Os pioneiros da sesmaria monte alegre dos sertões varzealegrenses (II)
Por Antonio Anicete De Lima | 20/11/2011 | CrônicasOs pioneiros da sesmaria Monte Alegre dos sertões varzealegrenses (II)
Quem foram os pioneiros que ocuparam os sertões da região oeste de Várzea Alegre no final da época do Brasil colonial? Quem são as pessoas que viveram nessa região? Para responder a essas perguntas é necessário recorrer aos primórdios históricos da ocupação da região, que aconteceu ainda na época em que o Brasil era colônia de Portugal, bem antes da chegada da Família Real ao Brasil em 1808.
O pioneiro que ocupou a região conhecida como Monte Alegre e ali fixou residência definitiva, chamava-se, segundo depoimento de Antonio de Anicete (2009), José Ferreira Lima, um judeu marrano fugitivo da Paraíba, que adentrou aos sertões do centro-sul do estado do Ceará, juntamente com a sua família, tendo como objetivo escapar das garras ferrenhas da Inquisição, que rondava as regiões mais adjacentes do litoral do Nordeste a espreita de suas vítimas.
Não é possível precisar exatamente a data ou época de sua chegada a Várzea Alegre, mas sabe-se que seu filho, Raimundo Ferreira Lima, viveu 96 anos e veio a falecer conforme relatos dos antigos moradores de Vacaria, no final da década de 1880. Logo é possível especular que José Ferreira Lima, tenha nascido na região oeste da Paraíba, lá pelos idos de 1780.
Provavelmente no ano de 1801, aos 25 anos de idade, José Ferreira Lima segue juntamente com seus pais em direção ao interior do Ceará, via Arraial Novo dos Icós, ponto de referencia dos vaqueiros nordestinos, onde poderia obter informações sobre a compra e venda de um pedaço de chão com água e pastagem nativa, com o objetivo de estabelecer-se por ali definitivamente.
Foi talvez em Icó, que obteve informações acerca de uma sesmaria do alto sertão, banhada pelo riacho Fortuna, lugar esse que segundo alguns antigos garimpeiros do seu leito árido e de seixos rolados na época da seca, brotava ouro. O negócio foi fechado e a família durante cinco ou seis dias fez o percurso até fazenda que foi nomeada de Monte Alegre até os dias de hoje. As terras adquiridas por José Ferreira extremavam a leste com as referidas datas cedidas aos irmãos portugueses Capitão Agostinho Duarte Pinheiro e ao Alferes Bernardo Duarte Pinheiro, tendo como referencia de divisa, o ponto mais alto da serra da Vaca Morta.
José Ferreira Lima teve uma vida pacata e sossegada no sítio Monte Alegre sendo a sua principal atividade a criação extensiva de gado em pastagem nativa, onde o capim mimoso crescia abundantemente nas áreas de mata de vegetação menos densa. Além das culturas de subsistência, plantava ainda o algodão que era muito utilizado na tecelagem doméstica e na confecção de redes e roupas.
Raimundo Ferreira Lima foi sucessor direto de seu pai José Ferreira na fazenda Monte Alegre, sendo as suas principais atividades econômicas desenvolvidas, a pecuária extensiva e a fabricação de rapadura e melaço. A agricultura por ele praticada foi apenas de subsistência, tendo em vista atender as necessidades básicas da família e dos seus escravos criados no casarão da Gangorra. Casou-se com Joana Batista Ferreira Lima, mulher virtuosa e ‘letrada’ para os padrões daquele rincão sertanejo, pois sabia ler e escrever e tirar as quatro operações de conta, por esse motivo, administrava os negócios da fazenda, já que sinhô Raimundo era analfabeto. Sabe-se pelo menos o nome de dois dos seus filhos, Martins Ferreira Lima e Rafael Ferreira Lima e que teve duas filhas e uma delas tinha a triste alcunha de Bicota, devido possuir um nariz grande e afilado.
