OS MALEFICIOS DA ROTINA NA VIDA CONJUGAL

Por valdemir campos rocha | 16/05/2014 | Família

Os malefícios da rotina

A rotina é um dos males mais perigosos, não só na vida conjugal, mas também em outras atividades da vida. Seu prejuízo é sutil e devastador, inibe a criatividade, antecipa o envelhecimento, nubla a visão das coisas, prejudica o crescimento cultural, social, profissional e espiritual da pessoa. Mas existe uma outra rotina, a rotina mortífera, que deve ser afastada como a peste. É uma rotina que, pouco a pouco, como uma sanguessuga, vai dessangrando o convívio conjugal. Todos os dias um pouco. Imperceptivelmente, endurece-nos, converte os nossos atos em algo mecânico, torna-nos autômatos, robôs sem vida, extingue o calor e a alegria de viver e de amar. Esta rotina provoca um desgaste progressivo na vida familiar, uma perda de energias, uma espécie de anemia vital que torna a existência cinzenta, anódina, incolor. Alguns poderiam queixar-se, de forma semelhante: "A mesma esposa, a mesma família, o mesmo trabalho, a mesma paisagem, a mesma "droga de sempre"... É tudo tão triste e cansativo... Talvez se consiga continuar caminhando mesmo assim. Externamente, o casal vai mantendo as aparências, como um móvel visitado pelo cupim, corroído por dentro. Por fora, nada se percebe, mas de repente tudo desmorona, os cenários desabam, as fachadas caem e aparece um panorama desolador: "Meu Deus, toda a minha vida, daqui para a frente, vai ser igual"... E entra-se numa espécie de letargia mortífera. Muitas infelicidades, muitas crises conjugais, muitas deserções são provocadas por esse fenômeno. Quando na nossa vida diária não "contemplamos o amor", não renovamos o amor, caímos nessa rotina que mata.A mesma rua,as mesmas pessoas, os mesmos bancos, as mesmas flores, o mesmo jardim dizia a antiga musica, a pesada monotonia do que é sempre igual, Quando o amor está ausente, tudo é tão triste...! Renovar-se ou morrer, dizem os franceses; é preciso superar essa seqüência cinzenta de dias e semanas; é mister uma renovação de idéias, projetos e programas de vida, introduzindo em cada semana uma pequena novidade, um passeio, um jantar fora de casa, um "dia azul"... e a cada biênio um novo roteiro de férias, uma pequena reforma na casa; e, para as mulheres especialmente, uma renovação  da fachada, do visual, do penteado..., esforçando-se por estar sempre atraentes, dentro de casa ainda mais do que fora, a fim de conquistar e reconquistar o seu marido todos os dias. Quebrar a rotina deve  se constituir prioridade na vida dos casais... As mudanças devem surgir gradativamente, sem agressões, imposições ou violência. À medida que vão acontecendo, todos começam a notar que vale a pena inovar.Os benefícios se tornam notórios e ganham força em cada ação. Veja as diferenças em cada ser humano, a variedade de plantas, de seres vivos, de estrelas no céu, de idiomas, de culturas, de expressões de arte, de dons,de anjos,outros seres angelicais, de planetas,de céus... A quebra de certos “organogramas” mesmo que pareçam desaconselháveis, poderá trazer  benefícios inimagináveis para toda família. O diálogo é a porta para toda e qualquer decisão, Deus, não é um Deus de rotinas... Aprenda a andar de bicicleta... os tombos fazem parte.Saia para soltar “pipas” com seu filhinho ou com o neto,eles jamais esquecerão.Vá a praia, passeie na floresta,ande na roda gigante,saia na chuva...se molhe bastante...enfim,inove, tenha coragem. Mas o que é mesmo absolutamente necessário é o fortalecimento espiritual. Como já dissemos, é do fundo da alma que brotam, como de uma fonte, novas perspectivas de vida. O Espírito Santo permite, como diz a Sagrada Escritura, que a nossa juventude se renove corno a da águia!  (SI 102, 5). Todo o amor genuíno, seja qual for a sua natureza, tem em Deus o seu  amparo e o seu término. Por isso, o problema da monotonia, do cansaço, do desgaste do amor conjugal encontra no amor de Deus o estopim da sua renovação: é o amor a Deus, vivido no meio dos afazeres diários, que dilata as nossas pupilas para que possamos, como Lamartine (o poeta francês), encontrar no mar da família perspectivas novas, e no rosto do outro cônjuge os valores esquecidos. Toda mudança, por menor que seja, objetivando a felicidade da família será sempre bem vinda.