OS PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS DIAS ATUAIS

Por VILMA ALVES TOLENTINO | 11/08/2016 | Educação

 Resumo

 O presente projeto dissertativo traz em sua temática uma reflexão sobre a compreensão e o entendimento dos processos voltados para a alfabetização e o letramento, fundamentando-se em sua origem, em seus conceitos e em suas especificidades aproRESUMfundadas nos processos educacionais. Traz também à procura para diferenciá-los, tornando essas especificidades compreendidas, ressaltando que são processos diferentes, porém, que devem ser processados juntos, trazendo um complemento sobre o outro, fazendo uma junção na formação inicial dos alunos que tangem ao ensino fundamental. É estudado o conceito de analfabetismo funcional no país, mostrando suas consequências e como este se encontra atualmente no Brasil, trazendo um resultado um tanto baixo em suas pesquisas. O artigo tem como proposta não apenas a reconstrução dos conceitos abordados, mas também propões contribuições significativas, que visa a junção desses dois métodos processuais - alfabetização e letramento. Com base nisso, passa-se a acreditar que o processo de letramento se dá em um instrumento de melhorias na formação de alunos que migram dos anos iniciais do ensino fundamental, o que visam a contribuir com a diminuição das altas, desastrosas e vergonhosas taxas de analfabetismo no Brasil.

 Palavras-chave: alfabetização, letramento, analfabetismo funcional

 1.    INTRODUÇÃO

 É certo que, um dos maiores tesouros de uma nação é a educação e a cultura de seu povo, porém uma boa educação começa nos anos iniciais, com um programa de alfabetização de qualidade e com professores preparados. Mas o processo inicial de alfabetização e letramento das escolas de educação básica no Brasil tem muitas vezes um resultado fracassado e defasado, trazendo um prejuízo imenso ao aprendizado dos alunos que migram das séries iniciais do ensino fundamental.

Vivemos em uma era tecnológica, onde nossos alunos têm se voltado para seus celulares, tabletes e notebooks, e deixando de lado os livros e manuscritos, isto tem prejudicado e muito a aprendizagem e à alfabetização das nossas crianças, atrasando seus crescimentos cognitivos e intelectuais. Assim, esta triste realidade fica bem clara, a realidade de que nossas instituições de ensino fundamental nos anos iniciais, tem em sua grande maioria, contribuído para e com a formação de alunos em crescimento alfabético.

Os índices de analfabetismo apresentam um número muito alto em todos os estados brasileiros. A maior porcentagem encontra-se no Nordeste, porém, regiões como o Sul e o Sudeste também apresentam em seus estudos taxas altamente elevadas.

O docente precisa estar preparado para enfrentar todos os obstáculos que venha a surgir durante seu caminho como professor, o analfabetismo é um deles. Se deparar com um aluno que viveu durante anos sem sequer saber ler e escrever, é a mesma coisa que um médico quando se depara com um paciente que está há muitos anos buscando soluções sobre sua doença, e assim que chega ao consultório percebe que o problema é bem mais simples do que se imaginava.

O analfabetismo é um problema que infelizmente cresce a cada dia, mas seu diagnóstico tem cura, podemos mudar esta situação com novas expectativas de uma educação de qualidade, buscando sempre novas soluções, adaptando nossos estudos científicos para que, cada vez mais possamos alcançar o máximo de pessoas e transformar a vida delas.

Analisando este diagnóstico que atinge cerca de 9% da população Brasileira, e visando isso, que os constantes estudos que vem sendo desenvolvido, trabalham e mostram que, existem meios de tornar eficiente o sistema de alfabetização nos anos iniciais e no ensino fundamental.

Para que estas mudanças aconteçam, é necessária a tomada de várias decisões, ou seja, é necessário que nossos governantes parem para analisar que, este processo precisar estar em constantes mudanças, e que os compromissos com estas constantes mudanças devem ser feitos dia após dia, focando no conhecimento e nas necessidades dos alunos e com as escolhas de métodos de alfabetização que melhor se adeque a elas.

