OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES ENVOLVIDAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA FORMAÇÃO EM ALTERNÂNCIA BASEADA EM PADRÕES DE COMPETÊNCIAS EM MOÇAMBIQUE
Por chris Figueira | 13/02/2025 | EducaçãoResumo
Este artigo, intitulado os desafios e as oportunidades envolvidas na implementação da formação em alternância baseada em padrões de competências em Moçambique. A formação em alternância, que combina aprendizado teórico e prático, tem sido proposta como uma solução para melhorar a qualidade da educação e a empregabilidade dos jovens no país. A pesquisa examina os principais obstáculos enfrentados pelas instituições educacionais, como a falta de infra-estrutura adequada, a resistência de docentes e gestores, e a dificuldade de integração entre os sectores educacional e produtivo. Além disso, são exploradas as oportunidades que essa abordagem oferece, como a melhoria da formação profissional, a adaptação das competências ao mercado de trabalho e o fortalecimento das parcerias entre escolas, empresas e outras instituições. O artigo tem como objectivo geral de compreender os desafios e as oportunidades envolvidas na implementação da formação em alternância baseada em padrões de competências em Moçambique, com foco nas suas implicações para a qualificação profissional e a integração ao mercado de trabalho
Para a realização deste artigo pautamos pelo uso do método hermenêutico auxiliado pela técnica de pesquisa (revisão bibliográfica). O estudo busca identificar práticas bem-sucedidas e oferecer recomendações para superar os desafios e maximizar os benefícios da implementação da formação em alternância no contexto moçambicano.
-145. https://doi.org/10.1016/j.jver.2021.04.003 Palavras-chave: Formação em alternância, padrões de competências, Moçambique, desafios, oportunidades, educação profissional.
Abstract
This article, entitled the challenges and opportunities involved in implementing alternation training based on skills standards in Mozambique. Alternation training, which combines theoretical and practical learning, has been proposed as a solution to improve the quality of education and employability of young people in the country. The research examines the main obstacles faced by educational institutions, such as the lack of adequate infrastructure, resistance from teachers and managers, and the difficulty of integration between the educational and productive sectors. Furthermore, the opportunities that this approach offers are explored, such as improving professional training, adapting skills to the job market and strengthening partnerships between schools, companies and other institutions. The article has the general objective of understanding the challenges and opportunities involved in implementing alternation training based on skills standards in Mozambique, focusing on its implications for professional qualification and integration into the labor market
To carry out this article we were guided by the use of the hermeneutic method assisted by the research technique (bibliographic review). The study seeks to identify successful practices and offer recommendations to overcome the challenges and maximize the benefits of implementing alternation training in the Mozambican context.
Keywords: Alternation training, skills standards, Mozambique, challenges, opportunities, professional education.
Introdução
Os desafios e as oportunidades envolvidas na implementação da formação em alternância baseada em padrões de competências em Moçambique. A formação em alternância, que integra o ensino teórico com a experiência prática no local de trabalho, tem se destacado como uma estratégia inovadora para o aprimoramento da educação e a redução do descompasso entre a formação académica e as demandas do mercado de trabalho. Em Moçambique, um país em desenvolvimento com desafios significativos no sector educacional, essa abordagem tem ganhado atenção como uma possível solução para melhorar a qualificação dos jovens e facilitar sua inserção no mercado de trabalho. A implementação de programas de formação em alternância baseados em padrões de competências visa proporcionar aos estudantes uma aprendizagem mais contextualizada e alinhada às necessidades reais do mercado.
No entanto, a introdução dessa metodologia em Moçambique enfrenta uma série de desafios, tanto no plano institucional quanto nas práticas pedagógicas. A falta de infra-estrutura adequada nas escolas, a escassez de empresas parceiras dispostas a acolher os estudantes e a resistência de alguns atores educacionais são obstáculos significativos para a implementação bem-sucedida da formação em alternância. Por outro lado, existem também várias oportunidades, como o desenvolvimento de competências mais alinhadas com as exigências do mercado de trabalho e o fortalecimento das parcerias entre as instituições educacionais e as empresas, que podem contribuir para uma formação mais eficaz e orientada para o futuro profissional dos estudantes.
Este artigo tem como objectivo investigar os principais desafios e as oportunidades associadas à implementação da formação em alternância baseada em padrões de competências em Moçambique, oferecendo uma análise detalhada do contexto local e propondo soluções para melhorar a efectividade dessa abordagem no país. Para isso, serão abordados aspectos relacionados à infra-estrutura educacional, à formação de professores, à colaboração entre escolas e empresas, e à adaptação dos currículos às exigências do mercado de trabalho.
