-5      As cinco ofertas sacrificiais

16        O dia da expiação

23        As sete festas de Israel         

Versículo chave: 20:7, 8       

Tema: Santidade

Números – O fracasso da fé de Israel

11        A murmuração do povo e a disciplina de Deus

14        Rebelião e infidelidade em Cades-Barnéia

20        O pecado de Moisés

21        A serpente de bronze           

Versículo chave: 14:22, 23   

Tema: Andando no deserto

Deuteronômio – A reafirmação da Lei à nova geração

6          O Senhor é Único: o grande "Shema"

8          Alertas acerca do esquecimento de Deus

17        Restrições impostas aos reis

18        Verdadeiros profetas

28        Bênção e maldição    

Versículo chave: 6:4 -5        

Tema: Lembrem-se da aliança

Josué – Possuindo a Terra Prometida

2          Os espias e Raabe em Jericó

3          A travessia do rio Jordão rumo à Canaã

5          O comandante dos exércitos do Senhor

6          Caem as muralhas de Jericó

24        O discurso de despedida de Josué    

Versículo chave: 1:8 

Tema: Vitória

Juízes - A idade das trevas da história de Israel

2          Resumo do ciclo de desobediência/libertação

6-8      Gideão como libertador/juiz

13-16  Sansão como libertador/juiz

Versículo chave: 21:25         

Tema: Ciclos de falhas

Rute – Vida preciosa numa época de impiedade

3          Boaz, o parente próximo/resgatador de Rute

4          Boaz e Rute casam-se e têm um filho: Obede, o avô de Davi.       

Versículo chave: 1:16           

Tema: Amor fiel

I Samuel – Israel rejeita a Deus como Rei

8          Israel pede um rei

9          Saul ungido o primeiro rei de Israel

12        A última advertência de Samuel ao povo

16        Davi ungido rei

17        Davi derrota Golias

31        Saul se suicida na batalha    

Versículo chave: 15:22         

Tema: Reino estabelecido

II Samuel – Rei Davi, um homem segundo o coração de Deus

2          Davi como rei sobre Judá

5          Davi como rei sobre Judá e Israel

7          A Aliança Davídica

11        Os pecados de Davi com Bate-Seba: adultério e assassinato

24        Compra do local para a construção do Templo       

Versículo chave: 7:16

Tema: Reino expandido

I Reis – O coração dividido de Salomão conduz ao reino dividido

3          A sabedoria de Salomão

8          A dedicação do Templo

11        Os pecados de Salomão

12        O reino se divide

17-19  O ministério de Elias, o profeta       

Versículo chave: 11:11         

Tema: Reino dividido

II Reis – A queda de Israel e Judá

2          O traslado de Elias

4-8      O ministério de Eliseu

17        Israel é levado cativo pela Assíria (722 a.C)

18-20  O reinado do bom rei Ezequias

21        O reinado ímpio de Manasses

22-23  Reavivamento e reformas de Josias

24        Judá é levado cativo pela Babilônia (586 a.C)        

Versículo chave: 24:10-14   

Tema: Reino cativo

I Crônicas – O reinado glorioso do rei Davi

10        Porque Saul fracassou

15        A arca trazida para Jerusalém de forma correta

28        Davi instrui Salomão

Versículo chave: 16:23-33   

Tema: A Arca em Jerusalém

II Crônicas – A fortuna de Salomão/a queda de Judá

26        O reinado do rei Uzias

36        Cativeiro babilônico impondo descanso sabático

           sobre a terra

            O decreto de Ciro para reconstruir o Templo         

Versículo chave: 7:14

Tema: Judá e o Templo

Esdras – Judá retornando do exílio

1,2       O decreto de Ciro/1° retorno

3          Altar construído/alicerce do Templo terminado

4          Oposição/obra parada

6          O templo de Zorobabel é terminado

7          2° retorno sob Esdras

Versículo chave: 1:3 

Tema: Construindo o Templo

Neemias – O terceiro retorno visando a construção dos muros

2          A oração de Neemias

6          O muro é completado em 52dias

