Ouvindo o coração

Por Andréia Santos | 15/12/2010 | Crescimento

Pergunta: O que fazer quando tudo que queremos é tudo que não podemos ter?
Resposta: Pára de drama e começa a querer o que você pode ter!
Qual é? Não seja guiado pelo seu coração porque ele pode ser enganado, mas guie seu coração e as coisas, bem... Não ficarão mais fáceis, porém menos complicadas. Sabe por quê? O coração tem mania de querer o que não pode. Aí vem você com a conversa que "vou fazer o que diz meu coração", então comece desde já a se preparar para ser um NADA! Para fazer NADA! Oras! Seu coração não fala. E se falasse, mentiria bastante.
Eis o que deve ser feito (na minha concepção, com a qual ninguém precisa concordar...rsrsrs): Queira menos e aja mais. Não adianta nada querer, querer e querer, no fim das contas isso vai ser tudo que você terá feito.
Aí você pergunta: E os sonhos? Onde ficam nessa sua visão pessimista de mundo?
Aí eu respondo: Os sonhos não podem fazer nada por você. Os sonhos não vão estudar para você ser médico, advogado ou seja lá o que for que você quer ser quando crescer. Os sonhos não vão comprar aquele carro que você quer nem a viagem que a sua esposa tanto deseja. Os sonhos, meu amigo, não vão escrever um livro e publicá - lo por você. Não mesmo.
Não é uma visão pessimista, e sim, realista (Na verdade, essa é a desculpa que todo pessimista usa para não dizer que é pessimista. Não é incrível o que uma decepção, ou duas, fazem com a gente? O mundo passa a ter outra cor. A cor da verdade. Qual é a cor da verdade? Bom, fofinhos, eu não sei. Mas não é azul com bolinhas coloridas, como eu achava.)
Os sonhos são importantes porque nos tiram do lugar em que estamos, que nem sempre é tão bom. Mas, melhor do que sonhar é correr em busca da realização desses sonhos. O que você não consegue fazer hoje o tempo se encarrega de fazer um dia. "O QUÊ?!", você pensa, "Deinha, você está insinuando que eu devo deixar as coisas pra fazer amanhã?!".
Não. Eu não estou insinuando nada, muito menos isso. Eu estou afirmando (novamente, na minha concepção, com a qual ninguém precisa concordar...rsrsrs) que não dá pra fazer tudo hoje. Quando me refiro a hoje, quero dizer agora. Nesse momento da sua vida. Ás vezes, a gente quer as coisas muito rápido quando não estamos prontos para ter aquilo e acabamos perdendo algo que deveria ser muito bom, mas que veio fora do tempo.
Mas é importante saber o seguinte: Não deixe de fazer o seu melhor hoje, amanhã pode ser tarde demais. Se você der o seu melhor e o resultado não vier, tenha em mente que deu o seu melhor. Dê a Deus tudo de si e deixe os resultados por conta dEle. Li em um daqueles textos que fazem a gente pensar na vida que um idoso não se arrepende das coisas que fez na vida, mas sim daquelas coisas que poderia (e deveria) ter feito, mas não fez. Simplesmente porque não quis ou não teve oportunidade. É por isso que nossos pais se importam tanto com nossas escolhas e, ás vezes, até brigam com a gente porque não fizemos aquele curso, não aceitamos aquele emprego, não fomos viajar para aquele lugar... Porque é isso que eles gostariam de ter feito quando tinham a nossa idade, mas não puderam ou não quiseram fazer e acabaram como estão hoje: Não tão bem quanto gostariam (ou poderiam) de estar, mas bem o suficiente para obrigar (ou pelo menos tentar) que nós, seus filhos, não cometamos o mesmo erro que eles cometeram? Oh! Que lindo! Uma linda demonstração de amor ao próximo!
Mas e aí? E se eu quiser cometer os mesmos erros, mesmo sabendo que posso acabar não tão bem? E se eu estiver disposto a cometer meus próprios erros? E se eu quiser ter a minha própria história? Bom... Vá lá, então. Cometa os mesmos erros e outros novos, escreva a sua própria história, esqueça aquele belíssimo conselho que sua mãe lhe deu em um dia de chuva e... Quebre a cara. Ou não. Se você for uma pessoa sensata pode ser que dê certo. Até porque se você for uma pessoa realmente sensata vai ouvir aquele conselho da sua mãe, e vai saber o que lhe convém.
Eu passei um bom tempo sem escrever. Menti para mim mesma durante todo esse tempo, falando que eu estava travada, que não conseguia escrever, que as dores haviam passado e com elas levado meu talento... Hipócrita, não?
A verdade é que eu conseguia escrever, sim. Eu jamais deixarei de amar as palavras, apesar de odiá - las de vez em quando por dizerem tanto de mim quando eu preferia não saber. É terrível ter a resposta para todas as suas perguntas na ponta da sua caneta.
A verdade é que... Eu tinha medo. Tinha medo do que sairia de mim se eu escrevesse naquele momento. Tinha medo do que já sabia. Tinha medo de cutucar uma ferida que está cicatrizando aos poucos.
Sabe, fugir não é a melhor remédio. Mas, ás vezes, é a única solução viável.
Faz sentido pra você?
Bom, pra mim faz.

Conclusão?
Nenhuma plausível.