Importa realçar que o artigo esta organizada da seguinte forma: a secção de Revisão de Literatura apresenta o conceito e exemplos de formação em alternância e padrões de competências. A seguir, a secção de Metodologia descreve a abordagem adoptada para a análise. A Análise dos Desafios aborda as barreiras à implementação desse modelo no país, enquanto a secção de Análise das Oportunidades discute como superar essas barreiras. O artigo finaliza com a Discussão oferecendo recomendações e reflexões sobre o futuro da formação profissional em Moçambique. Sendo assim, o artigo tem como objectivos geral de Compreender os desafios e as oportunidades envolvidas na implementação da formação em alternância baseada em padrões de competências em Moçambique, com foco nas suas implicações para a qualificação profissional e a integração ao mercado de trabalho. Entretanto, como específicos é de Identificar os principais desafios enfrentados por instituições educacionais, empresas e alunos na implementação do modelo de formação em alternância em Moçambique. Porem, de Explorar as oportunidades que a formação em alternância baseada em competências pode oferecer para a melhoria da empregabilidade dos jovens e para o desenvolvimento do mercado de trabalho em Moçambique.
Investigar as práticas existentes de colaboração entre escolas, centros de formação profissional e empresas no contexto moçambicano, e como essas parcerias podem ser fortalecidas.
Avaliar o impacto do modelo de formação em alternância na qualidade da formação profissional e no desenvolvimento de competências que atendam às necessidades do mercado de trabalho moçambicano.
Para a materialização desse artigo pautamos pelo uso do método hermenêutico auxiliado pela técnica de pesquisa (revisão bibliográfica).
A revisão bibliográfica fornecerá uma base teórica e contextual para o estudo. A literatura existente sobre formação em alternância e padrões de competências será analisada para entender o desenvolvimento histórico, os conceitos fundamentais e as práticas globais e locais.
Origem, Expansão e Contextos da Pedagogia da Alternância
A Pedagogia da Alternância surge na França, nos anos de 1930, por iniciativa de um grupo de camponeses que almejava uma educação que atendesse às reais necessidades da vida no campo. Eles criam a chamada Maison Familiale Rurale (MFR), traduzido do francês, significa Casa Familiar Rural (CFR). Esta iniciativa educativa emerge quando a França estava mergulhada nos “desafios colocados pelo momento histórico”, marcados por uma degradação do campo no pós Primeira Guerra Mundial e com elevado índice de êxodo rural em decorrência da ampliação de actividades industriais nos grandes centros urbanos e a modernização tecnológica no campo. (silva, 2010, p. 180),
“A pedagogia da alternância tem mostrado grande potencial de relevância em diversas partes do mundo, especialmente em contexto nos quais a educação formal não é suficiente para equipar os alunos com as competências práticas exigidas do mercado de trabalho. Em um mundo onde as exigências do mercado mudam rapidamente, a alternância oferece uma educação mais adaptada e aplicável, fazendo a ponte entre teoria e a pratica. Nos contextos de formação profissional e técnica. Como observamos na Alemanha ou na França. Esse modelo tem sido um dos pilares do sistema educacional, preparando os jovens de maneira mais eficaz para os desafios profissionais.”
A Pedagogia da Alternância surge, portanto, como uma proposta arrojada para as comunidades do campo por meio de uma formação contextualizada com a realidade camponesa e se amplia no Brasil especialmente a partir da aproximação com o movimento da Educação do Campo que vê na Formação por Alternância uma estratégia profícua para garantia do acesso e permanência dos sujeitos do campo ao processo de escolarização nos diferentes níveis.
Uma das estratégias que o Movimento CEFFA adoptou para garantir sua identidade política e pedagógica e a unidade na sua diversidade, no processo de expansão pelo mundo, foi a criação do conceito dos Quatro Pilares.
A Pedagogia da Alternância representa uma estratégia paradigmática, deste modelo educativo, uma práxis pedagógica orgânica ao contexto e seus sujeitos. A formação humana, integral, emanciparia e transformadora como finalidade educativa, coloca o CEFFA numa perspectiva da educação popular, crítica inclusiva da classe trabalhadora camponesa.
A produção e reprodução sustentável da vida vinculam o CEFFA a um projecto de desenvolvimento do campo, na perspectiva da Agricultura Familiar Camponesa. A Agro ecologia como ciência, prática e modo de vida é assumida como eixo estruturante da sua matriz formativa, assumindo temáticas geradoras tais como: terra, água, produção de alimentos saudáveis, segurança e soberania alimentar e nutricional, saúde, reforma agrária, cultura camponesa, mulher, ético-social, juventudes, sociobiodiversidade, trabalho, políticas públicas, entre outras.
(Silva, 2010, p. 181-185) [1]Enfim, o CEFFA se define como uma associação baseada nas famílias camponesas e nos movimentos sociais, sindicais e profissionais, cooperativas.
