O Vigarista de Famalicão

Por Creuza Ferreira dos Santos | 17/10/2010 | Educação

Em uma cidade pequena mas acolhedora, é normal que todos ou grande parte dos habitantes conheçam a vida privada uns dos outros.
Cada um dos seus defeitos e qualidades; na verdade, acontece mais com pessoas de mais idade terem mais conhecidos. Pessoas que veem pouco ou muito mas sabem pelo menos o nome e com os mais jovens, tao fato nao é muito frequente ainda mais em países onde as pessoas tem mais do que um emprego para sobreviver.
Isso é devido a correria do dia-a-dia, as longas horas de trabalho, o pouco tempo para usufruir de informações que são muitas vezes notícia mas caem no esquecimento.
E é exatamentea estes mais novos e pouco informados, que as vezes acontece o inesperado.
Em Vila Nova de Famalicão - Portugal, vivia um jovem que usava seu charme e boa lábia para enganar moças e senhoras jovens ou viúvas de fora da cidade e outras vezes do estado, que vulneráveis, deixavam-se seduzirem, acreditando terem encontrado o homem perfeito.
Era de extrema delicadeza. Muito compreensivo, muito dedicado e sabia exatamente como se inteirar de assuntos mais íntimos da pessoa demonstrando sempre muita atenção e cavalheirismo.
Passados alguns meses aquela senhora ou jovem que se sentia outrora tao infeliz agora, sente ? se bem com sua auto estima, cheia de confiança. Encontrou muito mais que um namorado; na cabeça da mesma, vê um amor para toda a vida, digno de um conto de fadas.
E entao começam a falar de sonhos. Ele sonha ter seu próprio negócio; ela, não tinha grandes sonhos nem perspectivas antes de o conhecer mas agora, ja vai ficando apaixonada pela idéia de ter seu próprio negocio. Ter um sócio e marido. Nao ter mais que aturar patroes as vezes tao insensíveis.
Começam então os planos para organizarem o negócio, a moça ou senhora é orientada a ir poupando mas também ir entregando ao futuro noivo o que economizasse para ele ir tomando as providências. Ele ja estava totalmente familiarizado e fazendo parte do sonho da companheira.
Ele só tinha um defeito para ela; era muito tímido quando se tratava de corpo e então ela não o conhecia ainda intimamente.
Ele propõe então o grande encontro em sua casa. Um jantar, um passeio. Ela se deslocaria de sua cidade. Passaria ali o fim de semana com o homem em que confiava muito.
Durante o passeio, ele passa pela avenida principal da cidade. Mostrando todos os pontos comerciais pois não tencionava começar o negócio na cidade da namorada. Ja conhecia sua cidade. Lá saberia como agir, dizia ele a ela.
Ele parou em frente a uma loja fechada e era o lugar escolhido para o negócio pois tinha lá dentro uma boa repartição. Seria ideal para frutas e legumes.
Neste jantar, recordaram-se juntos de como se conheceram. Foi através de uma revista de pessoas procurando pessoas. E o namoro que ja durava dois meses mas só por telefone.
A distância era um grande desafio neste namoro. E a concretização do sonho que agora era de ambos, faria diminuir essa distância segundo ele, pois ao abrirem o negócio também se casariam.
Como combinado, e secretamente pois ele disse a ela que os falsos amigos podiam se interpor entre eles, ela depositava o que lhe sobrava para ele ir tratando de tudo na cidade que viria a ser sua próxima morada.
Ele começou a ser um homem bastante ocupado. Já ela tinha lhe confiado seus suados oitocentos e trinta euros. Era tudo que tinha. Ele, disse falta ainda muito para nós mas vamos continuar a juntar. Mas ela apesar de não acreditar muito se conseguiriam pois ele, estava desempregado. Vivendo de subsídio. Ela, assalariada.
Ela percebia que aquela situação para ele nao devia ser nada fácil. Querendo dar a maior parte mas não lhe sobrava nada. E ainda o carro dele onde compraria as mercadorias, avariou.
Ele perguntou a ela se podia ajudar no concerto do carro mas ela disse nao poder pois ja não tinha economias. Até o dinheiro do arrendatario foi ela a entregar-lho.
Aquila situação começava a ficar preocupante para ela mas não deixou de acreditar em seu amor. Pensava agora só no sonho de estar com seu amor e ter seu próprio negócio.
Ela volta para Lisboa, preocupada. Pediu a ele que enviasse cópia do contrato para assinar já que era sócia. Mas passaram ? se duas semanas e não recebeu nenhuma notícia. Ligava-lhe todos os dias mas não atendia. Deixava mensagens e não havia retorno.
Ela decide então que é horas de ir a uma esquadra policial e saber se podem ajuda-la pois teme ter acontecido algo ao namorado.
O agente policial anotou o nome completo e por sinal o nome não era estranho ao policial.
Buscou então uma pasta onde constava queixas crimes contra o mesmo homem, a foto era a mesma e a forma de encontrar as namoradas também.
Mesmo havendo processos contra ele, explica o policial que nenhum foi à frente pois as próprias denunciantes por vergonha retiravam as queixas.
Ela, ja pálida, escreve a queixa mas sente-se traída. Não perdia ali só suas economias. Perdia tambem sua confiança, sua auto estima que tão dificil foi alcançar, sua valorização pessoal. Espera ?se uma breve recuperação mas fica aberto uma ferida que vai fechar com o tempo, leva tempo mas vai fechar. diz-lhe o policial.
Ela olha-lhe e responde e quanto a ele? Responde o policial: ele irá comprar a edição seguinte para encontrar a próxima namorada. Enquanto a justiça continua a acreditar que ele é vítima de sua beleza e mulheres pouco amadas e sofridas o pagam para se sentirem um pouco feliz e amadas.
Uma jovem ou senhora, viúva ou casada, e de preferência estrangeira por ter mais receio de ir as autoridades, em breve entregará a ele todas as economias e esperanças. Acreditando ter encontrado o verdadeiro amor.