8          Esdras lê a Lei ao povo        

Versículo chave: 8:9 

Tema: Construindo os muros

Ester – A proteção providencial de Deus

2          Ester escolhida como Rainha

4          Mordecai apela para Ester

7          Ester se revela como judia e Hamã é enforcado

9          O livramento dos judeus      

Versículo chave: 4:14           

Tema: Providência de Deus

– Reagindo corretamente ao sofrimento injusto

1,2       A retidão de Jó/O ataque de Satanás

38-41  As duas réplicas de Deus

42        O arrependimento e a restauração de Jó      

Versículo chave: 42:5, 6       

Tema: Por que o justo sofre?

Salmos – Hinário de louvor a Deus

1          Homens sábios e homens ímpios

2          Salmo messiânico: Cristo o Rei

8          O propósito de Deus ao criar o homem

19        Revelação geral e especial

22        Salmo messiânico: a cruz

23        O Senhor como meu pastor

24        Os requisitos para a adoração a Deus

37        Os ímpios perecerão

40        Salmo de obediência

51        Confissão e arrependimento do pecado

78        Hino da história de Israel

100      Ações de graça pela bondade de Deus

119      Exaltando a Palavra de Deus

127      Deus edifica a sua casa

139      A onisciência e a onipresença de Deus

145      Salmo de louvor pelos atributos de Deus

150      Louvem ao Senhor - Aleluia

Versículo chave: 19:14         

Tema: Hinário de Israel

Provérbios – Conselhos divinos para uma vida sábia

1          Propósito da sabedoria

3          Confie em Deus e obedeça-O

16        Caminhos de Deus x caminho do homem

31        As virtudes de uma mulher exemplar          

Versículo chave: 1:7 e 9:10  

Tema: Sabedoria

Eclesiastes – Deus, a fonte do significado da vida

1          O problema da vaidade da vida

2          Nada, no âmbito do homem, gera sentido de vida

12        Procurem propósito e sentido de vida em Deus      

Versículo chave: 12:13,14    

Tema: Qual é o significado da vida?

Cantares – A beleza do amor bíblico no casamento

4          A beleza do amor no casamento      

Versículo chave: 8:7 

Tema: Amor no casamento

Isaías – "O Senhor é a salvação"

2-4      A glória do Reino Milenar

5          Israel como a vinha

6          O chamado de Isaías/a santidade de Deus

7          A vinda do messias através do nascimento virginal

9          O caráter do Messias

14        A queda de Satanás dos céus

45        A soberania do Senhor

46        A certeza das promessas de Deus

53        O Messias como Servo Sofredor

55        A salvação é oferecida

59        A natureza do pecado

61        O ministério do messias       

Versículo chave: 40:1,20      

Tema: O sofrimento do Servo do Senhor

 

Jeremias – "O Senhor derruba"

1          O chamado de Jeremias

2,3       Os pecados alistados de Judá

25        A duração do cativeiro

29        A promessa de restauração de Deus

31        Nova aliança apresentada

36        A queima do rolo – Palavra de Deus 1:10     Rendição

Lamentações – Pranto sobre Jerusalém      

Versículo chave: 2:5,6          

Tema: Destruição de Jerusalém

Ezequiel – "Deus fortalece"

1          A visão da glória de Deus

11        A glória de Deus deixa o Templo

18        A responsabilidade pessoal para com o pecado

28        Retrato de Satanás

36        A Nova Aliança

37        A nova vida para os ossos secos

38,39 Gogue e Magogue – invasão de Israel

40        Novo Templo no Reino Milenar      

Versículo chave: 23:33-35   

Tema: Exílio e restauração

Daniel – "Deus é [meu] juiz"

2          A soberania de Deus

3          A fornalha de fogo

5          A queda de Babilônia para a Pérsia

7          A visão dos quatro animais/reinos

9          A profecia das setenta semanas      

Versículo chave: 4:34,35      

Tema: Soberania de Deus

Oséias – "Salvação"

