OS DESAFIOS DO PROFESSOR FRENTE AO ALUNO TEA: O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO ENSINO REGULAR

Por Vaneide D.C. Arantes | 01/12/2020 | Educação

Monografia apresentada pela orientanda Adrieli Carla Vieira, 8º Período de Pedagogia - Nova Fafibe. 

RESUMO

A presente pesquisa tem por objetivo analisar os desafios da inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Ensino Regular. Sua finalidade é demonstrar quais são os benefícios para o desenvolvimento cognitivo dos alunos com TEA e a importância de inseri-la no conteúdo disciplinar. Justifica-se a escolha do tema tendo em vista sua importância no meio acadêmico, pois existem estudos que comprovam que as crianças com TEA precisam de adaptações pedagógicas na instituição regular para suprir as necessidades e conter um ensino de qualidade. Assim, espera-se que as leis garantem a igualdade para todos. Portanto, o profissional da área da educação deve se preparar para esse desafio que irá enfrentar em sala de aula. Realizou-se presente pesquisa bibliográfica, com apoio de artigos científicos, livros e materiais da área de educação infantil de autores renomados.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Inclusão. Ensino.

INTRODUÇÃO 

A inclusão do alunado com Transtorno Espectro Autismo – TEA- tem sido objeto de estudo e pesquisa pelos profissionais da educação do ensino regular em razão do desafio da inclusão em sala de aula, principalmente no que diz respeito à capacitação profissional e ao subsídio do trabalho pedagógico, favoráveis ao desenvolvimento global da criança. Seguindo a normativa legal, é concebido que a escola regular precisa estar preparada para receber os alunos com TEA, ou seja, precisa realizar um atendimento especializado conforme as suas necessidades, priorizando seu desenvolvimento pleno e um ensino de qualidade. Torna-se um compromisso da escola oferecer um atendimento educacional especializado que responda às necessidades dos educandos com práticas que respeitem as diferenças, oferecendo não somente o que é previsto e próprio dos currículos da base nacional comum, mas construindo outros objetivos, metas e procedimentos educacionais. A presente pesquisa tem por objetivo analisar os desafios da inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista – TEA- no Ensino Regular. Sua finalidade é demonstrar quais são os benefícios para o desenvolvimento cognitivo do aluno com TEA e a importância de inseri-la no conteúdo disciplinar. Justifica-se a escolha do tema tendo em vista sua importância no meio acadêmico, uma vez que a presença de alunos que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem relacionadas às “condutas típicas” ou aos “transtornos do neurodesenvolvimento”, em âmbito educacional, tem sido objeto de discussão, pois ainda há muitas incertezas devido à dificuldade de contextualizar o tema. Em linhas gerais, ainda existe uma variedade de comportamentos de diferentes definições e tipos de classificação para os comportamentos a que se refere a esse termo, o que dificulta o planejamento de ações e projetos voltados ao aluno TEA. Nesse sentido, é possível verificar ainda que a legislação Brasileira preocupa-se em estabelecer princípios e limitações no que se refere ao aluno TEA. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)1 , em seu artigo 59, diz que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação educação especial na rede regular de ensino. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva2 prevê que a educação inclusiva seja assegurada em todos os níveis de ensino e que propicie “ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social” do educando, público alvo da educação especial. Dessa forma, é preciso compreender como esse processo inclusivo tem sido proposto e realizado tanto pelas instituições de ensino quanto pelos docentes envolvidos em todo o processo de ensino, percebendo os desafios e perspectivas dele na realidade abrangida no ensino fundamental público. Para que a finalidade desta monografia seja alcançada, temos como proposta metodológica a pesquisa qualitativa, de natureza descritiva como instrumento, e a revisão bibliográfica, como procedimento técnico a fim de construir uma reflexão que possa contribuir com os profissionais da educação no trabalho diário em sala de aula. Também como mecanismo de construção do conhecimento, será feito o aprofundamento e fortalecimento de conceitos e princípios a favor da inclusão no sistema público de ensino. A fim de esclarecer o assunto, foi necessário dividir o trabalho em quatro capítulos, sendo eles: o primeiro capítulo foi realizado um breve histórico do ensino inclusivo no Brasil e demonstra as leis existentes. No segundo capítulo, foi analisado sobre o TEA – Transtorno do Espectro Autista e suas divergências. Já no terceiro e quarto capítulo, abordou-se sobre as Metodologias Pedagógicas Inclusivas, os aspectos da Inclusão educacional e os desafios do professor no campo de aprendizagem e ensino. A partir das discussões propostas, considera-se queé imprescindível pensar que o processo de escolarização deva ter um olhar dinâmico para as crianças com TEA, percebendo suas necessidades e criando um processo que vise seu desenvolvimento integral. É preciso considerar o aluno como sujeito ativo no seu processo de aprendizagem e, com a proposição e modificação tanto das metodologias de ensino como do currículo e dos recursos físicos e matérias, tornar possível fornecer ensino de qualidade e propor uma prática adequada, além de viabilizar intervenções que respeitem as diferenças de cada aluno em sala. 

1 A RELAÇÃO ENTRE INCLUSÃO E APRENDIZAEM 

Para adquirir a aprendizagem, o homem tem que assimilar elementos básicos para que fundamente seu processo de aquisição de conhecimento e atue sobre ele. A inteligência, atenção, memória e interesse possibilitam aos mediadores e ao ambiente de convívio a principal função de estabelecer as relações humanas com objeto de conhecimento, no contexto sociocultural, através da sua bagagem cultural, para construção de um novo conhecimento. Para muitos educadores, esse processo de memorização não está somente relacionando com seu desempenho para aquisição de aprendizagem. Outro elemento é a concentração perante a aquisição de aprendizagem por meio de estímulos internos (curiosidade de conhecer algo novo) e estímulos externos (necessidade de aprender para conhecimento de maior proporção). Vygotsky3 defende a ideia de que a aprendizagem está associada à interação do educando com o meio e com outros indivíduos, dessa forma, se justifica a inclusão de alunos com TEA no ensino regular, já que é na escola que se encontram as diversas culturas de que é composta uma sociedade. O homem só consegue adquirir atenção nas informações que as interessam e, considera-se, que o interesse está vinculado à relação com o conhecimento para que, a partir dele, se possa exercer a inteligência sobre o funcionamento do processo de apreender essas informações, transformando-o em objeto de aquisição de conhecimento, através de estímulos internos e externos. Muitas vezes, esse processo de despertar interesse na criança remete ao professor que, na concepção construtivista, muito defendida na teoria de aprendizagem de Piaget da citada por Moreira4 , entende-se que a criança aprende com relação ao objeto de conhecimento por meio de mediação de um adulto.  As fases de desenvolvimento psicomotor determinam a aprendizagem da criança através das suas atividades motoras, desenvolvidas por um adulto com estímulos necessários para que a criança crie relações do concreto percebido por ela, dando uma aquisição do real concreto para o abstrato proximal da formação do conhecimento. Aprender requer não somente habilidade ou conhecimento. Aprendizagem necessita da maneabilidade sensitiva, perceptiva, sócio e cultural de cada ser humano, que proporcionará um papel ativo das relações humanas com o propósito de criar cada vez mais significados na formação cognitiva da mente humana. [...]

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