OS ENSINOS DOUTRINÁRIOS E SUAS SUTILEZAS

Por Zenaide Alcantara de Souza | 31/03/2009 | Bíblia

OS ENSINOS DOUTRINÁRIOS E SUAS SUTILEZAS

"Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo (Colossenses 2:8)"

II – INTRODUÇÃO

Vivemos o século da liberdade de expressão e da comunicação de massa. A internet, como ferramenta eficaz e acessível a todos, permite que pessoas cultas e preparadas publiquem artigos dos mais variados gêneros, assim como tenham acesso pessoas com menos cultura, que são também apaixonados por leitura, cultura e história.

Com relação à religião, o tema enseja conhecimento bíblico para ser narrado, que apesar de estar ligado à história da criação do "ser", envolve a ação direta de Deus (por meio do Espírito Santo), como um ser superior e inatingível pelo homem.

Sem dúvida alguma as pessoas se encontram "desorientadas" quando se deparam com tantas religiões, crenças, seitas e doutrinas, principalmente com relação às que distorcem as Escrituras Sagradas e tentam persuadir o homem a caminhos diversos daqueles que Jesus Cristo recomendou-nos, como sendo o verdadeiro caminho que poderá levar o homem a salvação. Pois assim nos falou o Mestre: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6)

Não obstante, se vê o homem diante de tantas opções religiosas, certamente chamam a atenção, em especial, aquelas religiões que não têm fundamento bíblico e as que mesmo se utilizando de algum fundamento, adotam doutrinas diversas, com a finalidade de obter riquezas e poder neste mundo (Mateus 6:24).

Recentemente, li um artigo onde o autor dizia que Jesus Cristo "era o precursor do Espiritismo". O escritor leu em Mateus 17:9-13 que Jesus respondera aos apóstolos, quando indagado por aqueles, acerca de Elias, uma vez que os escribas diziam ser necessário que Elias viesse primeiro antes do filho de Deus. Jesus então concorda com a assertiva e fala: "Eu, porém, vós declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o filho do homem há de padecer nas mãos deles (farizeus)". Então os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista (Ler João 1:15 ao 18 e 2 Pedro 3:16 ao 18).

Como pode uma pessoa instruída fazer uma interpretação acerca daquela resposta de Jesus aos apóstolos e dizer que Jesus falava de "reencarnação", doutrina espírita, que cultua mortos e os seus seguidores dizem ter diálogos com espíritos bons e maus? O quer nos fala Deus a respeito dos falsos ídolos? Leia I Timóteo 4:1 e 2; Apocalipse 20:11 ao 14; Apc. 22:14 e 15).

Amados, estamos caminhando dentro de tudo aquilo que foi previsto por Jesus e dito aos apóstolos que veríamos com o passar dos tempos. Daí a responsabilidade do homem para pregar o evangelho ao povo, para fins de salvação (I Pedro 1:12). Quem crer em Jesus será salvo; quem não crer, já está condenado (João 3:18).

É tempo de rápidas transformações, de crescimento das ciências (Daniel 12:4), do aumento das guerras entre as nações, dos pais matarem os filhos e estes aos pais; das grandes catástrofes, de fome sobre a terra, traição deuns para com os outros, aparição dos falsos profetas (Mateus 24:3 ao 14) e também da pregação do Evangelho por todo o mundo, a todas as nações. E, somente após acontecer tudo isso, virá o fim, ou seja, o juízo de Deus, a destruição dos homens ímpios (2 Pedro 3:7 ao 13).

A vinda de Jesus será como um lampejo, inesperada, sem aviso prévio, imprevisível aos homens. O Pai, ao estabelecer esta norma, visava provar aqueles que se dizem andam em fidelidade, em amor, cumprindo as suas recomendações nesta vida (2 Pedro 3:1 ao 18).

II – COMO SE DEVE INTERPRETAR A BÍBLIA ?

Na Biblia temos a expressão de que "Jesus rasgou o véu", ou seja, ele rompeu com os rigores da interpretação da Lei, com os costumes e tradições de Israel, onde o povo dizia-se cumpridores da Lei, mas infringia, todavia, os princípios humanos do amor e da misericórdia. Lembramos a parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18:9 ao 14) e também a passagem do Samaritano (Lucas 10:25 ao 37) em que certo homem, versado nas Leis, pergunta a Jesus como fará para herdar a vida eterna.

Então, Jesus lhe perguntou: "Que está escrito na Lei ? Como interpretas ?" A isto respondeu o homem: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e, amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então Jesus lhe disse: Respondestes corretamente, faze isso e viverás" (Lucas 10:25 ao 28).