1          O casamento de Oséias com Gômer

2          O casamento espiritual de Deus com Israel

3          A redenção e restauração de Gômer

11        O amor infalível de Deus por Israel

14        A redenção e restauração de Deus do Israel imoral

Versículo chave: 4:1 

Tema: Lealdade de Deus

Joel – "Jeová é Deus"

1          A praga histórica de gafanhotos – o Dia do Senhor

Versículo chave: 2:11

Tema: O Dia do Senhor

Amós – "Carregador de fardo"

4          Rito religioso vazio/ "Prepare-se para encontrar com Deus"

7          Visão do prumo/chamado de Amós

8          Fome de ouvir a Palavra de Deus    

Versículo chave: 4:12

Tema: Falsidade e hipocrisia

Obadias – "Servo de Jeová"

1          O juízo de Deus com relação ao orgulho     

Versículo chave: v.18

Tema: Julgamento contra Edom

Jonas – "Pomba"

1          Deus chama Jonas/fuga/grande peixe          

3          O arrependimento de Nínive            

Versículo chave: 4:2 

Tema: Compaixão para Nínive

Miquéias – "Quem é como Jeová?"

5          O nascimento do Messias em Belém

6          O que Deus quer do homem?

7          Quem é como nosso Deus que perdoa os pecados?

Versículo chave: 6:8 

Tema: Eqüidade

Naum – "Consolo"

1          Deus punirá os ímpios          

Versículo chave: 3:5-7         

Tema: Execução de Nínive

Habacuque – "Lutador"

1          Por que, Senhor?

2          Mantenha sua fé firme e espere       

Versículo chave: 2:4

Tema: O justo viverá pela fé

Sofonias – "Escondido no Senhor"

2          Escondido por Deus

3          Juízo purificador de Deus    

Versículo chave: 1:14, 15     

Tema: O Dia do Senhor

Ageu – "Festivo"

1          Observem seus caminhos

2          Terminem de reconstruir o Templo 

Versículo chave: 1:7, 8         

Tema: Construção do Templo

Zacarias – "Jeová se lembra"

4          O Espírito de Deus realiza tudo

9          Cristo entra em Jerusalém montado num jumento

11        1° advento: O messias é traído por 30 moedas de prata

14        2° advento: Cristo retorna ao Monte das Oliveiras 

Versículo chave: 9:9 

Tema: O Messias e o Templo

Malaquias – "Meu mensageiro"

2          Advertência contra infidelidade conjugal

3          Roubando a Deus

4          A vinda do mensageiro de Deus      

Versículo chave: 4:56

Tema: Interrogação

           

IV. Os Apócrifos

Os Apócrifos são uma coleção de livros adicionados ao Antigo Testamento, escritos em alguma época entre 300 a.C. e 100 d.C. Foram incluídos nas versões gregas do Antigo Testamento, mas excluídos das versões hebraicas. Sua inclusão na Escritura do Antigo Testamento foi explicitamente rejeitada pelos judeus no grande concílio realizado em Jâmnia em 90 d.C. A posição dos apócrifos era ambígua nos primeiros dias da Igreja; e as idéias a seu respeito, até hoje, diferem amplamente, variando da rejeição total (a maioria das denominações evangélicas protestantes) à permissão para o uso devocional (Igreja da Inglaterra) e à aceitação como Escritura (Igreja Católica Romana).

Um estudo da história não ajuda muito a resolver esta questão. O Novo Testamento não cita explicitamente qualquer livro apócrifo, dando assim uma boa razão para que alguns suspeitem de sua natureza bíblica. Os teólogos dos primeiros séculos (II e III) citaram estes livros, como também muitos outros. Agostinho inclinou-se a reconhecer sua natureza autêntica, mas Jerônimo, tradutor da Vulgata Latina, rejeitou-os como Escritura canônica. Tudo isto gera argumentações contra a posição dos Apócrifos como Escritura genuína. Os Apócrifos têm a seu favor o fato de muitos deles terem sido encontrados ao lado dos livros do Antigo Testamento em manuscritos bíblicos, sendo que alguns teólogos fizeram realmente uso deles como Escritura.

