Pais -Parte I

Por Suely Bischoff Machado de Oliveira | 07/08/2009 | Psicologia

PAIS /Parte I

A palavra PAI (vem do latim PATRE) é aquele que tem um ou mais filhos, num sentido figurado como sendo o criador, por exemplo: Gil Vicente foi o pai do teatro português. Seria um protetor, um benfeitor, e o primeiro pai foi ADÃO.

Pais como sendo genitores, geradores, protetores, em relação àqueles que eles procriaram. (aqui vamos nos deter à figura do pai)

Os pais apresentam muitas das vezes uma complexa e por que não dizer, às vezes angustiante função na família moderna, onde a sociedade se mostra com cobranças, com desafios, com confrontos, com variadas expectativas, com grandes readaptações, novos conceitos, novas posições, frente a estes papéis. Ah!No meu tempo, os pais eram respeitados, só com o olhar, hoje os pais apanham de seus filhos!Nossa na casa do Jair, ele é o dono de casa, pois está desempregado e faz o serviço doméstico, enquanto sua mulher, a Ana vai trabalhar!

Este papel representa um padrão de necessidades, de objetivos, de crenças, de sentimentos, de atitudes, de valores que os membros de uma comunidade, de uma sociedade, esperam que caracterize este ocupante de uma determinada posição.

Os papéis (que são interdependentes) prescrevem o comportamento esperado de serem pais, e em situações padronizadas. Além do papel de pai, o indivíduo exerce outros papéis na vida, como o papel de filho, de marido, de empresário, etc.

Podemos falar em diferentes papéis do exercício da paternidade, pais biológicos, pais adotivos ou pais postiços, pai social, pai emocional, pai amigo, pai carrasco, etc.

Você viu como o João é legal com o filho da Nair, ele nem é seu pai verdadeiro, que se diga de passagem, foi embora e nunca mais apareceu, mas quer muito bem ao garoto.

Ih! Na escola todo mundo tira um sarro com o Raul, pois ele tem algumas irmãs, ou seja, são filhas só do pai dele, é uma família muito confusa.

 

E temos também diferentes funções do pai, como sejam:

(1)-pai como manutenção financeira, (provedor),

(2) pai como afetividade,

(3) pai como modelo e figura de ídolo.

 

Olha só, o Silvinho depois que se tornou pai, nunca mais foi bebericar com os amigos no clube, pois me disse que não pode gastar o dinheiro com besteiras; até parece que somos transgressores da lei!

O Rui depois que se tornou pai, até parece que se tornou um santo, não bebe, não fuma e não joga mais com os amigos.

Nossa você viu o Julio, vive se exibindo para todo mundo como sendo pai de Aninha, uma bela garotinha; trocou a turma de amigos pela filhinha, é um exagerado.

A Psicologia chama a atenção para três tópicos, como sejam:-

 (1) o social, é o institucional, como um papel onde é imposta ao sujeito uma função dentro da sociedade,

 (2) o psicológico, como sendo mais uma determinante de expressão de sua personalidade singular e

 (3) o psicossociológico, seria o social em combinação com o psicológico, ou seja, um complementa o outro.

 

Você viu como o pai do Nestor é atrasado, ele está fora de época!

Ah! Eu queria ter um pai como o do André, ele é super legal, não nega nada para o filho!

“Ih! você viu só, o pai do Nilo vai se separar da mãe dele, e já está de caso com outra mulher que tem uma filha da mesma idade do Nilo, que barra hem!

 

Podemos questionar uma vasta lista de possíveis pais, contudo deve-se respeitar a individualidade de cada um, de cada ser. Pois cada um deles é único, com suas expectativas, angústias, seus temores, suas alegrias, frustrações, seus sofrimentos, suas experiências. E aqui podemos também dizer que ninguém nasce sabendo, então é a partir do papel que se exerce a função de pai

 

A Psicoterapia como uma técnica de análise e de intervenção é sem dúvida nenhuma uma grande aliada frente a uma ajuda ao indivíduo num contexto sócio-familiar

 

“Agostinho nasceu a 13 de novembro de 354, em Tagaste, hoje chamada Souk-Ahrás, na atual Argélia, África do Norte. Era filho de Patrício, africano romanizado, proprietário de doze hectares de terras, e de Mônica. Esta  que, teria, na altura em que Agostinho nasceu uns vinte e dois anos. Patrício e Mônica foram também os pais de Navígio e de uma menina cujo nome se ignora, anos mais tarde freira e superiora de um convento” (J. Oliveira Santo, S.J)

 

Suely Bischoff Machado de Oliveira, psicóloga CRP 06/8495 pela UNESP/BAURU, Psico-oncologista pelo Hospital do Câncer A.C.Camargo

sbischoff@globomail.com