O texto em questão tece considerações sobre como se dá, em geral, o estudo do texto literário dentro da sala de aula e como pode ser uma ferramenta; quais os conhecimentos que o aluno vai adquirindo na escola sobre esse assunto, quais problemas e dificuldades a escola, apesar de muitas vezes diagnosticar, não consegue sanar. Além de enfatizar e denunciar as possíveis sequelas causadas pelo autoritarismo, por exemplo. Por isso, devemos ter consciência dessa relação autoritarismo que perpassa as relações humanas e sociais e atinge, como não poderia deixar de ser, principalmente a escola. Principalmente porque a escola é a agência, por excelência, da linguagem e do conhecimento.
O autor Harry Vieira Lopes defende a utilização do texto literário como forma de pensamento e expressão para o conhecimento e aprimoramento do indivíduo como cidadão. Muitas vezes alguns estudiosos ou até mesmo a sociedade preconiza ou considera prejudicial o texto literário para o ensino de determinada disciplina. Segue um trecho do próprio texto
“a literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apóia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas. Por isso é indispensável tanto a literatura sancionada quanto a literatura proscrita: a que os poderes sugerem e que nasce dos movimentos de negação do estado de coisas predominante... A função da literatura está ligada à complexidade da sua natureza, que explica inclusive o papel contraditório mas humanizador...” (p. 61,62)
O conhecimento inato vs externo (experiências de vida, por exemplo)
A importância da linguagem como meio de comunicação social.
O instrumento humano e social depende, na sua infinita reconstrução e mudança, das colaborações criativas, do acréscimo, por assim dizer, da contribuição individual e das mudanças coletivas.
Devemos pensar nos direitos humanos para não sermos tomados por uma discriminação de valores. Disseminadas pela nação, que revelam despotismo e presunção por parte de seus falantes, características de uma sociedade autoritária.
Uma sociedade na qual as diferenças e assimetrias sociais e pessoais são imediatamente transformadas em desigualdade, e estas, em relação de hierarquia, mando e obediência.
Os indivíduos se distribuem imediatamente em superiores e inferiores. O ensino da língua, nessa configuração, não pode bastar enquanto apenas codificação e decodificação de um sistema de escrita, de modo banal e mecânico. O ensino da língua tem que estar ligado à recuperação de sua função social, nas suas instâncias de sentido e significação, do desvelamento da realidade e na possibilidade de sua reconstrução.
A escola é a agência, por excelência, da linguagem e do conhecimento.
Revejamos práticas de ensino e ações educativas que operam na contra mão dos interesses e processo mentais dos aprendizados.
Trata-se de recuperar a leitura e a escrita em escala nacional.
A literatura como forma de expressão e conhecimento e visões de mundo.
Todos devem ter o direito a esse acesso.
Diga-se de passagem que o cultivo da literatura não precisa estar praticamente confinado ao 2º grau, mas que deve estar presente já no primeiro dia de aula da vida de uma criança, guardando-se as dividas proporções.
O autoritarismo deve ser abolido.
A questão da avaliação deve ser repensada a partir da reconsideração da relação professor/aluno, dos objetivos a que nos propomos enquanto educadores e autoridades sobre uma área do conhecimento e dos objetivos que traçamos para os sujeitos da aprendizagem.
O papel da língua dentro da escola ou vice e versa.
O texto “Os Direitos Humanos e o Ensino da Língua” focaliza o texto literário como instrumento para o ensino de uma disciplina e para o aprendizado “expressão e conhecimento”. A partir de situações e mostragens de como anda o ensino em escala nacional, temos um chamamento para a importância de que cada vez mais cedo precisamos utilizar o texto literário para formar alunos criadores de conhecimento e dominadores de sua própria linguagem como expressão de pensamento. Um dos aspectos levantados pelo texto é a importância da linguagem como meio de comunicação, pois se não formos entendedores de enunciados, tantos escritos como oral, como compreenderemos os enunciados do dia a dia, por exemplo. As variações de linguagens devem ser valorizadas, respeitadas e compreendidas no âmbito escolar. Além do estímulo ininterrupto à elevação do grau de letramento dos alunos e da prática da reflexão linguística a partir de certa fase do percurso escolar, cabe também ao professor de língua apresentar os valores sociais atribuídos a cada variedade linguística.
Em suma, o texto literário como ferramenta na aprendizagem e aquisição da linguagem.
O Ensino do Português (do primeiro grau à Universidade), Zuleika Tfelice Mourrie (org). São Paulo, Editora Contexto, 1993. Texto “Os Direitos Humanos e o Ensino da Língua” autoria de Harry Vieira Lopes.