Oscar 2012
Por George Batista da Silva | 31/08/2012 | CrônicasOSCAR 2012
Entendo a euforia de alguns artistas durante o momento da premiação, principalmente em se tratando dos novatos, mas porque todos se sentem na obrigação de falar algo espirituoso? Geralmente escorregam e caem no ridículo. Acho que a Academia devia ter um sistema delivery para a entrega dos troféus. Nos pouparia muitas piadinha de mau gosto e outras inconveniências. Vestidos inadequados e plásticas faciais e abdominais realizadas nas vésperas do evento também chamam a atenção. Billy Crystal mais parecia maquiado para representar Mr. Hyde, de O Médico e O Monstro. Enfim, entre altos e baixos gostei da cerimônia. A Academia começa a transitar para outro espaço. Como tudo acontece em ano bisexto, o Oscar foi para um filme realizado em preto e branco sem o benefício do som. O Artista, ganhador na categoria de Melhor Filme é uma produção atípica. Lembro-me quando Mel Brooks realizou Silent Movie, um filme totalmente desprovido de som. Cobra criada, Brooks não se aventurou. Sabia o que estava fazendo. A diferença? A falta de compromisso do diretor com o produto final. Silent Movie é um filme construído para divertir e nada mais. O objetivo foi alcançado e nem mesmo a mãe do diretor esperava uma indicação para um Oscar, apesar das presenças de Paul Newman, Burt Reynolds, Liza Minelli e outras celebridades. No caso de O Artista, o risco foi muito grande e os produtores que bancaram o filme devem estar em alguma igreja da Califórnia agradecendo aos deuses do cinema. O Artista não surpreende apenas pelo sucesso do filmeem si. Também acena com o surgimento de um grande ator. Não sei se minha previsão vai se confirmar, mas as poucas cenas que assisti de Jean Dujardin me impressionaram positivamente. Já me decepcionei em outras ocasiões, mas vamos esperar para ver. Se Dujardin é elogiado pela crítica especializada, por outro lado é criticado por se tratar de um ator vaidoso e muito difícil. Não se trata do primeiro. Já vi outros. Alguns foram para o espaço por total falta de talento, mas outros mais talentosos foram tolerados por diretores tão temperamentais quanto os próprios. Russell Crowe que se cuide. Dujardin promete. Já me decepcionei em outras ocasiões, mas vamos esperar para ver.