Exerceu o cargo por nomeação de Alferes (subtenente) possuindo na sua propriedade 30 homens que eram recrutados, quando necessário para caçar escravos fugitivos e para lutar contra rebeliões indígenas, portanto, um tipo de capitão do mato. Dava-se o título de “alferes” na época medieval em Portugal aos porta-bandeiras dos exércitos, das unidades militares e de outras instituições. Na organização do Exército decretada pelo Rei D. Sebastião, cada companhia passou a ter um alferes que, além de levar a bandeira da unidade, exercia as funções de seu segundo comandante, imediatamente subordinado ao capitão. Alferes, acabou por deixar de designar uma função e passou a ser um posto de oficial que já não tinha, necessariamente, a função de levar uma bandeira. Os alferes mantiveram-se como segundos comandantes das companhias de Infantaria até à introdução do posto de tenente, em 1707 (WIKIPÉDIA, 2009 c).
Conta-se que certo dia, um dos destemidos vaqueiros de sinhô Raimundo Ferreira de alcunha Braz Forte, foi à vila da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo dos Inhamuns, fazer umas entregas de rapaduras. O jovem era forte e destemido, no entanto, não levava desaforos pra casa, por isso não largava as armas nem na hora da missa dos vaqueiros. Lá na freguesia de Jucás, naqueles sábados ensolarados, era costume dos tropeiros depois das entregas, amarrarem os animais debaixo dos jucazeiros, e apreciarem a aguardente de jurubeba, no sapê ‘Tapuia’, antes da volta para casa. Nesse dia Braz Forte exagerou, ‘tomou todas’ e contendeu com a força e confiado no prestígio do alferes, não quis entregar-lhe as armas. A pequena e truculenta força, não tendo coragem de enfrentá-lo peito a peito, fez-lhe uma tocai por detrás das moitas de mufumbo que abundavam na travessia do rio Jucás, matando o destemido vaqueiro de forma violenta e indefesa.
Além do pessoal de apoio para lidar com o gado, trabalhar na lavoura e no engenho ele chegou a possuir oito escravos, comprados em Fortaleza pelo preço de 100 mil réis. O tráfico de negros africanos no Brasil colonial e no império passou a ser um negócio muito lucrativo para os colonos, sendo também de interesse da metrópole, da coroa portuguesa e até da Igreja Católica, que recebia certa porcentagem sobre cada escravo que entrava no país.
No livro Revelações da Condição de Vida dos Cativos do Ceará, escrito por Eduardo Campos (1984) há um relato de anuncio de um escravo que fora roubado de Raimundo Ferreira Lima. Veja o texto na íntegra: no dia nove do mês de agosto de 1869, furtaram de Raimundo Ferreira Lima, abaixo assinado, um escravo de nome José, cabra, idade de pouco mais ou menos 20 anos, que conduzia cargas para Icó, e no caminho foi agarrado pelos ladrões que o conduziram com procuração e certidão de idade do escravo, tiradas a falsa fé em nome do abaixo assinado para efetuarem a venda. E para que ninguém o compre enganado, protesta por meio desta, haver o escravo judicialmente, de quem quer que o compre. Icó, 10 de agosto de 1869. Raimundo Ferreira.
Além da mão de obra escrava, tinha muitos moradores e alguns se destacaram como destemidos vaqueiros dos sertões. Um desses vaqueiros chamava-se Hipólito. Conta-se que certo dia, quando ele campeava o gado nas Cajazeiras, encontrou várias índias numa trilha de gado, então botou o cavalo atrás para ver se conseguia capturar alguma delas, no desespero e correria uma das índias soltou um garoto que lava a tira colo.
Hipólito pensou consigo mesmo: Vou cria criar esse ‘bichinho’!
Desceu do cavalo e ao segurá-lo, o indiozinho assustado lhe cerrou os dentes no polegar direito. Ele pelejou e não conseguia tirar o dedo da boca menino, porquanto estava cerrado pelo intenso pânico, então para se desvencilhar da pequena criatura, Hipólito, de forma cruel e violenta, rasgou-lhe as bochechas com lâmina afiada de sua peixeira, assassinando-o em seguida, de forma brutal. Os índios foram tratados de modo cruel durante todo período do Brasil colonial e mesmo durante o império:
Faz horror refletir na rápida despovoação destes miseráveis depois que chegamos ao Brasil; basta notar, como refere o Padre Vieira, que em 1.615, ano em que se conquistou o Maranhão, havia desde a cidade até o Gurupá mais de quinhentas aldeias de índios, todas numerosas, e algumas delas tanto, que deitavam quatro a cinco mil arcos; mas quando o dito Vieira chegou em 1.652 ao Maranhão já tudo estava consumido e reduzido a mui poucas aldeotas (...). Calcula o Padre Vieira que em trinta anos, pelas guerras, cativeiros e moléstias que lhes trouxeram os portugueses, foram mortos mais de dois milhões de índios (ANDRADA E SILVA, 1998).
