Onde estão os valores?
Por Maria de Fátima dos Santos Ribeiro | 09/04/2012 | Família
Outro dia me peguei divagando... Depois de algumas horas em casa de uma amiga percebi como tudo está diferente. Já não se fala em valores, hierarquia e o que é pior: respeito.
O verbo mais conjugado por crianças, pré adolescentes e até pelos mais velhinhos é o querer. Porém, em uma única pessoa e tempo, presente: eu quero. E ponto.
Será que posso? Será adequado ao local e momento? Será que podem me dar o que quero? Imagine...pensar, nem pensar! É assim: eu quero porque quero.
Culpa dos pais? Do excesso de liberdade? Da informação a cada segundo, sem nenhum filtro? Ah! fica difícil avaliar ou simplesmente sinalizar. Porém, que me perdoem os pais da Geração EU... Mas, vocês têm lá uma parcela legal de culpa, sim.
O NÂO faz parte do amor, da formação, da dignidade. Nem sempre devemos ser amigos de nossos filhos, em maior percentual do que pais (ou mães) claro! Hoje essa história da proximidade a qualquer preço e/ou, do medo da distância, faz com que os pais tomem atitudes de igual para igual...
Claro, o filho ou filha em idade da pré à adolescência, passando pela juventude, precisa confiar nos pais. O temor (exagerado) pode afastar, sim. E aí pouco ou nada se sabe, de fato. Onde vão? Com quem estão? Que costumes têm?
E uma série de incertezas, medo, uma espécie de mea culpa misturam-se dentro de nós, pais e mães. Ficar ou não ficar? Eis a questão. Fumar ou não fumar? Beber ou não beber? Claro, nas idades citadas a escolha não seria, sequer, múltipla, mas única: NÃO. Mas como ficaria a argumentação?
Difícil. Na verdade, a maternidade, a paternidade, nos parecem novas disciplinas a ser assimiladas em nível superior para que se consiga chegar junto. Mas, cuidado, nem sempre chegar junto é dizer Amém. Uma questão de estudo, mesmo. De orientação, de leitura e, principalmente, de autoridade bem dosada.
Difícil? Sem dúvida. Impossível? Jamais. Amigos, vale mais aguentar o mau humor, a resposta agressiva, o "bico", do que saborear o sorriso do filho (a) que sai feliz, saltitante, a mil por hora e, de repente, em menos de uma hora, se transforma. Envolve-se com tudo e todos contrários aos nossos princípios. Pior: em menos de uma hora esse jovem ou essa jovem pode, simplesmente, desparecer.
Então, vale a pena refletir. Aproveitem um bom momento, aquele em que o sabor do ovo de Páscoa, por exemplo, é o suficiente para o "aconchego" . E aí começe um papo sério. Mostre os erros, insista. E na hora H, diga NÃO, se for o mais indicado. Díálogo é preciso, sem dúvida. Mas se não der, apele.
Não seja, jamais, o mais fraco. Nem o "super homem". Mas desenvolva seu papel de Pãe (pai e mãe) ou simplesmente de Pais e Mães, a serviço da construção de adulto contemporâneo: livre, leve e não tão solto. Sacou?