Opinião

Por Eli Braz da Silva Junior | 14/12/2012 | Sociedade

         O reforço do aparato policial, nem sempre pode ser considerado investimento por parte do Estado. Muitas vezes pode se considerar o contrário. Quando se reforça órgãos de repressão pode ser um sinal de que algum ou alguns setores estão desprovidos ou demasiadamente sucateados. Cito educação e saúde, isso para colocar as mais evidentes e fundamentais. Ao que sabemos o Brasil nunca ou quase nunca se destaca positivamente quando se trata de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) à disposição no site www.pnud.org.br .


 O IDH é obtido  fazendo a média do progresso em três esferas básicas: renda, educação e saúde. Hoje ocupamos a simplória 84ª colocação neste ranking. Toda essa problemática gera um gargalo que desemboca nos elevados índices de violência. Que se olharmos atentamente veremos que a violência é o termômetro das desigualdades e da deficiência dos órgãos do Estado ou dele mesmo.

                Pasmem, ou não, hoje num ranking de 92 países somente El Salvador, Venezuela e Guatemala tiveram taxas de homicídios de jovens que o Brasil dados da agência Brasil em, www.agenciabrasil.ebc.br/noticia/2012-07-18  . Isso para um país que atravessou uma crise global (2008), sem sustos é realmente preocupante.

                Devemos considerar também o aumento do consumo registrado na chamada “classe ‘C’”, que leva ao aumento nos valores de impostos arrecadados, atualmente na casa de 1 trilhão de reais, veja em www.impostometro.com.br.

                Tenho uma ideia fixa, posso estar errado, mas vou expor assim mesmo. O Estado não existe para acumular riquezas, sua riqueza são as pessoas que o compõe. O Estado deve investir nas pessoas, na sua felicidade. Triste é ir ao correio para pegar cartas das crianças para o Papai Noel  e encontrar grande numero de pedidos por comida ou ajuda aos pais que estão desempregados.

                Quando se esquece das pessoas o Estado dá brecha ao surgimento de organizações o facções criminosas, nossas crianças perdem sua inocência, passam a ver a violência como algo comum e não como exceção. As drogas passam a ser alento e o traficante o padrinho das nossas crianças.

                Para manter uma  linha mesmo que tênue entre quem sofre pela carência e a elite, fortalece-se o aparato policial. Não que não seja necessário uma polícia bem equipada e remunerada, mas ela é policia para quem?