OS CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO FORA DE CASA

Por Lucas Samuel Vieira | 24/03/2011 | Adm

Torna-se cada vez mais comum o hábito das pessoas fazerem suas refeições em restaurantes, seja por praticidade, seja pela escassez de tempo de se deslocar do trabalho para casa. Esta observação ocasionou o grande crescimento de restaurantes, principalmente de comida a quilo em Maceió. Este crescimento, tem seu lado positivo quando se refere a variedade de opções, o rápido atendimento e, as vezes, o baixo custo. Mas para nós, profissionais da área de alimentação o lado negativo é o descaso de alguns estabelecimentos quanto a inocuidade dos alimentos, ou seja, a falta de controle higiênico-sanitário na produção e manipulação desses alimentos. Tais faltas, possibilitam as DTAs (doenças transmitidas por alimentos), que podem ocasionar desde náuseas, vômitos e diarreias, até o óbito. As DTAs podem ser ocasionadas por contaminações de ordem física (cabelo, pedra, vidro, etc), química (agrotóxicos, produtos de limpeza, etc) e biológica (bactérias, fungos, vírus e parasitas), sendo esta ultima a maior causadora do problema segundo dados do Ministério da Saúde, pois é através da contaminação pelas bactérias Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Salmonella que se contabiliza a maioria das DTAs.

E quais os cuidados que devemos ter?

Em primeiro lugar, devemos observar as instalações dos estabelecimentos; observe se existe rampas refrigeradas para saladas e quentes para carnes, acompanhamentos e guarnições. Os alimentos condicionados em temperatura ambiente têm maior probabilidade de proliferação de microorganismos após um período prolongado de exposição. Muito cuidado para saladas que levam maionese, pois as maioneses caseiras podem estar contaminadas com Salmonella, pois são produzidas com ovos in natura (cru), diferente das maioneses industrializadas, que passam por processo de pasteurização. Observe a freqüência das reposições.
Se quiser, você poderá solicitar uma visita a cozinha, desde que obedeça os procedimentos de segurança, usando os EPIś (equipamentos de segurança individuais) necessários, fornecidos pelo estabelecimento. Observe a limpeza, a vestimenta dos profissionais e sua conduta, que não permite o uso de adornos (anéis, brincos, pulseiras, etc). A presença de profissionais de alimentação (Nutricionistas, Técnicos e Gestores em Alimentos), confirma a credibilidade do estabelecimento, pois determina a certeza de um acompanhamento especializado.

Cuidados redobrados

As crianças, idosos, gestantes e pessoas imunodeprimidas, fazem parte do grupo de risco quando se refere a alimentação, pois são mais susceptíveis as DTAs, por isso, devem evitar alimentos como frutos do mar, carnes mal passadas e produtos fabricados com ovos in natura.

A ANVISA (agencia nacional de vigilância sanitária) e as VISAS (Vigilância sanitárias estaduais e municipais) muito têm feito para inibir o descaso com a segurança alimentar em alguns estabelecimentos. Através da resolução RDC 216/04, a ANVISA estabeleceu normas e procedimentos para a fabricação de alimentos, trata-se das Boas Praticas de Fabricação de Alimentos e dos POPs (procedimentos operacionais padronizados). As empresas que possuem a certificação nas Boas Práticas de Fabricação e Controle de qualidade têm mais credibilidade para lhe ofertar uma alimentação livre de contaminações.