Por ocasião da Reforma, as denominações protestantes e seus teólogos rejeitaram os Apócrifos como Escritura, mas permitiram, em alguns casos, o seu uso devocional. O Concílio de Trento (1545-63) decidiu a questão para os católicos romanos, proclamando os livros como Escritura e estabelecendo a excomunhão para os que discordassem. O primeiro concílio Vaticano (1870) reiterou o de Trento, embora muitos escritores católicos falem hoje sobre a posição deuterocanônica dos Apócrifos, em lugar de sua posição canônica.

Os livros são documentos históricos extremamente valiosos e interessantes, variando da sóbria narrativa histórica à ficção piedosa.

Alguns dos Apócrifos são:

         I Esdras

         II Esdras

         Tobias

         Judite

         Adições a Ester

         Sabedoria de Salomão

         Eclesiástico

         Baruque

         Epistola de Jeremias

         Adições a Daniel

         Susana

         Bel e o Dragão

         Oração de Manasses

         I Macabeus

         II Macabeus

V. O Período Interbíblico

Quando se encerra o Antigo Testamento os limites territoriais da nação de Israel são bem pequenos.

A maioria da população que voltou do cativeiro babilônico está falando o aramaico, o povo judeu está debaixo do império Medo-Persa e era o sumo-sacerdote quem governava o país.

Quando iniciamos o Novo Testamento encontramos a Palestina debaixo de uma realidade completamente diferente: os limites territoriais do país são bem mais amplos (próximos aos da época de Davi); boa parte da população ainda fala o aramaico, mas o grego é a língua dominante em Israel; o povo judeu está agora sob o domínio do império Romano e o Rei Herodes é quem está governando o país.

Por que tantas diferenças? O que aconteceu entre o término do Antigo e o início do Novo Testamento?

Para podermos compreender bem o contexto e o mundo em que o Senhor Jesus nasceu, é importante que conheçamos a realidade histórica do que foram aqueles 400 anos de "silêncio" - período este que a Bíblia não nos fala nada, mas é uma época rica de importantes acontecimentos históricos e que explicam muito das profundas diferenças políticas, sociais, geográficas, e religiosas entre a realidade do AT e o mundo do NT.

O que é o Período Interbíblico?

Os quatrocentos anos decorridos desde a profecia de Malaquias até a vinda de Cristo são conhecidos como "Período Interbíblico" (ou Intertestamentário) .

Os livros apócrifos de Macabeus, que descrevem a revolta macabéia e o caos na Palestina, e os escritos de Josefo, historiador do primeiro século da era cristã, são as principais fontes de informação sobre este período.

O livro do profeta Daniel nos dá uma visão prévia destes anos. Daniel esboçou profeticamente os principais acontecimentos políticos desta época. Daniel viveu durante a ascensão da Babilônia como potência mundial e viu este reino desaparecer e ser substituído pelo governo medo-persa. Em sua profecia, Daniel viu o surgimento de outras potências que dominariam o período intermediário dos testamentos: Alexandre (Grécia), os Ptolomeus (Egito), os Selêucidas (Síria), os Macabeus e os Romanos.

O Último Período Persa (até 331 a.C.)

O Antigo Testamento encerra-se com o Império Persa ainda no poder. Ciro havia permitido aos judeus voltar à terra para reconstruir o Templo (538 a.C.). Ester, judia, havia se tornado rainha deste império (470 a.C.). Esdras (456 a.C.) e Neemias (443 a.C.) haviam voltado ao país e instituído reformas. Nada aconteceu na Palestina de muito interesse internacional no restante do governo persa. O sumo sacerdote judeu governava o país e o ofício passou a ser altamente cobiçado.

O Período de Alexandre Magno (335 a 323 a.C.)

