Os representantes dos céus - episódio 1
Por Kenichi On | 29/07/2012 | ContosOs representantes dos céus
Episódio 1: O Fim é a semente para um novo início.
O planeta vermelho está diante dos meus olhos, a densa fumaça preta das indústrias junto com as várias luzes piscantes da cidade tomavam minha visão aonde quer que eu olhasse. Mas tudo acabava ali, nas nuvens negras que cobriam os céus, nas terras de concreto que brotavam mãos ensanguentadas enquanto ouvia-se gritos de agonia a cada beco que se passasse. Era um caos, ruas destruídas, fogo, muito fogo em toda parte e muitos corpos e pedaços de membros no chão. O barulho das hélices de helicópteros e tiros das armas do exército dominava as ruas e ecoavam por toda a cidade, mas era inútil, aquelas coisas não paravam, as sombras avançavam em direção aos combatentes e quando chegavam era algo que domava a consciência dos homens que os torturava até seu suicídio. Em meio ao caos a única coisa que eu queria era fugir ( mas era inútil tentar escapar das bestas que espalhavam o caos ) e então uma delas avançou sobre mim e eu adormeci.
Vi uma luz ofuscante e ela me disse:
- Apenas os puros corações sobreviverão ao julgamento, aos corrompidos pela ganância a dor eterna os perseguirá.
Então a luz começou a crescer e ficar tão ofuscante que a única coisa que se via era o branco. Quando abri meus olhos novamente eu estava numa floresta com um grupo de pessoas que não reconhecia. Eles estavam em volta de uma fogueira e ao fundo havia pequenas tendas, como as de acampamento, eu estava deitado dentro de uma. Já era de noite e estava muito escuro, somente a luz do fogo iluminava meu caminho, as parecia que eu estava exausto, e não resisti ao sono que me abatia.
Quando acordei já era dia e havia uma mulher ao meu lado, ela aparentava ter uns trinta anos, era magra, pequena e de cabelos curtos e rubros. Ela perguntou:
- Você se sente melhor agora?
Respondi:
- Seja lá o que aconteceu, eu acho que estou bem por enquanto.
Ela soltou risos e me acompanhou para fora da tenda, onde havia umas pessoas conversando quando perguntei:
- O que está acontecendo? Onde estou?
Então um dos homens respondeu:
- Calma garoto, uma pergunta de cada vez, mais importante que isso: você está melhor agora? – Eu fiz um sinal de afirmativo com a cabeça, e então ele continuou – Bom, parece que todas estas pessoas de alguma forma sobreviveram ao ataque das bestas, e agora nós acordamos neste mundo, repleto de florestas e parece que não há mais cidades por aqui. Ou nós estamos muito afastados do centro ou o centro não existe mais... Infelizmente todos nós não se lembramos de nada mais antes do ataque das bestas, nem mesmo nossos nomes. Neste momento eu me perguntei qual meu nome, mas um terrível zumbido ecoou na minha mente provocando uma dor terrível. E o homem que falava continuou a falar:
- E foi isso o que aconteceu conosco também, você ouviu um zumbido não é? E isso acontece toda vez que tentamos recordar de algo que ocorreu antes do ataque. Por isso nós inventamos um nome a nós mesmos, Eu sou Karl Stroska, ao meu lado estão Javier Hierro e Johan Marclay. A moça ao seu lado é Charlotte Snowberry. Como você se chama meu rapaz?
- Eu? Hm... eu acho que vou ficar com Iori Licht
Karl: - Ótimo! Seja bem vindo ao grupo Iori, nós estamos à sua disposição sempre que precisar. Por agora você pode fazer o que quiser, mas não vá muito longe, pois você pode se perder e ainda temos que lhe apresentar ao resto do grupo.
Iori: - Obrigado! Então com sua licença. – então sai da companhia de Karl, Javier, Johan e Charlotte e comecei a observar ao redor.
Era uma pequena aldeia, com tendas e cabanas e uma casa de madeira. O que mais me chamou atenção foi um velho homem trabalhando eu uma forja, provavelmente era um ferreiro, e foi em direção ao ferreiro.