 2.    A ORIGEM DA ALFABETIZAÇÃO

 Muitas questões podemos fazer a respeito da alfabetização, como por exemplo, as que serão abordadas neste artigo: O que é a alfabetização? Qual é a sua função dentro de uma sociedade? Existem métodos para esta tarefa? Como surgiu? Como ela pode ser realizada com sucesso?

Ao estudar a origem da alfabetização pode-se constatar que, devido às muitas necessidades na comunicação do dia a dia nas pessoas, é que surgiram a escrita e a leitura, e que ao inventar a escrita, o homem fez surgir a necessidade da continuação da mesma e essa passa a ser usada e assim passada adiante para que as novas gerações também pudessem usufruir de seus feitos. Com essa descoberta, surgiu a necessidade da alfabetização, ou seja, nasceu aí o processo de descoberta e de desenvolvimento da leitura e escrita.

Cagliari (1998), fala sobre à necessidade do surgimento da escrita, e sua importância para o desenvolvimento da humanidade, e confirma que:

 De acordo com os fatos comprovados historicamente, a escrita surgiu do sistema de contagem feito com marcas em cajados ou ossos, e usados provavelmente para contar o gado, numa época em que o homem já possuía rebanhos e domesticava os animais. Esses registros passaram a ser usados nas trocas e vendas, representando a quantidade de animais ou de produtos negociados. Para isso, além dos números, era preciso inventar os símbolos para os produtos e para os proprietários. Cagliari (1998, p. 14)

 Com as mudanças ocorridas ao longo dos anos e devido as constantes adaptações que a escrita e a leitura sofreram, era de suma importância que passassem de geração em geração, e com estas constantes variáveis foi necessário que surgissem às regras da alfabetização. Em relação a essas necessidades variáveis, Cagliari (1998 p. 15) afirma que: “O longo do processo de invenção da escrita também incluiu a invenção de regras de alfabetização, ou seja, as regras que permitem ao leitor decifrar o que está escrito e saber como o sistema de escrita funciona para usá-lo apropriadamente”.

A necessidade de passar o conhecimento da leitura e da escrita para todas as gerações está cada vez mais está ganhando importância, porém vale ressaltar que é   muito recente essa conscientização em relação ao processo inicial de transmissão da criança e do analfabeto à leitura e escrita, principalmente quando se trata em um plano que surge em forma de evitar o número de negativação na formação final de alunos. Ferreiro (2001) afirma que, “é recente a tomada de consciência sobre a importância da alfabetização inicial como a única solução real para o problema de alfabetização remediativa  (de adolescentes e adultos) ”.

Durante o surgimento da escrita, pouca se importava o processo de alfabetização, até porque, a necessidade de domínio da mesma era menor, pois quando se tratava em  alfabetizar ,tinha-se  o receio de um crescimento intelectual em massa por parte dos governantes. Aprendia e ensinava apenas o básico, para que a comunicação se desse através da leitura e da escrita, tendo um modelo mecânico como forma de ensino.

Não existiam vários métodos e formas de se alfabetizar uma pessoa, nos tempos passados, havia somente um modelo que era padronizado e mecânico de cópia e leitura. À forma em que as pessoas eram alfabetizadas nesse tempo Cagliari (1998) afirma que:

Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com palavras e depois passavam para textos famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização. Cagliari (1998, p. 15)

 Bem mais tarde o ensino da leitura e da escrita, ou seja, o método de alfabetização chegou ao Brasil, tendo início com os jesuítas, dos quais ensinavam a ler e a escrever, Paiva (2003, p. 43) confirma que, “desde que chegaram ao Brasil, os jesuítas estabeleceram escolas e começaram a ensinar a ler, a escrever, e a contar e cantar”.

Mas com o passar dos tempos, o Brasil não se mostrava muito diferente à alfabetização quanto da forma adotada na antiguidade, e , infelizmente, no século XXI e em plena era digital, ainda existem professores que ensinam de forma padronizada e mecânica, formando alunos robotizados, contribuindo assim, para uma grande deficiência na formação de crianças que saem das séries inicias do ensino fundamental. Ramos (1953) descreve em seus relatos que, pode-se confirmar a forma mecânica em que era e ainda é realizado dentro ensino, neste processo de aquisição da leitura e escrita. Ele destaca que:

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