PALAVRAS AO VENTO

Por Vicente Ivo | 27/08/2011 | Crônicas

É incrível como o tempo passa no melhores momentos de nossas vidas.
Vivemos prisioneiro há um tempo, eterno e passageiro.
Quantas vezes queremos que passe rápido? No entanto, ele se arrasta com cobras na areia do deserto.
Quantas vezes o tempo correu como um leopardo em busca da sua presa? No entanto, lutávamos para não passar.
Quem, em alguma vez de sua vida não pediu ao tempo para se arrastar? Mas, sem dar ouvido, não respeitando os momentos mágicos, ele passou.
Quantos de nós, um dia, olhamos para trás e pensamos em voltar e fazer diferente? No entanto, nunca foi possível.
Quantos de nós, um dia, não quisemos ser criança de novo? Mergulhar nas brincadeiras que o tempo destrói.
Quantos de nós não tivemos uma paixão de criança, inocente e feliz e a vimos passar rapidamente?
Quantos de nós, um dia, não choramos escondido pela partida de alguém?
Quantos de nós, um dia, não nos sentimos sozinhos, mesmo arrodeado de pessoas?
Quantos de nós, um dia, não olhamos para baixo e sentimos nossos pés preso?
Quantos de nós, um dia, não sétimos o calor de um corpo e ficaríamos lá eternamente?
Quantos de nós faríamos tudo de novo, no entanto, não somos donos de nossos destinos?
Quantos de nós, um dia, não olhamos para o céu e perguntamos ao criador o que somos afinal das contas?
Quantos de nós, não nos sentimos como pequenas marionetes nas mãos do criador?
Um dia alguém me disse: "Você é dono de seu destino. Tens o livre arbítrio, no entanto, deves seguir caminhos certos." Sim, mas como temos livre arbítrio se nossas vidas são dependentes do destino? Como somos donos de nossas vidas, se de repente ela é ceifada repentinamente?
Um dia alguém me disse: "Respeite os outros para ser respeitado." Sim, mas mesmo respeitado os outros ninguém nos respeitam.
Eu poderia passar a noite toda com muitas perguntas e resposta e ao mesmo tempo nunca conseguir responder nenhuma. Muitos tolos mergulhariam nos livro de auto-ajuda ou se agarrariam em religiões. No entanto, apenas conseguiriam, no momento, enganar o seu interior.
Um dia, quanto eu cortar os laços que me prendem a este planeta, vou direto para o criador e farei todas estas e outras perguntas a ele. Não sei se terei as respostas, mas mesmo que as tiver do que adiantarão não me serviram mais.
Uma coisa apenas eu quero. Pelo menos o tempo que me resta neste planeta, se curto ou longo, é amar, todo à hora, todo o segundo, apenas amar. Amar a vida.