Os Anos Trinta E A Política Brasileira

Por Robson Stigar | 27/04/2008 | História

Em fins de outubro de 1930 a figura de Getúlio Vargas ascendeu para o cenário político. Segundo pesquisadores como Vavy Pacheco Borges a história política brasileira foi marcada por forte instabilidade e por vivo debate, marco dessa época é a ruptura institucional. Fato marcante de debates do período foi os muitos problemas estruturais.

Outro peculiar fato foi "os laços inextricáveis entre essa forma de conhecimento e o poder, os laços entre uma história política vivida e uma história política escrita por memorialistas e historiadores", evidencia Vavy P. Borges.

O traço continuo da história é suprimido, desfocando o traço singular da história como mestra e condutora da vida. A chamada revolução de trinta pelas conhecidas e atuais brigas entre República Nova e República Velha, República Primeira e República Segunda etc., entre as forças que conseguem se opor, não esquecendo o povo "verdadeiro" sempre a margem

O conceito de revolução primava todas as vozes angustiadas do meio político. Temas como questão social alinhava-se com revolução, os embates políticos eram constituídos mas mais diversas esferas de classe.

Em um trecho da pagina 161 a autora nos lembra uma máxima e coerente frase da época "a revolução brasileira, com a criação do Ministério do Trabalho, veio substituir o antigo conceito de luta d classe, pelo conceito novo e orgânico e construtor, humano e justo, de cooperação entre as classes". [1]

É evidente que a luta travada entre chavões, crenças mundanas e uma forte ideologia popular desse período (anos 30) antes de tudo era uma guerra pelo poder, pela supremacia de idéias, briga que ainda hoje é a tônica de muitos embates. Não posso deixar de comentar embora fugindo do texto um pouco que esses anos foram muitos próximos de grandes acontecimentos revolucionários como o Russo, e de outras nações, assim contagiando os brasileiros a também organizar uma revolução, pois a efervescência era enorme.

O grande parceiro da revolução, em todas as falas apontado como seu legitimador, era o "povo", tanto no movimento militar como para as propostas futuras. O novo sempre traz ao povo a esperança de mudança, de prosperidade assim sendo o clamor pela mudança em qualquer época e sempre um chamariz interessante.

Um ponto a ser observado é a velha teoriaque ofundamento da revolução deu-se devido a centralização do poder central, devido a certos problemas regionais que agigantaram-se. Isto em parte é correto pois as mudanças sempre partem de regiões as vezes periféricas para o "centro, para o todo" um bom exemplo foi a revolução federalista ocorrida em 1894, originada no Rio Grande do Sul que foi descendo, descendo etc.

É bem obvio que esses movimentos para ganhar poder precisa sempre do incentivo das oligarquias regionais. A primeira ruptura foi a intenção forte e bem sucedida que constituiu a história oficial de que a ruptura perdeu certas revisões que se pretendiam radicais., Ou seja é trabalhado a idéia oposta da negação da ruptura ou da visão de continuidade.

Os construtores da história como bem sabemos a moldam conforme uma série grande de fatores e interesses. Uma verdade seria que a dita revolução teve um sentido claro de ruptura do o estabelecido.

Vavy P. Borges conclui dizendo que "A pluralidade, por conseqüente, se colocava tanto do ponto de vista do objeto, quanto do ponto de vista da concepção de história". Infelizmente a retomada da memória dos vencidos não esteve entre as preocupações teórico-metodologica que impulsionou o dito final das conclusões, discussões referente ao período.



[1] Este texto foi pronunciado por Lindolfo Collor pai do futuro presidente do País Fernando Collor de Mello, eleito no preito de 1989.