OFICINAS PSICOPEDAGOGICAS: Intervenção no processo de ensinar e aprender

Por RAIMUNDO NEVES DOS SANTOS | 24/04/2010 | Psicologia

OFICINAS PSICOPEDAGOGICAS: INTERVENÇÃO

NO PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER

Apresentação

As transformações das estruturas pedagógicas podem influenciar diretamente no fator ensinar e aprender, bem como mudar a direção dos caminhos que se percorrem e não se encontram o viés do que se planeja. nas minhas produções anteriores sempre apresento a Psicopedagogia como instrumento para essa transformação, tão necessária no cotidiano escolar, de que quer ver a sociedade caminhar mais justa, mais igualitária e mais sábia.

As mudanças dessas estruturas começam pelo diagnóstico, que quando aflorado com sustentabilidade se pode buscar com segurança os caminhos interventivos, utilizando as oficinas para ensinar e aprender juntos, professor aluno; aluno escola; escola comunidade; comunidade professor e professor escola. Fazer intervenção consiste em conhecer a realidade, diagnosticar a conjuntura atual, promover a integração, planejar as estratégias, discutir caminhos, buscar soluções juntos e sucessivamente. a Psicopedagogia com seus instrumentos de intervenção, usando as oficinas psicopedagógicas estão preparados para contribuir para uma mudança de estruturas e melhorar o ensino e a aprendizagem de determinados ambientes escolares.

Desenvolvimento

As escolas brasileiras necessitam urgentemente de instrumentos que as façam mudarem o direcionamento de suas estruturas, principalmente as escolas públicas. A necessidade da criação de uma relação dialógica de respeito, promovendo ética e cidadania entre família e escola, na qual se estabeleça uma aceitação de princípio de parte a parte que favoreça os que visam às mudanças de paradigma. Que esses sistemas constituam fronteiras flexíveis, sendo que as trocas recíprocas possam resultar em um movimento de transformação social, educacional, cultural, mútuo, sem necessidade de definir causas nem procurar culpados pelo desgastes que vinham acontecendo nesses ambientes e nas pessoas que os constituem.

Contribuir com a melhoria do processo de ensino e da qualidade das aprendizagens, a partir de uma visão ética e social, buscando através da discussão sociológica, alternativas para se mudar as vicissitudes que não estão produzindo efeito positivo para o campo educacional e social é a visão que cerca as pessoas que estão inseridas na Psicopedagogia. Esse otimismo nos faz buscar mais alternativas e com visão comprometedora com o destino social. Promover aprendizagens cooperativas, na qual cada aluno possa atingir seus objetivos de forma colaborativa mútua, tendo na integração social, a valorização de grupo, a formação do trabalho em equipe como cenário dessa aprendizagem humana.

A Intervenção Psicopedagógica utiliza suas oficinas para se discutir a melhor forma de produzir aprendizagens que contribuam para a transformação social. Promover a cooperação escola família a partir dos projetos educativos específicos e realizados nas oficinas, planejados e realizados pelos grupos sobre coordenação dos Psicopedagogos. Essas atitudes irão contribuir para o desenvolvimento de uma educação mais comprometedora, colaborando, assim, com a formação e com a qualidade dos serviços dos professores. É necessário que participemos da formação das equipes multidisciplinares, compartilhando ideais, idéias, procedimentos, recursos e materiais didáticos.

É um processo que permite ao profissional investigar e levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo, recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos. Essa investigação permanece durante todo o trabalho de diagnóstico por meio de intervenções e da escuta psicopedagógica, para que se possam decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção. (BOSSA, 2000, p. 24)

A forma de encontrar essas alternativas que dêem conta da complexidade das relações das pessoas no cotidiano da escola, na qual as representações dos indivíduos se articulem no processo de escolarização é que nos faz pensar nas alternativas das oficinas para se despertar o lúdico com responsabilidade para que possam ser considerados elementos constitutivos. essa metodologia deve fazer com que o aluno entenda como acontece seu desenvolvimento cognitivo na aprendizagem. Para isso é necessário mediação entre o ensinante e o aprendente.

Essas estratégias psicopedagógicas devem fazer o sujeito pensar sobre sua vivência, que crie internamente prazer e esforço, que suas atitudes sejam voltadas para a cidadania, que suas relações sociais passem a ser intencionais. Isso, no entanto requer flexibilidade de planejamento, compreensão na ação psicopedagógica, vontade de querer mudar juntos. Nesse ínterim, nossa leitura precisa de simplicidade e profundidade, onde o Psicopedagogo esteja dentro da oficina mexendo com o brio das pessoas, fazendo-as mudarem suas conjunturas defasadas.

