O uso da tecnologia em sala de aula e o papel do educador uma análise do porvir.

Por Leonardo Freitas Alves | 30/12/2015 | Educação

RESUMO

O alicerce deste artigo é centrado na crença única de que a tecnologia, da forma como hoje se apresenta, é inegável, indelével e insubistituível. Combinaremos teorias que expliquem esse fenômeno, mudanças de nuances que esta teve no processo de ensino-aprendizagem e estratégias e possibilidades de uso desses recursos digitais como recursos didáticos. Pretendemos debater a incoerência de algumas instituições, que dispõem de aparato tecnológico, mas não logram êxito na aplicabilidade deste conjunto de máquinas e aparatos. Por fim, levantaremos hipóteses de uso e reuso deste conjunto, além de experiências diversas de uso correto e satisfatório deste aspecto do mundo moderno.

EDUCAÇÃO E CONEXÃO

O mundo hoje, está conectado. Estamos vivendo momentos significativos quando falamos de grandes transformações que ocorrem cotidianamente -  são inúmeras as inovações tecnológicas da informação, com grande velocidade, transformações essas que nos impulsionam não só nas unidades escolares , mas em todos os espaços de convivência de cada indivíduo. Assim, podemos afirmar que o conhecimento (não só apenas aquele que foi/é/será transmitido pelo educador) é necessário para se adquirir habilidades que nos tornam capazes de entender e interagir em nosso mundo. Em todo o momento, temos que romper barreiras desafiando nossa capacidade de auto-desenvolvimento; em suma: ser criativos. A escola deve ser um ambiente para se trabalhar e democratizar as tecnologias e para tal é necessário que haja professores “capacitados” para se fazer jus à mediação entre tecnologia e conhecimento, transformando seu papel e adaptando o modo de atuar no processo educativo. Na atualidade, o professor deve ser um gestor do saber e da busca do conhecimento, fazendo com que o aluno adquira o gosto e interesse por novos aprendizados e acompanhe a evolução de forma consciente e saudável. Uma boa comunicação é vista como uma base sólida para o sucesso de um empreendimento na tarefa educativa e consequentemente a construção de um ensino de qualidade. A mídia digital possui características que influenciam processos educativos e cognitivos, percepções e vivências, tendo essa prática o papel de dinamizar o ambiente educativo, promover a produção e circulação de informações - conhecimento de forma geral, favorecendo a participação da comunidade escolar, sendo o projeto político pedagógico da escola o plano possuidor de elementos de organização e integração das atividades práticas.

 

A evolução educativa

Pensemos como um todo. Numa perspectiva interacionista, somos sabedores que o ser o humano tem uma relação entre o meio e o social. Logo o professor é o mediador no processo ensino-aprendizagem.
A ação pedagógica deverá favorecer aos alunos possibilidades de solucionarem situações problema que estimulem o intelecto, seja raciocínio logico, através de mecanismos lúdicos. Com foco na mudança no contexto educacional, favorecendo uma ampliação do cognitivo do aluno. Piaget, em seu estudo, enfatiza:“Na vida social, como na vida individual o pensamento procede da ação e uma sociedade é essencialmente um sistema de atividade é essencialmente um sistema de atividades.” As tecnologias estão fazendo parte cada vez mais da vida das pessoas e, principalmente dos estudantes. Curtir, compartilhar, dividir arquivos e discutir abertamente sobre qualquer assunto é uma realidade que os alunos já participam, e é necessário que os educadores conheçam esse cenário e saibam utilizar tais recursos a favor da educação.

Muito se fala sobre o uso tecnológico na educação, grande é o movimento das empresas de tecnologia no sentido de inovar e oferecer mais produtos, cada vez mais escolas e professores se apropriam da tecnologia para realizar projetos pedagógicos inovadores. Mas como colocar em prática o uso destas ferramentas de forma eficiente para a educação? A sala de aula será, cada vez mais, um ponto de partida e de chegada, um espaço importante, mas que se combina com outros espaços para ampliar as possibilidades de atividades de aprendizagem.

