Objetos
Por José Nunez | 27/06/2009 | LiteraturaObjetos
Se toda mulher é Capitu modernista,
Se toda mulher é viúva negra,
Ela que não foge a regra,
Chegou linda, toda vestida de preto,
Lançou seu olhar em linha reta
Que fatalmente transpassou me o peito
E se estendeu até o infinito.
Nem se quer pensei em resistir.
Logo vi que ela gostava mesmo
É de homem vaidoso ou metrosexual.
Sou homem para saciar seus desejos,
Elas precisam de meu instinto animal,
Sonho de consumo, sou seu capricho.
Eu vendo sapatos na avenida central.
Ela é presidente de uma multinacional,
E precisa de um homem objeto
Que não incomoda com o sucesso,
De mulher rica, livre e poderosa.
Eu, homem objeto; ela mulher incompleta.
Meia luz ou luz de vela,
Iniciava o ritual da viúva negra.
Quis cortejá-la com palavras vazias,
Ela mandou que calasse a boca,
Depois pediu que vestisse de cowboy
Para que assim parecesse mais viril,
Depois lhe serviu um coquetel
Disse que ele tinha pouca potencia
Para seu desejo de mulher fatal
Não houve cerimônia para o desfecho,
Ela jogou o dinheiro na cama,
Enquanto vestia a sua meia calça preta
Calçava seus sapatos de bico fino,
E dizia: _ você nunca me viu,
Ele respondeu _ Eu não sou desses ...
Ela respondeu _Eu sei que não.
Mas tudo tem um preço, rapaz!
Mesmo que não esteja à venda.
Abílio Santana
J.Nunez
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