O USO DO FILME NAS AULAS DE HISTÓRIA PELOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE CONDE/BA

Por Divanei Ferreira dos Santos | 10/04/2016 | Educação

Divanei Ferreira dos Santos*

divaneiferreira@hotmail.com 

RESUMO

Esteartigo é fruto de uma pesquisa por nós realizada sobre uso do cinema na sala de aula nas escolas municipais na Cidade de Conde Estado da Bahia. O foco da investigação incidiu na discussão de estratégias para melhoria do ensino, instrumentalizando o professor do ensino fundamental e médio na utilização do cinema como recurso pedagógico em sala de aula. Para atingir tal objetivo, o tipo de estudo adotado, foi baseadono método qualitativo na análise dos instrumentos de pesquisa produzido referentes ao ensino de História e cinema. Nessa pesquisa adotou-se a entrevista como meio para coletar informação sobre o tema em questão, levando em consideração suas limitações, pra evitar distorções na análise das informações colhidas. Osresultados apontam a relevância da linguagem midiática em sala de aula e especificamente na disciplina História, enfatizando novas abordagens historiográficas para o ensino de historia, oferecendo assim, um ensino com novas linguagens audiovisuais na sala de aula. A percepção dos professores apresentou semelhanças com as teorias e preposições pedagógicas sobre o usodo cinema na sala de aula e em sua prática educativa. Ficou visível a contradição entre respostas de professores e alunos na utilização do filme no processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Ensino; Cinema; Sala de Aula.

 

 

INTRODUÇÃO

Ao longo do século XX a História como ciência e conhecimentovem passando por uma substancial renovação temática e metodológica o que a faz se apresentarde forma diferente do que prevaleceu por muito tempo, que pregava um ensino estritamente visual de textos e trato superficial dos filmes.

Nesse modelo de ensino, os filmes eram apenas vistos, e não visualizados, sua função era apenas estética, ou seja, de ilustrar e decorar as aulas de história, sem nenhuma função cognitiva.

Portanto, não nos deve causar estranheza o fato de os professores de História igualmente resistirem a propor a seus alunos a análise de filmes. Apesar de os filmes exigirem uma leitura particular, é extremamente importante que os estudantes entrem em contato com eles e que os leiam não como ilustrações e conteúdos, mas como uma nova abordagem que pode adotar o seu discurso no conhecimento histórico.

Hoje, o ensino de história tem desenvolvido seus próprios conceitos e métodos de trabalho e recursos didáticos, deixando de ser feito com base em modelos teóricos previamente construídos pela sociedade.

Nas últimas décadas, a investigação histórica passou a considerar a importância da utilização de diversas metodologias, fontes e linguagens para a construção de um saber histórico mais atrativo, aproximando o ensino de história das novas abordagens teórico-metodológicas. Nesse propósito, são utilizadas diferentes linguagens que podem ser abordados no estudo da história, entre elas, estão à música, o teatro, a fotografia, desenhos, relatos orais e o cinema. Aperfeiçoou, então, métodos para extrair informações de diferentes naturezas dos vários registros humanos já produzidos, reconhecendo que a comunicação entre os homens, além de escrita, é oral, gestual, figurada, musical e rítmica.

Nesse sentido, de certo modo, o cinema também é uma forma de acesso a essas informações. Através do cinema, ao aluno é permitido até mesmo aprender diferentes culturas, música, refletir sobre seus valores, suas práticas cotidianas e relacioná-los com problemáticas históricas inerentes ao seu grupo de convívio. Entretanto é preciso ter bem claro que cinema não é história. É preciso considerar que o cinema, assim como os museus e as bibliotecas, integram o campo da memória. Assim, o cinema como qualquer outra forma de memória,é um recorte e nos ajuda a lembrar algumas coisas e a esquecer outras.

Os diálogos entre o ensino de história e o cinema, redimensionam assim, a importância do filme, como um veículo sócio-cultural e educativo. É preciso salientar que o contexto cinematográfico integra os educando aos diversos aspectos que envolvem a produção de filme, como o enredo social, o local de produção, o aparato técnico, propiciando um elo entre o presente, passado e futuro, passando numa teia de questionamentos, ou seja, problematizando o contexto cinematográfico na historiografia apresentada pelo filme.

Atualmente o acesso aos filmes tem sido facilitado pela televisão e, mais recentemente pelo DVD. Pensando no espaço que o cinema e o vídeo vêm ocupando no cotidiano do educando condense, a proposta que está delineada neste artigo é abordar a opinião dos professores de história do município de conde, em relação ao uso do filme na sala de aula e discutir o cinema como uma das linguagens que permeiam a transposição didática e a prática epistemológica do saber histórico.

O cinema abarca um caráter difusor e mediador de idéias, lazer, vida cotidiana, realidades, traduzem valores culturais e sociais de uma sociedade. Refletir sobre a aplicação dessa linguagem em sala de aula é levantar questões acerca da prática docente no que tange a projeção, as lacunas que se forma ao longo dessa atividade por ser tratada de forma isolada e fragmentada. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é contribuir para a discussão das estratégias instrumentalizando o professor do ensino fundamental e médio na utilização do cinema como recurso pedagógico na sala de aula. Além, de discutir algumas possibilidades e contradições desta linguagem alternativa de ensino.

O filme não tem como objetivo substituir o livro trata-se de um método alternativo e não substitutivo que configure um novo tipo de relação com o processo de aprendizagem. Assim, pode ser visto como mais uma chave que poderá abrir para o educando as portas do conhecimento da pesquisas e do questionamento sobre a história.

Trata-se de uma pesquisa centrada no método qualitativo na análise dos instrumentos de pesquisa produzido referente ao ensino de História e cinema. Esse tipo de pesquisa baseia-se na premissa de que a reflexão sobre filmes na sala de aula, procura ampliar as vias de acesso ao conhecimento da história, que durante anos era restrita aos livros didáticos, e só foi possível com as experiências humanas, tal como vivida e tal como ela é definida por seus próprios autores.

Adotou-se a entrevista como meio para coletar informação sobre o tema em questão, levando em consideração suas limitações, para evitar distorções na avaliação das informações colhidas.

O município que serviu como local de estudo no qual este trabalho de pesquisa foi realizado é a cidade de Conde, que se situa ao litoral norte do estado da Bahia1. Sendo assim, utilizei como campo de estudo as Escolas Municipais do lugar mencionado. Os sujeitos colaboradores deste estudo científico foram os alguns professores de História e Geografia e alunos das unidades de ensino. O critério de participação dos educadores foi selecionar os que usam ou usaram essa metodologia. Quanto aos alunos, ouvimos principalmente os que viveram e vivem a experiência de assistir filmes durante a aula.

As entrevistas analisadas para este artigo referem-se ao Ensino Fundamental e Médio, sendo entrevistados sete professores e noventa alunos no período de quinze de novembro avinte e dois de dezembro na entrevista com perguntas fechadas os participantes responderam a questões como: Com que freqüência utiliza o filme? Quais cuidados metodológicos? Como a linguagem cinematográfica pode auxiliar o trabalho do professor? O cinema substitui o professor de História? Enfim, estas e outras questões estarão em anexo ao final do artigo. Para compor a pesquisa do processo da coleta de dados foram escolhidas cinco escolas: Eduardo Cavalcante Lins, Hermógenes Gomes do Nascimento, Dr. Severino Vieira, Helena de Castro Batista, Maria Carolina Rocha e Eduardo Almeida que possuíam características semelhantes em termos de clientela, porte e número de matrícula.

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