O VATICANO E A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIA
Por Eduardo Veronese da Silva | 16/04/2013 | ReligiãoO VATICANO E A CDHM
Os rumores de que o Papa Bento XVI iria renunciar ao cargo eclesiástico de maior importância do Catolicismo, fez surgir alguns motivos. Provavelmente pesou o seu estado de saúde bastante debilitado, mas havia acusações de não atuar satisfatoriamente quanto aos casos de pedofilia (abuso sexual contra crianças/adolescentes) praticados por autoridades eclesiásticas sob sua liderança. Além de ser muito resistente quanto a certos comportamentos sociais que, um grupo de minorias, estaria pressionando para que houvesse mudanças legislativas. Entre elas, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a liberação do aborto e a criação do crime de homofobia.
Confirmada sua renúncia, iniciaram-se os preparativos para o Conclave (Assembléia de Cardeais para a eleição do Papa). Os jornais de grande circulação mundial davam conta de que dos 115 cardeais que estavam aptos a sucedê-lo, três nomes despontavam como os favoritos: o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, de 63 anos; o cardeal canadense Marc Oullet, de 68 anos e o italiano Ângelo Scola, de 69 anos. A imprensa Italiana acreditava que dos três cardeais, o nome que reuniria maior número de votos, seria Ângelo Scola, haja vista ser considerado um cardeal mais moderado, que poderia representar maior abertura da Igreja Católica.
Estima-se que o resultado deste Conclave surpreendeu muitas pessoas, pois o vencedor foi o cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos. É o primeiro Papa latino-americano a comandar o Vaticano. Logo após ter sido comunicado ser o vencedor, escolheu como nome Francisco I. Em 2010, ele combateu fortemente a adoção da lei que autorizava o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O jornal argentino La Nación divulgou matéria de que ele participou de uma manifestação pública contra o casamento gay e enviou uma carta a todos os sacerdotes, pedindo que se falasse em todas as missas sobre o “bem inalterável do matrimônio da família”.
Talvez, pelo fato do Brasil possuir o maior número de seguidores do catolicismo e o Papa Francisco I, demonstrar muita simpatia, simplicidade e brandura em suas aparições públicas, acabou agradando tanto a ala conservadora quanto a moderada. Quem sabe, esse tenha sido o motivo de não ser pressionado em detrimento desta atitude e de suas declarações.
De forma distinta, o Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), Pastor Marco Feliciano, vem sofrendo grande pressão social e política para renunciar ao cargo, haja vista usar expressões fortes, com boa entonação de voz e de forma veemente declarar-se contrário ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, a liberação do aborto, entre outros temas, em suas pregações bíblicas ou em discursos públicos.
Vale lembrar que ele está propagando e defendendo a doutrina em que acredita e procura seguir, tudo com embasamento nas Escrituras Sagradas (O Evangelho de Jesus Cristo), pois é seguidor do Cristianismo. “Portanto, deixará o homem seu pai e sua mãe; e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 2.24). Como disse o Pastor e Escritor John MacArthur: “(...) se a verdade ofende, então deixe que ofenda. As pessoas passam toda sua vida ofendendo a Deus”.
Pode ser que sua forma de se expressar, tenha assustado algumas pessoas, mas isso não pode ser usado como motivo para tentar fazê-lo renunciar ao cargo, como também denegrir sua imagem e reputação enquanto Cristão e Pastor. Afinal de contas, não vivemos em um País Democrático?
EDUARDO VERONESE DA SILVA
Professor de Educação Física
Bacharel em Direito
Tenente da PMES