O Universo, uma construção lacerdiana
Por Antonio Gomes Lacerda | 15/01/2010 | ArteO homem sempre teve, ao longo dos tempos a curiosidade de saber como
começou o universo e eu não poderia ser
diferente. Durante muito tempo procurei respostas e essas
não me satisfaziam. Não desisti, continuei a
busca e hoje me sinto um pouco satisfeito com o que descobri. Continuo
trabalhando, no entanto queria deixar para vocês o pouco que
consegui até para que vocês façam as
suas críticas. Devo dizer que continuo buscando o instante
em que tudo começou.
Para começar vamos lembrar o que já foi dito a respeito da origem o universo e por quem foi dito.
arché (ἀρχή; origem)
Gênesis:
Segundo a bíblia, foi Deus quem fez o universo e o fez em
seis dias. Quem quiser saber mais detalhes dessa
construção, leia o livro sagrado dos
cristãos.
Mitologia grega: Tudo se inicia com o Caos, o
vazio primitivo e escuro que precede toda a existência. Dali,
surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais. Para conhecer
mais é só apanhar livros de mitologia que falem
da primeira geração dos deuses.
Física:
Big Ban o universo emergiu de um estado extremamente denso e quente
há cerca de 13,7 bilhões de anos. A teoria
baseia-se em diversas observações que indicam que
o universo está em expansão de acordo com um
modelo Friedman-Robertson-Walker que tem como base a teoria da
Relatividade Geral.
Vários filósofos, muitos
deles pré-socráticos, tentaram explicar a origem
do universo, senão vejamos:
Tales de Mileto: para ele a água seria a origem de tudo.
Anaximandro de Mileto: para ele a origem de tudo era o infinito que ele chamou apeíron.
Anaxímenes de Mileto: este filosofo, discípulo de Anaximandro entendia que o ar era a origem de tudo.
.
Xenófanes de Cólofon: achava que a terra era a origem de tudo.
Heráclito de Éfeso : Atribuía ao fogo e a mobilidade das coisas a origem de tudo.
Empédocles
de Agriento: acreditava que a natureza possuía quatro
elementos básicos, ou raízes: a terra, o ar, o
fogo e a água.
Pitágoras de Samos : o número
Anaxágoras
de Clazomena: homeomerias. achava que a natureza era composta por uma
infinidade de partículas minúsculas,
invisíveis a olho nu a que chamou de homeomerias, ou
sementes invisíveis..
Demócrito de Abdera : o
átomo considerava que nada podia surgir do nada, assim, os
átomos eram eternos, imutáveis e
indivisíveis. O que acontecia, era que eles eram irregulares
e podiam ser combinados para dar origem aos corpos mais diversos.
Demócrito é considerado o mais lógico
dos pré-socráticos.
Antonio Gomes Lacerda: em
o universo uma construção lacerdiana Pode parecer
um abuso. Depois de falarmos de pessoas que tanto
contribuíram para a ciência, colocar o meu nome.
Peço desculpas a todos que se sentirem ofendidos, no entanto
afirmo que essa não foi a minha pretensão.
Busquei ao logo de todo esse tempo em que trabalhava para sobreviver,
encontrar respostas para as minha perguntas que eu não
encontrava nos livros. Lendo Nietzche e Einstein, eles disseram quase a
mesma coisa. O grande problema do homem é a
preguiça de pensar daí surgirem coisas como a
fé e muitas outras. O maior problema que tive na
construção dos meus pensamentos foi que estava
muito arraigado em mim, o principio da causalidade. Todo efeito tem uma
causa . Pensando assim o universo seria o efeito de uma causa anterior
que por sua vez seria o efeito de uma outra e assim sucessivamente.
Não foi fácil me livrar dessa idéia. A
física me deu subsídios. Precisava chegar ao
tempo inicial do meu universo, para isso tive que fazer a seguinte
definição: Tempo é a medida da
existência de todas as coisas palpáveis. Energia:
Algo que não se vê, não se toca,
não tem uma existência palpável, no
entanto, sentimos o seu efeito. Quando comemos um bife, não
vemos, mas ali tem também energia. Quando colocamos
combustível em nosso carro, não vemos, mas
também ali, tem energia. Nós próprios
não sabemos a energia que há dentro de
nós. Na minha construção, nada
existia, tudo era vazio, logo não existia um tempo.
Já estava com meio caminho andado. Mais uma vez busquei na
física a minha tabua de salvação:
Principio da conservação da energia A energia
não se cria nem se destrói, se transforma. Era
tudo o que eu queria! Então a energia não teve um
começo, logo o meu universo como a energia não
era palpável no sentido de preencher um lugar no
espaço. Isso me levou que inicialmente tudo era
vácuo (não se podia definir uma temperaturaa),
mas permeado de energia que estava em todas as parte desse imenso
vácuo. Estava faltando aparecer o palpável, que
nos chamamos de massa. Mais uma vez quem apareceu? A física!
O que ela trouxe? Trouxe: E= mc2 (a) E = energia, m= massa (grandeza
palpável, ocupa um lugar no vazio) c= velocidade da luz, no
vácuo. Diante dessas evidencias parti para a
construção do universo como por mim é
entendido. Inicialmente não existia nada
palpável. Era apenas o vazio. Mas como vimos anteriormente,
existia energia em todo esse vazio. Aceitando como correto o mobilismo
de Heráclito, num instante que não sei precisar,
minha matemática é muito incipiente,
através da equação (a)
começa a transformação e aparece a
massa m e naquele momento começava o tempo e o nascimento do
universo. Assim eu vi nascer o universo, mas como já sabemos
que a energia se transforma, eu quero assegurar que o universo
está sendo construído a cada instante e assim
continuará indefinidamente. Aí está a
maneira como eu construí a historia do universo segundo a
minha visão. Vimos ainda que em toda a minha
explanação, não dependeu e nem teve
lugar para a existência de Deus. Restava ainda um problema:
Por que Deus? Onde o encontraram? Qual não foi a minha
surpresa, quando tempos depois, ao parar para pensar onde encontraram
Deus, li a bíblia, a mitologia e nada vi de racional que
explicasse convincentemente a existência de tal personagem.
Na teoria do Big- Ban ele não aparecia, na minha
também, não. Pronto, Deus está morto
como dizia Nietzche, ou melhor nunca existiu. Fui deitar pensando agora
não na criação do universo, mas sim na
criação do mito Deus. Nem cheguei a dormir, acho
que encontrei Deus. Estão lembrados de que no imenso vazio,
antes da transformação, só uma coisa
existia e que ela não ocupava lugar no espaço,
estava presente em todos os lugares e sempre existiu e
existirá sempre? Lembram que essa coisa foi chamada de
energia? Pois bem! Dizem que o uso do cachimbo faz a boca torta. Usei
tanto esse cachimbo que me acostumei a chamá-lo de energia,
no entanto nada tenho se alguém o chamasse de Deus que
é o que os religiosos o fazem e aí estaria
provada a existência de Deus não na forma
antropomórfica como querem nos impingir, mas de uma forma
onipotente e onipresente como muitos asseguram. Portanto aí
está em síntese: O universo, uma
construção lacerdiana.
Antonio Gomes Lacerda