Trata-se de uma organização popular de autogestão que adopta a Pedagogia da Alternância como nova estratégia de organização dos tempos e espaços escolares entre escola-família-comunidade, articulando trabalho e educação, teoria e prática com as finalidades de uma formação humana, integral, emancipatória e o fortalecimento de um projecto de campo e sociedade na perspectiva da Agricultura Familiar e Camponesa. (Silva, 2010, p. 181-185)
Conceitos da Pedagogia da Alternância
No contexto dos CEFFAs a Pedagogia da Alternância é compreendida como um sistema educativo, mais que uma metodologia de organização dos tempos e espaços escolares. Gimonet (2007) nos apresenta a complexidade da Pedagogia da Alternância quando ele a define como uma pedagogia que envolve múltiplas relações, ou seja, relações entre tempos e espaços formativos; relações entre sujeitos: escola, família, comunidade, movimentos sociais, movimentos de classes, sindicatos, empreendimentos socioeconómicos; relações de diálogo entre os saberes: práticos e teóricos; relações entre processos metodológicos da praxis: acção-reflexão-acção. Portanto, trata-se de uma sucessão de tempos e espaços, mas conectados, a escola articula o processo educativo com a família, comunidade e o mundo laboral.
Neste sentido, Gimonet afirma que:
Com a Alternância, entra-se no multidimensional, no multireferencial. Encontra-se numa estratégia de relação, da interacção, da associação, da articulação dos tempos, dos espaços, das unidades nas suas diferenças, suas semelhanças e suas complementaridades, mergulha-se na gestão das interfaces para relacionar lógicas contraditórias. (Gimonet, 2007, p. 126).
“A pedagogia da alternância é um modelo educacional promissor, que, quando implementado adequadamente, pode ter um impacto positivo tanto na formação dos jovens como a integração dos sistemas educacionais as necessidades sócias e económicas. No entanto, sua aplicação bem-sucedida depende de um serie de factores, incluindo a superação de desafios estruturais, a promoção de parcerias eficazes e o fortalecimento da capacitação dos educadores. Seu potencial é grande. Mas para que ele se realize, será necessário um compromisso continuo de todos os envolvidos no processo educativo.”
O desafio da Pedagogia da Alternância está em organizar o trabalho pedagógico de forma a distribuir as actividades no espaço e tempo de modo que haja articulação, distinguindo suas especificidades e contradições sem desunir, associando-os sem reduzir, seja a vida e a escola, buscando colocar a escola na vida e a vida na escola; seja na formação geral, humana e profissional; seja os diversos campos de saberes práticos e teórico; seja os sujeitos do processo de formação, entre outros. Dessa forma, a Pedagogia da Alternância se coloca numa perspectiva da praxis transformadora da realidade dos sujeitos. Sendo assim, a praxis como teoria do fazer não significa que num momento se pratica e noutro se reflecte sobre a prática de forma distanciada, dicotómica. Não se trata de um fazer reflexivo em uma etapa, distante da acção e um fazer prático em outra etapa distante da reflexão. (Gimonet, 2007, p. 126).
A Organização dos Tempos e Espaços Escola-Família-Comunidade
A da Pedagogia da Alternância revoluciona a organização escolar ao planejar o funcionamento do currículo e do calendário em tempos e espaços diversos, extrapolando e alargando o espaço da escola para além dela. A organização dos tempos espaços alternados entre escola-família-comunidade varia em ritmos semanais, quinzenais, mensais, ou de uma semana na escola e duas na família-comunidade, entre outras variações de acordo com as possibilidades de acesso dos alternantes. (Gimonet, 2007, p. 127).
“O equilíbrio entre teoria e prática precisa ser constantemente ajustado, pois o tempo na escola e na comunidade precisa ser optimizado para garantir que o aluno absorva conhecimento de maneira eficaz. Em algumas realidades, o tempo fora da escola pode ser mais produtivo que o tempo fora de sala de aula, especialmente quando a experiencia pratica tem um valor pedagógico significativo. Desafios de coordenação: a coordenação entre escola, família e comunidade pode ser um dos maiores desafios nesse modelo de alternância. A diversidade de tempos e espaços pode gerar dificuldades, como a falta de comunicação eficaz entre esses três contextos ou a ausência de um planejamento conjunto adequado. A família precisa ser envolvida desde o inicio do processo. A falta de um ambiente de apoio em casa pode comprometer o desempenho do aluno. Alem disso, o acompanhamento familiar é essencial para que o aluno consiga organizar suas responsabilidades e compromissos de forma equilibrada.”
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Além de pluralizar os tempos e espaços educativos, a Pedagogia da Alternância rompe com o processo educativo centralizado diariamente na unidade escolar. Este modelo organizativo facilita acesso e permanência à escolarização aos sujeitos do campo, principalmente aqueles e aquelas que trabalham. O tempo-espaço escolar ocorre de forma integral com aulas de manhã e tarde, às vezes, à noite, quando há o internato. Nos casos de escolas com o internato, geralmente, a noite é reservada para o Serão educativo, espaço de actividades socioculturais, sempre acompanhadas pelos educadores.
