Orfanato:Ensino e Aprendizagem
Por ROSIMAR EVANGELISTA DOS SANTOS | 25/01/2021 | EducaçãoOrfanato: Ensino e aprendizagem
Rosimar Evangelista dos Santos (EMJEC) – roz903@hotmail.com
RESUMO:
Este trabalho é um relato da experiência de ensino e aprendizagem desenvolvida com alunos do quarto ano do ensino fundamental da Escola Municipal José Evaristo Costa, Araputanga-MT. A experiência se deu a partir de um questionamento de uma aluna da sala “Orfanato: Ensino e aprendizagem”? Nessa, a prática docente se efetivou através de expedição investigativa (visita in loco), pesquisa, leituras e ações de solidariedade numa perspectiva interdisciplinar, na qual prioriza o conhecimento, sentimentos de cuidado, afeto e humildade para com as outros. Este projeto teve como principal objetivo Conhecer o abrigo de Araputanga e trabalhar a importância da humanização, visando à formação cidadã dos alunos/crianças. Os alunos visitaram as instalações da instituição, tiveram um papo sério com assistente social sobre a fundação do Abrigo Flor de Acácia, tiraram suas dúvidas e conheceram a rotina das crianças da Casa. Na semana do dia das crianças, houve mais momentos de entretenimento, como a realização de um piquenique na escola (teatro, bate-papo entre os alunos, brincadeiras, lanches e jogos para garantir a diversão das crianças e entrega dos produtos arrecadados numa campanha realizada pelos alunos da escola. O resultado desse trabalho foi gratificante. Pois, os alunos puderam conhecer a realidade de outras crianças, no aspecto humano de cada um”. E reconhecer a importância do ato de doar, despertando sentimentos de cuidado, afeto e humildade para com as outras pessoas que precisam.
Palavras-chaves: Abrigo. Inclusão. Solidariedade.
INTRODUÇÃO
Realizamos nosso trabalho com crianças e adolescentes da Casa Lar Abrigo Flor de Acácia em Araputanga – MT, fundada em 04/01/2012.
O número de crianças atendidas no abrigo é sempre inconstante. De acordo com artigo 101 da Lei nº 8.069 (ECA), fica evidente que: “O abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade”.
Quer dizer que o abrigo não é a única opção. É um dos recursos que pode ser utilizado quando se esgotam todas as diversas possibilidades.
O projeto “Orfanato: Ensino e aprendizagem” teve como principal objetivo Conhecer o abrigo Flor de Acácia e trabalhar a importância da humanização, visando à formação cidadã dos alunos/crianças.
A solidariedade um dos princípios básicos da democracia, é necessária a cooperação entre todos. No âmbito escolar refere-se aos alunos e demais membros da escola, onde se desperta o sentimento da responsabilidade em relação ao grupo, de maneira que cada um sinta na obrigação moral de apoiar o outro.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) os temas transversais devem ser trabalhados em todas as disciplinas, constatando a importância de trabalhar a solidariedade. Dessa forma pretendeu-se levar os alunos a refletirem sobre o tema solidariedade, para que tenham condições de formular conceitos, ao invés de, apenas coletar informações sobre o tema.
Ser solidário não significa apenas doar alguma coisa material, dar uma esmola, ou participar de campanhas. A solidariedade de forma geral perpassa pelas questões humanas, e ser solidário pode ser apenas uma atitude de boa vontade para com outras pessoas.
O projeto conseguiu mesclar ensino e extensão, na medida em que aproximou a escola da comunidade, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades sociais.
OBJETIVOS
- O objetivo geral proposto neste estudo foi de conhecer o abrigo de Araputanga;
Os objetivos específicos foram estabelecidos de maneira a:
- Oportunizar uma convivência entre os alunos e os abrigados;
- Promover momentos de leitura, reflexão e análise sobre a importância das boas atitudes em relação ao próximo;
- Desenvolver nas crianças o espirito de solidariedade e ajuda ao próximo;
- Estabelecer o vínculo afetivo do ser humano e a árvore plantada por ele;
- Desenvolver linguagem oral e escrita;
- Entender e diferenciar abrigo de orfanato.