Ao governo Persa, seguiu-se a ascensão de Alexandre - o Grande, ao poder sobre um vasto império, incluindo a Palestina. Filipe da Macedônia, seu pai, havia estendido o governo de toda a Grécia e se preparava para uma grande guerra com a Pérsia quando foi assassinado. Seu filho Alexandre o sucedeu ao trono com apenas vinte anos de idade, e dentro de pouco tempo acabou com o poder da Pérsia.

Em 335 a.C. Alexandre deu início a seu extraordinário reinado de 12 anos. Depois de consolidar o governo na Grécia, ele rumou para o leste conquistando a Síria, a Palestina, o Egito e, finalmente, a própria Pérsia. Ele buscou conquistar terras mais ao leste, porém suas tropas se recusaram a fazê-lo.

Alexandre morreu na Babilônia em 323 a.C. em seus trinta e três anos de vida ele deixou um grande marco na história. A repentina morte de Alexandre, os temores e as rivalidades entre seus generais e o fato de não ter designado o seu sucessor, precipitou uma situação caótica, tendo como resultado a divisão do seu vasto império macedônio em quatro reinos (dividido entre os 4 generais de Alexandre) sendo Egito e Síria os reinos que estarão mais estreitamente vinculados com a política da Palestina.

A era dos Ptolomeus  (323 a 204 a.C.)

Depois de algumas lutas entre os 4 generais de Alexandre, o Egito caiu nas mãos de Ptolomeu Sóter. A Palestina foi acrescentada ao seu domínio. No início, Ptolomeu Sóter foi duro com os judeus. Mais tarde, porém, ele os empregou em várias partes do seu reino, muitas vezes em altos postos.

Seu sucessor, Ptolomeu Filadelfo, foi um dos mais notáveis deles. Amável para com os judeus, ele promoveu as artes e desenvolveu o império em todos os aspectos. As Escrituras Hebraicas foram traduzidas para o grego durante o seu reinado na cidade egípcia de Alexandria. A Septuaginta, como se denominou essa versão, podia ser lida, portanto, em todo o império.

Com o passar do tempo, cresceram as rivalidades entre os reis do Egito (os Ptolomeus) e os reis da Síria (os Selêucidas). A rivalidade atingiu o clímax nos reinados de Ptolomeu Filópater e de Antíoco, o grande, da Síria. Filópater venceu Antíoco numa batalha nas proximidades de Gaza. Em sua volta da batalha, Filópater avistou Jerusalém e decidiu entrar no Santo dos santos. Embora o sumo-sacerdote tentasse dissuadi-lo, ele fez a tentativa. Josefo relata que ao aproximar-se do Santo Lugar, foi tomado de tal terror que saiu do Templo.

Visto que os judeus lhe faziam oposição, Filópater retirou-lhes os privilégios, multou-os e começou a persegui-los sem dó nem piedade. Capturou em Alexandria todos os judeus que pôde e trancafiou-os num hipódromo cheio de elefantes embriagados. Esperava que os elefantes avançassem sobre os judeus, esmagando-os. Não foi o que aconteceu. Enfurecidos, os elefantes escaparam, matando muitos dos espectadores. Filópater interpretou isto como um sinal de Deus a favor dos judeus e parou de persegui-los.

Ao morrer, em 204 a.C., sucedeu-o seu filho Ptolomeu Epifânio, com apenas cinco anos de idade. Antíoco III, da Síria, aproveitou a oportunidade para arrebatar do Egito o controle da Palestina.

O período Sírio (204 a 166 a.C.)

Durante todo o tempo em que a Palestina esteve debaixo do domínio sírio, tentou-se estabelecer com rigor a política de helenização do país. Tentou-se de todas as maneiras impor a cultura e a religião grega aos judeus. Os velhos costumes hebreus e suas práticas religiosas foram desestimuladas; judeus foram enviados a Tiro a fim de tomar parte nos jogos em homenagem ao deus pagão Hércules, e em seu altar foram oferecidos sacrifícios.