A profundidade dessas intervenções é que nos fizeram mencionar em um parágrafo acima a questão do diagnóstico, como tal se caracteriza, por ser um processo estritamente sistemático e planejado que visa buscar o conhecimento das nossas realidades e dos fenômenos da aprendizagem, e que de certa forma utiliza conceitos e noções psicopedagógicas que são embasados por várias teorias científicas.

Por trabalhar com a diversidade humana, comporta uma ampliação de horizontes para o professor e para o aluno, uma abertura para a consciência de que a realidade em que vivem é apenas parte do mundo complexo, fascinante e desafiador, na qual o elemento universal subjacente e definidor das relações intersociais e interpessoais deve ser a ética. Propicia, ainda, a percepção de que essa característica sociocultural é expressão de uma pluralidade dinâmica para além das fronteiras do Brasil, a qual tem sido benéfica e estimuladora na definição de valores universais. (PCN-Pluralidade Cultural. p.19).

Daí a necessidade de se realizar um trabalho de aproximação entre os dois sistemas, buscando sempre ajudar encontrar mecanismos ou canais mais fluidos de comunicação e colaboração, para que se possa planejar as atividades e estabelecer compromissos que levem ao fim do bloqueio criado nas situações de incoerência. Vale ressaltar que nossa visão é fazer fluir, florescer novas oportunidades de discussões sociológicas que construam novas metodologias de ensino e aprendizagem.

A possibilidade que a Psicopedagogia oferece ás instituições de ensino, especialmente as de formação inicial, nos move de otimismo em saber que em breve poderemos mudar algumas estruturas que visam possibilidade de mudança de gerência, acompanhamento pedagógico, direção escolar, corpo docente e discente, acompanhamento familiar e comunitário e outros aspectos que influenciam no andamento sustentável da educação.


Conclusão

A variedade de alternativas que temos para intervir nos problemas que as escolas brasileiras, nos faz sentirmos um pouco mais seguros entendendo que não se conhecia as alternativas para solucionar a maioria dos problemas. A Psicopedagogia considerando o processo de aprendizagem como resultante de grande construção onde se envolve as mais variadas relações dos sujeitos aprendentes, nos vários contextos em que estão inseridos, não deve e nem pode deixar de se preocupar com o processo que envolve as relações onde se estabelece a escola, a família e a comunidade.

No momento em que a família passa a exigir melhor qualidade e mais competência das instituições educacionais que preparam os sujeitos para a complexidade que a vida apresenta, estabelecendo fragilidade nas fronteiras e bastante rigidez entre esses dois sistemas, cobram as determinações que estão expostas na Constituição brasileira. Cabe às instituições escolares responderem a esse apelo, cumprindo o papel da escola que é ajudar as pessoas através do processo educativo.

Conclui-se que, neste ínterim, surgem oportunidades para intervenção da ação Psicopedagógica desenvolvendo estratégias, através das quais devemos utilizar as oficinas psicopedagógicas e criar espaços de fala e de escuta para que as pessoas envolvidas no processo de ensino e aprendizagem possam ter possibilidade de analisar a realidade escolar. Desta forma, conseguir produzir a sistematização de diversos problemas e, consequentemente, a construção das mudanças que se necessita efetivarem para mudar os paradigmas do atual sistema de educação no Brasil.

Se quisermos uma nova cara para a aprendizagem de nossas crianças precisamos pensar, dialogar, discutir e implementar medidas intervencionais capazes de mudar a realidade da nossa educação que há muito tempo gasta muito dinheiro público e não anda. A Psicopedagogia surge para ajudar neste processo de intervenção e mudanças. Nós psicopedagogos nos sentimos preparados para assumir tais incumbências. Queremos contribuir para a melhoria da educação utilizando as oficinas Psicopedagógicas e as intervenções de estratégias necessárias.


Referencias Bibliograficas

GRASSI, Tânia Mara. Oficinas Psicopedagógicas. 2 ed. Curitiba; Editora Ibepex, 2008

NUNES,Terezinha; BUARQUE Lair; BRYANT Peter. Dificuldades na Aprendizagem da Leitura: Teoria e Prática. 6ª Ed. São Paulo, Cortez, 2007.

PCN. Parâmetros Curriculares Nacionais. Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Secretaria de Educação Fundamental-Brasília:MEC/SEF, 1997.

CURY.Augusto. Pais brilhantes, Professores fascinantes.Rio de Janeiro, Sextante, 2003.

LOPES, Shierlene. O processo de Avaliação e intervenção Psicopedagógica. Curitiba, 2008

OLIVEIRA, Mari AngelaCalderari. Psicopedagogia:a instituição educacional em foco. Curitiba: ibepex, 2009.

VISCA, J. Psicopedagogia novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.