Naquela época havia muitas onças pardas, vermelhas e pintadas na região, porém às vezes elas invadiam as fazendas e matavam bezerros e animais de pequeno porte, para resolver o problema muitas vezes os vaqueiros promoviam a caça a esse importante felino da caatinga.
Certo dia Hipólito e José de Castro fizeram uma tocaia para a captura de uma onça que estava rondando o gado no sítio Monte Alegre, para tanto armaram um jirau em cima de uma catingueira, e puseram também um pequeno animal como isca. Lá pela meia noite, quando reinava o mais absoluto silencio, começaram a ouvir os primeiros esturros da onça que se aproximava. Nesse momento Hipólito se arrepiou todo, da planta dos pés a cabeça, então se levantou segurando a lazarina, e à medida que o animal se aproximava foi se afastando de costas até despencar do jirau improvisado a uma altura de 5 metros. Como estava com a mão no gatilho, o susto da queda, seguida do baque no chão duro da caatinga e do estampido do tiro, ocorridos de forma simultânea, tornaram a cena ainda mais estarrecedora.
O cabra deu um grito de assombro no meio da escuridão, e os cães aturdidos com o papouco, partiram sem pena e sem dó, para cima do miserável e só não lhe fizeram maior estrago, porque o seu amigo José de Castro, dono da matilha, conseguiu acalmar-lhe a fúria, mas foi aquela zueira infernal. Naquele dia quem teve sorte foi o pobre felino que escapou ileso, porém esses animais foram caçados impiedosamente pelo homem até ser extinto completamente na região.
Como o gado era criado solto e algumas reses nunca eram encurraladas, nas matas havia touros muito bravos e perigosos, chegando a se tornarem uma ameaça para os vaqueiros descuidados. Para capturar um desses touros bravos, Hipólito e seu Raimundo Ferreira, ficaram numa espera, num local aonde havia água. Com um tiro certeiro de bacamarte disparado por Hipólito, a bala cortou-lhe a jugular e o temido animal caiu à beira do riacho dos Porcos caititus. O animal estava muito cevado, Hipólito queria levar a carne, mas seu Raimundo, disse:
- Tome cuidado! Boi solto no mato, não castrado tem a carne remosa! Nunca comi, jamais comerei!
Eles acreditavam naquela época que fazia muito mal a saúde. No entanto, Hipólito insistiu e levou ainda dois quilos do traseiro da fera, para comer em sua casa na Santa Rosa. A partir desse episódio, o sinhô Raimundo Ferreira resolveu construir um entrada de pau-a-pique na aguada do riacho Fortuna para encurralar, marcar a ferro-fogo e castrar os touros para ceva no pasto solto. Na entrada da aguada, havia um corredor que formava um “v”, na beira do riacho, daí chamarem essa entrada de Gangorra até o dia de hoje.
Havia muitos veados, onças, caititus e tatus, naquelas matas da fazenda Monte Alegre. Seu Raimundo contava que certa vez ouviu uns esturros de onças, subiu em um lugar seguro e observou que havia uma onça pintada em cio, vinha sendo seguida de pelo menos uns vinte machos, inclusive um de cor avermelhado, que dava “chega”, bonito de se ver nos machos pintados. Caititu era “mata” no riacho, que ficou conhecido até hoje como riacho dos Porcos.
Todos os casamentos, especialmente dos homens eram feitos na mesma família, ou seja, endogâmicos, mas o senhor Raimundo fez uma exceção para casar a filha mais velha e não deixá-la no “caritó”. Caritó era a pequena prateleira no alto da parede, ou nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondiam fora do alcance das crianças, o carretel de linha, o pente, o talco, o pedaço de fumo e o cachimbo. A solteirona era chamada de Vitalina, conforme a popularizou a cantiga, a môça-velha que se enfeita - bota pó e tira pó - mas não encontra marido. E assim, a vitalina que ficou no caritó é como quem diz que ficou na prateleira, sem uso, esquecida, guardada intacta (INFORMAL, 2009).
