ONDE FOI PARAR A JUSTIÇA?

Por ANTONIO MARCOS OLIVEIRA | 25/08/2010 | Filosofia

ONDE FOI PARAR A JUSTIÇA?
Eis que os dias se abreviam num mundo caótico de falta de limites e o poder dos que detêm a força da influência política manipulável permeiam o cotidiano da índole de homens que deveriam lutar por eqüidade nas relações sociais sem almejar receber em troca uma "justa" medida por seus "favores" interesseiros, tendentes a "ferir de morte" a ética e a moral na qualidade de verdadeiros amantes do "jeitinho brasileiro", onde vale à pena "dar para receber de volta", em momento oportuno, não importam as barreiras impostas pelas leis, regulamentos, regras, normas, seja lá o que for, vindas de quaisquer arcabouços jurídicos estabelecidos na terra De Ninguém.
Nada os impede de continuar perpetrando suas práticas tendenciosas medíocres, onde "tirar vantagem de tudo e de todos faz parte do seu estilo de vida". Quem os impedirá? O lema que vigora no meio deles é "ser politicamente correto, enfocando que é preciso ceder para depois ganhar algo em troca".
E, para os que não usufruem das "trocas inescrupulosas bizarras" já estariam perdidos na "selva de pedras", relegados a própria sorte, sob o arbítrio dos que se encarregariam de eliminar os fracos na chamada "seleção natural".
Na terra De Ninguém prevalecem os dissabores da omissão disfarçada de tolerância para os que cometem "equívocos", pois "todos são humanos quando erram, e o que seriam quando acertam?" Já que é fácil travestir-se de humanidade para cometer "delitos/pecados/crimes", e invocar a compreensão dos seus pares. Muito cômoda essa posição!
As pessoas não estão conseguindo mais discernir o "certo do errado" nesse estado de coisas onde "tudo parece normal" e agir como a maioria virou regra para os que não querem ser "discriminados ou relegados ao desprezo do grupo" por discordar de padrões tendenciosos sem "freios e contrapesos" capazes de impedir que a "balança da justiça" consiga manter sua imparcialidade. Será que a Justiça ainda funciona?
Nesse instante, vive-se uma anomalia cultural desvirtuada do saber celeste, onde "furar a fila é absolutamente normal", "ter atendimento vip/preferencial por ser autoridade/artista/amigo de fulano ou beltrano/empresário ou pessoa influente é comum", "ter várias mulheres ou homens ao mesmo tempo ? quer seja heterossexual ou homossexual ? seria só uma opção sexual, perfeitamente aceitável numa sociedade moderna e liberal", "o suborno seria uma questão de sobrevivência num mundo corrupto, pois se todos fazem...", "responder a um processo é até status, já que um grande número de autoridades do país são denunciadas constantemente e elas continuam a usufruir das imunidades e vantagens dos cargos públicos",
"a impunidade anda a solta e só bastaria ter amigos influentes ou dinheiro para pagar bons advogados e escapar ileso dos "rigores da lei", "a segurança pública se tornou privada (as chamadas milícias), e o cidadão de bem paga imposto, mas não tem proteção alguma", "há hospitais que só atendem aos usuários se pagarem propina a funcionários corruptos, mesmo sendo abastecidos com recursos do SUS" e ...
Teria a Justiça se calado em meio a tantos desatinos?
Acredita-se que no final dos tempos o amor de muitos passaria a esfriar e não haveria motivos nobres para ter "piedade" do seu semelhante, pois, o que verdadeiramente importaria para os desprovidos de amor sincero, seria "tirar vantagem dos outros, tendo em vista o que eles poderiam oferecer de melhor para depois descartá-los/desprezá-los, quando não mais úteis aos seus interesses mesquinhos". Entretanto, a "espada da Justiça" bem afiada nas mãos dos que não se cansam de fazer o bem será capaz de preparar a "terra" quando tudo parecer perdido, pois existe um remanescente intrépido que continua perseverando em fazer o que é "certo" em meio a vergonha avassaladora, senão não valeria à pena continuar vivendo.
"Dar a cada um o que lhe é devido" seria a característica precípua da Justiça, mas pouco em voga em momentos de "crise institucional e de caráter". Entretanto, crê-se que somente o "AMOR" será capaz de lançar fora todo o medo de continuar perseverante em meio às circunstâncias adversas desse mundo tenebroso carente de piedade. Entretanto, não se deve cansar de se fazer o bem, porque a seu tempo haverá a colheita, senão esmorecer no ânimo.
Campina Grande/PB, 19 de agosto de 2010.
Antonio Marcos de Oliveira