Os elementos intrínsecos à eficácia da Metologia do Ensino Superior

Por Edson Garcia Ferraz Júnior | 08/08/2010 | Educação

O Estudo da Metodologia do Ensino Superior tem inequívoca reflexão no próprio desenvolvimento de nossa sociedade, passo em que formadores de opiniões, engenheiros e médicos, se não balizados por um Ensino que tenha coesão metodológica, dificilmente poderão desempenhar com qualidade o próprio ofício e, de maneira decorrente, não encontrarão respaldo formativo para a interdisciplinaridade tão importante para um pleno atendimento aos anseios sociais e profissionais do mundo contemporâneo.

Nesse contexto, compõem a metodologia do Ensino Superior elementos que envolvem a análise das melhores técnicas para o desenvolvimento da docência nesse nível, abarcando as diferentes concepções pedagógicas. Além disso, os paradigmas pedagógicos, as variáveis atinentes ao processo formativo, além de um sólido e profícuo planejamento com a conseqüente e não menos importante avaliação da aprendizagem são elementos que balizam a Metodologia do Ensino Universitário.

Adicionalmente, para que tais elementos possam corroborar para a construção de um Ensino Superior de qualidade, é salutar que haja convergência sinérgica dos atores do processo de ensino-aprendizagem, de forma que mestres, discentes e comunidade estejam presentes no subliminar de qualquer política ou estratégica estabelecida no âmago do Ensino Superior.

A assertiva a seguir sintetiza o seio principiológico que deve nortear os processos atinentes à Metodologia do Ensino Superior para que esta produza resultados profícuos: "O compromisso de considerar todos os indivíduos como potenciais participantes no discurso pressupõe um compromisso universal com a igualdade, autonomia e racionalidade dos indivíduos"¹.

Desse modo, a metodologia precisa considerar uma visão integrada e dialética do ensino, tangenciando elementos que vão do embasamento doutrinário aos métodos específicos de aplicação de determinadas propostas em sala de aula, sem deixar de considerar a constante avaliação do processo de ensino aplicado, valorizando as mudanças que se denotem mais proveitosas no planejamento do ensino, com fulcro, mormente, nas experiências vividas e nos anseios que permeiam o ambiente no qual a Universidade está inserida, com vistas a garantir a efetividade educativa, sempre com o sólido alicerce de ferramentas de planejamento que assegurem um processo cíclico para análise dos objetivos propostos, em sintonia com a arguição Israel Scheffler, para quem "o pensamento crítico e integrativo é fundamental na concepção e organização de atividades educacionais"² .

A postura supra está imbuída no propósito de que é "preciso, periodicamente, verificar a direção da grande embarcação do Ensino Superior, para que se possa, tempestivamente, corrigir eventuais desvios de rota e até mesmo inovar caminhos", o que é facilitado pela aplicação analítica de uma coesa e integrada Metodologia de Ensino, com vislumbre no incremento da qualidade de vida da sociedade pelo processo educativo tendo, nesse ínterim, o Ensino Superior fundamental importância como o "Sextante do Navio", apontando caminhos e alternativas com vistas a um sólido desenvolvimento de nosso país.


REFERÊNCIAS

HABERMAS, Jürgen. A reply to my Critics. London: Mcmillan, p. 52, 1982.

SCHEFFLER, Israel. Reason and Teaching. Indianápolis: Hackett Publishing Company, p.1, 1989.