Os judeus passaram a sofrer dificuldades ainda maiores, quando Antíoco Epifânio (ou Antíoco IV) subiu ao poder. Ele foi terrível para com os judeus e fez tudo para impor a cultura grega sobre eles. Por causa disto, o povo judeu tinha um ódio muito grande por este governante sírio.

Com a ida de Antíoco Epifânio para sufocar um levante, ocorreu o boato de que ele fora morto e os judeus começaram a celebrar o fato com grande alegria. Sabedor disto, ele voltou para Jerusalém, sitiou a cidade e massacrou quarenta mil judeus. Para mostrar seu desprezo pela religião judaica, sacrificou uma porca sobre o altar e aspergiu o sangue pelo edifício. Por sua ordem o Templo passou a se chamar Templo do Zeus Olímpio. Proibiu-se o culto e os sacrifícios judaicos que foram substituídos pelos ritos pagãos. Proibiu-se a circuncisão e a simples posse de uma cópia da Lei tornou-se ofensa punível de morte.

Os judeus resistiram. Um homem chamado Eleazar, idoso escriba de elevada posição, foi morto porque se recusou a comer carne de porco. Um após outro, a mãe e seus sete filhos tiveram a língua cortada, os dedos das mãos e dos pés amputados e lançados num tacho fervente. Um grupo de resistentes, em número aproximado de mil pessoas, foi atacado num sábado. Recusando-se a quebrar as proibições sabáticas, foram mortos sem luta.

A situação estava intolerável em Israel e este contexto provocou uma revolta iniciada pelo veterano sacerdote Matatias Asmoneu. Ele, junto com seus filhos, lançou à desesperada luta contra a audácia dos opressores sírios, para reconquistar o direito de adorar a Deus, conforme a Lei de Moisés.

Matatias iniciou a sua revolta conduzindo um bando à região desértica onde Davi, por tantos anos tinha fugido de Saul. Aos poucos cresceu o número dos que se puseram ao lado dos macabeus. Os sírios lançaram três campanhas contra esses fiéis judeus, uma pelo próprio Antíoco Epifânio. Mas nenhuma teve êxito. Algum tempo depois morreu Epifânio e irrompeu a guerra civil. Judas Macabeu, que sucedera seu pai Matatias, estendeu seu poder sobre grande parte da Palestina. Em 164 a.C. dominou toda a cidade de Jerusalém. Em seguida tratou de purificar o Templo e restaurar o ritual mosaico. Três anos após o dia de sua profanação o Templo foi purificado e os sírios estabeleceram paz com os judeus e ao mesmo tempo concedeu liberdade religiosa a eles.

A Era Macabéia (166-37 a.C.)

Judas Macabeu não gozou de paz por muito tempo e sem mais delongas fez uma aliança com os romanos, pedindo assistência contra a Síria. Judas morreu em combate antes de chegar a ajuda romana e seu irmão Jônatas ocupou o seu lugar. Por causa da fraqueza da Síria, Jônatas tornou-se o comandante da Judéia. Ao morrer, foi sucedido por outro irmão, Simão. Este adquiriu e independência nacional e com ela a paz interna e a prosperidade do país, Simão passou a ser governador da Judéia e o seu trono passou a ser hereditário. Seu governo foi interrompido quando ele foi assassinado, numa conspiração por seu genro. João Hircano, seu filho mais novo, livrou-se da conspiração e foi reconhecido pelo povo como legítimo herdeiro, tanto civil como religioso. Sua ascensão ao poder marcou um período de expansão territorial asmoneu. Hircano se apossou de Medeba, ao leste do Jordão, da região ao redor de Samaria e firmou seu domínio sobre o Esdrelom (Vale de Jezreel). No reinado do seu filho Aristóbulo I, a Galiléia foi incluída sob o governo dos judeus, chegando ao máximo de suas possessões no tempo de Alexandre Janeu, incluindo nelas novas áreas a leste do Jordão e na Planície do Mediterrâneo.

