O Valor do Perdão
Por Airton Costa | 16/03/2009 | CrescimentoNo segundo semestre de 1999, fui chamado para orar por uma jovem
senhora, de uns 23 anos, que se alimentava muito pouco, estava
definhando rapidamente, e, além disso, ficara possessa mais
de uma vez. Essa situação já durava
algumas semanas. Vamos chamar essa jovem de Cláudia. Quem
fez o contato comigo foi sua sogra. Toda a família
é crente, e freqüenta uma
congregação não muito distante da
minha, no município de Aquiraz, Estado do Ceará.
Tão
logo recebi o convite para visitá-la, senti no meu
coração que o mal era causado por falta de
perdão. Durante sua enfermidade, recebeu
orações de irmãos de sua igreja, sem
que houvesse melhora. Continuava fraca e pálida. Com
freqüência socorre esse tipo de enfermidade de
difícil diagnóstico.
Marcamos
então a visita. Depois do culto, num domingo à
noite, fomos (eu, minha esposa, um irmão e a sogra da
irmã enferma) a um pequeno sítio onde
Cláudia e o marido moram. Ele é o zelador do
sítio. Por mais de uma vez eu havia pregado na minha igreja
sobre o perdão, enfatizando a imperiosa necessidade de
não guardarmos rancor em nossos
corações, para que as
bênçãos divinas possam fluir.
Ao
chegar a sua casa, trouxeram-na para falar comigo. Seu aspecto era de
sofrimento: magrinha, olhar sem brilho, desânimo. Sentei-me
ao seu lado, no sofá, e lhe perguntei: - Cláudia,
você guarda rancor de alguém e não
consegue perdoar? Ela começou a chorar, e respondeu
afirmativamente. Senti que eu estava no caminho certo, e que o
Espírito Santo me havia guiado nessa obra. O passo seguinte
foi ajudá-la a perdoar, a arrepender-se e pedir
perdão a Deus. Depois que a ungi com óleo, fiz a
oração intercessora, e, em nome de Jesus,
repreendi a enfermidade e toda a ação maligna
sobre sua vida, tudo conforme a Bíblia:
“Está
alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com
azeite em nome do Senhor, e a oração da
fé salvará o doente, e o Senhor o
levantará; e, se houver cometido pecados,
ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos
outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a
oração feita por um justo pode muito em seus
efeitos” (Tiago 5.14-16; Marcos 16.17-18).
Em poucos
dias Cláudia já era outra pessoa. Entendo que foi
curada imediatamente. Semanas depois a encontrei alegre e feliz
louvando ao Senhor. Louvo a Deus porque, com isso, a minha
fé aumentou muito. Fiquei mais convencido de que
não podemos guardar rancores, ódios,
ressentimentos em nossos corações. É
imperioso que nossos canais espirituais estejam limpos. Jesus disse:
“Bem-aventurados os puros de coração,
porque eles verão a Deus” (Mateus 5.8).
Cláudia
não havia atentado para as seguintes palavras de Jesus:
“Assim vos fará também meu Pai celeste
[vos entregará aos verdugos], se de
coração não perdoardes, cada um a seu
irmão, as suas ofensas” (Mateus 18.35). E, mais
objetivo, disse: “Pois se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará
a vós. Porém se não perdoardes aos
homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial
não vos perdoará as vossas” (Mateus
6.14-15).
Ora, se não tivermos capacidade de
perdoar, os nossos pecados também não
serão perdoados. Se o Pai não nos perdoa, estamos
afastados dEle pelo pecado (Salmos 66.18; Isaías 59.2),
situação que facilita a
atuação do diabo (João 10.10).
Cláudia – como agem muitos – preferiu
continuar com seu ódio, na esperança de que Deus
não levasse em consideração a sua
desobediência.
Ninguém se
esqueça de que o perdão deve ser sincero, de
coração. Deus não aceita
perdão dos lábios para fora. O perdão
deve ser também incondicional. Nada de dizer: “Eu
perdôo fulano, mas ele que fique lá no seu lugar e
eu no meu; eu perdôo fulano, mas não quero
conversa com ele; não participo do seu grupo; não
me sentarei perto dele”. Vejam quão bonito exemplo
Jesus nos deu da cruz, Seu último púlpito:
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que
fazem” (Lucas 23.34). E quando disse a Judas Iscariotes,
depois do beijo da traição: “Amigo,
para que vieste?” (Mateus 26.50).
O ódio
alimentado assemelha-se a uma árvore; quanto mais velha,
mais difícil de ser arrancada, porque suas raízes
se aprofundam mais e mais. O mundo está cheio de pessoas
rancorosas, vingativas, escravas do ódio. Odeiam pessoas,
nações, raças,
instituições, autoridades. Não
há paz num coração assim. Conheci
várias pessoas cheias de ódio. Não
podem receber a graça divina. Vejam: “Segui a paz
com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que
ninguém se prive da graça de Deus, e de que
nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem” (Hebreus 12.14-15). Perdoar, perdoar sempre
é preciso, se quisermos viver em comunhão com
Deus.
Se não estivermos em paz com os outros, de
nada valem nossos atos de misericórdia,
orações e jejuns, nossa fé, louvor e
dízimos. Jesus deixou isso bem claro: “E quando
estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém,
perdoai, para que vosso pai, que está nos céus,
vos perdoe as vossas ofensas” (Marcos 11.25-26).
Olhem
o quanto perdoar é importante: “Se trouxeres a tua
oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu
irmão tem alguma coisa contra ti, deixa diante do altar a
tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão;
depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mateus 5.23-24).
Esse
caso nos leva a refletir sobre o seguinte: Crente pode ficar possesso?
Deus teria permitido que essa senhora fosse tocada pelo maligno para
que houvesse reconciliação? O crente em pecado
não confessado e não corrigido fica à
mercê dos demônios? Lembremo-nos que quem
é nascido de Deus não vive em pecado consciente;
o Maligno não toca num crente assim (1 Jo 5.18).
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