Iori: - Olá, o que você está fazendo?
Ferreiro: - Oh! Oi, eu estou fazendo uma Gunblade. Você é o garoto do rio não é?
Iori: - Do rio?
Ferreiro: Ah! Eles não te contaram? Você foi encontrado na beira de um rio próximo.
Iori: - Hm...então eu acho que sou o garoto do rio, de qualquer forma, o que é uma Gunblade?
Ferreiro: - Bom, uma Gunblade é algo parecido com uma espada, mas ela também pode ser uma arma de fogo, veja esta aqui por exemplo!
Ele me mostrou uma espada, que a era uma lâmina anexada ao corpo de um revólver no lugar do cano, era difícil imaginar como aquilo funcionava, então perguntei se poderia usá-la.
Ferreiro: - Claro! Mas toma cuidado, esta lamina acabou se ser afiada.
Era uma Gunblade muito leve, talvez pesasse menos que um abacate, e a posição da mão permitia fazer golpes muito mais rapidamente que uma espada normal. O ferreiro me disse que para usar a arma de fogo, você precisa trocas a lâmina por um cano.
Iori: - Sem dúvida é muito melhor que uma espada normal, e o fato de poder se tornar uma arma de fogo a torna muito versátil.
Ferreiro: - Esta Gunblade ainda está incompleta meu caro, você vê esta entrada na roleta? Ai você deve colocar uma gema espiritual, só assim você poderá usar todos os poderes que uma Gunblade pode proporcionar.
Iori: Uma gema espiritual? O que é isso?
Ferreiro: É uma pedra que contem a alma de uma estrela. Vejo que vou ter que lhe explicar tudo desde o início não é? - Acenei positivamente com a cabeça – Pois então vamos lá. O céu é um lugar onde vive vários tipos de estrelas das mais variadas características, então para poder diferencia-las umas das outras, os deuses atribuíram a cada uma delas um ser vivo que a representasse na terra, e este ser vivo possui as mesmas características da estrela associada, para simplificar nós usamos o termo “representante”. Por exemplo, Sirius é uma estrela extremamente quente, densa, grande e luminosa, então o animal criado por deus para a estrela é o lobo. O Lobo é um animal rápido, leve e muito inteligente, sem dúvida é uma raridade encontra-lo e quando isso acontece é muito difícil sair de sua mira. Resumindo, ao matar um representante, o representante vira uma gema espiritual, que quando colocada a sua Gunblade ela melhora os poderes da espada. A minha gema é a representante de Veja, ela é uma águia. Ela é um animal muito rápido e inteligente, tem um bom ataque, mas não é muito resistente. Ela é boa em batalhas curtas e de poucos golpes. Bom, se você quiser se aprofundar mais nessas coisas eu lhe empresto um livro que detalha mais o assunto, ele se chama “A representação da luz”.
Iori: - Sem dúvida eu vou lê-lo! Muito obrigado, e desculpe por tomar tanto tempo seu. A propósito, eu sou Iori Licht, muito prazer em conhecê-lo.
Ferreiro: - Eu sou Vladmir Misak, foi um prazer conversar com você, se você precisar de uma Gunblade não hesite em me chamar, estarei sempre aqui quando precisar!
Logo após a despedida, Karl me chamou. Ele estava acompanhado com uma dúzia de homens e mais uma dúzia e meia de mulheres. Neste momento ele me apresentou a todos e começamos a dar os cumprimentos, quando nós ouvimos um grande rugido. Parecia os de uma Onça, e foi o suficiente para todos começarem a correr para suas cabanas e a sacarem suas armas, o engraçado foi que todos tinham Gunblades. Então um Leão apareceu e começou a vir em direção a panela de comida que estava sendo preparada na fogueira, parecia que ele só queria a comida. Mas no meio do caminho o leão avançou sobre mim, na primeira investida eu pulei para dentro de um monte de feno e o leão me acompanhou. Então me perguntei:
Iori: - E agora? Estou num monte de feno, sem consegui ver nada com um leão furioso no mesmo monte! O que eu devo fazer? O que eu posso fazer?