ONde há respeito pelo saber do outro a escola fica ON
Por sebastião maciel costa | 29/09/2023 | EducaçãoONde há respeito pelo saber do outro a educação fica ON
A Escola é e exige ser, por excelência, um planeta cheio de vida, diversidade e beleza. Ali congrega, harmoniza e abrange incontáveis valores das mais variadas dimensões, múltiplas possibilidades de incontáveis espécies e reservas, incluindo o ser humano. Pela história, pela experiência em sucedida vivenciada por tantas gerações em torno do mundo, ela é o único planetário com condições propícias à aprendizagem como soma de conhecimentos para ali levados para serem sistematizados em nome do saber pensar, do saber projetar, do saber fazer para saber ser, em todos os matizes que a significação social nos propõe.
Trabalhando os meios de produzir e manter esses “nichos”, por assim dizer, que se traduz na reserva humana, surge uma incógnita comprometedora quanto ao que se consegue e ao que deveríamos conseguir: o rol de valores sociais ali abrigados traz em si, os recursos humanos, financeiros, estruturais, materiais e institucionais capazes de suprir todos os requisitos para fazer jus à importância que a escola representa para continuar sendo o esteio de vida humana, protagonista de todos os fatos? Uma reflexão importantíssima sobre nosso papel na preservação daquela que é a nossa casa, nos leva a sistemas que, em uma estrutura amparada por leis e regimentos. Quando se discute a escola, principalmente no Brasil, registra-se que todo o sistema educacional está amparado por diretrizes como a máxima “A Educação e dever de todos e obrigação do Estado”.
Na prática, constam as Redes públicas nas esferas federal, estadual e municipal; por seu turno, a rede privada de Educação básica, legalmente atrelada ao sistema público de educação é quem mais se aproxima dos aparatos necessários para que se obtenham resultados satisfatórios no cumprimento do papel de esteio efetivo para atender às necessidades de se prover uma educação de qualidade. Se educar é ensinar, é alinhar pontos de vista, é absorver e aprimorar pontos de vista e argumentos, é transmitir os conhecimentos, é instruir, é liderar processos, o papel da escola é estudar, estudar, estudar. Cada professor, por si mesmo, deve trazer para si o compromisso de estar aprendendo a aprender, a partir do material didático disponível mas, acima de tudo, orientar as aptidões do indivíduo, de acordo com os ideais de uma determinada sociedade, isenta de ideologias, lados ou preferências.
Desenvolver e estimular as faculdades físicas, morais e intelectuais do jovem aprendiz, que para ali foi atraído ou levado para justificar sua existência enquanto escola. Reforçando-se que essa não existe se aqueles que estudam ininterruptamente para se manter na liderança de processos que humanizam, acolhem, ensinam e preparam o indivíduo para sua futura vida pessoal, social e profissional. Em todas e quaisquer culturas estão presentes, independente do nível social que as compõem encontram-se mecanismos para que a educação seja garantida em todos os tempos e sentidos, envolvendo como principais responsáveis, o aprendiz da vida, seus pais ou responsáveis, seus professores, equipe gestora e tantos quantos, direta ou indiretamente, compõem esse ambiente “sagrado” onde se aprende e se ensina, por meio de um constante envolvimento de emoções, expectativas e metas são executados.
A partir do desenvolvimento da economia ficou evidente a necessidade de se promover avanços concretos para a necessidade de preparar as pessoas para um desempenho satisfatório para a condução dos negócios que adquiriram com a velocidade do tempo, a complexidade que exige de cada um, um melhor preparo e desempenho dos negócios e empreendimentos. As nossas escolas, de um modo geral estão “antenadas” nesse sentido? Dentre os eixos mais prementes no papel da escola, como as famílias, constam funções essenciais para o desenvolvimento e formação dos indivíduos como cidadãos, e principalmente como seres humanos. Além dos deveres práticos, como “letrar”, alfabetizar, socializar, humanizar e ensinar desenvolvendo o senso crítico estimulando uma permanente busca.
Em alguns recortes ilustradores da realidade de algumas escolas brasileiras tem sido comum um estado de espírito de acomodação do professor que ao concluir os seus estudos acadêmicos que os habilitaram para o nobre mister do ensino a vontade de continuar aprendendo é muito reduzida. De tal modo que equivocadamente esse se julga pronto para ser um ensinante. Ele é de fato, por profissão, um ensinante, mas de pouca valia terá esse conceito se, na outra ponta não estiver o aprendente que traz todo um arsenal de lições de vida e conhecimento pessoal que precisa ser sistematizado enquanto protagonista que liderado pelo ensinante, concretiza o esperado conhecimento.
Ocorre porém que cada escola vive um dia de cada vez, que cada aluno vive a sua escola, um dia de cada vez, uma experiência de cada vez, ,que uma turma recebe os conteúdos planejados de forma única: em uma outra turma aquela aula que foi um sucesso na turma A, pode vir a ser um fracasso na turma B, isso porque cada aluno é único cada professor é único, cada aula é única, cada lição é única, como a educação que é única. Existe uma ilustração por meio de uma tirinha: Em uma biblioteca pública, espaço raro nos dias de hoje, a atendente expõe um “objeto” para uma criança egressa de meios digitais e explica? “Não precisa ligar, é levantar a capa. Em vez de ‘clicar’ no avançar, é só buscar a próxima página e, como não tem bateria, nunca desliga, como não digital nunca fica sem sinal...” O garoto, curioso e até muito excitado, demonstra interesse e envolvimento e exclama: “Que bom, mas é mais ágil que o ‘i pode’, mas pode?” a atendente, meio confusa diz: claro que pode, pois chama-se LIVRO.
Livro “Eu do livro, não me livro; e nem devo me livrar, se do livro eu me livro como livre vou ficar”? Que não seja necessariamente por meio do livro, mas que a leitura aconteça. Não, há referência com letramento, mas cm o procedimento de processar uma síncrese (entendimento) levantar hipóteses, fazer análise, alcançar a síntese do que foi “lido”, visto, entendido, absorvido, compreendido, aprendido. Fazer uma leitura é procurar compreender procurar reter informes necessários para a assimilação de conteúdos que ilustram o material estudado, prática de socialização que deve nortear as relações dos protagonistas da função do ensinar, aprender, educar, escolarizar, ser.
- Sebastião Maciel Costa