O tempo-espaço família-comunidade é articulado com o tempo-escola por meio de uma série de actividades pedagógicas,
A Experiência como Ponto de Partida e a Unidade Teoria e Prática
A vida também ensina. Este é um dos pressupostos fundamentais da Formação por Alternância. Neste sentido, a comunidade e a complexidade da vida, sejam do trabalho, das relações sociais, dos movimentos sociais etc., possuem dimensões educativas que podem se associar e integrar ao Currículo escolar. Sendo assim, o tempo-espaço família-comunidade não representa simplesmente o lugar da prática, da aplicação de conteúdos, de experimentações e de pesquisas ou extensão da escola. Família e Comunidade também ensinam.
A escola não representa, por sua vez, o lugar exclusivo da teoria. A unicidade teoria e prática ocorrem nos dois tempos-espaços. A primazia da experiência é um recurso didáctico para demonstrar a materialidade da vida como ponto de partida e chegada, princípio e fim, visando no processo metodológico transformar o real concreto em concreto pensado, que potencializa e fortalece novas práticas ao retornar à realidade.
Um Trabalho Pedagógico em Equipe
Como uma pedagogia social, a Alternância coloca a necessidade de se ter idealmente um professor com o perfil de educador social, agente de formação, educação e desenvolvimento sustentável e solidário. A proposta pedagógica exige relações horizontais e dialogadas entre educador-educador, educador-estudante e educador-família-comunidade-movimentos sociais.
O trabalho pedagógico na perspectiva da Alternância, baseado nas temáticas geradoras, exige articulações para uma maior relação entre os componentes curriculares. Para um funcionamento adequado do projecto é preciso que se garantam as condições mínimas para o funcionamento de uma equipe básica com dedicação exclusiva, ou seja, em tempo integral ao projecto. Para tanto, a designação de educadores por área de conhecimento se coloca como um factor estratégico para garantir a presença de uma equipe exclusiva, pelo menos daqueles componentes curriculares com maior carga horária. (Gimonet, 2007, p. 150).[2]
“A diversidade de perspectiva é sem duvida, uma grande força do trabalho pedagógico em equipe, no entanto, esse aspecto também pode gerar desafios, pois, em alguns casos, pode haver dificuldades de alinhamento nas abordagens pedagógicas entre os profissionais. A chave aqui é a comunicação constante, que ajuda a ajustar e harmonizar as estratégias de ensino, criando um ambiente de aprendizado mais fluido e coerente.
Ao integrar diferentes especialidades e pedagógicos no processo de ensino, o trabalho pedagógico em equipa oferece aos alunos uma educação mais personalizada e adaptadas as suas necessidades individuais. Isso pode ser especialmente valioso para estudantes que enfrentam dificuldades emocionais, comportamentais ou de aprendizagem. A troca constante de informações entre os profissionais permite que se desenvolvam estratégias pedagógicas mais eficazes, resultado em maior motivação e engajamento por parte dos alunos. ”
As tarefas de coordenação das actividades extra classe, ou seja, o trabalho com as mediações pedagógicas exigem o envolvimento de toda a equipe, uma vez que o trabalho não se restringe ao tempo-espaço escola, mas se estende para o devido acompanhamento do estudante no tempo-espaço família-comunidade.
Formação em alternância
Face a esta situação, uma oferta de formação que prepare os jovens para a vida activa, uma formação que produza competências necessárias à inserção no mercado de trabalho sem perder' de vista a necessidade de realização individual parece-nos tornar-se a solução, ainda que pareça irónico a promoção de competências para o emprego num período de desemprego maciço e crónico, começando a vulgarizar-se o trabalho a tempo parcial bem como campanhas de promoção da partilha de emprego, de redução do número de horas de trabalho ou da antecipação da situação de reforma. (Figeat, 1988, p..96)[3]
“Um dos maiores atractivos da formação por alternância é a aproximação entre teoria e prática, que contribui significativamente para a formação integral dos alunos. Ao vivenciarem situações do dia-a-dia profissional, os estudantes tem a oportunidade de aplicar o que aprenderam nas salas de aulas tornando o aprendizado mais significativo. Alem disso, a formação por alternância oferece aos alunos uma vantagem competitiva no mercado de trabalho, pois eles adquirem uma experiencia prática valiosa enquanto ainda estão em processo de aprendizado.”
Esta formação para o emprego significa que o processo pelo qual os jovens passam ao longo da sua trajectória escolar/formativa deverá permitir-lhes entrar no mercado de trabalho munidos com um mínimo de qualificações que facilite a sua inserção no mundo da produção, para o que será indispensável o seu contacto com diversas experiências de trabalho, dada a importância de situações de trabalho e de produção na aquisição de algumas das competências indispensáveis ao exercício de uma profissão. A natureza formativa de visitas a empresas, estágios de observação e/ou de desempenho de funções produtivas e outras aprendizagens directamente ligadas à produção exige que sejam acompanhadas da sua exploração na escola/centro de formação que assim poderá propiciar aos jovens uma reflexão sobre o domínio da profissão, sob pena de se tornarem em meros instrumentos de entrada no mundo da economia ao invés de se constituírem como uma ponte para a aprendizagem de conhecimentos e desenvolvimento de competências relevantes à inserção no mercado de trabalho ou como despiste profissional.
