OCORRÊNCIA DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSA EM PRESCRIÇÕES DE PACIENTES USUÁRIOS...
Por marcelo de oliveira prado | 30/08/2017 | SaúdeOCORRÊNCIA DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSA EM PRESCRIÇÕES DE PACIENTES USUÁRIOS DO SUS EM UMA FARMÁCIA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CONGONHAL-MINAS GERAIS.
Marcelo de Oliveira Prado
Farmacêutico-bioquímico co-responsável pela farmácia pública da Unidade Básica de Saúde. CEP 37557-000. Congonhal –Minas Gerais-Brasil.
E-mail do autor:marceloliveiraprado@yahoo.com.br
RESUMO:
O Brasil é o quinto país do mundo em consumo de medicamentos e o primeiro da América Latina com estimativa de 24 milhões de mortes por ano por envenenamento com medicamentos, segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Coelho & Carla,2009 ).
Doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes, sobretudo em idosos, que possuem alterações do envelhecimento, exigem acompanhamento contínuo com terapia plurimedicamentosa que aumenta a possibilidade de interações medicamentosas e reações adversas a medicamentos.
Neste trabalho foram analisadas 200 prescrições de medicamentos sendo freqüente o uso de terapêutica plurimedicamentosa, variando de 2 a 13 medicamentos nas prescrições com média de 5,61 medicamentos por receita,. Sendo a população idosa foi a que mais prevaleceu, com média de idade de 63,5 anos. As interações mais freqüentes foram: furosemida+digoxina, metformina+hidroclorotiazida, dipirona+hidroclorotiazida, captopril + dipirona, espironolactona + digoxina, propanolol + hidroclorotiazida, nifedipino + hidroclorotiazida. Diante disto, demonstrou-se a importância da análise das prescrições de pacientes que são submetidos a terapia plurimedicamentosa que possuem doenças crônicas a fim de detectar e analisar as possíveis interações medicamentosas e poder tomar e prevenir as reações adversas a estes medicamentos.
Palavras-chave: interações medicamentosas, terapia plurimedicamentosa
1) INTRODUÇÃO:
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial e diabetes, é a redução da morbidade e da mortalidade das complicações da diabetes e problemas cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais e de glicose, sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas isoladas, como associadas a medicamentos anti-hipertensivos e hipoglicemiantes (http//departamentos.cardiol.br ).
A possibilidade de interação medicamentosa merece especial atenção nos casos de patologia crônica, como a hipertensão arterial e diabetes, para a qual está indicado o tratamento com medicamentos de uso contínuo, e, muitas vezes associações de vários medicamentos. Deste modo, é importante que o médico, conheça as principais interações entre os medicamentos de uso contínuo como anti-hipertensivos, hipoglicemiantes entre outros. As interações podem ocasionar alterações nos efeitos farmacológicos esperados em decorrência, principalmente, de modificações em sua farmacocinética ou farmacodinâmica. A ingestão concomitante de outro medicamento,o consumo de alimentos ou fatores intrínsecos relacionados ao paciente (idade, obesidade, patologias, etc) representam possíveis causas de interações,mesmo que, em alguns casos, os resultados dessas combinações sejam benéficos, mais freqüentemente as interações medicamentosas são indesejáveis e prejudiciais ao indivíduo (Bergamaschi et al.,2007).sendo que muitas das reações adversas a medicamentos são causadas por interações medicamentosas (Silva,2009).
Há porém interações podem ser benéficas e muito úteis, como na prescrição de anti-hipertensivo e diuréticos. A incidência de problemas é mais alta em idosos, porque a idade afeta o funcionamento dos rins e fígado, de modo que muitos fármacos são eliminados mais lentamente do organismo. (FUNED,2009) A absorção dos medicamentos podem ser prejudicadas ou até aumentada em idosos, pois ocorre o aumento de secreção gástrica com conseqüente aumento de pH (http//interaçõesmedicamentosas.com.br).
Os medicamentos são os mais associados á ocorrência de efeitos perigosos quando sua ação é significantemente alterada são aqueles com baixo índice terapêutico (digoxina, varfarina, carbamazepina, fenitoína, teofilina etc) e os que requerem controle cuidadoso de dose (anticoagulantes, anti-hipertensivos ou hipogliceminates). Além de serem usados cronicamente, muitos desses são biotransformados pelo sistema enzimático do fígado. Há, ainda, os medicamentos que são indutores enzimáticos (barbitúricos, carbamazepina, fluconazol, cimetidina, ciprofloxacino, metronidazol, verapamil, etc) ( FUNED,2009).