Oportunidade, potencialidade e performance
Por Ivan Postigo | 27/11/2009 | AdmHá uma frase que dificilmente alguém não usou: “Tinha tudo para dar certo, mas deu errado! “.
Pode ser uma observação sobre uma viagem, a confecção de um bolo, com relação ao destino de uma pessoa ou sobre uma empresa, que será o nosso tema.
Oportunidades a vista, condições favoráveis, mas resultado frustrante. Como avaliar a questão tecnicamente?
Podemos encontrar nessa situação organizações consolidadas, algumas constituídas para explorar um determinado segmento de mercado, empresas em rápido crescimento que sofrem um revés, enfim os exemplos são diversos.
A afirmação pode também ser lida no sentido inverso: “Tinha tudo para dar errado, mas deu certo!”. Nestes casos parece haver um toque de genialidade.
Voltando ao final da segunda guerra mundial dificilmente alguém apostaria que o Japão se tornaria uma potência, pois uma ilha com poucos recursos, saindo destroçada do conflito mundial, completamente dependente de ajuda, não encontraria oportunidades claras e pior, não mostrava potencialidade. O que possibilita sucessos como esse?
Definitivamente a dinâmica dos três fatores mencionados no título.
Quem está acostumado a avaliar projetos está sempre verificando as oportunidades para se assegurar de seu sucesso, por exemplo:
Estudamos o mercado comprador, analisamos a concorrência, consultamos o mercado quanto ao fornecimento da matéria-prima, avaliamos diversos tipos de maquinários e ferramentais, observamos o pessoal a ser contratado, os turnos na fábrica, calculamos os custos, averiguamos as disponibilidades financeiras, as fontes de financiamentos, calculamos as taxas internas de retorno ( TIR) e o tempo de retorno (Payback ).
A princípio nenhuma razão para dar errado, certo? Errado.
Considerando que o estudo foi feito de forma exaustiva e consciente é necessário garantir a sua execução, de ponta a ponta. Dois aspectos têm que ser observados, as potencialidades e performance.
Potencialidades têm que ser desenvolvidas e aprimoradas, esta é a base da performance.
É impressionante o número de empresas que encontro desenvolvendo projetos sem que na sua execução façam o efetivo uso do cronograma, ferramenta de enorme utilidade que mostra o que tem que ser feito, quando e quem deve fazer.
Data perdida gera uma quantidade infindável de prejuízos para a empresa, como aumento de custos, atrasos nas entregas, cancelamento de pedidos e conflitos internos e externos.
Quatro meses já se passaram, maio chega ao fim, e muitas empresas que não estão conseguindo obter os resultados esperados não terão muitas chances de reverte a situação este ano, uma vez que seus produtos não são pronta entrega, e , pior, não estão conseguindo projetar e planejar os resultados dos próximos três meses.
Esta é uma situação em que a performance indica que há necessidade de melhoria das potencialidades para observação das oportunidades.
Entusiasmo, comprometimento, dedicação, superam muitas vezes as deficiências nas potencialidades e criam as oportunidades.
É comum tratarmos de performance pensando no chão de fábrica, na execução dos produtos, nas entregas, no desempenho da equipe de vendas, sem uma visão clara de futuro.
As oportunidades de mercado podem ser atendidas ou criadas como dizia Akio Morita.
Uma potencialidade pode ser desenvolvida na empresa com treinamento ou agregando competência com a contratação de especialistas.
O sucesso de um produto começa na observação de sua oportunidade, passa pela avaliação da potencialidade da empresa em fabricá-lo, vende-lo e entrega-lo e se consolida com o comprometimento com a performance.
Esse processo de conscientização deve ser levado por toda organização de forma que cada pessoa saiba o que está fazendo e por quê? .
Caso sua empresa forneça componentes para clientes diretamente na linha de montagem, atendendo a um contrato que estabeleça multa por atraso, você deve ouvir com freqüência: “ Temos que atender os prazos, eles não podem parar!”.
Na realidade a frase deveria ser: “ Nós não podemos parar! “.
Lembre-se sempre: Suas oportunidades, sua potencialidade, sua performance, seu sucesso . Ou não !
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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