Escola e empresa surgem, pois, como lugares de formação de tal modo que, numa leitura menos atenta, nos poderá parecer concorrencial. Todavia, dados os tipos diferenciados de aprendizagens que oferecem, escola e empresa podem tornar-se espaços complementares de formação se forem denunciadas as clivagens entre teoria/ prática, geral/profissional, saber/saber-fazer, escola/trabalho. A recusa de uma lógica de justaposição e o desenvolvimento de lógicas de cooperação que permitam uma articulação coerente entre os diferentes tipos de aprendizagens, repercutir-se-á não só no perspectivar de trajectórias futuras possíveis mas também na escolha consciente de um determinado percurso profissional, contribuindo não só para a escolha da profissão, mas também para o desenvolvimento pessoal e social dos jovens.
As vantagens da cooperação entre os dois espaços parecem ser essenciais para assegurar uma formação que procura conciliar a aquisição de competências inerentes ao exercício de uma profissão com o desenvolvimento pessoal e social do jovem. (Figeat, 1988, p..97)
O desempenho de uma profissão requer a utilização dos conhecimentos gerais e científicos que permitem interpretar reproduzir simbolicamente o real, no sentido de sobre ele actuar e decidir o sentido dessa actuação. A escola propicia o desenvolvimento dessa capacidade de abstracção bem como a aquisição de competências que permitem, através de (re) contextualizações sucessivas, a adaptação a novas situações, pois todo o sistema educativo assenta na ideia de que é possível aprender competências gerais e usá-las em diferentes situações. (Figeat, 1988, p..99)
Todavia, as aprendizagens realizadas na escola parecem, por vezes, desarticuladas do contexto real e nem sempre são atractivas ou suscitam a curiosidade. A empresa, pelo contrário, permite a compreensão e a integração nesse colectivo relacional que ela corporiza, ao mesmo tempo que desafia a pôr em prática, em situações concretas, os conhecimentos adquiridos na escola e, assim, dar sentido a aprendizagens teóricas e ‘desinteressantes’. (Figeat, 1988, p.100)
Entre a aquisição de conhecimentos teóricos, técnicos e tecnológicos e a sua aplicação no contexto real de trabalho, a escola pode contribuir de uma outra forma para a formação dos jovens: não os podendo confrontar com a contingência estruturante do mundo real, a escola pode favorecer a aquisição dos saberes fazer inerentes à profissão e o desenvolvimento de atitudes e competências sociais através de uma reinvenção/recriação desse real, num espaço curricular.
Algumas perspectivas sobre as finalidades da formação profissional Alternada de jovens
O grave problema que as sociedades hoje vêm conhecendo - o número crescente de jovens em situação de desemprego ou de emprego precário e um número elevado de postos de trabalho disponíveis para os quais se não encontram profissionais qualificados - tem vindo a ser acompanhado de/combatido por programas variados de inserção dos jovens na vida activa. Deste modo se tenta minimizar os efeitos perversos de uma escolaridade que vê engrossar o insucesso e abandonos escolares, lançando na vida activa um número crescente de jovens sem qualificações académicas e/ou profissionais que lhes garanta a possibilidade de acesso a um emprego. (Brown, 1987: 21).[4]
Contexto: Cenário Actual em Moçambique
Moçambique tem um sistema educacional que inclui diversas modalidades de formação técnica e profissional. Em um esforço para melhorar a qualidade da educação e reduzir a discrepância entre as competências dos graduados e as demandas do mercado, o governo e várias organizações implementaram programas de formação em alternância. Esses programas visam preparar os alunos para o mercado de trabalho através de uma combinação de aprendizado teórico e prático.
Formação em Alternância em Moçambique
Em Moçambique, a formação em alternância é usada principalmente em cursos técnicos e profissionalizantes. O modelo busca integrar períodos de formação teórica nos centros de formação com estágios e práticas em empresas.
Moçambique tem um sistema educacional que inclui diversas modalidades de formação técnica e profissional. Em um esforço para melhorar a qualidade da educação e reduzir a discrepância entre as competências dos graduados e as demandas do mercado, o governo e várias organizações implementaram programas de formação em alternância. Esses programas visam preparar os alunos para o mercado de trabalho através de uma combinação de aprendizado teórico e prático.
(Oliveira, 2019:87) argumenta que:
“O modelo de formação em alternância em Moçambique enfrenta desafios significativos, incluindo a falta de infra-estrutura adequada e a necessidade de uma melhor coordenação entre as instituições educacionais e as empresas. Esses factores afectam a eficácia do modelo e sua capacidade de preparar adequadamente os alunos para o mercado de trabalho ”
A formação em alternância em Moçambique é um modelo emergente destinado a melhorar a relevância e a aplicabilidade da educação técnica e profissional. Este modelo combina períodos de aprendizado teórico em instituições educacionais com experiências práticas em ambientes de trabalho. No entanto, sua implementação enfrenta várias barreiras que impactam sua eficácia. A formação em alternância pode melhorar a integração entre a teoria e a prática, mas enfrenta obstáculos relacionados à infra-estrutura e à coordenação entre as partes envolvidas. (Fernandes, 2022:19)
Os padrões de competências estabelecem as habilidades e conhecimentos necessários para que os alunos sejam bem-sucedidos no mercado de trabalho. Em Moçambique, esses padrões são frequentemente adaptados para atender às necessidades específicas das indústrias locais.
