OTITE EXTERNA MALIGNA EM IMUNODEPRIMIDOS À PROPÓSITO DE UM CASO CLINICO

Por KIANGEBENI NDOMBASI ´´Manuel´´ | 03/12/2019 | Saúde

O estudo objectivou analisar otite externa maligna em imunodeprimidos à propósito de um caso clinico. Trata-se de estudo descritivo e analítico de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa, por meio de pesquisa de artigos, livros que trata deste tema. Otite externa maligna é uma infecção nercotizante grave e potencialmente fatal, que afecta sobretudo idosos, diabéticos e imunodeprimidos, com início no conduto auditivo externo e com rápida extensão à base do crânio. Portanto, os autores recorrem a metodologia de investigação fenomenológica, que possibilita uma análise compreensiva partindo do relato de um caso clínico de um paciente, masculino, negro, de 21 anos de idade, natural de Luanda, residente em Luanda, que fez entrada no banco de urgência de otorrinolaringologia do Hospital Josina Machel de Luanda-Angola, no dia 30 de Maio de 2018 e internado no mesmo dia, com diagnóstico de otite externa maligna e VIH documentado. Depois de exame e análises complementares, conclui-se que se trata de um quadro típico de otite externa necrotizante apesar de ser uma entidade de difícil controlo e alta letalidade, paciente apresentou evolução favorável dado o tratamento clinico adequado e suficiente para cada alteração detectada.

Palavras-chaves: Otite,  externa,  maligna e  imunodeprimido.

1. DEFINIÇÃO DA OTITE EXTERNA MALIGNA

(Osteomielite da base do crânio) É uma infecção grave e potencialmente fatal, que afecta sobretudo idosos, diabéticos e imunodeprimidos, com início no conduto auditivo externo e com rápida extensão à base do crânio.1 A otite maligna, também chamada de osteomielite da base do crânio por ser potencialmente letal, tem o seu início no meato acústico externo, mas, com grande frequência, se expande pelo osso temporal. O termo "maligna" foi comummente utilizado para descrever a gravidade e a maior taxa de mortalidade enquanto se trata de um processo infeccioso e não de natureza neoplásica. Hoje em dia, o termo de osteomielite da base do crânio deve ser preferido.

2 2. EPIDEMIOLOGIA

Esta variedade da otite externa é extremamente rara em crianças e adolescentes, é frequente nos pacientes idosos, diabéticos e imunodeprimidos, associados a muitos factores de riscos. Macro e microangiopatias em correlação à permanência e severidade de hiperglicemia, que pode provocar uma isquemia e uma necrose da parede e da cartilagem do meato auditivo externo, e depois do osso da base do crânio.

3. PATOGENIA

Osteomielite da base do crânio começa por uma otite externa típica. Portanto, a dermatite do meato auditivo externo muda sucessivamente em celulite, condrite, osteite e osteomielite. A inflamação e infecção se infiltre através das fissuras de Santorini e atinge o meato auditivo externo ósseo e a base do crânio. A infecção pode atingir a parótida e os espaços profundos do pescoço (fossa intratemporal, espaço para faríngeo, nasofaringe), e depois o compartimento intra craniano. Uma paralisia facial pode ser observada, quando a infecção atinge o forame estilomastoídeo. Quando o forame jugular é atingido, uma paralisia de pares cranianos IX, X e XI pode se produzir. A um estado mais evoluído, atinge o XII, pode surgir quando a infecção atinge o canal hipoglosso.

4 4. ETIOLOGIA

(agentes mais frequentes):  Pseudomonas aeruginosa, 80% em diabéticos insulinodependentes, idosos e doentes com VIH.  Aspergilos fumigatos, também encontrado ao mesmo título que Pseudomonas aeruginosa.  Raramente staphylococcus aureus.

5. CLÍNICA

Não existe o signo patognomónico de otite externa maligna, a suspeição clínica é importante em todos pacientes diabéticos e imunodeprimidos. Inicialmente os sintomas são os de otite externa: Prurido, otalgia intensa, otorreia permanente sem resposta à terapêutica habitual, alterações neurológicas (pares cranianos) por extensão á base do crânio e hipoacusia. A instalação da infecção inicial é insidiosa e restrita ao meato acústico externo, assemelhando-se a uma otite externa difusa infecciosa resistente ao tratamento usual.5 A recorrência dos sintomas logo após um período de melhora e a presença de diabetes ou de imunodeficiências permitem um alto grau de suspeição para a doença.6 O quadro clínico é dominado por uma otalgia mais intensa a noite, otorreia, Cefaleia e dor na região temporomandibular; obstrução edematosa do conduto auditivo externo e a otoscopia frequentemente mostra a presença de tecido de granulação típico na parede do canal auditivo externo, o que não é comum na otite externa difusa. [...]

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