O que deve ter uma sala de aula para uma educação de qualidade?

Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados, e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. Isso é incontestável. Precisa também de salas confortáveis, com boa acústica e tecnologias, das simples até as sofisticadas. Uma sala de aula hoje precisa ter acesso fácil ao vídeo, DVD e, no mínimo, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo real pelo professor ou pelos alunos, quando necessário.

Um computador em sala com projetor multimídia são recursos necessários, embora ainda caros, para oferecer condições dignas de pesquisa e apresentação de trabalhos a professores e alunos. São poucos os cursos até agora bem equipados, mas, se queremos educação de qualidade, uma boa infra-estrutura torna-se cada vez mais necessária. 

Um projetor multimídia com acesso a Internet permite que o professores e alunos mostrem simulações virtuais, vídeos, jogos, materiais em CD, DVD, páginas WEB ao vivo. Serve como apoio ao professor, mas também para a visualização de trabalhos dos alunos, de pesquisas, de atividades realizadas no ambiente virtual de aprendizagem (um fórum previamente realizado, por exemplo). Podem ser mostrados jornais on-line, com notícias relacionadas com o assunto que está sendo tratado em classe. Os alunos podem contribuir com suas próprias pesquisas on-line. Há um campo de possibilidades didáticas até agora pouco desenvolvidas, mesmo nas salas que detêm esses equipamentos.

Essa infra-estrutura deve estar a serviço de mudanças na postura do professor, passando de ser uma “babá”, de dar tudo pronto, mastigado, para ajudá-lo, de um lado, na organização do caos informativo, na gestão das contradições dos valores e visões de mundo, enquanto, do outro lado, o professor provoca o aluno, o “desorganiza”, o desinstala, o estimula a mudanças, a não permanecer acomodado na primeira síntese.

Se nos limitarmos em achar que a educação finda em transmissão de conhecimento estamos fadados ao fracasso na nossa atividade. É relevante ressaltar a busca constante de aperfeiçoamento pessoal enquanto profissional e voltar ao nosso aluno com possibilidades em que possa experimentar vivenciar, comparar e tirar conceitos pautados numa socialização sem, contudo, deixar de lado a essência do lúdico.

As tecnologias nos ajudam a realizar o que já fazemos ou que desejamos. Se somos pessoas abertas, elas nos ajudam a ampliar a nossa comunicação; se somos fechados, ajudam a controlar mais. Se temos propostas inovadoras, facilitam a mudança.O professor  tem um papel fundamental como mediador nesse processo de construção de conhecimento, cabe ao professor à ligação entre a teoria vista, quando abordado um conteúdo, e a prática na resolução do mesmo.

Conclusão

A Internet e as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as universidades e escolas. Os professores, em qualquer curso presencial, precisam aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula equipada e com atividades diferentes, que se integra com a ida ao laboratório conectado em rede para desenvolver atividades de pesquisa e de domínio técnico-pedagógico. Estas atividades se ampliam a distância, nos ambientes virtuais de aprendizagem conectados à Internet e se complementam com espaços e tempos de experimentação, de conhecimento da realidade, de inserção em ambientes profissionais e informais.

 É fundamental hoje planejar e flexibilizar, no currículo de cada curso, o tempo e as atividades de presença física em sala de aula e o tempo e as atividades de aprendizagem conectadas, a distância. Só assim avançaremos de verdade e poderemos falar de qualidade na educação e de uma nova didática.

 

Bibliografia

AZEVÊDO, Wilson. A vanguarda (tecnológica) do atraso (pedagógico): impressões de um educador online a partir do uso de ferramentas de courseware.  Disponível em  <www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/vanguarda.html>. Acesso em: 18/01/2004.

BELLONI, Maria Luisa. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

LITWIN, Edith (org). Educação a distância; temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2000.

LUCENA, Carlos & FUKS, Hugo. A educação na era da Internet. Rio de Janeiro: Clube do Futuro, 2000.  

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