A formação em alternância em Moçambique é um modelo emergente destinado a melhorar a relevância e a aplicabilidade da educação técnica e profissional. Este modelo combina períodos de aprendizado teórico em instituições educacionais com experiências práticas em ambientes de trabalho tal educação foi proposta pelo sacerdote Abbé Granereau, em 1935, com a criação da primeira Casa Familiar Rural em Sérignac Péboudou, uma comuna localizada na região da Nova Aquitânia, na França (Granereau, 1968, p.124).
Desafios da Formação em Alternância em Moçambique
As instituições educacionais e muitas empresas enfrentam restrições orçamentárias que afectam a qualidade da formação prática oferecida. A falta de recursos pode limitar a capacidade das escolas e empresas de fornecer experiências práticas significativas e supervisionadas, avançamos com alguns desafios da formação em alternância em Moçambique.
Alinhamento Curricular
Desafio: A dificuldade em alinhar os currículos académicos com as necessidades does mercado de trabalho é um problema persistente. Muitas vezes, os currículos são desactualizados e não refletem as habilidades e conhecimentos exigidos pelas empresas;
Análise: A falta de alinhamento resulta em uma formação que não prepara adequadamente os alunos para as demandas reais do mercado. Isso pode levar a uma baixa empregabilidade e descontentamento por parte dos empregadores.
Qualidade da Formação Prática
Desafio: A qualidade da formação prática é variável, dependendo das empresas envolvidas. Muitas pequenas e médias empresas não têm os recursos ou a experiência para fornecer uma formação prática adequada;
Análise: A inconsistência na qualidade da formação prática pode prejudicar a experiência de aprendizagem dos alunos, limitando suas oportunidades de desenvolvimento de habilidades e comprometendo a eficácia geral do modelo de alternância.
Coordenação e Comunicação:
Desafio: A coordenação entre instituições educacionais e empresas é frequentemente ineficaz. A falta de comunicação e colaboração pode levar a uma integração inadequada entre teoria e prática;
Análise: Sem uma coordenação eficaz, os programas de formação em alternância podem falhar em atingir seus objectivos, resultando em uma formação que não é bem coordenada e integrada.
Infra-estrutura e Recursos:
Desafio: A infra-estrutura insuficiente e a falta de recursos nas instituições educacionais e nas empresas participantes afectam a implementação do modelo de alternância;
Análise: A falta de infra-estrutura adequada pode limitar a capacidade das escolas e empresas de proporcionar um ambiente de aprendizagem de qualidade, impactando negativamente a experiência dos alunos.
Engajamento dos Stakeholders:
Desafio: O engajamento dos alunos, professores e empregadores é frequentemente insuficiente. Isso pode ocorrer devido à falta de incentivos, reconhecimento ou compreensão dos benefícios da formação em alternância;
Análise: A falta de engajamento pode comprometer a eficácia do modelo de alternância, pois todos os stakeholders precisam estar motivados e envolvidos para que o modelo funcione de forma eficaz.
Propostas de Melhorias
Actualização Curricular:
Proposta: Promover uma revisão e actualização periódica dos currículos para alinhar os conteúdos académicos com as demandas do mercado de trabalho. Estabelecer comités de colaboração entre instituições educacionais e sectores empresariais para garantir a relevância dos cursos oferecidos.
Desenvolvimento de Parcerias:
Proposta: Incentivar a formação de parcerias mais robustas entre instituições educacionais e empresas, através de contratos e acordos formais. Criar comitês de coordenação para supervisionar e avaliar a qualidade dos programas de alternância.
Capacitação de Supervisores:
Proposta: Investir na capacitação de supervisores e instrutores tanto nas escolas quanto nas empresas. Oferecer treinamentos sobre como orientar e avaliar efectivamente os alunos durante os estágios.
Melhoria da Infra-estrutura:
Proposta: Buscar investimentos para melhorar a infra-estrutura das instituições educacionais e empresas participantes. Implementar programas de financiamento ou parcerias público-privadas para garantir que recursos adequados estejam disponíveis.
Promoção de Engajamento:
Proposta: Desenvolver estratégias para aumentar o engajamento dos stakeholders, como programas de incentivo, reconhecimento e comunicação mais efectiva. Promover campanhas de conscientização sobre os benefícios da formação em alternância.
Análise Comparativa Internacional
Modelos Internacionais de Formação em Alternância
Exemplos: Na Alemanha, o modelo de formação em alternância é amplamente reconhecido e bem-sucedido, caracterizado pela forte colaboração entre escolas e empresas e um sistema de dupla formação que combina educação técnica e prática. Em países como a Suíça e a Áustria, o modelo de alternância também é eficiente, com um alto nível de integração entre teoria e prática e uma forte rede de parcerias entre instituições educacionais e o sector privado.
