Obama nas Alturas!
Por Félix Maier | 06/11/2008 | PolíticaHá 50 anos, um negro ou um mulato só podia andar num ônibus,
nos EUA, sentando-se nos últimos bancos. E isso se todos os brancos já
estivessem sentados. Tal fato pode ser comprovado pelas palavras de um campeão
olímpico, Jesse Owens, o negro que derrotou os arianos de Hitler:
"Quando eu retornei dos jogos olímpicos à minha pátria americana, depois
de todas as estórias sobre Hitler, como ele teria me desprezado, me foi negado
sentar na parte da frente dos ônibus públicos." Owens disse ainda: "Eu tinha
que sentar na parte de trás. Eu não podia morar onde queria... Eu não fui de
fato convidado a apertar a mão de Hitler, mas eu também não fui convidado à
Casa Branca para apertar a mão do presidente americano.""Joe Louis e eu fomos
os primeiros atletas negros que tiveram a permissão para representar a
América", disse Owens, "mas nenhum de nós obteve permissão para fechar
contratos publicitários, pois o sul dos EUA não teria comprado tais produtos
anunciados. Este era o estigma social ao qual estávamos submetidos".(The
Tampo Tribune (Florida-EUA) – Terça, 01/04/1980 - Cfr. http://www.inacreditavel.com.br/historia/jesse_owens.html).
Por isso, a vitória de Barack Hussein Obama é tão extraordinária, por ter
ocorrido num país que até pouco tempo atrás via o racismo como uma
política de Estado.
Porém, houve dois fatores que ajudaram Obama a se eleger presidente dos EUA: a
encalacrada em que George
W. Bush se meteu nas guerras do Afeganistão e do Iraque, e a
crise econômica que tomou de assalto a nação mais rica do planeta. Não havia
como um democrata não vencer essa disputa, fosse quem fosse, mesmo um
poste. Vencer o opositor do mesmo partido de Bush não foi um grande feito, já
que este se tornou o "pato manco" mais impopular da história
americana. Portanto, pode-se afirmar, sem margem para o erro, que o maior cabo
eleitoral de Obama não foi a cor de sua pele, mas o próprio Bush.
Virgem em política externa, Obama pode, paradoxalmente, obter discussões
positivas com governos de países como o Irã e Cuba. Ele é paparicado como
ninguém no dito "eixo do mal". No entanto, se Obama se
omitir, pode apenas referendar as pretensões atômicas dos aiatolás,
colocando em risco a existência do Estado de Israel. E garantir a perpetuação
do totalitarismo na Ilha, se ele aumentar as relações comerciais com a dinastia
comunista dos Castro, na ilusão de transformar aquele país em uma
democracia.
E por favor não digam que um negro venceu um branco nos EUA. Obama já
esclareceu que não é negro, mas "marron". Filho de negro com branca,
ele é tão preto como branco. Moreno claro, Obama é mulato ou mestiço, não
negro. Chamá-lo de negro é um embuste, uma mentira, um racismo às avessas, por
dar a entender que um negro é superior ao branco somente por causa da cor de
sua pele. O que há com esses embusteiros, que se estendem por todo o jornalismo,
desde a TV Globo até o mais rasteiro dos jornalecos panfletários? Uma não
declarada nostalgia da chibata?
Hoje tudo é festa! Obama nas alturas! Ninguém mais quer saber se ele é ou não é
de fato americano, se nasceu no Havaí ou no Quênia. Ninguém mais vai pedir para
ver sua certidão de nascimento. Obama vendeu como ninguém o sonho de mudanças.
E todos os americanos, democratas e republicanos, querem uma mudança radical.
Querem a volta dos soldados do Afeganistão e do Iraque, e querem uma solução urgente
para os problemas financeiros decorrentes da bolha imobiliária que recentemente
estourou. Em janeiro, todos esses problemas, criados ou não pelo governo Bush,
irão cair no colo de Obama. Ele é quem deverá dizer como vai resolver tudo
isso, e em que velocidade. Eu não queria estar na pele dele!
Parabéns, povo americano, por mais esta prova de que a verdadeira democracia
existe. E sucesso a Barack Obama e seu staff, para que conduzam da
melhor forma os destinos da maior potência político-econômico-militar do
planeta. God save America, para que todos nós também nos salvemos das
"marolinhas" tsunâmicas que vêm pela frente!