Os homens também amam
Por Marcia Keller | 10/10/2009 | SaúdePraticar o amor pode ser diferente para o homem e para a mulher. Não apenas como uma regra da natureza, baseada em características físicas/biológicas, mas como uma grande armadilha dos dogmas sociais. Pode até parecer que a constituição feminina e o privilégio de dar à luz afetem a personalidade da mulher, tornando-a mais sensível e mais receptiva ao amor. Porém, creio que o amor é excessivamente vinculado ao papel materno. O homem custa mais a amar, devido ás imposições sociais e culturais, mas, quando se entrega, o que se percebe é que, em muitos casos, ama bem mais profundamente e verdadeiramente do que a mulher. Inclusive, a prudência e a racionalidade masculinas fazem com que o homem só se entregue a um amor certo, concreto, algo que valha a pena.
A mulher, em seu romantismo exacerbado, é, por criação, mais impulsiva,sonhadora e bem mais receptiva a reações emocionais do que racionais. Afinal, homem não chora, não se apaixona facilmente, não sofre, não tem medo, não é carente... Essa armadura faz com que o homem se tranque e sofra internamente com o seu turbilhão de emoções "proibidas" calado, enquanto temos a falsa impressão de que a mulher ama mais profundamente.
Se analisarmos cuidadosamente, veremos que na maioria dos "amores" femininos nem se tratava de amor, e sim de paixão, atração,carência, cobrança social de apresentar um par... Convenhamos que se apaixonar é tipicamente feminino.Qual é a mulher que consegue passar muito tempo sem viver ao menos uma paixão platônica que seja , ate mesmo por um ídolo da tv, na falta de um candidato na vida real? Basta que o eleito dê asas para os seus anseios românticos e sensíveis.
O homem não precisa parir para ter a capacidade de amar, pois a partir do momento em que ele foi parido, como feto ele também vivenciou essa relação intra-uterina e as conseqüências positivas ou negativas dessa relação feto/gestante se manterão acesas no seu subconsciente por toda a vida. Dúvidas quanto a isso? Mulheres, por favor respirem e acompanhem a minha colocação antes de me xingarem! Basta oferecer uma educação "masculina" a uma menina para que ela pense e se comporte como os homens, da mesma forma que um menino criado em um ambiente repleto de mulheres, sem muito contato com o sexo masculino, pode ser tornar um ser sensível, romântico,mais emotivo do que raciona, devido à influência do ambiente (meu pai passou por isso!).
Da mesma forma, uma mulher pode engravidar contra a sua vontade pelos mais diversos motivos e rejeitar um bebê indefeso, muitas vezes até sorrindo e praticando crueldades.Quem poderá garantir que esse feto não se sentirá abortado, mesmo que venha a nascer? Afinal, é indiscutível que o feto sente todas as reações da mãe, e daí a necessidade de cuidados especiais relacionados a emoções fortes e problemas pesados durante a gestação. E esse bebê não pode ser adotado ou ajudado por um homem piedoso que nem tem nada a ver com a história? Quantas vezes assistimos belas cenas como essa!Ora, é realmente, a meu ver, muito mais uma questão de educação, tradição, crença, herança cultural, do que propriamente uma questão de um sexo amar mais ou menos do que o outro.
Todos nós, quando crianças, fomos providos pelo amor materno, e toda essa nutrição e proteção torna os homens grandes admiradores e dependentes daquela imagem feminina que os alimentou, protegeu a amou incondicionalmente. Quando adulto, o homem transfere esse amor recebido pela mãe para a mulher escolhida, como uma forma de recompensar a mãe, Deus, o universo, pelo dom da vida e pela sobrevivência. Ao proteger e amar a mulher escolhida o homem retribui o leite materno e o acolhimento, a proteção. A questão é que não serve qualquer uma... Assim como a mãe dele, que é o seu modelo, a sua referência e até mesmo uma espécie de Santa intocável, o verdadeiro amor de um homem na relação homem/mulher é único