A introdução da Pedagogia da Alternância no Brasil remonta ao final da década de 1960. Os atores locais conhecem o Programa de Alternância sob o modelo italiano e, assim, fundam as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), por meio da União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil (Unefab) e das Casas Familiares Rurais (CFRs), duas experiências educativas em alternância que marcam o Movimento Maisons Familiales Rurales no Brasil. O ponto de partida em alternância é a experiência das EFAs, em 1969, no Estado do Espírito Santo, tendo, em 2004, sete centros educativos, denominados no Encontro de Foz do Iguaçu, em 2001, de Centros Familiares de Formação por Alternância (Ceffas), em que a maioria assumiu este termo (Queiroz, 2004, p. 69 ).
Comparação com Moçambique
Aspectos Positivos Internacionalmente: Os modelos internacionais destacam a importância da actualização constante dos currículos e da qualidade da formação prática. A coordenação eficaz entre instituições educacionais e empresas é uma característica comum dos modelos bem-sucedidos.
Lições para Moçambique: Moçambique pode aprender com a abordagem dos países desenvolvidos, especialmente em termos de estabelecer parcerias mais robustas e coordenadas, actualizar currículos de forma mais dinâmica e investir em infra-estrutura e capacitação.
Adaptação Local
Sugestões de Adaptação: Adaptar as boas práticas internacionais ao contexto moçambicano pode incluir a criação de comités de coordenação local, o desenvolvimento de parcerias com grandes empresas e a implementação de programas de capacitação de supervisores adaptados às necessidades locais.
A Formação por Alternância como Possibilidade de Ensino Integrado
Tem-nos interessado, em particular, compreender a alternância como estratégia de ensino integrado, compreendido esse como um projecto político-pedagógico de ampliação das capacidades dos trabalhadores, que se opõe às práticas fragmentadoras do saber e que visa à integração entre teoria e prática, entre saberes disciplinares e saberes experienciais, e que reconhece a necessidade de superar uma pedagogia tradicional, que fragmenta os saberes e a formação humana.
Tomamos, assim, o Ensino Médio Integrado como um projecto pedagógico brasileiro contra-hegemônico que se orienta na perspectiva da emancipação, tal como afirma Araujo e Frigotto, ou seja, como resultado de um terreno contraditório e de disputa política num contexto de democracia restrita, podendo ser definido também como:
Um projecto que traz um conteúdo político-pedagógico engajado, comprometido com o desenvolvimento de acções formativas integradoras (em oposição às práticas fragmentados do saber), capazes de promover a autonomia e ampliar os horizontes (a liberdade) dos sujeitos das práticas pedagógicas, professores e alunos, principalmente, o ensino integrado coloca várias possibilidades de arranjos pedagógicos e curriculares para que possa se realizar. E colhe-se um arranjo depende de inúmeras variáveis, tais como as condições concretas de realização da formação, o conhecimento e a maturidade profissional do professor, o perfil da turma e o tempo disponível (Araujo; Frigotto, 2015, p 53).
Desafios
Sensibilizar o Sector produtivo para aderir este modelo de formação;
Criar uma base de dados dos formandos para o acompanhamento dos mesmos;
Apetrechar o Centro com equipamentos moderno;
Formação contínua dos formadores nas áreas específicas.
Propostas de Melhorias
Alinhamento Curricular: Existe uma lacuna significativa entre o currículo das instituições educacionais e as necessidades reais do mercado de trabalho. Muitos cursos não são actualizados regularmente para reflectir as mudanças tecnológicas e de mercado;
Qualidade da Formação Prática: A qualidade da formação prática vária consideravelmente entre as empresas. Muitas pequenas e médias empresas não possuem recursos ou experiência para oferecer uma formação prática eficaz;
Coordenação e Comunicação: A coordenação entre escolas e empresas é frequentemente inadequada. As instituições educacionais muitas vezes enfrentam dificuldades em estabelecer parcerias produtivas com o sector privado;
Infra-estrutura e Recursos: A falta de infra-estrutura adequada e recursos limitados nas escolas e empresas limita a capacidade de implementar e sustentar programas de formação em alternância de alta qualidade;
Engajamento dos Stakeholders: O envolvimento de todos os stakeholders (alunos, professores, empregadores) é muitas vezes insuficiente, levando a uma falta de alinhamento entre a formação oferecida e as expectativas do mercado.
Actualização Curricular: Promover a revisão e actualização periódica dos currículos para garantir que estejam alinhados com as tendências e necessidades do mercado de trabalho.
Desenvolvimento de Parcerias: Incentivar a formação de parcerias mais robustas entre instituições educacionais e empresas, incluindo a criação de comités de coordenação para supervisionar e avaliar a qualidade dos programas.
