OS HASMONEANOS

Por DANIEL GONCALVES DOS SANTOS | 20/08/2013 | História

OS HASMONEANOS

Tendo provado o sabor da vitória após a revolta dos Macabeus, os judeus não se contentaram em recuperar o direito de praticar a sua religião. Eles lutaram para recuperar sua liberdade política também, algo que não haviam desfrutado desde o exílio na Babilônia no século VI a.C. Depois da morte de Judas, seus irmãos Jonatas e Simão continuaram a guerra até 142 a.C., quando a Judéia se tornou independente e a dinastia hasmoneana foi estabelecida. O nome desta dinastia é derivado de Hasmon, um ancestral dos Macabeus. A dinastia dos Hasmoneanos surgiu para completar o trabalho dos Macabeus. Os Macabeus se preocuparam com a sua religião e agora os Hasmoneanos se preocupam com a política.

Nesta época a luta contra a helenização não havia terminado. Mesmo antes da conquista da independência, Jônatas Macabeus havia se tornado o sumo sacerdote, apesar de não pertencer à família apropriada (da linhagem de Zadoque). De acordo com muitos eruditos, foi esse fato que levou um grupo de judeus mais ortodoxos a se afastar de sua nação e a estabelecer a comunidade dos essênios de Qumran, próximo ao Mar Morto. Esta comunidade se considerava a verdadeira nação de Israel, esta comunidade desenvolveu um estilo de vida monástico. Interpretavam as profecias do Antigo Testamento como cumprindo-se no meio deles, e esperavam ansiosamente pela guerra final e iminente que destruiria os inimigos de Deus. Um extensa

coleção de sua literatura, os Manuscritos do Mar Morto, foi descoberta em 1947.

Os governadores hasmoneanos dominaram o sacerdócio. Progressivamente, foram adotando o estilo de vida grego. Em geral, recebiam ajuda dos Saduceus, que era um grupo aristocrático que procurava preservar a unidade política. Esse partido reconhecia apenas a autoridade do Pentateuco (enquanto a outros livros atribuíam menos autoridade), nesses termos rejeitavam a doutrina da ressurreição. Não é possível com precisão a origem histórica dos Saduceus, nem a dos Farizeus. Ambos os grupos foram primeiramente mencionados pelo historiador Flávio Josefo em conexão com o governo de João Hircano I (134-104 a.C.).

Os Farizeus podem ser considerados como um partido de oposição do seu tempo. Eles protestaram contra a helenização da vida judaica, formaram uma tradição oral extensiva e procuraram preservar a pureza das regras do judaísmo. Mas, através de suas interpretações da lei, adulteraram muitos princípios bíblicos. De fato esta prática baixou o padrão de santidade exigido por Deus e ajudou a nutrir a ilusão de que o povo podia agradar a Deus através de seus próprios esforços (Mc 7.1-13; Lc 18.9-14).