"Bota pó, Vitalina e tira pó moça velha não sai mais do caritó".
Raimundo Ferreira Lima tinha duas moças a mais nova era muito bonita, porém a mais velha era meio feiosa, tinha o nariz grande e era apelidada de Bicota. Certa vez apareceu um rapaz de Crato da família Souza para trabalhar na fazenda Monte Alegre, era de boa aparência e se apaixonou por uma de suas filhas, a mais nova. O rapaz pediu a moça em casamento e tudo foi acertado com o pai da noiva. Naquele tempo não havia namoro, o pai acertava tudo com o pai do noivo e os dois se viam no dia e na hora do casamento.
O padre veio fazer o casamento na sede fazenda, a cerimônia foi celebrada a luz de candeeiro e a noiva apareceu com o rosto coberto por um espesso véu. Tudo foi muito rápido como havia sido combinado com o padre. A festa bradou até de madrugada! Souza foi bem servido com todas as iguarias e bebidas alcoólicas. No entanto, Sr. Raimundo havia feito o casamento de Souza no papel com a Bicota. Quando a festa acabou o casal se recolheu aos seus aposentos num dos aposentos do grande casarão. O casal teve uma bela noite de carícias e afagos, dormiram até mais tarde. Mas que surpresa desagradável teve o noivo quando viu pela manhã, que não era a sua amada, mas sim a Bicota! Ele ficou muito chateado, chamou o Sr. Raimundo lhe perguntou:
- Por que o Senhor me enganou colocando em meu quarto a Bicota?
O Sr. Raimundo lhe respondeu:
- É porque a Bicota é a mais velha e ela precisava se casar primeiro, senão ia ficar no caritó!
Então, Souza resmungou:
- Vou embora e nunca mais boto meus pés por aqui! O Senhor não é homem de palavra!
Raimundo Ferreira estremeceu e retrucou:
- Se você for embora e deixar a Bicota, pode se considerar finado!
- No entanto, agora preste atenção! Bicota é uma moça rica, já tem pra mais de 70 reses. Você fica trabalhando aqui na fazenda para você mesmo, e de agrado ainda lhe ajudo com a mão-de-obra para você tocar suas roças.
- Topa!
O Souza pensou! Pensou!
- E disse topo! E não se fala mais no assunto!
O casal teve muitos filhos. Um dos seus filhos chamava-se Luiz de Souza, este foi embora para Humaitá perto de Fortaleza e nunca mais voltou.
Essa é uma prova contundente que Raimundo Ferreira era de origem marrana. Onde ouviu este homem analfabeto a cerca da história de Labão e Jacó para proceder dessa maneira arbitrário com o Souza, numa época em que ao leigo era proibido ler a Bíblia Sagrada e a maioria das missas era celebrada em latim? Sem dúvida ele recebeu esse conhecimento através de seus antecessores que eram criptojudeus.
O texto bíblico diz que:
Jacó amava Raquel por isso se dispôs a trabalhar sete anos para Labão a fim de pagar-lhe o dote que lhe era devido.
Raquel era formosa de porte e de semblante, mas os olhos de Léia sua irmã eram fracos.
Após sete anos de árdua labuta Jacó disse a Labão:
- Dá-me a minha mulher, porque o tempo está cumprido para que receba por esposa.
E Labão reuniu todos os homens daquele lugar, e fez uma festa.
A noite ele tomou a sua filha Léia, e a trouxe a ele para possuí-la.
Mas de manhã, viu-se que era Léia.
Então ele disse a Labão:
- Que me fizeste! Não te servi por Raquel? Por que, então, me enganaste?
Então disse Labão:
- Neste lugar, não é costume de se dar a mais nova antes da mais velha. Passa a semana com está, então te darei a outra, pelo serviço em minha casa que me prestarás durante sete anos.
E Jacó fez assim e passou a semana com esta. E Labão lhe deu a sua filha Raquel como mulher (GÊNESIS 29: 16-28).
