Os Caminhos Perdidos

Por Aurélio Nuno Francisco Jumbe | 17/05/2017 | Sociedade

Os Caminhos Perdidos!

Certamente hoje não resisti, a esta hora, das 23:38-tive que levantar da cama, o sono que não chegou, acho porque estas reflexões me tem ocupado. Mas tenho isto a dizer.

O Namoro

Eu namoro, tanto outros também namoram. A isto de amor, que a esta fase denominam de namoro, não sei bem o que é e para que significa para a generalidade da sociedade.

Entretanto, particularmente eu, e partindo de um pouco das ideias comuns, diz-se que namoro é a fase em que, duas pessoas apaixonadas – homem e mulher –, procuram conhecerem-se, um conhecimento recíproco, com vista a determinar e saber se e com esta pessoa que se pretende fazer a vida. E mais há quem diz tratando-se da juventude, é tempo de divertir-se (não quero aqui detalhar sobre diversão neste contexto, questão que deixo para momento específico), mas quero aqui antes fazer análise em torno da concepção e objectivo do namoro.

Ora, se dissemos que o namoro é para o conhecimento do outro e determinar a possibilidade de fazer uma vida a dois para mais além, será só o conhecer que este é assim, gosta disto, não gosta aquilo, tem isto e não tem aquilo, entre outras questões da natureza?

Não tenho dúvida que quem instituiu esta fase da vida, do amor (se é que existiu alguém), não o fez simplesmente para assim de forma superficial, como é comum, limitar-se em saber que este é assim e demais questões que enquadrei na questão acima colocada. Entendemos (eu, meu coração, minha mente, minha alma, meu espírito, meu corpo e todo meu ser) que o horizonte do amor compreende infinidade de exigências, entregas, momentos entre outros factores, mas sobretudo da responsabilidade de quem abraça este mistério.

Ora bem, voltando ao conceito comum, constatamos que não é somente o conhecimento, mas acima de tudo, quando conhecido qualquer que seja o aspecto ligado ao parceiro/a, que seja aceite, corrigida ou negada pelo/a parceiro/a; Deve-se aceita o que de bom se tem ou se vê na pessoa, para que a mesma continue e ou melhore na sua forma de ser e ou de fazer; Deve-se corrigir quando tal aspecto não esteja correctamente aceitável, ou seja parcialmente aceitável pela outra parte, para que com a complementaridade desta seja melhor; Ou ainda deve-se negar tal aspecto/ser/proceder quando na sua integra não coadune com o normal, o aceitável ou pelo menos que não faça bem quer a outa parte, quer a própria pessoa, quer a generalidade para que se desabrace tal posição, encarregando-se a outra parte em sugerir ou dar um parecer do que seria posição a seguir em detrimento da posição rejeitada.

Uma pessoa ao entrar num relacionamento amoroso, certamente deverá antes perguntar-se: por que namorar? O que quero nesta pessoa? Para o quê? Saber os objectivos que te levam a conquista do tal amor poderá ajudar a orientar aquilo que são as vicissitudes do amor.

Descrição que fizemos acima, vem devido ao que hoje a sociedade vive, chamando de namoro, o que no seu fundo não passa de “ilusórias aventuras, momentâneas e descartáveis”, o que consequentemente vem influenciando no tipo de famílias que constitui e a sociedade que está a erguer. O que fazer? Está bem assim? Ou nós que somos anormais? Muitas vezes, na certeza de que todos dias pensamos nisso, perguntamo-nos. Na mesma onda quando por poucas e mínimas vezes que colocamos isto ao demais, ao que simplesmente há quem responde: “bro vamo lá curtir a life só; haa deixei aquela gaja não presta; peguei uma daí e aquela me ligou ontem; chifrei o gajo; mandei fumar o gaju”, entre outras respostas do género. Nestes tempos há descartáveis de fraldas, afinal até as pessoas viraram descartáveis? Não entendemos….

O namoro é e seria o momento único da vida para o começo do desvendamento deste mistério do amor, que todos chamam e poucos o aceitam. A experiência da maturidade, reflexão, projecção da vida, é o momento único que a vida nos oferece e quando passa, passou… Me recordo na nossa cultura há um provérbio que diz “ o processo de cozer feijão não se interrompe, tal como batata, caso contrário (z/imapima) e não volta a cozer mesmo que se coloque o fogo como”, assim é o amor.

Onde dissemos que há amor, é porque ele já existia, apenas as duas pessoas o aceitaram, abraçaram e comprometeram-se e acolhe-lo, alimentá-lo e deixá-lo que tome conta deles e eles trilhem no mesmo.

Parece tudo bem! Mas ok!

Abraçando este horizonte, o que se espera das pessoas envolvidas neste circo de amor?

Aí começa outro problema, quando tanto parece-se estar num relacionamento, mas na verdade a maioria está parcialmente na relação. Pode se perguntar onde tem estado a outra parte? Partindo do que vimos, ouvimos e entendemos desta sociedade – em primeira mão claro – a outra parte ainda está vagueando por aí, o que faz? Evidentemente a procura de mais alguém, aquele não basta?

Com esta forma de proceder, esta pessoa certamente não terá tempo de poder conhecer a outra, não poderá ajudá-lo a melhorar no que for preciso e muito menos o dirá o que não é correcto, isto pelas simples razões: você não está na outra pessoa, não algum ideal para com esta pessoa, mas tão-somente as aventuras, momento, prazeres e satisfações insatisfeitas, enquanto momentâneas e descartáveis.

Chega de descartáveis, até aonde? Para o quê? Não façam isto connosco, comos pequenos e frágeis, melhor não nos tocar, nem aproximem…

Espera-se certamente a reciprocidade na entrega para o alcance dos objectivos e fins do namoro, o que actual e infelizmente não se faz sentir, aliás, se se faz sentir é muito e muitíssimo pouco. Espera-se que verificando-se aqueles pontos acrescidos que fizemos referência possa o casal, assim chamamos, poder chegar a construir uma família, certo que de pessoas que se conhecem, sabem o que querem, neles existindo esta reciprocidade, pouco provável se pode esperar que se forme família degradada. Porém, as famílias que hoje parecem degradadas, de facto, é assim que começaram, é assim que são….e o que se faz nelas? É sempre traição, desrespeito, consideração, falta do próprio amor…Então para quê ficar juntos se cada um tem seus caminhos aí fora?

Todos exigem respeito, dizem-se ter e merecer dignidade, mas não o fazem, a dignidade e respeito não são atitudes que se tem de cobrar terceiras pessoas, são antes atitudes e carácter a ser cultivado intrapessoalmente e dentro do relacionamento, fora a isto não se pode esperar nada mais que o que a mulher que parece de um todos com ela se envolve, ou o homem que parece de uma a todas ele pega…para quê?

Conhecemos certaspoucas famílias e casais que por esse caminho tão nobre trilharam e trilham…. E você por que não pode?

Estas e mais questões que irmos em breve abordar são as que estão degradando a nossa sociedade, nossos relacionamentos, aumentar a pobreza, entre outras consequências que vivem. Também se pode apontar as questões seguintes:

  1. A forma de vestir;
  2. Mulher como meio de marketing nas instituições (objecto);
  3. Convites para curtição (confusão que não entende de diversão, divisão e emoção), parece dividir-se tudo com todos quando assim é nestes ambientes;
  4. Fidelidade;
  5. Interesse;

Parece-me tarde demais, são 00:49 deixa tentar procurar o sono e a ele abraçar…que não me traie.

Tenho ódio e medo até do meu coração.