Apesar de toda conquista e expansão territorial dos macabeus, os seus sucessores não conseguiram manter a competência e a dignidade dos seus primeiros representantes. O mau governo e a discórdia religiosa caracterizaram os últimos anos da era macabéia. Os cercos, as batalhas, os homicídios e os massacres que se seguiram marcaram um período de turbulência na história judaica. Embora presenteados com a oportunidade de restaurar Israel a uma posição de grande poder e influência, desperdiçaram-na com lutas entre famílias. Mas apesar de tudo isto os macabeus prestaram um grande serviço ao povo judeu, pois conseguiram que por mais de um século a nação de Israel gozasse de independência.

A Dominação Romana (de 37 a.C até os dias do NT) 

Pompeu, Crasso e Júlio César reinaram sobre Roma como o primeiro triunvirato, mas Júlio César logo se tornou o governante único. Ele recolocou Hircano no trono de Jerusalém e nomeou Antípatro, cidadão da Iduméia, como procurador sob as ordens de Hircano. Os dois filhos de Antípatro, Faselo e Herodes, tornaram-se governadores da Judéia e da Galiléia. No ano seguinte, Antípatro foi envenenado e três anos mais tarde César foi assassinado em Roma.

Um novo triunvirato formado por Otávio (sobrinho de César), Marco Antônio e Lépido, passou a governar Roma. Marco Antônio governava s Síria e o Oriente. Favoreceu a Herodes, e esta amizade levou esta família edomita à ascensão do poder. Herodes casou com Mariana, neta de Hircano, e tornou-se parte da família Macabéia.

Mais ou menos por este tempo surgiu um novo distúrbio no país. Antígono, filho de Aristóbulo, conquistou sucesso passageiro ao cortar as orelhas de Hircano, o sumo sacerdote, impossibilitando-o de exercer o ofício. Na luta seguinte Herodes foi pressionado por Antígono e teve de fugir para uma fortaleza chamada Massada em busca de segurança. Depois ele foi a Roma, descreveu aos romanos a desordem dominante e foi nomeado rei. Antígono foi morto e assim acabou para sempre o governo dos Macabeus.

Pouco tempo depois do suicídio de Marco Antônio no Egito, Herodes estendeu seu poder na Judéia. Vivia sob o pavor de que algum descendente dos Macabeus subisse ao poder e lhe tomasse o trono. Tendo Aristóbulo, irmão de Mariana, sido nomeado sumo sacerdote, sua popularidade fez com que Herodes mandasse afoga-lo. Mariana ficou enfurecida e Herodes mandou executa-la também. Nos anos seguintes ele tornou-se cada vez mais vingativo e seus atos sangrentos provocaram a ira dos judeus.

Para acalmar a hostilidade dos judeus, ele deu início a um programa de obras públicas. Seu principal empreendimento foi a restauração do Templo em Jerusalém.

Mas com isso não terminaram os problemas de Herodes, nem os da nação. Ele estava cercado por um grupo de homens que exploravam sua paranóia. Seus dois filhos, à semelhança de sua mãe Mariana, vítimas da ira paterna, foram estrangulados. Em certa ocasião, um grande número de fariseus teve o mesmo destino. Outros atos igualmente sangrentos continuaram durante o seu reinado. Perto do fim da vida, esse governante, dominado pelo medo de perder o trono, ordenou o massacre das criancinhas de Belém, quando nasceu Jesus, o rival Rei dos Judeus.    

Inicia-se o Novo Testamento.

Bibliografia

ELWELL, Walter A. Manual Bíblico do Estudante.  CPAD

MOCK, Denis J. Panorama do Antigo Testamento.

ELLISEN, Stanley A. Conheça Melhor o AT.  Ed. Vida

SHULTZ, Samuel J. A História de Israel no AT.  Ed. Mundo Cristão

FRANÇA, Paulo. Apostila Panorama Bíblico.  SBPV

Apostila do Curso Caminhada Bíblica Através do AT.

O Novo Dicionário da Bíblia.   Ed. Mundo Cristão

Mapas

Bíblia On-line. Sociedade Bíblica do Brasil