Quando o tráfico de escravos foi proibido por pressão da Inglaterra, os navios negreiros passaram a ser perseguidos, nesse tempo houve valorização de negros no mercado interno. O Ceará foi o primeiro estado brasileiro a libertar os escravos, nesta ocasião o Sr. Raimundo aproveitou a oportunidade e vendeu os seus escravos para o Rio de Janeiro por um preço de 100 mil réis cada. As negras não foram vendidas dizem que seu Raimundo as tratava muito bem. Uma das escravas chamada Tomázia, viveu 96 anos, Antonio de Aniceto dizia que as suas irmãs Maria e Carolina, chegaram a vê-la ainda com vida.
O governo brasileiro foi durante muito tempo pressionado pela Inglaterra para acabar com o tráfico de escravos africanos, a demora para cumprimento da lei estava atrelada a dependência do Brasil em relação à mão de obra escrava, mas, enfim, neste contexto de pressão D. Pedro I assinou a Convenção de 1826. No artigo Iº definia-se um prazo de três anos para extinguir o tráfico nacional, que, depois de expirado seria considerado pirataria. Nos demais artigos o Brasil concordava em manter os tratados anteriores (anglo-portugueses) e instituíam-se duas comissões mistas, uma no Rio de Janeiro e outra em Serra Leoa na África, com a finalidade de resolver questões relativas a apresamentos, garantindo a liberdade dos africanos encontrados nesta situação. A Convenção foi ratificada a 13 de março de 1827, transformando automaticamente o tráfico nacional em pirataria a partir de 13 de março de 1830. Esta situação gerou um grande desconforto à Câmara, que condenaria a atitude do Governo Imperial questionando-o por ceder a compromissos que, no seu entender, prejudicavam o Brasil (MULTIRIO, 2009).
Alguns mestiços da região são parentes muito próximos do povo da Vacaria. Antonio Ferreira Lima conta que um dia quase levou uma surra por conta da semelhança que tinha com o mulato Cícero Braz. O relator diz que Cícero Braz tinha umas dívidas a pagar, era encrenqueiro e tomava umas pingas. Certo dia dez homens de Quixará estavam reunidos em um buteco para acertar as contas com o Cícero, nessa ocasião, já começava escurecer, quando Sr. Antonio Ferreira passou e quase foi confundido com o tal, mas escapou por que foi reconhecido quando deu “boa noite”. Por isso ele afirmava de vez em quando, que era primo segundo de Cícero Braz.
O senhor Raimundo Ferreira Lima durou 96 anos, sendo a sua morte decorrente de uma ferida na região peito, agravada depois que ele mandou queimar por uma de suas escravas, usando a ponta de um cavador aquecido no borralho, aí o mal evoluiu rapidamente, indicando ao que parece ter sido - um câncer de pele. Raimundo Ferreira conservou a herança recebida, que seu pai a conquistara ao longo de sua vida e manteve o costume dos casamentos endogâmicos. Teve o privilégio de casar o seu filho Martins Ferreira Lima com Carolina Ferreira, filha de seu irmão Antonio Ferreira Lima que morava nessa ocasião no sítio São Romão, lá para as bandas da freguesia de São Vicente Ferrer de Lavras de Mangabeira.
Dele são descendentes diretos todos com o sobrenome Ferreira Lima de Vacaria a Monte Alegre e regiões circunvizinhas. Os sucessores diretos de Raimundo Ferreira Lima e Joana Batista de Lima foram: Martins Ferreira Lima, Lourenço Ferreira Lima e Mriazinha Ferreira Lima (filhos); Anicete Ferreira Lima, Joaquim Ferreira Lima, José Martins de Lima, Manoel Martins de Lima, Juliana Martins de Lima, Ingraça Martins de Lima, Francisco Martins de Lima, Petrunílio Martins de Lima, Raimundo Martins de Lima e Antonio Martins de Lima (netos); Antonio Ferreira Lima, Victor Ferreira Lima, Higino Ferreira Lima, Anorina Ferreira Lima, Carolina Ferreira Lima, Ginu Ferreira Lima, Josefa Ferreira Lima, Marisa Ferreira Lima e Glória Ferreira Lima (bisnetos), todos nascidos na Vacaria.
Meu sertão, minha gente e minha vida. Antonio Ferreira Lima (Antonio de Anicete) e Antonio Anicete de Lima (Trechos).