METODOLOGIA
. As atividades foram concretizadas de forma interdisciplinar abrangendo os conteúdos como; pesquisa no dicionário e internet, análise do filme “A bailarina”, entrevista com a assistente social do abrigo. Recorte e colagem. Gênero textual fábula (O ratinho e o leão) e Texto informativo.
Os alunos tiveram livre acesso a conhecer a instituição, através da visita desenvolveram um diálogo com as crianças do abrigo. Buscamos fazer com que as crianças entendessem um pouco das dificuldades pelas quais algumas pessoas passam, sejam emocionais, físicas ou financeiras, e a partir daí executamos ações, para que eles percebessem que pequenas atitudes realizadas individualmente ou em grupos, podem sim, contribuir para melhorar a vida de todos”. Então, os alunos iniciaram uma campanha de doação (alimentos, roupas, brinquedos) para as crianças do lar.
Como estava na semana do dia das crianças, havia algumas programações definidas no calendário (teatro, cinema, etc.) nossos alunos e as crianças do abrigo participaram de momentos maravilhosos de integração social e humana, desenvolvendo habilidades de valores e respeito. Para encerramento das atividades realizamos um piquenique na escola (jogos, brincadeiras, lanches, bate papo) e a entrega das doações, tudo organizado e doado pelas crianças e seus familiares. Foi um momento de emoção e doação onde nossos alunos deram um show de dedicação e carinho! Assim, através de ações diárias, tentei realizar situações que os levassem a desenvolver relações de amizade, para a construção do respeito, partilha e coleguismo. Levando alegria as crianças pode-se observar o quanto a humanização é importante neste processo de melhoria da auto estima.
CONCLUSÃO
O resultado desse trabalho foi gratificante e o objetivo foi alcançado. Pois, os alunos puderam conhecer o abrigo Flor de Acácia e a realidade das crianças que vivem lá. O projeto proporcionou aos alunos vivenciar um pouco da realidade que é empregada no abrigo. Possibilitando assim uma mudança significativa na forma de pensar e agir, considerando os significados atribuídos à experiência de solidariedade, com as crianças do abrigo. Na aprendizagem houve um ótimo desenvolvimento na linguagem oral e escrita (atividades, participações individuais e coletivas) dos alunos. Os alunos e a professora alcançaram um grande aprendizado como pessoa e ainda demonstraram que o sentimento humanitário é importante e que deve começar em casa e na escola. Concluo que os alunos adquiriram a compreensão sobre solidariedade e desenvolveram a participação em equipe, espalhando entre familiares e comunidade escolar ações solidarias. Nesta pesquisa foi possível observar a importância do lúdico para o desenvolvimento, para a interação com o outro, criando vínculos, praticando o uso da imaginação, do simbólico e da criatividade. Ao final das atividades demonstraram espirito de solidariedade e ajuda ao próximo, reconhecendo a importância do ato de doar, despertando sentimentos de cuidado, afeto e humildade para com as outras pessoas que precisam. Esta pesquisa teve relevantes resultados que comprovaram a importância da socialização para o desenvolvimento das crianças/adolescentes. Permitindo a transformação de uma visão de mundo a cada integrante do grupo, abrindo oportunidades de reflexão sobre o tema apresentado, que nos proporcionou compreensão e satisfação acerca do assunto. Concluímos, portanto que as atividades lúdicas são um grandioso recurso no processo de socialização que colabora de forma significativa com a vida social e com a construção da identidade da criança, o desenvolvimento saudável da socialização ao longo da vida propicia melhores habilidades empáticas, flexibilidade e maiores chances de sucesso pessoal, familiar e profissional.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. BRASILIA: MEC-SEF, 1998.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. 05 de outubro de 1998. BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990.