O Último Malandro
Por Antonio Vendramini Neto | 10/12/2010 | CrônicasÉ de manhã no último reduto
Sol a pino como manda o figurino
O botequim abriu suas portas
Para receber o famoso malandro!
Chegou cheio de pose e prosa...
Terno de linho branco... Rosa na lapela...
Chapéu panamá com moldura preta
Sapato bicolor com salto carrapeta
Passos de forma cadenciada na chegada...
Saudou o velho garçom no balcão
Naquelas gírias.. Com aquela fala macia...
Sentou-se naquela mesa...
Pediu uma cerveja
Jogou um pouco para as almas
Epaminondas... Cadê o repórter?
Aí do seu lado mestre
Trouxe à grana? Que bom...
Agora vou falar...
Fui boêmio cheio de bravata
Do tempo da gravata
Também bacana, lá de Copacabana
Amigo da noite e de Noel
Com jeito moleque
Do samba de breque...
Do tempo que escrevia musica no papel...
De embrulho ou de pão e com a mão...
Recinto ritmado e perfumado
Morena carioca rebolando
Tudo preparado...
Para despertar o velho malandro
Ficou em polvorosa
Vendo aquela diva gostosa.
Velhos tempos... Água na boca...
Inspiração divina...
Rabiscos no guardanapo
Versos benditos... De samba enredo
Escolas na avenida
Nos dias de glória...
No bairro da glória...