Descendentes de Anicete Ferreira Lima e Joana Josefa Pereira Lima
HIGINO FERREIRA LIMA nascido em 1910, em Vacaria, São Mateus, filho de Anicete Ferreira Lima e Joana Josefa Pereira Lima. Higino morreu em 1998, com aproximadamente 88 anos, em Juazeiro do Norte, Ceará. Higino Ferreira Lima casou-se com Raimunda Camilo Lima. Tiveram catorze filhos: Marcelino Lima Higino em 1929 Josefa Lima Higino em 1935 Francisco Lima Higino em 1937 Daniel de Lima Higino em 1940 José Lima Higino em 1942 Maria Lima Higino em 1942 José Lima Higino em 1943 Luiza Lima Higino em 1945 Joel de Lima Higino em 1946 Esmeraldina Lima Higino em 1948 Juvêncio de Lima Higino em 1949 Benjamim de Lima Higino em 1954 Teresinha de Lima Higino em 1957 David de Lima Higino |
ANTONIO FERREIRA LIMA (Antonio de Anicete) nascido em 4 de outubro de 1914, em São Mateus, Ceará, Vacaria, filho de Anicete Ferreira Lima e Joana Josefa Pereira Lima. Antonio Ferreira Lima faleceu em julho de 2007 em Farias Brito, Ceará. Antonio casou-se duas vezes. Foi casado com Adalgisa Rufino de Lima e Expedita Maria de Lima. Antonio Ferreira Lima casou-se com Adalgisa Rufino de Lima. Tiveram quatro filhos: Joana Adalgisa de Lima em 1951 Antonio Anicete de Lima em 1952 Maria Dalgisa de Alencar em 1953 Elizeu Ferreira Lima em 1953 Antonio Ferreira Lima casou-se com Expedita Maria de Lima. Suzana Ferreira Penha em 1958 Nicodemos Ferreira Lima em 1959 Mirian Maria de Lima em 1961 Edileuza Maria de Lima em 1963 Eliza Maria de Oliveira em 1959 Daniel Ferreira Lima em 1984 Ezequiel Ferreira Lima em 1960 |
VICTOR FERREIRA LIMA nascido em 1917, em Cariutaba, São Mateus, filho de Anicete Ferreira Lima e Joana Josefa Pereira Lima. Victor morreu (Queda de uma rede, fratura na nuca) em 2008, com aproximadamente 91 anos, em Vacaria, Várzea Alegre Ceará. Victor Ferreira Lima casou-se com Irene Frutuoso de Oliveira Lima. Tiveram onze filhos: Joana Irene de Lima em 1942 Marlene Ferreira Lima José Ferreira Lima Nathan Ferreira Lima Antonio Wilson Frutuoso Lima Maria Ferreira Lima Leontino Ferreira Lima Adélia Ferreira Lima Rosa Ferreira Lima Olival Ferreira Lima Terezinha Ferreira Lima |
GLORIA FERREIRA SILVA nascida em 1920, em Vacaria, São Mateus (Jucás), Ceará, filha de Anicete Ferreira Lima e Joana Josefa Lima. Gloria reside na Vacaria, Várzea Alegre, Ceará, Brasil. Antonio Domingo da Silva casou-se com Gloria Ferreira Silva. Tiveram cinco filhos: João Batista da Silva em 1952 Joana Glória da Silva em 1951 Jacira Joana da Silva em 1954 Maria Glória da Silva em 1956 Joel Ferreira da Silva em 1959
Anicete Ferreira Lima nascido em 1873, em Monte Alegre, São Mateus, Ceará, filho de Martins Ferreira Lima395 e Carolina Ferreira Lima Joana Josefa Lima nascida em 1889, em Vacaria, São Mateus, Ceará, filha de Higino José Pereira e Maria Teresa de Jesus Pereira. |
ANDRADA E SILVA, J. B. “Índios” in DOLHNIKOFF, M. (org.) Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 89–149. Coleção Retratos do Brasil.
INFORMAL. Dicionário de língua portuguesa. Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=carit%F3&id=128>. Acessado em: 15 de novembro de 2009.
MULTIRIO. Pressão inglesa para o fim do tráfico negreiro. Prefeitura da cidade do Rio, Secretaria de Educação. Disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/pressao_inglesa.html. Acessado em: 17 de novembro de 2009.
WIKIPÉDIA. Alferes. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Alferes>. Acessado em: 15 de novembro de 2009 c.