Capacitação de Supervisores e Instrutores: Investir na formação e capacitação de supervisores e instrutores tanto nas escolas quanto nas empresas para melhorar a qualidade da orientação e da formação prática oferecida.
Melhoria da Infra-estrutura: Buscar investimentos para melhorar a infra-estrutura das escolas e das empresas participantes, garantindo que possuam os recursos necessários para oferecer uma formação de qualidade.
Promoção de Feedback: Estabelecer mecanismos de feedback contínuo entre alunos, empresas e instituições educacionais para ajustar e melhorar os programas de formação conforme necessário
Conclusão
Nessa perspectiva, entende-se a implementação da formação em alternância baseada em padrões de competências em Moçambique apresenta-se como uma solução promissora para melhorar a qualificação profissional e a integração dos jovens ao mercado de trabalho. Ao longo deste estudo, foi possível identificar tanto desafios significativos quanto oportunidades valiosas para a implementação desse modelo no contexto moçambicano.
Entre os principais desafios, destacam-se a falta de infra-estrutura educacional adequada, a deficiência na capacitação dos professores para lidar com a metodologia da alternância e a dificuldade de estabelecer parcerias eficazes entre as instituições educacionais e as empresas. Esses obstáculos representam barreiras para a adaptação do modelo às realidades locais, exigindo acções coordenadas entre os diversos sectores envolvidos.
No entanto, as oportunidades são igualmente substanciais. A formação em alternância, ao alinhar teoria e prática, pode garantir que os alunos adquiram competências directamente aplicáveis no mercado de trabalho, aumentando assim sua empregabilidade. Além disso, a fortalecimento de parcerias público-privadas, bem como o uso de tecnologias educacionais inovadoras, pode ampliar as possibilidades de implementação, superando algumas limitações estruturais existentes.
A análise revelou que a adaptação gradual do modelo de formação em alternância pode ser a chave para o sucesso, permitindo que as partes envolvidas se ajustem às novas exigências. A elaboração de políticas públicas voltadas para a formação em alternância, o fortalecimento da capacitação de educadores e o incentivo ao envolvimento das empresas são estratégias fundamentais para superar os desafios identificados e aproveitar as oportunidades.
Portanto, este artigo aponta para um cenário de potencial transformação na educação profissional em Moçambique. Ao promover a integração entre o ensino académico e as necessidades do mercado de trabalho, a formação em alternância pode ser um instrumento crucial para a construção de uma força de trabalho mais qualificada e adaptada às exigências do sector produtivo, contribuindo directamente para o desenvolvimento económico e social do país.
que a formação em alternância baseada em padrões de competências oferece um potencial significativo para melhorar a formação profissional em Moçambique. No entanto, a implementação bem-sucedida deste modelo enfrenta desafios consideráveis, incluindo a necessidade de melhor alinhamento curricular, maior qualidade na formação prática, e melhores parcerias entre escolas e empresas. O desenvolvimento da formação em alternância baseada em padrões de competências em Moçambique enfrenta vários desafios relacionados ao alinhamento curricular, qualidade da formação prática, coordenação entre stakeholders, infra-estrutura e engajamento.
O governo deve criar políticas que incentivem e apoiem a implementação efectiva da formação em alternância, incluindo incentivos para empresas que participam dos programas alocar recursos para a melhoria da infra-estrutura educacional e empresarial, assegurando que as instituições e empresas possam oferecer uma formação prática de alta qualidade.
Também deve criar redes de cooperação entre instituições educacionais e sectores empresariais para facilitar a comunicação e coordenação, implementar sistemas de monitor aumento e avaliação para acompanhar a eficácia dos programas de formação em alternância e fazer ajustes baseados em dados e feedback, incentivar a participação activa de todos os stakeholders nos programas de formação para garantir que as necessidades e expectativas de todos sejam atendidas.
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[1] (Silva, 2010, p. 181-185) [1]Enfim, o CEFFA se define como uma associação baseada nas famílias camponesas e nos movimentos sociais, sindicais e profissionais, cooperativas.
[2] (Gimonet, 2007, p. 150).[2] A dedicação exclusiva se justifica pelas especificidades da proposta pedagógica. Além de dar aulas, os educadores da Alternância precisam de tempo para o panejamento colectivo. As reuniões pedagógicas se tornam necessárias semanalmente.
[3] Embora a formação por alternância tenha muitos benefícios, ela também apresenta desafios que precisam ser cuidadosamente geridos. Um dos principais desafios é a falta de parcerias sólidas entre as instituições educacionais e as empresas, o que pode resultar em uma oferta limitada de estágios e experiencias práticas de qualidade.
[4] (Brown, 1987: 21).[4]
Neste contexto, a formação profissional dos jovens constitui-se numa das preocupações primeiras dos teóricos e práticos da educação, emergindo da necessidade de os jovens se apropriarem, durante o seu percurso escolar, dos aparelhos conceptuais e dos instrumentos operatórios necessários à sua intervenção no social e à sobrevivência num mundo competitivo, concorrencial e mutável.