Mas, o homem da Lei não se deu por satisfeito e volta a perguntar a Jesus "quem seria o seu próximo". Então Jesus lhe fala "que certo homem que descia de Jerusalém para Jericó e foi abordado por ladrões que lhe roubaram tudo e o deixou ferido de morte". Então, passaram pelo ferido um sacerdote e um levita e ignoram-no no chão, nada fizeram. Mas, passando ali um samaritano, compadeceu-se daquele homem. Pensou-lhe as feridas, o recolheu a uma hospedaria, pagou ao proprietário para cuidar daqueles ferimentos, ainda se comprometendo a indenizá-lo das despesas supervenientes quando do seu retorno aquela cidade.

Feito este relato por Jesus, indagou ainda aquele homem da Lei: "qual dentre os três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?" Respondeu-lhe o interprete da Lei: o que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe fala: "Vai e procede igual".

Amados, a Lei dos homens é interpretada por advogados, pois além da vocação individual desses profissionais do direito, exige conhecimentos diversos para se fazer uma correta interpretação. Já as normas divinas não podem ser interpretadas literalmente pelo homem, necessitando que o próprio Espírito de Deus as revele, para depois serem entendidas e aplicadas no nosso dia a dia.

Observem que o homem citado no diálogo com Jesus era um advogado ou um juiz, pois a bíblia fala ser ele interprete da Lei. Todavia, o fato suscitou dúvidas e indagações complementares para que aquele profissional entendesse o verdadeiro sentido da norma divina.

Jesus ao deixar de aplicar a Lei em vigência naquela época não infringiu os princípios de Deus, que se resumem em amar o seu próximo. Ele rompeu com a hipocrisia daqueles que queriam, por exemplo, matar uma mulher pega em adultério, apedrejando-a, simplesmente porque a Lei e os costumes assim dispunham sobre o procedimento. Ele, sabiamente, chamava a razão dos homens a olhar para si mesmo e avaliar se estavam puros e sem pecados diante de Deus.

Todas as Leis escritas pelo Pai (Mandamentos) estão em vigor, porque Jesus não as revogou mas condenou os costumes e as penas impostas somente a "outros" enquanto os próprios sacerdotes, que se diziam santos e aptos a praticar a justiça, desprezavam-na, com atitudes de desamor, assim como foi relatado no episódio do homem assaltado.

Há algo escrito nas Escrituras Sagradas que nos dá garantia e firmeza a todo aquele que prega o verdadeiro Evangelho. É a ação do Espírito Santo. Jesus veio nos ensinar coisas profundas, tais como a forma com que Deus nos olha. Ele veio mostrar que o homem peca por suas concupiscências, inerentes a carne, aos olhos e a soberba da vida, que é justamente encontrada naqueles que enxergam em si próprio a perfeição e menosprezam o seu semelhante.

A ação do Espírito Santo nos foi revelada por Jesus ao avisar que "Ele teria que retornar ao Pai e que desceria o Espírito Santo de Deus para discernir no homem a palavra de verdade". Então Paulo, de uma forma clara, escreveu na I Epistola aos Coríntios:

"Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque se a tivesse conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória; mas como está dito: 'Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam'. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito, pois o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo a profundeza de Deus. Porque qual o homem sabe todas as coisas do homem, senão o seu próprio espírito que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinada pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural (carnal) não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernemespiritualmente. Porém, o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo" (I Coríntios 2:6 ao 16).

III – VISÃO ESPIRITUAL E SALVAÇÃO

Escrito está nas Escrituras Sagradas que surgiriam falsos mestres e profetas, ensinando doutrinas de outros deuses para serem adorados; que o homem preferiria as trevas que a luz. Creio ser dever dos pastores e de todos os estudiosos das Escrituras Sagradas advertirem em suas Igrejas acerca das falsas doutrinas e das religiões que mesclam à palavra de Deus.

Os seguidores do Kardecismo utilizam-se de alguns versículos bíblicos, falam em amor ao próximo, praticam a caridade, mas esta religião prega a reencarnação - múltiplas vidas- ou seja, a volta do homem a terra de forma indeterminada para expiar pecados de anos e anos. Esta assertiva não tem base bíblica, pois contraria as Escrituras Sagradas e tudo aquilo que Jesus Cristo nos falou acerca da vida e salvação do homem.

Vejam o que nos fala as Escrituras Sagradas: "E assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação" (Hebreus 9:27 e 28).

A vinda de Jesus está programada desde a eternidade, mas Deus não a revelou para o homem, marcando dia e ano. Simplesmente o Criador nos diz que "Ele virá em uma nuvem buscar a sua Igreja" (os que foram lavados e remidos pelo sangue do cordeiro)

Nos diz também a palavra de Deus: "Certamente, a palavra de cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (I Corintios 1:18). E o que significa ser salvo? Em Romanos 10:9 e 10 fala: "Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor (único Deus) e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crer para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação".

Vejam que Jesus fala de ressurreição e não de reencarnação. Ora, se a obra de Deus tem por principal objetivo a salvação do homem; se Deus mandou o seu único filho para nos dizer isso; se Jesus aqui esteve com o fim precípuo de mostrar qual o caminho (ensinamento, princípios, deveres dos homens) para com o seu semelhante - a criação de Deus – sendo a aceitação de Jesus e o seu sacrifício o único que nos redime dos pecados, esta é uma condição "sine qua non" para herdarmos a salvação e estarmos um dia assentados com Cristo nas regiões celestiais.

A salvação do homem consiste de um processo onde o homem tem que ter uma conscientização do caminho que o levará a presença de Deus. Nós temos que fazer a nossa parte e como peregrinos sabermos enfrentar as adversidades sem perder a fé, a esperança e o amor.

As nossas obras (conduta na vida) não são mensuradas por nós mesmos, como imaginam certos seguidores do espiritismo, nem pela prática de nossa religiosidade, na freqüência de cultos, missas, etc. As nossas obras serão avaliadas pelo Senhor, que penetra o nosso ser, lendo o nosso coração.

Infelizmente, as boas ações visando retorno, lucro, não são computadas por Deus, para fins de salvação porque existem nelas o egoísmo, o sentimento de troca e a ausência do amor, condição esta imprescindível a todos aqueles que se dizem ter parte com Deus.

A Biblia registra no Livro de Atos a história de um homem chamado Simão que praticava a mágica (poderes sobrenaturais), iludindo o povo de Samaria, insinuando ao povo ser de grande vulto. O povo lhe dava ouvidos, e afirmavam ser o Poder de Deus sobre aquele mágico. Muitos o seguiam crendo, até que deram crédito a Filipe, que pregava o evangelizava a respeito do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo. Então, o povo ia sendo batizados e o próprio Simão abraçou a fé, porque compreendeu que o poder quevinha sobre Felipe era do Alto, não necessitando o discípulo utilizar-se de nenhum truque para realizar os milagres. Daí, Simão passou a companhar a Filipe, ficando extasiado com os sinais e grandes milagres que ocorriam em nome de Jesus.

Inegável é a existência do bem e do mal, narrada em histórias em toda a Escritura Sagrada. Quando os profetas de baal acreditavam ser detentores de poder que lhes advinham dos espíritos e falsos deuses. Mas Deus permitiu que somente um só homem, o Elias, os desmoralizassem, ao invocar o Deus verdadeiro e pedir que descesse fogo dos céus e consumisse o holocausto em volta de água ( I Reis 18:20 ao 40).

O homem poderá trilhar um caminho adverso daquele que Deus preparou para ele. Hoje o Evangelho de Jesus é pregado e nele está toda uma instrução de salvação, livramento e promessa de uma vida futura, que é viver por toda uma eternidade. As leis divinas e as normas humanas podem coexistir perfeitamente, porque o próprio Jesus nos ensinou a cumprir, dando a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que lhe pertence. Logo, doutrinas criadas por homens, seitas e adoração e deuses estranhos são divisores eternos entre Deus e nós.

Jesus nos diz: "aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; aquele que me ama será amado por meu Pai (Deus), e eu também o amarei e me manifestarei a ele" (João 14:21).

Lembrem-se de que o servo do Senhor é obediente a sua palavra e ama somente a Jesus, desprezando outros deuses ou doutrinas que não seja aquela que prega Cristo e este crucificado. Paulo nos advertiu que toda doutrina contrária é anátema.

Vejam o que nos fala o Apóstolo Paulo: "Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a criteriosos; julgai vos mesmos o que digo. Porventura, o cálice da benção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão. Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar ? Que digo pois ? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa ? Ou que o próprio ídolo tem algum valor ? Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados de demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios" (I Corínios 10:14 ao 21)

IV – CONCLUSÃO

Por fim, concluo que Deus nos fez livres, dotados de livre arbítrio, para que cada um busque aquilo que lhe apraz. Todavia, o próprio criador mostra ao homem que nos seus caminhos não há iniqüidades, pois são caminhos de justiça, amor e paz. Nem tudo que nos é lícito convém que façamos, pois o temor ao Senhor nos aproxima dele. Logo, temos que dar ouvidos ao Espírito Santo, perguntando-lhe sempre acerca do nosso caminhar nesta vida, submetendo aquilo que desejamos à suprema vontade de Deus.

Davi sabiamente descreveu esta intimidade com Deus no Salmos 139. Ele nos diz que "Deus esquadrinha o nosso andar e o deitar e conhece todos os nossos caminhos".

Portanto, não se engane o vosso coração quando os vossos pés caminharem para a prática de idolatria, buscando em falsos deuses as respostas para os seus problemas. Deus não divide a sua glória com ninguém, pois assim está dito: "Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura" (Isaías 42:8)

Persevere em Deus até o final de sua jornada terrena e tenha a certeza da fidelidade do Pai (Leia Apocalipse 3:15 ao 22).

Paz seja com todos !

Zenaide Alcântara de Sousa

Irmã em Cristo Jesus